sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

ASSASSINATO DE REPUTAÇÕES, UM CRIME DE ESTADO

Postado por Berto Filho

O título desse post é o mesmo do já famoso livro em que o policial Romeu Tuma Junior, filho de Romeu Tuma, o policial que inovou e reorganizou a Policia Federal nos anos 70, faz revelações gravíssimas contra o PT, Lula, José Dirceu e outros, em depoimento ao jornalista Claudio Tognolli.

Não é ficção. Tudo tem a ver com fatos da vida real.

Romeu vai ser o entrevistado do programa RODA VIVA da próxima 2a.deira, dia 3, às 22 hs, na TV Cultura.
Se a Cultura tivesse a audiência da Globo naquele horário, eu diria que o governo e o Planalto iriam balançar, apesar do conteúdo não ser de muito fácil digestão por quem não tem o hábito de ler jornais e revistas semanais da chamada grande imprensa ou não têm acesso, em razão do preço, a esses veiculos, que, volta e meia, publicam matérias sobre denúncias envolvendo o governo do PT.

Anotações à margem : o livro, com 323 páginas de puro teor altamente explosivo, editado pela Topbooks, não é mais encontrado em livraria nenhuma porque, dizem fontes bem informadas, o PT ou pessoas a seu serviço teriam comprado praticamente todos os exemplares à venda.

Até quando esteve à venda como qualquer livro normal, era lider no ranking dos mais vendidos. A capa, muito bem criada, portando um título desse calibre, já era, em si mesma, um poderoso outdoor berrando "me leve para casa".

Romeu Tuma Junior foi, por 3 anos, o Secretário Nacional de Justiça do governo Lula. Tem conhecimento de causa. Sabe do que conta.

 

POPULAR E ERUDITO

Postado por Berto Filho

Abro espaço para o compositor Mario Albanese, inventor do jequibau, nos dar uma pequena aula sobre o popular e o erudito. Aproveite.


"A palavra popular na sua relação com a arte é ambígua e indefinível, da mesma forma o termo erudito ressente-se também de ambiguidade e incertezas.


Sob o domínio do conhecimento, as fronteiras entre a arte popular e a erudita continuam incertas e difusas.
O saber oral, transmitido pelas gerações anteriores, foi depreciado por representar um mundo que o progresso industrial rejeitou e esqueceu.
Dominação cultural exógena.
No Brasil, país continente e de múltipla etnia, o caldeamento racial promovido pela colonização ibérica e também pelas invasões francesa e holandesa, foi encorpado pelos negros arrancados da África como escravos.
Esse contingente aportou no país, onde encontrou nativos indígenas e os imigrantes vindos com a industrialização.
Essa mistura de raças gerou a arte popular com símbolos, ícones, santos, ritos, tradições, costumes, música e poesia, odores e sabores. Uma expressiva pluralidade de categorias sociais e diversidade de expressões culturais."

De novo eu. Isso dá um tratado... 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O AVESSO DO RÓTULO NESTLÉ

Postado por Berto Filho

Recebi uma denúncia gravíssima contra a Nestlé e não tem jeito. Publico por ser de bom senso e porque não li nada na mídia a esse respeito. Quando uma denúncia séria feita por gente de bem circula na internet mas nada é publicado na imprensa, é porque tem alguma coisa errada.
Tire as suas conclusões.
 
"Na Hungria havia uma fábrica de chocolates, que vendia para o mercado interno e exportava para os países vizinhos e todo o Leste Europeu. A Nestlé comprou a fábrica, botou todos os funcionários no olho da rua, demoliu as instalações e saiu do país.
A Nestlé não quer concorrência. Se houver...
Nestlé mata Água Mineral São Lourenço (As
águas turvas da Nestlé)


Há alguns anos a Nestlé vem utilizando os poços de água mineral de São Lourenço para fabricar a água marca PureLife. Diversas organizações da cidade vêm combatendo a prática, por muitas razões. As águas minerais, de
propriedades medicinais e baixo custo, eram um eficiente e barato tratamento médico para diversas doenças, mas o consumo delas foi desestimulado a partir dos anos 50, pela maciça campanha dos laboratórios farmacêuticos para vender suas fórmulas químicas através dos médicos. Mas o poder dessas águas permanece. Médicos da região, por exemplo, curam a anemia das crianças de baixa renda apenas com água ferruginosa.

Para fabricar a PureLife, a Nestlé, sem estudos sérios de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta sais
minerais de sua patente. A desmineralização de água
é proibida pela Constituição. Cientistas europeus
afirmam que nesse processo a Nestlé desestabiliza a água e acrescenta sais minerais para fechar a reação. Em outras palavras, a PureLife é uma água química. A Nestlé está faturando em cima de um bem comum, a água, além de o estar esgotando, por não obedecer às normas de restrição de impacto ambiental, expondo a saúde da população a riscos desconhecidos. O ritmo de bombeamento da Nestlé está acima do permitido.

Troca de dutos na presença de fiscais é rotina. O
terreno do Parque das Águas de São Lourenço está
afundando devido ao comprometimento dos lençóis
subterrâneos. A extração em níveis além do aceitável está comprometendo os poços minerais, cujas águas têm um lento processo de formação. Dois poços já secaram. Toda a região do sul de Minas está sendo afetada, inclusive estâncias minerais de outras localidades. Durante anos a Nestlé vinha operando, sem licença estadual. E finalmente obteve essa licença no início de 2004.

Um dos brasileiros atuantes no movimento de defesa das águas de São Lourenço, Franklin Frederick, após anos de tentativas frustradas junto ao governo e à imprensa para combater o problema, conseguiu apoio, na Suíça, para interpelar a empresa criminosa. A Igreja Reformista, a Igreja Católica, Grupos Socialistas e a ONG verde ATTAC uniram esforços contra a Nestlé, que já havia tentado a mesma prática na Suíça. Em janeiro deste ano, graças ao apoio desses grupos, Franklin conseguiu interpelar pessoalmente, e em público, o presidente mundial do Grupo Nestlé. Este, irritado, respondeu que mandaria fechar imediatamente a fábrica da Nestlé em São Lourenço. No dia seguinte, no entanto, o governo de Minas (PSDB), baixou portaria regulamentando a atividade da Nestlé. Ao invés de aplicar multas, deu-lhe uma autorização, mesmo ferindo a legislação federal.

Sem aproveitar o apoio internacional para o caso, apoiou uma corporação privada de histórico duvidoso. Se a grande
imprensa brasileira, misteriosa e sistematicamente vem ignorando o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o assunto foi publicado em jornais de vários países, além de duas matérias de meia hora na televisão. Em uma dessas matérias, o vereador Cássio Mendes, do PT de São Lourenço, envolvido na batalha contra a criminosa Nestlé, reclama que sofreu pressões do Governo Federal (PT), para calar a boca. Teria sido avisado de que o pessoal da Nestlé apóia o Programa Fome Zero e não está gostando do barulho em São Lourenço.

Diga-se também que a relação espúria da Nestlé com o Fome Zero é outro caso sinistro. A empresa, como estratégia de marketing, incentiva os consumidores a comprar seus produtos, alegando que reverte lucros para o Fome Zero. E qual é a real participação da Nestlé no programa? A
contratação de agentes e, parece, também fornecendo o
treinamento. Sim, é a mesma famosa Nestlé, que tem sido
há décadas alvo internacional de denúncias de propaganda mentirosa, enganando mães pobres e educadores, para substituir leite materno por produtos Nestlé, em um dos maiores crimes contra a humanidade. A vendedora de leites e papinhas "substitutos" estaria envolvida com o treinamento dos agentes brasileiros do Fome Zero, recolhendo informações e gerando lucros e publicidade nas duas pontas do programa: compradores desejosos de colaborar e famintos carentes de comida e informação.

Mais preocupante: o Governo Federal anuncia que irá alterar a legislação, permitindo a desmineralização "parcial" das águas. O que é isso? Como será regulamentado? Se a Nestlé vinha bombeando água além do permitido e a
fiscalização nada fez, como irão fiscalizar agora a tal
desmineralização "parcial"? Além do que, "parcial" ou
"integral", a desmineralização é combatida por
cientistas e pesquisadores de todo o mundo.

E por que alterar a legislação em um item que apenas interessa à Nestlé? O que nós, cidadãos, ganhamos com isso? É simples. Sabemos que outras empresas, como a
Coca-Cola, estão no mesmo caminho da Nestlé, adquirindo
terrenos em importantes áreas de fontes de água. É para
essas empresas que o governo governa? Uma vergonha!!!" 

Mais informações sobre o caso Nestlé em
www.circuitodasaguas.org

BOICOTE : O ROLEZÃO DA CLASSE MÉDIA

Postado por Berto Filho

Existem duas formas de medir a inflação mas só uma é oficial.  A outra é considerada pelo governo uma fantasia de mau gosto. Então, existe a chamada inflação oficial, medida por índices que 
juram que a inflação não passa de 6% ao ano. Huummm, não reflete a realidade.
Mas ajuda a vender a ilusão de inflação controlada com baldes de diazepan. Isso é bom e faz bem para a campanha eleitoral. Imagine Dilma se reelegendo com uma inflação tresloucada... não vai, né ?

E existe a inflação real, aquela que a gente sofre na carne quando paga na marra, ao ter que comprar produtos a preços superfaturados quando, na mesma cidade ou no mesmo bairro, não existe outra opção ou porque o comércio aderiu a uma prática de oligopólio.. Todo mundo cobra o mesmo preço ALTO como fazem os postos de gasolina aqui em Cabo Frio.

Então, a inflação da velha classe média, a dos pais e avós que sustentam filhos e netos apenas com suas surradas e irreajustáveis aposentadorias, não existe nas estatísticas oficiais. Simples assim. Fantasia de mau gosto (para o governo).

E tome preço e tarifa desembestados na gôndola do supermercado, no balcão da farmácia, na mão de obra do pedreiro, do eletricista, do bombeiro, do jardineiro, na academia de ginástica, na oficina mecânica, nas lojas de autopeças e informática, no preço dos cartuchos para impressoras, nas lojas de consertos de bombas, nas contas das concessionárias de serviços públicos... Não adianta, isso não entra no cálculo da inflação como deveria.
A inflação de uma família é diferente da inflação de uma outra família morando ambas na mesma rua quando há diferenças de poder aquisitivo e de valores de contas a pagar (dívidas bancárias, carnês de financiamentos de compras a crédito, apoios financeiros para filhos e netos, plano de saúde, despesas imprevistas com saúde, com o carro...).


Quem não tem como pagar evita até ver preços em cardápios de certos restaurantes para não passar pela frustração de não poder consumir as maravilhas prometidas pelos odores que fluem das panelas para os seus narizes. 
É tortura gastronômica para a velha classe média que anda com o orçamento mais apertado que passageiro de trem da Supervia na hora do rush.

Então, existe uma segunda forma de medir a inflação que é considerar os preços absurdos praticados por muitos estabelecimentos, suavizados aqui e ali, e apenas em determinados momentos, por "promoções e descontos". 

No Rio e em São Paulo, por enquanto, vai se alastrando feito fogo na mata um movimento de boicote ao comércio que superfatura com uma ganância que não se justifica. Então, está decretada a luta de classes. Gente que pode, ganha muito, gasta onde bem entende e paga o preço que custa, sem reclamar. E gente que nao pode pagar ou não  concorda com a volúpia de empresários famé
licos, boicota.

Os criadores do site BoicotaSP enviaram um comunicado, na terça-feira, 28, respondendo às críticas do chef francês Olivier Anquier, publicadas em um artigo no jornal Folha de São Paulo, na última segunda-feira, 27. O BoicotaSP é um
movimento que surgiu na internet para atender reclamações contra estabelecimentos que, segundo os consumidores, cobram um valor abusivo por produtos e serviços - o que, segundo Anquier, configura um ato de "neoterrorismo eletrônico covarde e destruidor".

Anquier criticou o site argumentando que os preços são estabelecidos levando em conta uma série de fatores, que vão desde os serviços de segurança e manobristas, até custos com cozinha, estoque, contadores e fornecedores, sem falar na alta carga tributária que os estabelecimentos têm que pagar. Em seu texto, ele também reclama da agressividade do BoicotaSP, e diz que os donos de bares e restaurantes são "guerreiros da economia de serviços do Brasil".

Em resposta às críticas, o BoicotaSP questiona o significado do termo "neoterrorismo", usado por Anquier. "Chamar exercício democrático de covardia e neoterrorismo nos faz lembrar uma visão de mundo e de país da qual não gostamos de nos lembrar", diz a nota. A equipe do site também reafirma que a plataforma foi feita para estimular o diálogo entre consumidores e estabelecimentos - no entanto, em vez do acordo, os donos de bares e restaurantes preferem fazer críticas, com "muitas justificativas retóricas e pouquíssima conversa de igual para igual".


O boicote é o rolezão da classe média (a velha). Porque a nova, a emergente, vai muito bem de saúde e emprego. Tem o governo por trás dando assistência ampla e irrestrita (Bolsa Familia, Minhas Casa Minhas Dívidas, portarias da prefeitura, etc).

Cabo Frio precisa entrar nessa onda.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

ROLEZINHOS : ESTATIZAÇÃO ?

Postado por Berto Filho

O blogueiro Reinaldo Azevedo escreve na Veja. Esse é o post de hoje.


PREFEITURA AGORA NEGA QUE ROLEZINHOS VÃO SER FEITOS NOS ESTACIONAMENTOS DOS SHOPPINGS.
Ah, bom ! Haddad decide ainda estatizar os manos e as  minas.

Não fosse Fernando Haddad ter decidido estatizar os rolezinhos — o PT não suporta a ideia de que as pessoas, na sociedade, possam fazer as coisas por sua própria conta —, essa história já teria acabado. Mas não! Os petistas resolveram meter o bedelho, transformar o assunto num “case” sociológico. Para tanto, colaboraram alguns subintelectuais ainda atordoados pelo mito da luta de classes. E a coisa está aí, durando…

A tese mais original que está em curso, diga-se, assegura que os jovens da periferia expressam o seu protesto por meio da adesão à sociedade de consumo. Entendi. A derrota final da sociedade capitalista, então, se dá por meio da adesão dos pobres ao capitalismo. Uau! Muito interessante mesmo! Então tá bom! Mais original do que isso só mesmo aquele comando revolucionário suicida do filme “A Vida de Brian”, de Monty Python — do tempo em que não se compravam nem se vendiam humoristas… Sigamos com a piada.

Haddad pôs o pagodeiro Netinho de Paula, seu secretário para a Igualdade Racial, para “negociar” com os rolezeiros e com os representantes de shopping. Negociar exatamente o quê e com quem? Existirá, por acaso, representação formal dos rolezeiros? Não que se saiba. Tudo bem! O PT inventa. Chegou-se a anunciar que os eventos seriam realizados nos… estacionamentos dos shoppings.

Escrevi a respeito. Estranhei a solução. Quem é que teria coragem de deixar o seu carro num estacionamento que vai receber rolezinhos? E os estabelecimentos com garagens subterrâneas? E muitos outros com garagens elevadas, com um parapeito, muitas vezes, não superior à cintura? E as condições de evasão de um local fechado, o que requer aprovação prévia do Corpo de Bombeiros?

A ideia é de uma supina estupidez. Nesta terça, a Prefeitura veio a público para dizer, então, que não é bem assim; que não há nenhuma decisão tomada a respeito. Na verdade, nesta quarta, haverá uma outra reunião com os rolezeiros. Na linguagem do “enrolation”, a secretaria de Netinho afirmou que “a intenção é potencializar a capacidade de mobilização destes jovens para promover ações e campanhas que alcancem positivamente esta parcela da sociedade”. Heeeinnn? Imaginem se algum mano e alguma mina vão a uma estrovenga como essa.

Estuda-se a possibilidade de o rolezinho ser comunicado com antecedência e estar sujeito à concordância das partes, sabem cumé? A Prefeitura quer, atenção, ser a “responsável cultural”, informa a Folha Online, pelos rolezinhos. O que é um “responsável cultural”? Não tenho a menor ideia.

Fico cá a imaginar a necessidade de se criar a “Subsecretaria para Assuntos de Rolezinhos”. Haveria uma agenda. Bom saber, né? Assim, no dia, os consumidores procuram um shopping em que não sejam importunados.

Gilberto Carvalho diria que eu me incomodo como “negros e morenos”. Errado! Os “negros e morenos” dos shoppings da periferia já deixaram claro, revelou o Datafolha, que eles não querem rolezinhos…

Haddad acha que governar é ceder sempre aos grupos de pressão e à gritaria das minorias e que as maiorias são autoritárias pela própria natureza. Até agora, é a figura mais patética que já sentou naquela cadeira. Foi eleito pela maioria dos que votaram.

UMA JUIZA DE RESPEITO

Postado por Berto Filho

Não é uma notícia nova, talvez não tenha circulado como deveria pelas mídias sociais mas faço questão de postá-la aqui porque é um exemplo de que a Justiça brasileira ainda tem jeito.

O filho do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, Fábio Luiz Lula da Silva, perdeu a ação judicial que moveu contra a VEJA porque a abelhuda revista publicou, em sua edição de 25 de outubro de 2006, matéria sobre os negócios do filho mais velho do todo poderoso do PT.

 

Lulinha pediu indenização por danos morais porque se julgou injuriado pelo texto, que abordava aspectos, até então desconhecidos, do seu enriquecimento milagroso, e também sobre a frase dita pelo ex-presidente "Meu filho é o Ronaldo dos negócios".

Aqui vai um trecho da sentença da Drª Luciana Novakoski Ferreira Alves de Oliveira, Juíza de Direito Auxiliar :

"...O autor (Lulinha) precisa compreender que é de interesse de toda a população brasileira saber como o filho do Presidente da República obteve tamanha ascensão coincidente ao mandato de seu pai. E há de concordar que uma imprensa livre para investigar tais fatos é fator essencial para que vivamos num Estado Democrático de Direito, ideal outrora defendido por tantos que, agora, ao que se vê, parecem se incomodar com ele.


 Desse modo, examinando-se o conflito dos interesses constitucionais envolvidos na publicação da matéria, verifica-se que a conduta dos réus não foi abusiva e apenas buscou informar seus leitores sobre assunto de relevante interesse público. Logo, inexiste direito à reparação civil.

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, nos termos do art. 269, inciso I, do Código de Processo Civil.

Em razão da sucumbência, arcará o autor com o pagamento das custas e despesas processuais e de honorários advocatícios, que fixo, por equidade, em R$ 10.000,00.”

Drª LucianaNovakoski Ferreira Alves deOliveira,
MMª Juíza de Direito Auxiliar"


A corajosa sentença dessa juiza é fundamental para criar jurisprudência em julgamentos de processos que têm a ver com o caríssimo direito à liberdade de expressão da  imprensa e de qualquer cidadão comum que, através de blogs, de cartas ao leitor ou de petições na internet, não concorde com as opiniões e diretrizes do poder central que afetam sua vida individual e o coletivo e queira modificar a realidade em sua volta.

O jornalista e blogueiro Augusto Nunes, que escreve na VEJA, conta em 1 minuto as conexões entre Fabio Luiz, Telemar, OI e a fusão da OI com a Portugal Telecom. José Dirceu foi citado. E tem muito mais na internet, a Ágora da Comunicação planetária.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/tag/lulinAha/

LEMBRANDO O EXCEPCIONAL PIANO DE GERALDO FLACH

Postado por Berto Filho

Os links logo abaixo, "Choro no Soho" e "Mania de Você", são apenas um pretexto para futucar a memória sobre Geraldo Flach, compositor e pianista diferenciado, que, infelizmente para nós, que gostamos de suas harmonias, improvisos jazzi e do som do seu piano, não toca mais aqui.

"Choro no Soho"

http://www.youtube.com/watch?v=hA0rXjBb4Cc

"Mania de Você"
http://www.youtube.com/watch?v=ju8eXjBgCBQ

Quem escreve, a seguir, sobre Geraldo é o produtor musical, pesquisador, biógrafo e generoso pescador de pérolas da MPB, Gerdal José de Paula.

Parceiro do carioca Arthur Verocai em "Um Novo Rumo" - que Elis Regina defendeu, em 1968, no I Festival Universitário do Rio de Janeiro -, o pianista Geraldo Flach, apesar da sólida formação erudita, começou, na lida musical, já aos 14 anos, animando bailes populares. Engenheiro que, por 11 anos, trabalhou na CRT (Companhia Rio-grandense de Telecomunicações), esse porto-alegrense, no que obrou de melhor, acompanhou estrelas da MPB, como Nana Caymmi, teve por muito tempo, na capital gaúcha, uma produtora de "jingles", a Plug, e, ainda nos anos 60, participara de programa na Rádio Difusora ("Um Piano em Destaque") e comandara outro, na TV Piratini ("Programa Geraldo Flach", com muita bossa nova), lançando discos e musicando, além de filmes (como o premiado curta "Ilha das Flores", do conterrâneo Jorge Furtado), festival (o tema-prefixo do de Gramado) e até casamento, como o do amigo e parceiro Ivan Lins com Lucinha Lins (uma canção feita por ele especialmente para a ocasião, à qual Ivan responderia com outra, que fez, anos depois, quando do segundo casamento de Geraldo, em 1988). Em suma, excelente compositor, de inclinação jazzística (uma beleza, em intenção de Pixinguinha, a sua "Mestre Pizindim", com gravação feita em Nova York para o elepê "Piano", da RGE, de 1990), e um dos nomes exponenciais da seara instrumental no Sul do país.

Pós-escrito:
a) Geraldo Flach, recentemente, passou a designar um estúdio público, em Porto Alegre (último "link" abaixo), ao lado do Teatro de Câmara Túlio Piva (outro nome de expressão da música gaúcha). Geraldo faleceu em 3 de janeiro de 2011, aos 65 anos;

b) Nos demais "links", salvo onde indicado, composições de Geraldo Flach, ouvido em quase todos com o seu piano:

1) "Baiãozinho";
2) "Joanna Francesa", de Chico Buarque;
3) "Choro Amoroso", com o grupo Treze Graus e participação do autor ao teclado;
4) "Momento Mágico";
6) "Um Novo Rumo" (em parceria com Arthur Verocai), com Elis Regina;
7) "Dindi", de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, com Virgínia Rosa e Geraldo Flach;
8) uma curiosidade: Geraldo Flach toca o hino do Grêmio ("Até a pé nós iremos/para o que der e vier/mas o certo é que nós estaremos/com o Grêmio onde o Grêmio estiver..."), feito em 1953 por outro torcedor fervoroso do clube, Lupicínio Rodrigues, motivado inicialmente por uma greve de ônibus na capital gaúcha.


http://www.youtube.com/watch?v=aJicQfnCbk4 ("Baiãozinho")

http://www.youtube.com/watch?v=AsRVDqpVSEk ("Joanna Francesa")

http://www.youtube.com/watch?v=oYJS3rBU8to ("Choro Amoroso")

http://www.youtube.com/watch?v=v4Gp8wp3wXs ("Momento Mágico")

http://www.youtube.com/watch?v=yNWT6sM8y1M ("Um Novo Rumo")

http://www.youtube.com/watch?v=cBonV2v_o7U ("Dindi")

http://www.youtube.com/watch?v=Pm5yFG5vj60 (hino do Grêmio)

http://www.youtube.com/watch?v=cBonV2v_o7U (Estúdio Geraldo Flach - 2 min)

domingo, 26 de janeiro de 2014

SIMPLESMENTE DILMA

Postado por Berto Filho

Mary Zaidan é daquelas profissionais independentes que têm bisturi na ponta dos dedos. Toca na ferida, sem trava na língua. Transcrevo o texto de sua autoria publicado no blog do Noblat. Mary trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas. Atualmente trabalha na agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'. Escreve para o blog do Noblat aos domingos.

Segue o texto.

"Dilma Rousseff se rendeu ao Fórum Econômico Mundial que até então seu governo preferia esnobar. Lendo um discurso bem escrito, ainda que de lastro duvidoso, a presidente jogou fichas que devem ter arrepiado seus colegas da América bolivariana: definiu o Brasil como o País das oportunidades e convidou os investidores do mundo inteiro para participar dos lucros desta terra prometida.

Em alguns momentos, parecia até mesmo acreditar na parceria com a iniciativa privada, de que ela discorda e retardou ao máximo, e nos números que recitava: equilíbrio das contas públicas, inflação sob controle, investimentos de R$ 62 bilhões em mobilidade. Em outros, a plateia poderia jurar que ela acabara de ser eleita. Que estreava não em Davos, mas na presidência do País. “Sobretudo, é necessário – e estamos determinados a promover – forte aumento de investimento em infraestrutura, em educação e inovação”, anunciou ela, como se tivesse tomado posse ontem e seu time não estivesse em campo há mais de uma década.

Agradou como nunca aos empresários que costuma maltratar, embora eles conheçam o profundo abismo entre o discurso e a prática.

No dia anterior, Dilma dedicara-se a agradar Joseph Blatter, presidente da Fifa, na visita de cortesia que fez à sede da entidade, em Zurique. Lá, como todos os ditos foram de improviso, Dilma foi Dilma, saindo-se com a máxima: estádios são obras relativamente simples.

Simplicidade que custará ao País a bagatela de R$ 8 bilhões, quase o triplo dos R$ 2,8 bilhões orçados inicialmente. Que fará com que os estádios da “Copa das Copas” sejam os mais caros de todos os mundiais. E com um legado pífio: dos 100 projetos para as 12 cidades-sede, só 21 foram entregues, 14 adiados para sabe-se lá quando, e os demais, com muita reza, podem até ser concluídos a tempo.

A frase de Dilma reflete didaticamente seu governo: se obras simples como as dos estádios demoram até sete anos, as complexas têm aval para ficar para as calendas.

A transposição do Rio São Francisco que o diga. Iniciada em 2007 e prevista para 2012 a um custo de R$ 4,7 bilhões, deve ultrapassar R$ 8,2 bilhões. Conclusão, se acontecer, só em dezembro de 2015. O asfaltamento da Transamazônica segue no mesmo diapasão. No segundo semestre de 2013 as obras prometidas para 2011 começaram depois de uma manifestação que paralisou a rodovia em Palestina do Pará. Hoje, seguem devagar e só naquele trecho. As pás eólicas do Nordeste continuam sem gerar energia por falta de linhas de transmissão. A ferrovia norte-sul....

É preciso mais do que um discurso bem redigido para fazer o Brasil de Davos existir. Simples assim."

Estou voltando. Dilma está em Havana. O "Mais Médicos" deve estar na pauta. A presidente deve fazer ao amigo Fidel Castro um relato com o balanço da atuação dos milhares de médicos cubanos nas periferias do Brasil mais abandonado.
Mais um arrastão de intenções de votos para o PT.

Sobre a terra prometida de oportunidades para os investidores, não sei não. Parece revelar um otimismo bem acima das expectativas do mercado. Ou é temor de fuga iminente de capitais de risco. Os capitais especulativos jogam no ataque : continuam se fartando nos juros mais altos do planeta. 

E o Carlos Alberto Parreira desceu o pau no absurdo que é licitar obras nos aeroportos (das cidades da Copa) faltando 3 meses para a primeira partida. Sobrou também para os chamados "legados" da competição.

Parreira falou para a CBN.  Suas cobras e lagartos foram arremessados para o Planalto. Parecia um black bloc de chuteira. Vai ter troco ?


"Em entrevista ao programa CBN Esportes, o coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, fez duras críticas à organização do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Parreira disse que houve descaso total com o evento esportivo. Ele lembrou dos aeroportos que só serão licitados em março, às vésperas da Copa do Mundo.

- A gente queria tudo para a Copa, mas para a Copa foi um descaso total. Vejo que os aeroportos vão ser licitados a partir de março, três meses antes. É uma brincadeira, fomos indicados há sete anos e só agora vão licitar os aeroportos? - disse Parreira.

Além disso, Parreira citou obras que deveriam ser um legado após o mundial de futebol e que só ficarão prontas a partir de 2016, lamentando o fato de que muitas obras projetadas para a competição sairão do papel anos depois de o país ter sediado o Mundial.

Ele ressaltou que o torcedor não vive só de estádio e precisa de infraestrutura:
- Perdemos a oportunidade de dar conforto e mostrar um Brasil diferente - afirmou.

Sobre o desempenho da seleção, Parreira disse que o Brasil tem que ser campeão e que não existe um plano B para a comissão técnica.

Sobre manifestações previstas para o período da Copa, ele disse que o grupo de jogadores não deve ser afetado.

- De certo modo, eles estão blindados, sabem que não podem misturar. Se começar a se preocupar, dividir o foco, vai ser difícil. Vamos pensar em ganhar a Copa, e fora do campo é problema das autoridades. Mas ninguém ali é alienado - disse Parreira, campeão do mundo como técnico em 1994 e que esteve com a seleção, como preparador, ainda na conquista da Copa de 70."


É isso aí, galera !

NEUROMARKETING : COMO INFLUENCAR A MENTE A FAZER UMA ESCOLHA

Postado por Berto Filho


Bem-vindo ao neuromarketing, a disciplina que recorre à medicina para entender (e influenciar) o cérebro !

Vou tomar o seu precioso tempo por mais tempo. Trata-se de um texto bastante longo que vai requerer paciência, atenção e uma boa dose de curiosidade, especialmente para quem não lida profissionalmente com Comunicação.

Uma dica : neuromarketing, novíssima, experimental, se tivesse sido razoavelmente dominada pelos neuromarqueteiros, seria uma arma decisiva nas eleições deste ano. O que realmente determina a escolha de um candidato ou produto em uma certa (ou incerta ?) região do cérebro ? E como o eleitor pode se defender de manipulações ou do risco de eleger um tirano?

Fique tranqüilo, aqui, neste blog, o céu é o limite em termos de espaço físico para textos interessantes.
Sinceramente, nem sei se o conhecimento dessa matéria é útil para você. Se for, acuse, ok ?
Isso vai diminuir o meu sentimento de culpa.

Há 6 anos recebi de uma amiga o texto que segue.
Me deixou com uma vontade muito grande de conhecer como o meu cérebro funciona quando tenho que tomar uma decisão sobre compra de produto ou escolha de uma opção entre várias, como votar, por exemplo.
Até o momento, juro que, apesar de todo o esforço dos meus sarados neurônios, não avancei um milímetro na descoberta de novidades nessa excursão pelo desconhecido. 

Leia.

“O marketing acaba de atingir uma nova fronteira: o cérebro humano. Dispostos a entender a essência do comportamento do consumidor, os marqueteiros estão descendo às camadas mais profundas da mente humana, em um esforço que talvez só Aldous Huxley, o autor do clássico de ficção científica Admirável Mundo Novo, teria sido capaz de imaginar. Utilizando novas tecnologias da medicina e da biologia, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada, os cientistas das vendas querem mapear como cada um dos nossos neurônios reage ao estímulo de uma marca, ao sabor de um refrigerante ou aos apelos de um simples outdoor na rua.

A expectativa é de que, no futuro, as empresas consigam entender com um nível de detalhamento inédito quais são os fatores que desencadeiam toda a corrente de desejos, necessidades e anseios que leva uma pessoa a achar que vale a pena pagar um pouquinho mais por determinado produto. Essa surpreendente abordagem, que remete à controvertida idéia do vendedor que lê a mente, vem sendo designada por um nome bastante sugestivo: neuromarketing.

Por enquanto, ninguém precisa ficar preocupado com a possibilidade de ter sua mente invadida. A verdade é que o neuromarketing é uma disciplina ainda nova e que, até agora, fez avanços modestíssimos. “É mais ou menos como se você estivesse falando de viajar à Lua em 1940, entende?”, explica Jaime Troiano, diretor da Jaime Troiano Consultoria de Marca e Comportamento do Consumidor. Mas, apesar de engatinhar, a nova disciplina entusiasma os profissionais da área de publicidade, comunicação e marketing.


 “O neuromarketing é um recurso fantástico”, admira-se o consultor Marcus Paim, diretor da Ferreira Paim Dinâmica Empresarial e um especialista no assunto. Com os equipamentos da medicina, os primeiros pesquisadores de neuromarketing fotografaram o cérebro durante o processo de tomada de decisão. A partir daí, com base nos estudos que apontavam quais regiões do cérebro são responsáveis por determinadas funções (como emoção, racionalidade e memória), foi possível enxergar as funções cerebrais ativadas por determinado estímulo.

Por exemplo, um fabricante de automóveis poderá escanear o cérebro de um consumidor-cobaia para saber que tipo de relação as pessoas têm diante de um novo veículo – mais emotiva ou mais racional. Essas informações, acredita-se, poderão orientar campanhas publicitárias e estratégias de marketing mais eficazes. Mais do que isso, as pesquisas deverão servir de referência no desenvolvimento de futuros produtos. No momento em que as empresas souberem, com rigor científico, como criar mercadorias que despertem o desejo de consumo no ser humano, a garantia de retorno será total.

A tese não é nova. Em 1957, um livro de Vance Packard, hoje considerado um texto cult no meio publicitário, trouxe à tona a idéia da comercialização de produtos através da dominação de mentes. Em The Hidden Persuaders, Packard dizia: “O uso da psicanálise dirigida às massas para guiar campanhas de persuasão se tornou a base de uma indústria multimilionária. Persuasores profissionais dela se apropriaram em sua procura de meios mais eficazes para vender-nos suas mercadorias” (em tradução de Roberto Romano na Gazeta Mercantil de 26/11/2004). Credita-se a Packard o acréscimo da pimenta que faltava à publicidade no final dos anos 50.


Com o surgimento do neuromarketing, o argumento central do autor ganha uma força assustadora. Agora, os profissionais do marketing têm a chance de observar as reações do cérebro em tempo real. No futuro, acreditam os eufóricos, em uma pesquisa qualitativa, será possível anotar as intenções inconscientes dos entrevistados em vez de simplesmente registrar as respostas objetivas, racionais – e nem sempre sinceras – de cada um deles.

A anatomia de uma escolha


O texto abaixo não se refere a esta ilustração

1. Córtex orbitofrontal
Faz parte do lobo frontal do cérebro, que desempenha um papel importante em aspectos cognitivos e emocionais de um processo de decisão.

2. Córtex pré-frontal médio
Nas imagens geradas por ressonância magnética funcional, este pequeno ponto costuma se “iluminar” quando as pessoas se identificam com algo ou alguém.

3. Striatum
Conecta-se com o córtex orbitofrontal, a amígdala e outras partes do interior do cérebro relacionadas à sensação de recompensa.

4. Putâmen
Costuma agir quando as pessoas saboreiam ou enxergam algo de que elas gostam. Está relacionado ao controle do prazer e satisfação.

5. Sistema límbico
É uma espécie de central de processamento  das emoções.

6. Amígdala
Esta minúscula área desempenha uma função vital no controle das emoções: é geralmente ali que se manifesta o medo.

Quarenta e sete anos se passaram (até 2008) entre Packard e aquela que é considerada a primeira descoberta do neuromarketing. Em outubro de 2004, o cientista norte-americano Read Montague, da Universidade de Baylor, no Texas, publicou um artigo na revista Neuron que, hoje, é citado por dez entre dez especialistas como a primeira experiência a aliar técnicas da neurociência com a mercadologia. Montague e sua equipe aplicaram uma série de testes num grupo de 67 pessoas. Num deles, o grupo bebeu amostras de Pepsi e Coca-Cola sem identificação. Diante da pergunta sobre qual era o melhor entre os dois refrigerantes, as pessoas não tiveram dúvida: apontaram os copos que continham Pepsi. Em outro teste, as bebidas foram devidamente identificadas e, dessa vez, Coca-Cola levou a preferência. Montague utilizou um equipamento de ressonância magnética para fotografar o cérebro dos consumidores durante a pesquisa. A conclusão do artigo, intitulado Neural Correlates of Behavioral Preference for Culturally Familiar Drinks (Correlações Neurais de Preferência Comportamental para Bebidas Culturalmente Familiares, em tradução livre), é de que partes diferentes do cérebro foram acionadas durante cada resposta.

Quando os consumidores sabiam que estavam bebendo Coca, as funções mais racionais do cérebro eram ativadas, a partir de uma região chamada de córtex medial pré-frontal
. Já quando bebiam Pepsi, sem identificação do produto, eram despertadas as partes ligadas ao controle da satisfação e do prazer – geralmente associadas ao que, na medicina, chama-se putâmen.

A grande descoberta do experimento é a prova de que marcas têm, de fato, um poder profundo sobre a mente dos consumidores. Um poder biológico, por assim dizer. “O mais significativo é que aquilo que se intuía, de que as marcas desencadeiam um processo de decisão, que elas te obrigam a pensar para escolher, ficou comprovado”, conta Marcus Paim. A rigor, o resultado do teste não é novidade. A façanha está na comprovação científica de uma teoria que para muitos, até há pouco, não passava de intuição de marqueteiros. Não é exagero dizer que a pesquisa provocou frisson no meio publicitário. A sensação dos especialistas é de que foi dado um passo importante para a descoberta do caminho que leva ao obscuro universo das decisões irracionais do ser humano.

A consultora de marketing e design Ligia Fascione, de Florianópolis, lembra que a ciência já havia sido aplicada pela propaganda na criação de sensores para acompanhar o movimento dos olhos. “Esses sensores monitoravam os movimentos da pupila”, conta Ligia. A pesquisa mapeou o caminho que o olhar percorria diante de uma imagem. Assim, os designers descobriram como posicionar um anúncio, por exemplo, ou torná-lo mais atraente. “Eu penso que o neuromarketing é uma evolução disso”, afirma Ligia.

Mundo inconsciente

Desde o experimento de Montague, o novo desafio do neuromarketing é a definição de um veículo seguro e confiável que conduza os pesquisadores pela escura estrada do raciocínio. No livro "Afinal, o Que os Clientes Querem?", Gerald Zaltman garante que 95% da atividade cerebral ocorre em um plano inconsciente, longe daquilo que as pessoas são capazes de perceber e verbalizar. Zaltman, professor de Marketing da Harvard Business School, flerta com o neuromarketing desde o início da década de 90. Ao contrário da atual tendência, porém, o pesquisador defende a tese de que é possível penetrar na cabeça do consumidor sem equipamentos de última geração. Para ele, o domínio de disciplinas como a psicologia e a lingüística permite enxergar o interior daqueles 95% ocultos na cabeça do ser humano.

Independentemente do espaço que o inconsciente ocupa, está claro que a tarefa dos neuromarqueteiros é enorme. “Não é descobrindo onde está o neurônio que a gente vai saber onde ocorre a decisão, simplesmente porque não existe o neurônio da decisão”, explica Nelson Spritzer, mestre em Cardiologia e diretor da consultoria DolphinTech, em Porto Alegre. Para Spritzer, o processo de escolha do ser humano ocorre de forma integrada.

No sonho dos marqueteiros mais ousados, o cérebro humano viria equipado com um botão de compra. Encontrando o botão e descobrindo como acioná-lo, o consumidor apenas obedeceria à ação. Spritzer, no entanto, ressalta que essa é uma visão demasiadamente simplista da mente. “O que existem são vários ‘botões’ encadeados, mas que não têm uma localização específica no cérebro”, explica. “Ninguém sabe onde está o pensamento.”

Sem descobrir onde fica o “botão de compra”, o neuromarketing está limitado a colher informações científicas para ajudar no desenvolvimento de campanhas, por exemplo. “O conceito pretende transformar o subjetivo em racional e mensurável”, define Paulo Secches, diretor-presidente da Interscience de São Paulo, consultoria especializada em estudos de antecipação do futuro e tendências de consumo.

No desafio de colher novas informações sobre o comportamento do consumidor, alerta Secches, os profissionais devem ser cautelosos. Pesquisas qualitativas e quantitativas de opinião já produzem um emaranhado de porcentagens e conceitos que, muitas vezes, as empresas são incapazes de interpretar. Como será o dia em que os executivos passarem a exibir chapas de cérebros humanos nas apresentações de diretoria?

“O lobo temporal do cliente ficou mais ativado, e aí? O que eu faço com o meu produto?”, questiona, mais uma vez, Spritzer, ao relativizar a utilidade prática das fotografias cerebrais. As análises da cabeça do consumidor são informações isoladas para o pesquisador e, nas mãos do profissional de marketing, serão somente mais um acessório dos atuais métodos de investigação. “O neuromarketing é um salto quântico em relação às coisas que já foram descobertas a respeito do consumidor. Mas ainda está longe de produzir resultados práticos”, acredita Simone Carvalho da Rosa, diretora da consultoria Marketing Business. Por enquanto, tudo o que se sabe é que a nova disciplina vai gerar mais informação – cuja utilidade é uma incógnita.

Você sabe o que sente?  São poucas as empresas que utilizam o neuromarketing na prática. Além de ser um área de um conhecimento ainda novo – e que gera resultados duvidosos –, a neurologia das vendas é cara. Afinal, exige a realização de exames com alguns dos aparelhos mais modernos da neurologia, como a ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês).

Entretanto, os poucos casos conhecidos já são suficientes para causar espanto ou admiração. Nos Estados Unidos, o cientista Gerald Zaltman, de Harvard, desenvolveu um sistema que seria capaz de interpretar pensamento. Zaltman monitora quais regiões do cérebro se excitam mais diante de uma marca e, a partir de uma combinação de dados, determina qual seria o provável sentimento despertado. Em tese, os resultados também revelam sentimentos que as pessoas tentam ocultar, por um motivo ou outro. A Daimler-Chrysler, por exemplo, fez um teste e descobriu que seus carros esportivos causam a sensação de poder nos motoristas – e não de “alegria” ou “excitação”, como eles afirmavam. Gostou tanto da descoberta que, hoje, patrocina estudos de neurociência na Universidade de Ulm, na Alemanha.

Madeira no nariz

Um segundo problema sobre o neuromarketing é o grau de confiabilidade das informações. De acordo com Geraldo Rizzo, neurologista e presidente da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia, o neocórtex – o centro de nossas funções mentais superiores – é capaz de realizar 100 trilhões de conexões diferentes entre as células nervosas. Como desenredar o novelo? A própria medicina não tem a resposta. Não se sabe se todos os seres humanos respondem aos estímulos da mesma maneira, por exemplo. “O cérebro ainda é uma caixa-preta e temos muito a estudar e descobrir”, resume Rizzo.

As questões culturais são outra pedra no caminho. De acordo com o contexto social, o cérebro tende a reagir diferentemente diante de determinado estímulo. O coordenador do mestrado em Administração e Negócios da PUC do Rio Grande do Sul, Vinícius Sittoni Brasil, dá um exemplo: a imagem de um índio com um pedaço de madeira espetado no nariz. Para uma pessoa tipicamente urbana, a cena certamente provoca sensação de dor. Mas, na sociedade indígena, o sacrifício tem um significado simbólico e é encarado com naturalidade. Em escalas mais sutis, o mesmo ocorre em pesquisas realizadas nos Estados Unidos e no Brasil, por exemplo, para avaliar a resposta neurológica a produtos de uma multinacional. “Não dá para pegar um resultado de 40 pessoas na Austrália e já sair aplicando aqui no país. Isso é muito perigoso”, afirma Brasil.

A prosperidade do neuromarketing também tende a esbarrar na questão ética. Hoje, a manipulação de mentes parece uma possibilidade distante – afinal, as ferramentas de compreensão e análise das reações cerebrais ainda são muito imaturas. Mas ninguém se arrisca a prever os limites das descobertas neurológicas nas próximas décadas. Em 1957, a profecia de Packard podia ser encarada apenas como mais um fruto da grande paranóia que transbordou nos Estados Unidos do pós-guerra. Num espaço de 49 anos, no entanto, as idéias do livro, em vez de caducar, ganharam mais força. Não há, portanto, garantias de que o neuromarketing seja apenas um inofensivo método de estudos dos hábitos de consumo.

Usado em campanhas políticas, por exemplo, poderá ser pedra fundamental da manipulação do voto. Trabalhar em cima de estímulos que não são conscientes é eticamente condenável, lembra Clô Guilhermino, diretora do Instituto de Programação Neurolingüística Aplicada (PNA), de São Paulo. “A compra por impulso e a venda manipulatória geram o ‘remorso de compra’, o que significa a perda do cliente”, alerta ela.

Mesmo que seja pouco provável a existência de uma ferramenta que deixe o ser humano tão vulnerável aos estímulos, não está descartada a descoberta de pequenas chaves de ignição de alguns instintos. De maneiras mais rudimentares, o marketing já está apertando nossos botões. Empiricamente, é sabido que humor e corpos sadios ajudam na memorização de marcas. Também se sabe que alguns aromas e cores deixam as pessoas mais propensas a comprar.

Para o neuropsicólogo português Nelson Lima, do Centro de Estudos de Neuroeconomia do Instituto de Inteligência de Portugal, o debate ético é necessário, mas não deve impedir o avanço dos estudos. Autor de um blog no qual publica notícias a respeito do assunto, Lima confia no discernimento de cientistas e consumidores. “Se o neuromarketing se tornar uma disciplina a serviço do poder ou da tirania, caberá à sociedade estabelecer os limites, tal como acontece com outras atividades”, argumenta.

Enquanto a questão ética paira sobre o assunto, o consultor Jaime Troiano tem uma dica para os publicitários ávidos por fotografias cerebrais dos seus clientes. As pesquisas tradicionais de mercado ainda estão engatinhando no Brasil. Hoje, o investimento de pesquisa de comportamento do consumidor demanda de US$ 250 milhões a US$ 300 milhões por ano, o que equivale a US$ 1,6 por pessoa. Na Inglaterra, o investimento é de US$ 26 por habitante. “Há uma enorme necessidade de explorar bem as ferramentas com as quais nós já convivemos hoje, antes de experimentar novas técnicas. A gente se encanta com essas novidades, feito garoto em loja de brinquedos, e não vê que já tem muito em mãos”, lembra. Para todos os efeitos, desconfie se o seu gerente de banco lhe pedir uma tomografia.





BERTO FILHO, ATOR, EM MINISSÉRIES E NO CINEMA

Postado por Berto Filho

Há alguns dias fiz neste blog uma chamadinha da minha participação no longe "Serra Pelada". A minha participação é pequena, se resume à inserção, no filme, de uma cabeça do “Jornal Nacional” que apresentei em 24 de julho de 1982, que pode ser vista e ouvida no youtube.
Em 1982 eu era mais jovem mas a voz continua a mesma ...

O texto é o seguinte :
"SERRA PELADA BATE O RECORDE DE PRODUÇÃO. O GARIMPO DO SUL DO PARÁ ONDE FOI ENCONTRADA NA SEMANA PASSADA A MAIOR PEPITA DE OURO DOS ÚLTIMOS CEM ANOS NO BRASIL, VAI EXTRAIR MAIS DE 7 MIL KG DE OURO ESTE ANO"

O longa, de Heitor Dhália, produzido pela Paranoid em parceria com a Casablanca, enquanto percorre as salas de cinema, está sendo exibido na Globo neste mês de janeiro de 2014 como minissérie, no mesmo formato de “Xingu” e “Gonzaga- de pai pra filho”. No elenco, Juliano Cazarré, Júlio Andrade, Sophie Charlotte, Matheus Nachtergaele e Wagner Moura, que também é coprodutor.

Você pode se aprofundar pesquisando no link
http://www.facebook.com/serrapeladaofilme

Antes do "Serra Pelada", participei de um dos capítulos do seriado “Malu Mulher”, da Globo, contracenando com Paulo Betti. Gravei em um dos salões do Hotel Caesar Park, em Ipanema. A data, não me lembro, o seriado está arquivado no Cedoc da Globo.

No cinema, entrei numa cena de telejornal no filme de Ipojuca Pontes “Pedro Mico” (1985) que também contou com performance do ator Edson Arantes do Nascimento (Pelé).

Este filme faz parte da filmografia desse ator razoavelmente conhecido... Pelé é tema de um longa que teria começado a rodar em agosto de 2013 (falta confirmar), 
de acordo com a revista Variety. A produção vai girar em torno de toda a carreira do ex-camisa 10 do Santos, desde as primeiras partidas disputadas até vencer a primeira Copa do Mundo, na Suécia, em 1958, aos 17 anos. 

Quem vai fazer o Pelé jovem ? No mínimo, deve jogar bem...

O filme terá direção e roteiro dos irmãos Jeff e Michael Zimbalist, responsáveis por documentários de sucesso como "Favela Rising" e "The Two Es-cobars". Ainda segundo a revista, está programado também o lançamento, este ano, da adaptação da biografia "Messi: The Inside Story of the BoyWho Became a Legend", de Luca Caioli.

Sempre ando em boas companhias...



 

O QUE ESTE BLOG QUER SER

Postado por Berto Filho

Reeditei e publico agora um texto de maio de 2013 sobre o que este blog pretende ser quando crescer...

Estou tentando moldá-lo ao croquis de um observatório do comportamento humano e dos dirigentes das sociedades, guardando distância dos fatos no tempo e no espaço. Nada que lembra os telejornais que apresentei.

É um "refúgio" público onde posso, sem censura, sem patrulhamento, exercitar a liberdade de expressão, a crítica aos costumes decadentes, ao contemporâneo sem humanidade, à omissão do nome do compositor quando tocam sua música no rádio ou no youtube, à clonagem desenfreada de cartões e identidades.  Também pode ser encarado como a extensão de uma bancada de telejornal onde cada um de vocês pode ocupar um espaço e dar o seu recado. Só falta a voz.

Será que vou conseguir ? Sim, se os meus seguidores, pessoas de bem, em número ainda reduzido, se multiplicarem e se entenderem que este espaço pode ser deles também, que suas opiniões podem ser publicadas aqui, mesmo que não coincidam com as minhas, sempre com texto bem escrito e com elegância.
O contraditório faz bem. Não tem efeitos colaterais.

sábado, 25 de janeiro de 2014

O PROGRAMA DA XUXA SAIU DO AR HOJE, SÁBADO

Postado por Berto Filho

Xuxa, no programa 'TV Xuxa', da Rede Globo
Xuxa, no programa 'TV Xuxa', da Rede Globo - Matheus Cabral

Pois é, leio na Veja que a TV Globo resolveu deletar da grade o programa da Xuxa. Este sábado foi o último desta  série. O que não quer dizer que ela não vai voltar mais pela Globo.
Isso vai depender mais dela mesma, da sua capacidade de entrar em sintonia fina com os grandinhos, particularmente no palco.  Nos últimos anos, tentou aproximar-se do público adulto de uma forma um tanto inusitada, abrindo o armário de sua intimidade. Não pegou bem. Sua personalidade artística parece não ter conseguido desconectar-se das inspirações dos primeiros programas.

Do acervo da Xuxa, fazem parte milhões de famílias que criaram seus filhotes à luz do carisma e ao som das canções infantis recordistas de vendas. Parecia uma Barbie brasileira.
 
Talvez esse buraco negro de tempo indeterminado ajude Xuxa e seu establishment  a reencontrar o veio do filão de sua impressionante audiência daqueles tempos de paquitos e paquitas e brincadeirinhas inocentes.

Para lidar com o público adulto, Xuxa precisa saber como reprocessar o viço daquele lastro mágico e colocá-lo a serviço de uma nova jornada na TV Globo e na sua vida pessoal.
Com certeza, ela vai desenvolver mais ainda sua reconhecida sensibilidade social consagrada nos projetos da Fundação Xuxa.
E vai ampliar seus conhecimentos gerais, seu raciocínio político e sua visão de mundo não só para fazer televisão mas para viver melhor, se inserir no contexto real e influir positivamente no desenvolvimento da sociedade, sem abandonar a veia do entretenimento.
E por que não Xuxa na politica ? Olha, é apenas uma sugestão...

Na despedida de hoje, Xuxa prometeu voltar à Globo, naturalmente com o prévio consentimento da Globo para tal afirmação. A Globo ajudou a construir um patrimônio valioso, e, por uma questão de inteligência estratégica empresarial, fará tudo para preservar a imagem da estrela formada na casa desde que a foi buscar na TV Manchete. 

O momento para descanso pode ser bom para ela mas pega de surpresa a decolagem de sua franquia de casa de festas. Para emplacar essa franquia master, os gestores do negócio contavam com uma Xuxa midiatizada sem custo (na Globo) pelo menos uma vez por semana na maior rede do Brasil, com alto salário, merchans, chamadas, etc.  Agora, os comerciais da franquia só entram no ar pagando...  a verba sai da bolsa da rainha dos baixinhos.

Xuxa, obrigado. Até a volta.

A matéria da VEJA está no link
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/em-crise-xuxa-da-adeus-a-tv-por-tempo-indeterminado


A VOZ DO BERTO FILHO NO "SERRA PELADA"

Postado por Berto Filho

Aos fãs deste escriba que locuta : minha voz está no longa e na minissérie (transmitida esta semana pela TV Globo) "Serra Pelada". Confira. É a transcrição de uma notícia lida por mim no Jornal Nacional na epóca em que o garimpo começou a atingir proporções gigantescas.

EMPRÉSTIMO PARA PAGAR O BOLSA FAMÍLIA

Postado por Berto Filho

Recebi a mensagem abaixo de fonte segura. O link remete a um documento do Banco Mundial que, ao que tudo indica, é público e confere com o texto que antecede o link.
Não saiu ainda em lugar nenhum.

Vamos acompanhar, onde há fumaça há fogo.
O Bolsa Família hoje alcança 50 milhões de brasileiros, ou seja, 50 milhões de votos potenciais agradecidos pela Bolsa abençoada. A verba "milagrosa", que agora sabemos, é abastecida também pelo insuspeito Banco Mundial, vai subir ainda mais este ano, que, não por acaso, é eleitoral. A oposição evita criticar o programa para não perder votos desse enorme curral de agraciados. Voto de cabresto do século 21.
O BF necessita urgentemente de portas de saída senão vai se transformar numa bola de neve social impagável. 




Agora, a denúncia.

O BRASIL ESTÁ PEGANDO EMPRÉSTIMO NO FMI PARA PAGAR O BOLSA FAMÍLIA
Até o momento foi contraído (um empréstimo de) 572 milhões de dólares, que equivale a quase 2 bilhões de reais, sobre o qual incidirão juros. O país terá um aumento grotesco da inflação e cairá no abismo econômico de forma semelhante ao que ocorreu na Grécia. Essa é uma informação muito grave: o PT está endividando o país para manter os votos dos beneficiários do Bolsa Família.
http://www.worldbank.org/projects/P087713/br-bolsa-familia-1st-apl?lang=en&tab=overview

Se essa denúncia é apenas um granada sem pavio, só o tempo vai confirmar. Mas o governo pode se entecipar e comprovar que não tomou nenhum centavo enprestado do Banco Mundial para pagar o BF. E explicar didaticamente de onde vem a grana que banca o programa.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

FIM DO PAGAMENTO DO IR PARA QUEM TEM MAIS DE 65 ANOS

Postado por Berto Filho

Depois de consagrar a ficha limpa (políticos), a PEC do MP e outras proezas pelo mundo, a ong Avaaz volta sua baterias para acabar com a cobrança do IR para cidadãos brasileiros a partir dos 65 anos de idade.
A meta é superar 2.000.000 (dois milhões) de assinaturas. E rapidinho.

Se você, visitante, quiser aderir, é só clicar em
http://www.avaaz.org/po/petition/ISENCAO_DO_IMPOSTO_DE_RENDA_PARA_PESSOAS_COM_MAIS_DE_65_ANOS_DE_IDADE/?codHQab
e assinar.

A maioria dos idosos brasileiros, principalmente aqueles que já contam com mais de 65 anos, estão passando muitas dificuldades financeiras.
Com a idade avançada, o idoso tem mais despesa com tratamento de saúde, planos, remédios, fisioterapias, melhor alimentação, etc.
Paradoxalmente, quando mais precisa de recursos para garantir sua sobrevivência e do seu cônjuge, o reajuste de sua aposentadoria não acompanha o índice de reajuste do salário-mínimo para o pessoal da ativa.
Significa dizer, que passam a receber menos, para sobreviver.
A isenção do Imposto de Renda diminuirá esse impacto.
http://www.avaaz.org/po/petition/ISENCAO_DO_IMPOSTO_DE_RENDA_PARA_PESSOAS_COM_MAIS_DE_65_ANOS_DE_IDADE/?codHQab

PS: Mesmo que não seja esta a sua situação agora, poderá ser no futuro. 

Depois que alcançar essa meta, a Avaaz poderia peticionar para aumentar o reajuste anual das aposentadorias para quem ganha acima do SM para um porcentual igual ou superior ao reajuste do mínimo.
Outra causa muito justa é ampliar a aposentadoria dos que ganham apenas 1 SM (o pessoal do LOAS) para 1,5 SM.

E pressionar os bancos para que emprestem dinheiro para esta faixa de aposentados, que está totalmente excluída do sistema financeiro. Só servem para dar lucro aos bancos.
Os bancos nadam de braçada, recebem o dinheiro do INSS para esse aposentado, ganham juros aplicando esse dinheiro na massa diária de empréstimos e movimentações financeiras, financiam as demais faixas de clientes mas não emprestam um centavo para esse aposentado "útil".
É uma aberração.




quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A NOVIDADE DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Postado por Berto Filho


senador Randolfe Rodrigues, do PSOL/AP

A novidade, o candidato espoleta, a cara nova que está sendo colocada a tapa nas telas é esse aí, o jovem senador Randolfe Rodrigues, do PSOL, nascido em Garanhuns, PE (terra do Lula) e morador do Amapá desde os 8 anos de idade. É o senador mais jovem do Brasil e um dos mais atuantes no Congresso. Jeito de menino simples do sertão nordestino (complica o marketing que controla o curral nordestino do PT), cheio de boas intenções (o inferno delas está lotado, mas, como coração de mãe, sempre cabe mais uma...), jeitoso, bom comunicador, passa sinceridade, parece ser católico carola (será ?), rejeição zero e conhecimento (pelo eleitor nacional) ainda zero. Um senador aparentemente sem vícios, dono de uma biografia saudável, com a vantagem de conhecer bem o Senado por dentro. O pior na política já sabe o que é e como se faz. Ou como e porque não deve fazer.

Não é muito cedo, não está muito cru para se contaminar com a lama dos compromissos conflitantes que um candidato a presidente é forçado a assumir com as diversas corporações e colégios eleitorais antes e durante a campanha ? Terá peito e forças para cumpri-los ? Será um azarão com o apoio das "anônimos" das ruas que crepitaram como labaredas inapagáveis nas manifestações de junho ?




Poderá ele atrair os eleitores de Marina que não dão liga com Eduardo Campos, do PSB ? Marina e Campos, ou melhor, os seguidores de Marina estarão dispostos e votar no governador de Pernambuco, com Marina candidata a vice ou não ?

O jogo da sucessão começa a sacudir a poeira. Uma luz tênue acena no fim do túnel. No momento, essa luz é a do senador Randolfe.

O PSDB  está sendo jogado diariamente pela mídia no lamaçal do mensalão mineiro e do trensalão paulistano. Pode não dar em nada mas fica a cicatriz, como batom na cueca.

Serra está calado. Aécio ne defensiva porque o mensalão mineiro ronda a sua biografia.

Enquanto isso, Dilma reina na mídia. Hoje foi o discurso na Fifa, entidade cuja imagem no Brasil está próxima de de Cabral para o eleitor do Rio. Quem posa ao lado do sr. Joseph Blatter não fica bem na foto... Se a Copa for bem e o Brasil campeão, já disse isso aqui, Dilma e o PT vão capitalizar o ganho, dependendo do alcance e dos estragos das possíveis manifestações. A favor do recall na política e do fim das aposentadorias de políticos, por exemplo. Mas o superfaturamento dos estádios está virando peça de museu, segredo de Estado. O governo travou a divulgação dos números. Não se fala mais nisso...


No Rio, o candidato Pezão fica entre a cruz e a espada : Dilma ou Aécio ? Quem dá (ou tira) mais (votos) ?

Mudando de assunto e de personagem.
A rapidez da arrecadação de doações para José Genoíno e Delúbio espanta até os gestores do Criança Esperança... sem campanha na TV, só na internet e doações vindas de quem ? Sim, de simpatizantes do PT, de seguidores das palavras de ordem do socialismo petista, de pessoas inconformadas com o julgamento do Mensalão. Não deve ser por pura peninha do "sofrimento" dos condenados.

O ministro Joaquim Barbosa está de férias, olhando os rolezinhos e as fagulhas do processo eleitoral, de fora, de cabeça fria, carregando a bateria. Sua toga faz tremer. O nome dele também não saiu do imaginário da sucessão. Se ele entrar no páreo, pode embolar tudo. Sua negritude incomoda.

Para não perder o bonde da notícia atual :  o papel do presidente do Barça na compra de Neymar pelo Barcelona tem conexão com antigas paradas desse senhor envolvendo Ricardo Teixeira. Transações nada transparentes.

domingo, 19 de janeiro de 2014

ROLEZINHO : SUBURBAN WAY OF LIFE

Postado por Berto Filho

Um desejo inconsciente de se integrar, de afirmação social, de anti-racismo , de ser diferente ou de ser igual a quem se aspira a ser ? Insatisfação contra a falta de opções de cultura, lazer e esportes nas periferias ? Consumismo favorecido por pleno emprego e crédito fácil, despertado nas classes de baixa renda e escolaridade pelos flashes da propaganda que estimulam o consumo especialmente de supérfluos ?

O shopping center deveria se suburbanizar e ser construído onde o periférico está, e funcionar como os shoppings centrais ? Faz sentido.

Esse shopping desejado no inconsciente coletivo dessa massa teria que ter o modelo de um grande clube de consumo com espaços para esportes, shows e convivência harmoniosa entre seres da mesma classe. Além, é claro, de lojas que vendam o que eles querem consumir.,

Serão os rolezinhos ensaios técnicos da manifestação de junho de 2013 (como os ensaios de escolas de samba...) nos principais templos de consumo do país preparando o espírito para as agitações urbanas de 2014 ou não tem nada a ver ? A semelhança começa na convocação pelas mídias sociais. Encontros marcados para assombrar, barbarizar ?

Habitaria o rolezinho o DNA de uma subliminar luta de classes manipulada por algum cérebro endiabrado ?

Ou será um simples divertimento inocente, uma manifestação cultural permissível até que, precedida por ruidosos chavões anti-elitistas bradados em gritos de guerra preventiva oral e/ou por meio de efetivas ações predatórias, a la Black Blocs, exploda em luta campal e aí tem que ter polícia reprimindo para salvaguardar lojistas e consumidores bem comportados e bons gastadores (da velha classe média, salvação dos lojistas), conforme observado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin ?

O rolezinho vai se alastrando como praga moderna a partir da periferia de São Paulo (cidade que anda ditando moda no lançamento de fenômenos sociais de massa) criando um movimento novo que poderia ser denominado de suburban way of life (expressão que me ocorreu agora), estilo de vida da periferia jovem que tem algum dinheiro no bolso e uma vontade imensa de curtir a vida, se divertir, mesmo que à custa de provocar sustos ou aturdir a sociedade (como se fora uma intimidação para conscientizar as camadas mais afluentes do capitalismo selvagem).

Buscariam inconscientemente afrontar a velha classe média, se destacar na multidão e promover uma arruaçazinha (ou arruaçazona, dependendo do conteúdo explosivo de suas palavras de ordem) apenas para entrar na mídia e usufruir a glória efêmera desse sucesso ?

O algum dinheiro no bolso que arde instantaneamente nos shoppings aos apelos dos anúncios das TVs para a conquista de novo status, tentação insidiosa, provém de uma combinação de fontes e bondades, entre elas salário do primeiro emprego, salário desemprego, pleno emprego (em alguns setores da economia), sobras dos milagres da engenharia social do atual governo federal, incluindo a distribuição gratuita de renda mínima aos 50 milhões de assistidos do Bolsa Família, as cotas no ensino público e o acesso facilitado a empréstimos e financiamentos (lembro a alta inadimplência do “Minha Casa, Minhas Dívidas”, um freio psicológico que não parece funcionar direito...).

Serão os protagonistas desse novo seriado de pesadelos urbanos pequenos anarquistas manipulados por uma inteligência soturna, ainda oculta por disfarces de difícil decifração, que estaria plasmando uma nova luta de classes nos octógonos privilegiados em que podem se transformar os shopping centers, novas arenas que se somariam aos estádios de futebol ?

Um pouco de tudo isso, talvez.

Não sou doutorado em rolezinho, nunca presenciei um, até porque sou meio avesso a frequentar shoppings, acho aquilo tudo muito artificial. Prefiro as lojas de rua, as 25 de março da vida.

Como um cidadão curioso (todo jornalista tem esse vício) e mesmo a uma distância considerável de um shopping center, convoquei meus neurônios neste domingo a refletir sobre essa anomalia que vagueia entre ser saudável ou doentia.

As notícias que seguem são de ontem. Há promessas de rolezinhos por toda parte.

Onde vai parar isso ? E tem o perigo da politização, do oportunismo partidário, o PSOL já aparece no epicentro de uma dessas eletrizantes invasões de shopping.

“O Globo :
Grupo promove correria no Plaza Shopping, em Niterói

Um grupo de cerca 50 pessoas, algumas filiadas a partidos políticos, promoveu um tumulto no Plaza Shopping, em Niterói, no início da noite deste sábado, 18. Os manifestantes entraram no centro comercial gritando palavras de ordem contra a discriminação racial e repetindo expressões usadas em protestos, como “não vai ter Copa”. O movimento foi liderado por Paulo Henrique Lima, que foi candidato a vereador pelo PSOL em São Gonçalo.

As lojas foram orientadas por seguranças a fechar as portas, mesma atitude adotada pela administração do shopping, que permitiu apenas a saída dos clientes que estavam no local. Quando o grupo chegou ao segundo piso, onde está localizada a praça de alimentação, um boato de arrastão causou um princípio de tumulto. O corre-corre chegou a se estender para a área central do centro comercial. Apesar disso, o protesto seguiu pelos corredores, de forma pacífica. Nada foi danificado nem qualquer produto roubado. Ainda assim, a maioria dos frequentadores preferiu deixar o local.

Os manifestantes tentaram entrar nas poucas lojas que ainda estavam com as portas abertas, ou semiabertas, mas foram impedidos pelos seguranças. Eles se dirigiram à área dos cinemas, mas foram igualmente barrados.

O criador da página do rolezinho de Niterói no Facebook, Thiago Corrêa, não compareceu ao ato porque está em Buenos Aires. Por meio da rede social, O GLOBO entrou em contato com ele. Thiago afirmou que a convocação do evento foi uma ironia:

— Quando ocorreu o rolezinho em São Paulo, a polícia provou quem é perigoso, quem é violento de verdade nesta história. O intuito do evento é irônico, sempre irônico. Não é esse intuito direto, preto no branco, que a imprensa impõe aos fatos. Quando criei o evento, quis alertar para posições racistas que ocorrem todos os dias no Brasil — disse, por mensagem no Facebook.

Ilha Plaza reforça a segurança

A segurança também foi reforçada no shopping Ilha Plaza, na Ilha do Governador, onde aconteceria um rolezinho às 16h. O clima era de tensão. Para ajudar no controle de quem entrava no shopping, as duas lojas que têm acesso pela área externa fecharam as portas. Quem entrava no estabelecimento, ficava sob os olhares atentos de dezenas de seguranças que tomavam conta dos corredores e se comunicavam por rádio.

Do lado de fora, havia quatro policias militares na porta do shopping. Um carro do Batalhão de Choque (BPChoq) circulava pelas ruas próximas. Passageiros de vans eram revistados.

— Está todo mundo apavorado. Os lojistas já foram orientados a fechar o comércio, caso tenha o rolezinho— disse o lojista Carlos Megia.

Além dele, funcionários aguardavam alguma movimentação estranha.  A notícia de que haveria um rolezinho acabou levando dezenas de curiosos para a porta do shopping.

Apesar do clima de pânico entre os comerciantes, clientes circulavam pelo shopping normalmente. A praça de alimentação estava lotada, e muitas pessoas queriam saber o que estava acontecendo.

— Teve algum assalto aqui? Está seguro para ir embora? — perguntava Josilene Faria a um funcionário do estabelecimento comercial.

A gerente financeira Soraia Rodrigues também estava surpresa com a movimentação.”

Estou voltando. É, o rolezinho já é a vedete deste verão e tende a pipocar e gerar consequências, não sabemos quais, como o possível pânico de frequentar shoppings, o que seria um desastre total para esse importante segmento.

Aqui em Cabo Frio foi inaugurado no fim do ano passado o Shopping Park Lagos. Quem se atreve a tirar o lacre virtuoso desse templo de consumo com um rolezinho sinistro ?

sábado, 18 de janeiro de 2014

BOICOTE SURREALISTA

Postado por Berto Filho

Tá no G1.
Cariocas propõem boicote a preços altos e 'Surreal' como nova moeda


 
Eu (Berto Filho) aderi. Esta moeda surrealista precisa circular também em Cabo Frio, onde eu moro, para baixar os preços elevados ao cume do Himalaia por causa dos turistas endolarados. Ganância deveria ser crime inafiançável, punível com abstinência de lucro, fornecimento de cestas básicas gratuitas e outras penitências. Empresários de supermercados, lojistas, ambulantes, donos de bares e restaurantes fingem que não é com eles. Surreal neles !

 

Informa o G1 : Uma página criada no Facebook na tarde desta sexta-feira (17) adquiriu, em pouco mais de seis horas, cerca de 30 mil seguidores. O que mobilizou tanta gente foi o convite ao boicote a estabelecimentos comerciais que cobram preços altos por produtos e serviços no Rio. O protesto surgiu acompanhado de uma sátira, que propõe a criação de uma moeda exclusiva para a capital fluminense. Chamada de ‘Surreal’, ela tem como símbolo estampado nas notas o rosto do pintor surrealista espanhol Salvador Dalí.

A arte foi criada pela jornalista Patrícia Kalil, de 35 anos. Ela leu na quinta-feira (16) na coluna Gente Boa, do jornal "O Globo", a sugestão do webdesigner Toinho Castro de se criar uma moeda própria que combinasse com os altos preços praticados no mercado local, a qual nomeou de ‘Surreal". “Li a nota, dei risada e fiz uma pausa no trabalho para fazer a arte. Está realmente surreal o preço do Real. Todo mundo que conheço trabalha e está duro. Eu nunca vi nada igual no Rio”, disse Patrícia.


Inspiração em manifesto

Para criar a arte, Patrícia conta que se inspirou no Manifesto Surrealista, do escritor francês André Breton, que propunha, entre outros princípios, a expressão artística isenta de qualquer lógica. “Ele fala dessa falta de sentido das coisas. Mas posso dizer também que me inspirei em outras notas que foram criadas artisticamente, como a de zero dólar, do artista plástico Cildo Meireles”, explicou a jornalista.

Patrícia compartilhou a arte das notas na rede social ainda na quinta-feira e se surpreendeu ao ver que um dia depois a imagem já fazia sucesso e que a ideia ganhou uma página com milhares de seguidores. "Quanto mais barulho fizer, melhor será. Ia ser muito legal se, no carnaval, a gente usasse o Surreal para comprar cerveja', brincou.

Preços abusivos
Conforme o G1 mostrou em reportagem publicada na quarta-feira (15), tem barraca de praia no Rio cobrando R$ 40 por uma salada de fruta, R$ 60 por uma porção de calabresa, que numa rede de bares da cidade custa R$ 26. Na página criada no Facebook os internautas estão publicando imagens de cardápios variados apontando os absurdos cobrados. Na descrição da página, o criador sugere que seja feito um boicote a estes estabelecimentos que cobram valores exorbitantes por produtos e serviços.

De acordo com o diretor jurídico do Procon-RJ, Carlos Eduardo Amorim, o conceito de preço abusivo não está expresso de forma clara pelo Código de Defesa do Consumidor. Ele explica que a lei proíbe o aumento injustificado do preço. “O Procon-RJ considera preço abusivo é aquele indubitavelmente cobrado acima da média do mercado”, disse.

Amorim destacou que o consumidor deve acionar o órgão para denunciar os estabelecimentos que cobram valores muito altos. Para tanto, podem procurar qualquer um dos postos do Procon no Rio ou ligar para o 151

Agora é comigo : aqui em Cabo Frio, como é que se faz para a gente se defender desses assaltantes ? O MP e o Procon vão dar conta ? Os incomodados que se agitem. Por que não fazer um rolezão social contra os gananciosos ?  Recrutar gente disposta a fazer manifestação na porta de estabelecimentos careiros seria uma boa .,. 

Quem se habilita ?
Um pouquinho de anarquia organizada não faz mal... 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

GAROTINHA CANTA ÓPERA COMO GENTE GRANDE

Postado por Berto Filho

Dom inato, talento precoce, essa garota do vídeo abaixo sai do comum, supera a expectativa. Onde vai parar ainda não se sabe. Mas é uma bom batizado para uma carreira de diva. Vários grandes de hoje, na música erudita e na popular, foram revelados em programas de calouros com auditório. Raul Gil e o "The Voice" são exemplos de grandes peneiras, como foi, no passado, a "Peneira Rhodine" do meu tio Eros Lelot na Rádio Cultura de São Paulo, anos 50. 

Dá gosto ouvir essa menina de apenas 9 anos de idade. Prove.

 
http://www.flixxy.com/9-year-old-girl-sings-opera-on-hollands-got-talent.htm

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

PRESIDIO DE PEDRINHAS E A FALÊNCIA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO

Postado por Berto Filho

Minha rede de colaboraores está funcionando.
Fui ao Face do amigo e advogado Adriano Mezzomo, do escritório Mezzomo & Associados, e lá pesquei esse artigo do Bernardo Santoro, Mestrando em Direito (UERJ) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política da Faculdade de Direito da UERJ. Advogado e Diretor Administrativo do Instituto Liberal.
Pedrinhas ou pedregulhos no caminho...

Você está e acordo com o que o Bernado propõe ? Deixe aqui suas impressões.
"O caos que está acontecendo no Maranhão é um dos fatos políticos mais relevantes do começo do ano, já que o Estado é governado por Roseana Sarney, filha de um dos homens mais poderosos do Brasil, o Senador José Sarney, e aliado dileto do governo federal.

A insegurança que ronda o Estado teve origem em uma série de ordens vindas de dentro do Complexo Prisional de Pedrinhas, na capital, para que grupos organizados saqueassem, incendiassem ônibus, roubassem e até matassem pessoas como forma de chamar a atenção para o que estaria ocorrendo dentro do presídio e, bem… também porque o crime organizado faz isso mesmo, ainda que sem motivo.

E o que está acontecendo em Pedrinhas é um absurdo mesmo: agentes penitenciários chantageando parentes a terem relações sexuais com eles para que os presos não fossem mortos, extorsões, decapitações, em suma, tudo o que não se recomenda em matéria de direitos humanos.

E antes que alguém fale que aqueles presos não são seres humanos, eu já respondo que são sim. São seres humanos da pior espécie, mas são. E devem ser tratados com um mínimo de dignidade pelo Estado de Direito. É esse tratamento com dignidade que faz com que a sociedade civil pacífica seja melhor do que eles, em todos os sentidos (morais, econômicos, culturais, entre outros).

Até aqui, muitos esquerdistas assinariam esse texto, mas agora começamos a nos separar. As soluções que eu ouvi para solucionar o caos nos presídios foram os piores possíveis: aumento do investimento público, aumento de agentes penitenciários, maior rigor com os presos… ou seja, os arautos da obviedade defendem a ampliação da função estatal que criou o atual quadro de calamidade.

O encarceiramento é apenas a maximização de uma lógica autoritária de Estado que independe se você é de direita ou esquerda. O importante para o Estado (e para quem o controla hoje e em outras épocas) é controlar o que os cidadãos que estão fora da prisão podem fazer e pensar, através de legislações sociais e econômicas, e somente na hora que o Estado permitir. A vida prisional é apenas o experimento definitivo de um modo de visão de mundo que já ocorre em menor escala fora da prisão.

Agora vamos apresentar uma outra visão.

Quando carcereiros e a direção do presídio criam um caos, há uma comoção social pelo que está acontecendo ali, e essa demanda provavelmente gerará mais recursos para as penitenciárias, e caso o serviço dessas penitenciárias piorem, haverá ainda mais comoção social e mais recursos. No final, a lógica do Estado é justamente ganhar mais verbas (e exigir mais impostos) sempre que o serviço piora mais.

O que precisamos, para reduzir o caos social, é racionalizar o direito penal, aplicando-o onde ele realmente se faz presente, como nos crimes contra a vida e a propriedade. Para isso, precisamos dar os seguintes passos:

1 – Descriminalização de crimes sem vítimas, que são crimes que legislam moralidade e cuja pessoa que pratica o ato é a única prejudicada, sem prejudicar terceiros. Com isso, o Estado passa a ter recursos materiais e humanos para focar na investigação e processo de crimes de verdade, como roubos, homicídios e estupros;

2 – Despenalização de crimes menores, substituindo a pena privativa de liberdade por pena de multa, abrindo espaço na prisão para bandidos que realmente ameaçam a paz social;

3 – Aumento, reforço e efetivo cumprimento da pena para criminosos de alta periculosidade, com o fim de regalias como indulto de natal;

4 – Maior ênfase no estudo e trabalho prisional, porque “mente vazia é a oficina do diabo”, como diz o ditado popular;

5 – Desestatização do sistema penitenciário, com a adoção de incentivos naturais de eficiência de mercado na privatização de presídios.
A experiência mineira tem se mostrado bem sucedida, sendo mais barata, digna e socializadora para detentos, parentes e agentes, onde esses últimos deixam de ter poder de polícia.

Com isso, passaremos a ter menos tragédias e mais dignidade dentro e fora dos presídios, além de se racionalizar o combate ao crime no Brasil, com menos desperdício de recursos e mais liberdade."