sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

UMA CORTADA DECISIVA

Postado por Berto Filho

http://e.i.uol.com.br/album/110308esporte_mulher_f_001.jpg
Uma cortada decisiva

Ana Moser, autora do texto extremamente lúcido e bem fundamentado que segue este intróito, publicado na edição 781 da revista Carta Capital, e também dirigente do Instituto Esporte Educação, filiado à Rede Esporte pela Mudança Social - REMS - , é uma lenda do voleibol feminino brasileiro. Considerada uma das maiores atacantes brasileiras da história do voleibol, fez parte da geração que trouxe a primeira medalha olímpica para o voleibol feminino no coletivo.  Acumulou medalhas na categoria de base da Seleção Brasileira pela qual também disputou três edições dos jogos olímpicos de verão, medalhas em Jogos Pan-Americanos, Copa do Mundo, Copa dos Campeões e Campeonato Mundial. Em várias competições foi a capitã da seleção principal e obteve títulos importantes.

Sua cortada agora vale ouro porque ela simplesmente alerta o país para a necessidade de o Brasil ser o país do esporte e não apenas do futebol. E não por razões meramente esportivas. Ana Moser recomenda "um sistema de esporte para que o País, governo e sociedade, estabeleçam uma visão coletiva do que é, para quem, de que maneira e para que serve o esporte". 

Concordo com ela. Presido a ong Organização Surfe do Brasil, também filiada à REMS onde ensinamos natação no mar e surfe para crianças e adolescentes das comunidades da orla brasileira. Estamos no mesmo barco, na mesma prancha e na mesma rede.
O esporte transforma vidas, forma cidadãos, projeta a imagem do país no mundo e é o maior embaixador que uma nação pode ter.    

ANA MOSER

O futebol é a única cultura esportiva presente em todo o país. Estimular a expansão de outras modalidades é também uma questão de saúde pública.

Apesar de assistir esporte, o brasileiro faz pouco esporte. Mais de 60% das crianças e jovens das escolas brasileiras são considerados insuficientemente ativos, e cerca de 30% dos maiores de 18 anos são considerados ativos.
Isso acontece porque não temos cultura de prática esportiva ou estrutura suficiente para todos no País. A exceção é o futebol, que atinge diretamente uma parcela da nossa população, especialmente homens.

O futebol é a única cultura esportiva amplamente estabelecida no Brasil e acontece espontaneamente, com ou sem apoio - crianças, jovens e adultos se organizam em times, campeonatos, peladas e brincadeiras com abola nos pés. Acontece nas pequenas, médias e grandes cidades de norte a sul, do campo de várzea na Selva Amazônica, na hora do recreio de uma escola pública qualquer, no gramado do Maracanã: está em todo o lugar.
E a Seleção Brasileira é a representação máxima dessa cultura.

Imagine essa cultura do futebol em todas as modalidades e manifestações esportivas. Atingindo não só homens que jogam bola, mas homens que não têm habilidade com a redonda nos pés, assim como meninas, moças e mulheres com os mais diferentes interesses e relações com a prática motora, o lazer, a saúde e a competição. Este seria um País inteiro dentro do esporte, uma visão do ideal de futuro.

Existe um esporte diferente para cada indivíduo, com objetivos e estratégias adequadas a cada perfil e de acordo com cada contexto. O voleibol que eu joguei em três Olimpíadas pouco tem a ver com o jogo de pré-adolescentes do 5º ano do Ensino Fundamental. Nem tem a ver com a brincadeira casadas contra solteiras na praia durante as férias. São diferentes jeitos de jogar vôlei, no formato e no propósito. Porém, são iguais em um princípio: todos os diferentes esportes e atividades físicas impactam positivamente na vida de quem pratica regularmente.

Estudos internacionais apontam evidências concretas no desenvolvimento do que os cientistas chamam de capital humano: social, individual, intelectual, emocional, físico e financeiro. Cada tipo de atividade motora desenvolve mais uns ou outros, como, por exemplo, uma pessoa que corre quatro vezes por semana vai desenvolver mais o capital físico, enquanto num grupo de amigos que jogam basquete no parque uma vez por semana a pessoa vai desenvolver mais o capital social. Todos os conhecidos benefícios do esporte, bem-estar, qualidade de vida, cidadania etc., podem ser encontrados nesses capitais humanos.

Por outro lado, estamos em uma escalada mundial da inatividade física, a um custo de centenas de bilhões de dólares a cada ano. O estilo de vida das "telas", a migração para as cidades, a falta de investimento em espaços para atividades físicas e de políticas educativas para hábitos ativos são as principais causas da aceleração dessa epidemia mundial. As conseqüências são despesas com saúde de 2,7 mil dólares por ano a mais para cada pessoa inativa, 51% mais chances de atraso na vida acadêmica, 30% mais chances para crianças inativas se tornarem obesas, uma semana a menos de trabalho por ano por doença e milhões de mortes prematuras na conta da falta de atividade física.

Um sistema de esporte para que o País, governo e sociedade, estabeleçam uma visão coletiva do que é, para quem, de que maneira e para que serve o esporte. Que se definam os agentes do sistema, quem são, suas demandas e responsabilidades para fazer acontecer os diferentes tipos de esporte para os diferentes públicos. E que se construam as estratégias para o financiamento e assim viabilizar de maneira contínua e sustentável as práticas esportivas em cada cidade do Brasil.

0 primeiro passo é estabelecer um pacto nacional que descreva as características de cada manifestação esportiva e defina as finalidades para os diferentes públicos em cada fase da vida. No Brasil, o esporte é orientado por três manifestações: educacional, participação e rendimento. Seja na definição legal, seja na prática, há, no entanto, uma confusão entre os limites que separam as manifestações, seus objetivos e espaços consagrados. Qual é o esporte da escola, quem fomenta o lazer esportivo, quem cuida da competição escolar e do esporte de base etc. Esse tipo de categorização leva a pensar mais na ferramenta do que no beneficiário.

O Canadá é bom exemplo de uma política orientada para o público-alvo. A visão da política esportiva canadense (Canadian Sport for Life) é de uma nação ativa e saudável, 100% da população, dos 0 aos 80 anos, integrada a um estilo de vida ativo. Dentro desse pacto nacional são definidos os parâmetros para cada faixa etária, contemplando os diferentes objetivos de cada pessoa com o esporte.

Essa visão orienta, por exemplo, que a especialização e os treinamentos das modalidades esportivas se iniciem após a "alfabetização motora" e para aqueles com perfil adequado, o que representa cerca de 30% dos canadenses em torno de 12 anos, ou 15% dos jovens de 18 anos. Outra parcela seguirá com hábitos ativos pela vida, outros levarão mais a sério e serão atletas amadores, quase 40% da população com 40 anos de idade. E assim por diante.

O Brasil precisa estabelecer essa visão nacional, detalhar, disseminar e integrar, numa política ampla e qualificada, o sem--número de iniciativas de programas públicos e privados, confederações, federações e ligas, clubes e associações, universidades, ONGs e indivíduos que têm feito o esporte acontecer no Brasil.

O esporte no País tem se organizado a partir de quatro pilares principais: o sistema federativo (federações e confederações), os clubes e associações, o sistema educacional e o esporte comunitário. O setor público funciona como um agente transversal que trabalha como apoio em política, estrutura e financiamento para os outros pilares, por vezes tomando para si responsabilidades que seriam de outros setores.

A função do sistema, a partir da visão nacional, é facilitar o funcionamento dessa rede de agentes, estabelecer responsabilidades para municípios, estados, sistema federativo, combinar programas das pastas de Educação, Saúde e outros, estabelecer metas e cronogramas articulados, ordenar e qualificar as práticas.

Um exemplo da organização de agentes esportivos em redes é o School Sport Partnership, a política pública que a Inglaterra implantou de 2002 a 2010 e que tinha como visão incluir 100% dos alunos das escolas numa rotina de cinco horas de atividade motora por semana, meta alcançada em meados de 2008.

A estratégia foi criar redes regionais tendo como centro escolas especialistas em esporte, que no Brasil seriam as escolas de ensino integral, articulando planos e ações a envolver os poderes públicos nacional e regionais, agências de educação e esporte, escolas secundárias e fundamentais, clubes locais, sistema federativo e outros atores da comunidade para garantir a carga semanal de atividade física para os alunos de cada rede, a coordenação nacional do programa, qualificação da prática, ampliação das competições e festivais com participação das comunidades locais, como também a ampliação da participação dos profissionais do esporte, além do engajamento de jovens.

No Brasil, a atual política de esporte na escola é o Segundo Tempo (Ministério do Esporte) no Mais Educação (Ministério da Educação). Em 2013, foram 6 mil escolas com esporte no contraturno e a meta para 2014 é saltar para 26 mil escolas e 60 mil em 2015, cerca de 35% do total geral de escolas públicas. O exemplo inglês pode ajudar a resolver a questão dos outros 65%, assim como também a mesma ideia de redes regionais para articular as redes de esporte e de saúde, para ampliar o número de jovens e adultos ativos. Ou redes de clubes, escolas e federações esportivas, para qualificar e ampliar o esporte competitivo de base por todo o País. Articular, planejar, estabelecer metas e cronogramas: não há segredo nessa receita.

O financiamento do esporte no Brasil ainda tem muito a evoluir, é fruto de acasos ou iniciativas isoladas e sem continuidade. A média de recurso das secretarias municipais de Esporte das 12 sedes da Copa do Mundo gira em torno de 0,4% dos respectivos orçamentos municipais. Há também financiamento por renúncia fiscal - Imposto de Renda (federal), ICMS (estadual), ISS e IPTU (municipal) -, mas com impacto bastante pequeno em volume e capilaridade.

O fato de o Brasil receber a Copa do Mundo e a Olimpíada ampliou e concentrou o investimento público nas confederações e nos atletas de elite, investimento que será crescente até 2016 e que deverá cair na seqüência.

É preciso ampliar e diversificar as fontes de financiamento e garantir que as prioridades apontadas na legislação sejam observadas. Democratizar as leis de incentivo em todos os níveis federativos, fundos para o esporte ligados a conselhos de esporte e combinação de recursos entre as pastas de Esporte, Educação, Saúde e o sistema federativo do esporte seriam as primeiras e principais iniciativas para que seja possível implantar as estratégias orientadas pela visão de uma Nação ativa para todos.

 

PETISTA PROPÕE CONFISCAR RENDA DA CLASSE MÉDIA

Postado por Berto Filho

Veja, ouça e reflita sobre este vídeo assustador de um  deputado do PT que propõe o confisco do dinheiro da classe média (que ele classifica como ricos) mas ,como diz, é só para depois das eleições.
A luta de classes está se armando.
http://www.youtube.com/watch?v=3MJFH0_otuU&sns=em

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

UCRÂNUA AO SOM DA BALALAICA (*)

 Postado por Berto Fiho

(*) Balalaica é um instrumento musical criado na Rússia cujo som é uma das trade marks da música desse país. Pode ser ouvido neste link :
https://www.youtube.com/watch?v=tQvtVve5p_w


Não sou especialista em Ucrânia, país muito distante do Brasil e hoje no centro das atenções da mídia. Por isso vou recorrer a um jornaista que está de olho nesse país rachado em dois. Ali, está sendo travada uma queda de braço, por equanto diplomática, entre a Russia, a União Européia e os Estados Unidos - este, entrando por fora para reforçar o time ocidental que joga este jogo perigoso - que nos remete a lances da Guerra Fria.

Um texto que esclarece as coisas foi escrito pelo Caio Blinder, colunista da VEJA que mora em NY e faz parte do elenco do programa Manhattan Connection, da Globo News.

O título é :
"Putinadas e patinadas na terra dos avestruze"


Putin nada diplomático 

Vamos tentar estar na pele (ou no dorso nu) de Vladimir Putin. Claro que tudo o que está acontecendo na Ucrânia é terrível para ele e seus sonhos de preservar o que sobrou do império russo (czarista e comunista) ou mesmo de restaurar algumas de suas glórias. Uma Ucrânia na órbita russa é essencial para o projeto putinesco (vocês preferem assim ou putinista?). Putin não morria de amores pelo deposto presidente Viktor Yanukovich, o escroque que criava avestruzes na sua casa de campo, mas era o homem de Moscou em Kiev.

Putin, afinal, disse em abril de 2005 que o colapso da União Soviética fora “a maior catástrofe geopolítica” do século 20. Isto e não o nascimento dela ou o nazismo. Bem, não dá para consertar o estrago, mas ainda é possível causar muito estrago. Portanto, a crise ucraniana exige esmero geopolítico, especialmente porque paixões da Guerra Fria continuam acesas, inclusive com o temor de uma intervenção militar direta dos russos na Ucrânia, que eu considero improvável.

Natural que Putin sendo Putin, ele jogue de forma dura e cínica. Natural que a patria-mãe se preocupe com os seus interesses (como a base naval em Sevastapol, na Crimeia) e a proteção da minoria russa na Ucrânia (qualquer país faria o mesmo). Realizar exercícios militares, intimidar e também negociar fazem parte do figurino.

Putin não aceitará facilmente a separação ucraniana de Moscou, mas o risco é que no seu jogo ele provoque o separatismo do país, algo que não interessa a ninguém. Do lado ocidental, a jogada é ter firmeza, mas evitar provocações, inclusive com a ênfase de tratar a Rússia como parceira na inglória missão de resgatar a economia ucraniana. O problema é que Putin pode ir para o lado contrário e estrangular a economia ucraniana, como já fez no passado ao fechar a torneira de gás natural, além de cancelar empréstimos e comércio. Não seria racional fazer isto. Em caso de implosão ucraniana, também vai sobrar para Putin. A Ucrânia não é uma republiqueta no quintal russo.

Será preciso uma pressão global para impedir gestos extremamente perigosos como o uso de força militar por Putin. Parte do esforço será convencer a desconfiada minoria russa no país que é do seu interesse uma Ucrânia democrática, próspera e indivisível, na qual os direitos desta minoria sejam respeitados e ela não seja hostilizada. Tarefa difícil diante da existência de rancorosos setores ultranacionalistas na Ucrânia que querem ver o circo pegar fogo, além da grave crise econômica no país

Zbigniew Brzezinski, ex-assessor de segurança nacional no governo Carter, ex-guerreiro frio e polonês de nascimento, diz que os EUA devem deixar de forma clara a Putin que estão preparados para usar sua influência para assegurar que a Ucrânia tenha o direito de ser genuinamente independente e indivisível, mas mantendo uma relação respeitosa e produtiva com Moscou.

Brzezinski recomenda a chamada “opção finlandesa, ou seja, o malabarismo do país nórdico nas relações com a Rússia e a União Europeia e sem participação em qualquer aliança militar que Moscou considere diretamente direcionada contra ela.

Cautela não é sinônimo de passividade. E como líder do chamado mundo livre, o presidente americano Barack Obama está diante de mais um desafio que desfaz sua ilusão de que ele possa deixar as coisas rolarem em alguns partes do mundo (como o Oriente Médio), enquanto direciona os esforços estratégicos dos EUA para a região da Ásia-Pacífico. A Europa e a Guerra Fria podem parecer relíquias, mas elas acabam de dizer presente em alto e bom som.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O GOVERNO FEDERAL GARANTE APOIO FINANCEIRO AO MST

Postado por Berto Filho

Lula com o boné do MST

O ministro chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho, assume a artilharia e manda ver. Disse, está dito e consumado : o governo federal, agente da sociedade brasileira, da qual todos fazemos parte pagando nossos impostos, continuará, sem o nosso consentimento, a financiar o MST, braço ideológico do PT no campo. O MST, portanto, enquanto o PT for governo, receberá apoios financeiros do Banco do Brasil, da Caixa, do BNDES, da Petrobras e outros entes governamentais para todos os projetos de eventos que idealizar e realizar, como esse, de Brasilia, que terminou em pancadaria e sangue derramado. Os black blocs vermelhos não deixam por menos.  





Em seu blog, o jornalista Reinaldo Azevedo acionou sua metralhadora verbal e escrita.
Leia o texto do Reinaldo, a fala do ministro e tire suas conclusões.

Fala Gilberto Carvalho, o chefe da baderna : "O dinheiro público continuará a finasncia o MST".

Os baderneiros, no Brasil, têm um chefe, um líder espiritual, um pensador. Chama-se Gilberto Carvalho. Nesta quarta-feira, ele veio a público para anunciar que entidades estatais vão continuar a financiar as atividades do MST. Foi mais longe e comparou o dinheiro dado ao MST ao patrocínio de eventos do agronegócio. A Folha informa o seguinte:

“Eu quero dizer de maneira clara, peremptória, que não se pode confundir o MST com baderneiros. O MST não é visto pelo governo como um mal, é um movimento social legítimo com o qual o governo tem diferenças. O MST contesta o governo e nós achamos que isso é da democracia”.

Mais um pouco:
“O dinheiro público pode e deve ser utilizado para estimular todas as formas de organização de cidadania e de produção. Seguiremos financiando. É próprio de um governo democrático financiar iniciativas que convirjam para bem da sociedade”.

Ou ainda:
“Nós repelimos qualquer tentativa de dizer que nós estamos financiando a baderna e a violência. A violência que acabou ocorrendo aqui na Praça dos Três Podres não foi provocada por lideranças do MST que, pelo contrário, tiveram uma atuação importante para diminuir o impacto do confronto que acabou ocorrendo por razões que eu não quero aqui comentar”.

Retomo
Comecemos pela mentira óbvia: a baderna na Praça dos Três Poderes foi, sim, promovida pelo MST. O ministro, o que não surpreende, está contando o oposto da verdade. Tudo bem! Na prática, o sangue dos policiais foi arrancado também pela CEF, pelo BNDES e pela Petrobras.

Como? O ministro está comparando as atividades lideradas pelo MST àquelas promovidas pelo agronegócio. Huuummm… Toca os extremos da delinquência intelectual comparar atividades legais de um setor que produziu um superávit de US$ 82,91 bilhões às de um outro que invade e depreda propriedades privadas, que destrói laboratórios de pesquisa, que fere 30 policiais numa simples “manifestação”.

Vejam a concepção que Carvalho tem de sociedade. Não! É a cidadania que tem de se organizar para tentar interferir no estado. Quando é o estado que decide usar o bem público para “organizar a cidadania”, está confundindo alhos com bugalhos; está usando recursos que pertencem ao conjunto da sociedade em benefício de grupos que são de natureza partidária e se juntam segundo um crivo principalmente ideológico.

Aí está a confissão, de resto, de algo que há muito tempo é uma convicção deste escriba: não existem os sem-terra; o que existe é o MST, um aparelho de produzir ideologia e que, obviamente, no fim das contas, é do interesse do PT.

Gilberto Carvalho é o chefe da baderna no Brasil.

PSB PEGA CARONA NO ROLEZINHO

Postado por Berto Filho

O PSB pega carona na onde do rolezinho.
A coluna Panorama Político, de O Globo (de hoje), escrita por Ilimar Franco, revela um encontro que dá o tom da parceria entre
a fada madrinha dos rolezinhos paulistanos e o partido de Eduardo Campos e Marina.
Leia a nota do Ilimar.


O rolezinho socialista


A estudante Yasmin Oliveira, de 15 anos, uma das organizadoras dos rolezinhos em shoppings, foi a grande estrela de encontro PSB/Rede, em São Paulo, segunda-feira. Com mais de 100 mil seguidores no twitter e moradora de Paraisópolis, na periferia da capital paulista, encantou os políticos ao explicar o que leva os jovens a fazerem o rolezinho. Disse que é a dificuldade em ter diversão de qualidade. Ao encerrar sua fala, convidou os socialistas a participarem do próximo rolezinho, dia 5 de março, no Shopping Ibirapuera. Relatou que já são seis mil jovens confirmados. Saiu aplaudidíssima do palco.

Agora, é comigo. Achei muito simples demais a inocente descrição da Yasmin a respeito do que os rolezeiros querem de verdade. Será só isso mesmo ? E os neurônios, para que servem ? Só diversão ?

Em todo caso, pondo as barbas de molho, digo : se, daqui para a frente, todos os rolezinhos forem tão bem combinados como esse e se não resultarem em confusão, arrastões e saques de lojas certamente passarão a fazer parte do dia-a-dia dos shoppings, localizados perto ou distante de periferias. Serão absorvidos (os rolezeiros) como um tipo de público volumoso que chega ao mesmo tempo, ataca rapidinho, compra pouco ou nada e se diverte muito com o desconforto e um certo pavor dos seguranças e dos frequentadores que realmente compram. Não sei não, ainda vai rolar muita água debaixo da ponte até que o rolezinho se integre à paisagem ou se desfaça como nuvem nas escadas rolantes, lojas bacanas, praças de alimentação, filas dos cinemas, estacionamentos...

 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

SEM IDEIAS E SEM CORAGEM

Postado por Berto Filho

Mais uma vez nessa vitrine-bancada-de-telejornal um texto do jornalista José Casado. Dessa vez, faz uma incursão no vazio neuronal em que navega docemente a oposição, que se supõe querer promover este ano a alternância de poder, há 12 anos alugado, monocraticamente, pelo PT, cabeça-de-ponte da aplicação da teoria gramsciana de tomada e ocupação do poder sem derramar uma só gota de sangue.


Aparelhamento, persuasão pela propaganda (usando a Globo, de preferência), apoio nos sindicatos e movimentos sociais  (o MST é um mascote de estimação), lei de meios (para isolar a Globo), médicos cubanos trazidos por contratos suspeitos, empréstimos secretos a Cuba e Angola ... a lista é longa.

O artigo de José Casado, publicado hoje em O Globo, remete aos resultados de uma pequisa do Ibope, no fim de 2013, que suscita interpretações que poderiam habitar o horizonte dos marqueteiros dos candidatos. A corrupção ocupa um discreto 5o lugar (com 27%) no ranking das preocupações dos entrevistados - o lider é a saúde pública, com 58%.


 

Mas, curioso, é a corrupção a usina que fabrica uma saúde pública de péssima qualidade (vide estádios superfaturados da Copa), é sua filha impunidade, em parceria com a falta de leis duras (cadê a redução da maioridade penal ? O Senado implodiu) e com a frouxidão na aplicação das leis atuais, que gera crimes hediondos e atiça a criminalidade endêmica que corrói a alma naciona, aterroriza e enluta muitas famílias em toda parte, como se vê diariamente nos telejornais, cujo tempo maior é dedicado ao noticiário policial.

Os 200 milhões de dólares desviados por Paulo Maluf de obras que administrou quando prefeito de São Paulo, são apenas uma pequena parte do dinheiro público que escorre dos governos para os bueiros e subterrâneos da corrupção.

A estatística mais recente calcula que a corrupção no Brasil custa algo em torno de R$ 70 bilhõers por ano. Deve ser mais porque não sei se inclui o sumiço de dinheiro praticado pelos mensaleiros de todos os quadrantes, a grana que o Pizzolato levou na fuga, e por aí vai. E o povo que responde às esquetes das pesquisas deixa a corrupção sobre a maca no corredor, no 5o lugar (pelo menos nessa pesquisa) como se fosse uma doença curável com analgésicos. 
 
Outro dia, eu mesmo vi, aqui em Cabo Frio. Um caminhão cheio de garrafas de cerveja deu uma ligeira sacudida numa avenida de grande circulação e boa parte das garrafas se espatifou no chão. Logo, como um reflexo condicionado, "cidadãos" do bem surgiram do nada, de vários pontos feito formigas esfomeadas. E cada uma tratou de carregar em mais de uma investida, como um troféu, pelo menos 6 garrafas das que não quebraram ... corrupção é isso também, é não ser honesto nas atitudes mais simples.
Ufa ! Falei demais.

Com a palavra, José Casado.

"A oito meses da eleição presidencial, candidatos se mostram tímidos, sem propostas, objetivos mas com uma dose de sintonia com o país imaginário.
Frederico se assustou com a balbúrdia: "Mãe, todo mundo está virando bruxo.”

Beth, a mãe, olhou ao redor. Viu uma horda saindo do supermercado com vassouras nas mãos. Havia uma liquidação e, na agonia da superinflação (83% ao mês), a moda era ser rápido na troca do salário por comida e produtos de higiene e de limpeza.

Naquele janeiro de 24 anos atrás, investir em alimentos era mais rentável do que comprar ouro: os preços da comida subiram 218%, enquanto a valorização do metal ficou em 137%.

Frederico, personagem de Miriam Leitão no livro “Saga brasileira”, pertence ao grupo de quatro em cada dez eleitores que não viveram a ditadura, como adultos, e nem a experiência surreal do tormento inflacionário — abatido no 28 de fevereiro de 1994 com o Plano Real.

Eles são donos de 50 milhões de votos, massa decisiva num eleitorado de 138 milhões. Como demostram desde junho nas manifestações de rua, sabem onde o país travou, por que parou e os compromissos necessários ao futuro.

A oito meses da eleição, no entanto, os candidatos à Presidência se mostram tímidos, sem propostas objetivas, oscilando entre o rudimentar aceno de continuidade, a insossa promissória de uma “nova política”, o panfleto da crítica vaga e a fantasia da “negociação direta com o povo”.

Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Randolfe Rodrigues (PSOL) titubeiam, sem coragem de defender, com simplicidade, propostas realistas e com uma dose de sintonia com o país imaginário, onde a democracia se organiza sobre alguma convergência entre liberalismo e a utopia igualitária.

Esse acanhamento sugere lideranças vacilantes, temerosas em ousar naquilo que é relevante para o eleitorado, cujo fastio com o modo de governar e de legislar é reafirmado a cada nova pesquisa de opinião. Poderiam se ajudar passeando os olhos pela recente pesquisa “Retratos da Sociedade”, do Ibope/CNI.

Ela contém importante massa de informações. Foram entrevistados 15.414 eleitores (48% homens, 52% mulheres) em 727 municípios, entre o último 23 de novembro e 2 de dezembro. Os resultados estão disponíveis na internet.

Ali fica claro que a ampla maioria (58%) do eleitorado considera a saúde pública o maior problema brasileiro. Afirma-se isso com tal ênfase que outras agruras do cotidiano ficam em distante segundo plano: violência (39%), drogas (33%), educação (31%) e corrupção (27%).

A sensibilidade varia, conforme a aflição comunitária. A inépcia do sistema de saúde pública é criticada com vigor no Rio Grande do Norte (73%), Distrito Federal (72%), Mato Grosso do Sul e Pará (70%). Reprovação acima da média também ocorre em Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Amapá, Mato Grosso, Espírito Santo, Ceará, Goiás, Bahia, Alagoas e São Paulo.

Deficiências na educação são mais criticadas em Sergipe (44%), Rio (41%), Bahia (39%), Rio Grande do Norte ( 36%) e Alagoas (34%).

A percepção do avanço da corrupção tem realce em Santa Catarina (41%), Paraná (36%), Roraima (35%), Rio Grande do Sul (33%) e Amazonas (32%). E também no Rio, Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Maranhão (com 30%).

Esse sumário de infortúnios pode ser útil para fomentar ideias, mercadoria escassa na disputa presidencial de um país que tem 30 partidos políticos, a maioria empenhada em garantir um naco dos orçamentos de 39 ministérios."



SEGREDOS BILIONÁRIOS, SEGUNDA PUBLICAÇÃO

Postado por Berto Filho
Autor : jornalista José Casado
Publicado no dia15/10/13 em O Globo

Publiquei em novembro de 2013 neste blog. Ainda está atual, razão por que publico de novo para refrescar a memória dos meus leitores. 


 
Os brasileiros estão obrigados a esperar mais 14 anos, ou seja, até 2027, para ter o direito de saber como seu dinheiro foi usado em negócios bilionários e sigilosos com Angola e Cuba.

Pelas estimativas mais conservadoras, o Brasil já deu US$ 6 bilhões em créditos públicos aos governos de Luanda e Havana. Deveriam ser operações comerciais normais, como as realizadas com outros 90 países da África e da América Latina por um agente do Tesouro, o BNDES, que é o principal financiador das exportações brasileiras. No entanto, esses contratos acabaram virando segredo de Estado.

Todos os documentos sobre essas transações (atas, protocolos, pareceres, notas técnicas, memorandos e correspondências) permanecem classificados como “secretos” há 15 meses, por decisão do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, virtual candidato do PT ao governo de Minas Gerais.

É insólito, inédito desde o regime militar, e por isso proliferam dúvidas tanto em instituições empresariais quanto no Congresso - a quem a Constituição atribui o poder de fiscalizar os atos do governo em operações financeiras, e manda “sustar” resoluções que “exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.

Questionado em recente audiência no Senado, o presidente do banco, Luciano Coutinho, esboçou uma defesa hierárquica: “O BNDES não trata essas operações (de exportação) sigilosamente, salvo em casos como esses dois. Por que? Por observância à legislação do país de destino do financiamento.”
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) interveio: “Então, deve o Brasil emprestar dinheiro nessas condições, atendendo às legislações dos países que tomam emprestado, à margem de nossa legislação de transparência absoluta na atividade pública?” O silêncio ecoou no plenário.

Dos US$ 6 bilhões em créditos classificados como “secretos”, supõe-se que a maior fatia (US$ 5 bilhões) esteja destinada ao financiamento de vendas de bens e serviços para Angola, onde três dezenas de empresas brasileiras mantêm operações. Isso deixaria o governo angolano na posição de maior beneficiário do fundo para exportações do BNDES. O restante (US$ 1 bilhão) iria para Cuba, dividido entre exportações (US$ 600 milhões) e ajuda alimentar emergencial (US$ 400 milhões).

O governo Dilma Rousseff avança entre segredos e embaraços nas relações com tiranos como José Eduardo Santos (Angola), os irmãos Castro (Cuba), Robert Mugabe (Zimbabwe), Teodoro Obiang (Guiné Equatorial), Denis Sassou Nguesso (Congo-Brazzaville), Ali Bongo Odimba (Gabão) e Omar al Bashir (Sudão) - este, condenado por genocídio e com prisão pedida à Interpol pelo Tribunal Penal Internacional.

A diferença entre assuntos secretos e embaraçosos, ensinou Winston Churchill, é que uns são perigosos para o país e outros significam desconforto para o governo. Principalmente, durante as temporadas eleitorais

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

LULA INDÓCIL NA FITA

Postado por Berto Filho



No Hipódromo, os competidores nem saíram de suas baias, ainda é cedo, no máximo treinam na areia e na grama para testar seus poderes de arranque, ultrapassagem e limites de velocidade, mas o concorrente Lula, favorito nas apostas, hors concours, está indócil na fita. No futebol, é o 12o jogador que entra em campo e vira qualquer jogo.

A Folha de São Paulo, por meio dos repórteres Valdo Cruz e Andréia Sadi, de Brasília, publicou matéria, abaixo transcrita, que dá uma ideia da ansiedade do "presidente paralelo" em retornar à luta eleitoral. Ele, ao sair, prometeu ficar quietinho como nunca antes nesse país um ex-presidente fez,  e deixar Dilma governar, sem meter o bico. É, mas pode ser uma tática combinada entre os dois fazer crer que há dissonâncias. Isso torna a competição (eleições de 2014) mais excitante. No momento, dá sono. Lula dá o 2o mandato de Dilma como favas contadas. Ibope, Datafolha e outros institutos de pesquisa ratificam o prognóstico da vitória de Dilma no 1o turno se as eleições fossem hoje. Mas... se Dilma, por um descuido improvável de sua gestão, por um descontrle da inflação ou por uma ainda improvável maquinação das perplexas oposições, cair nas pesquisas, Lula está ali, tinindo nos cascos.

Como li no blog do Reinaldo Azevedo, o ex-presidente, - esta observação é minha - "inconformado com a obscuridade midiática de não mais parecer ser quem foi e não mandar em tudo como sempre mandou", está dando uma de psicanalista de descontentes, inclusive empresários, que o assediam para ser candidato, no lugar de Dilma. 
Vamos à reportagem da Folha.

"A empresários, Lula diz que Dilma precisa mudar

Em conversas também com políticos, líder petista defende correções de rumo. Apesar das críticas, ex-presidente afasta qualquer possibilidade de assumir lugar de sucessora na campanha

Em público, elogios apaixonados. Reservadamente, críticas ao estilo de governar de sua sucessora e uma certeza: a presidente Dilma precisa mudar em 2015 num eventual segundo mandato no Palácio do Planalto.

Esta tem sido a tônica das conversas do ex-presidente Lula nas últimas semanas com interlocutores do mundo político e empresarial, que intensificaram seus encontros com o petista para se queixar da presidente.

Apesar das críticas, em todas as conversas Lula diz ter confiança de que Dilma será reeleita e afasta qualquer possibilidade de assumir o lugar de sua ex-ministra na campanha. O petista avalia que Dilma tem conquistas para garantir o segundo mandato, principalmente nas áreas do emprego e social, mas está convencido de que a presidente tem de fazer ajustes na economia e na área política.

De posse de pesquisas internas, que indicam que 80% dos entrevistados acreditam na vitória de Dilma nas eleições deste ano, a equipe de Lula avalia que a presidente "está bem na foto" com o eleitorado, mas "divorciada" das classes política e empresarial. A médio prazo, este divórcio poderia travar a economia e colocar em risco conquistas obtidas na área social no país.

Nas conversas com empresários e políticos nas duas últimas semanas, Lula tem dito que a atual equipe econômica está com o prazo de "validade vencido" e que a presidente terá de escalar não só um novo time na área como também fazer correções na sua política econômica para fazer o país voltar a crescer com taxas na casa dos 4%.

Em segundo lugar, Lula diz que Dilma precisa aprender a vender o Brasil no exterior e melhorar a interlocução com o empresariado brasileiro, que também elevou o tom das reclamações contra o que consideram um estilo intervencionista da presidente.

Lula e empresários concordam que a petista está deixando para 2015 uma elevada conta na área econômica, com preços represados artificialmente, o que exigirá sacrifícios no ano que vem.

Na área política, o ex-presidente avalia que sua sucessora precisa criar um novo "núcleo duro" para gerenciar o governo e administrar as pendências com sua base aliada no Congresso, que já ensaia uma rebelião.

Um interlocutor de Lula diz que ele está totalmente envolvido na campanha de reeleição de Dilma e faz questão de deixar claro que não tem nenhuma intenção de sair candidato no lugar da presidente, algo que empresários têm sugerido recorrentemente nos últimos encontros. "Ele nem deixa a conversa prosperar", afirma um auxiliar.

ERROS

Políticos também reforçam o coro do "Volta, Lula". Um amigo próximo do ex-presidente relata que, há alguns meses, Lula confidenciou que não havia a possibilidade de se colocar como candidato pois significaria admitir "o fracasso'' de sua sucessora. "E ele não acha que ela fracassou, acha que tem prós e contras, mas não fracasso."

Lula reconhece que sua sucessora cometeu erros, mas acredita que ela já faz uma autocrítica em algumas áreas e tende a mudar sua forma de governar em 2015.  O ex-presidente cita como exemplo as regras das concessões ao setor privado de rodovias e aeroportos.

Depois de adotar uma linha intervencionista, diz Lula, Dilma fez correções, ainda que tenha demorado para começar a fazê-las. Depois disso, o programa começou a andar.

Na avaliação da equipe de Lula, Dilma centraliza demais e delega pouco."

Agora, é comigo. Estou de acordo com a equipe do Lula. Dilma centraliza, não delega, faz o tipo "mandona", absolutista, e, como se nada tivesse a ver com isso, não explica porque sacou R$ 2 bilhões do caixa do BNDES (povo brasileiro) para financiar obras em Cuba (para agradar o "bom" velhinho Fidel Castro)quando há tanto por fazer nesse enorme país ainda injusto e cheio de bolsões de miséria e pobreza não resolvida. Nem falei dos estádios superfaturados da Copa. Tem coisa aí mal explicada.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

JAGUAR SEM CENSURA

Postado por Berto Fiho

A entrevista do Jaguar, fundador do Pasquim, para o jornalista Arnaldo Bloch, publicada no Globo, teria sido a última, conforme "decreto" do próprio Jaguar.
Leia.

'Humor não serve mais para nada', diz Jaguar, em sua 'última entrevista'
Abstêmio por causa de um tumor no fígado, cartunista mais escrachado do país diz que profissionais da área desaprenderam a fazer rir
Com 60 anos de ofício, ele confessa que ainda tem medo de perder o emprego





O título acima pode dar a entender que Jaguar, o cartunista mais escrachado do país, está amargurado. Afinal, aos 82 anos, teve que parar de beber, um duro golpe. Mas, em quatro horas de conversa, ele emenda uma piada na outra sem perder o fôlego, ri como criança, chama a fotógrafa Ana Branco de ditadora e, quando ela deixa o local para fotografar um bueiro que explodiu, sugere que gazeteie a pauta: “Bueiro estourado e Jaguar, dá no mesmo”. Sem medo de patrulha, o fundador do “Pasquim”, hoje chargista do “Dia”, dispara contra todo mundo. E desenha, bebe cerveja sem álcool, canta e, apesar da amnésia abstêmia que às vezes interrompe sua fala, passa a limpo, ou a sujo, uma vida que daria livro, filme ou ópera. De vanguarda...
No próximo dia 29 você faz 82 anos. Acontece que fevereiro de 2014 só tem 28 dias. Como é que fica?
Só faço aniversário de quatro em quatro anos. Na prática, tenho 20 anos e meio. Mas ando alquebrado. Este olho esquerdo está caído. Eu ia hoje ao médico dar uma levantada, mas tinha esta entrevista. Estou cansado de entrevistas. Outro dia me ligou uma menina da revista “F,” eu achei que era “S”, aí ela disse: “É ‘F,’ de foda-se”. Eu respondi: “Que modos são esses? Eu sou um velhinho!” Quando chegou aqui, era uma garota de 18 anos, olhos azuis, uma santa. Trouxe 20 pessoas. Veio também o (desenhista e roteirista) Arnaldo Branco, que eu respeito muito. E o Allan Sieber, que dizem que é o maior cartunista do mundo. Bom, o mais tatuado tenho certeza de que é. Mas chega! Esta é minha última entrevista. Ou não... mas é, sim. Depois de sair no GLOBO, só falo para o “New York Times”.

Há dois anos você levou um susto. Com a bebida. Parou mesmo?
Tive um carcinoma no fígado. Um “Che”. Segundo os exames, está extinto. Fiz muito turismo hospitalar em São Paulo. Agora só vou lá para comer, porque no Rio atualmente se come mal e caro. Se parei de beber? Parei. Agora, só cerveja sem álcool. Quer dizer, tem 0,5% de álcool. Ou seja, de 0,5 em 0,5 a gente pode chegar a um resultado expressivo! Como disse aquele comediante Marcelo Adnet, que também está abstêmio, “é zero, mas pelo menos não é usada”. Boa, né? Mas para quem tomava Underberg depois do café... eu até ganhei uma placa deles, a bebida foi criada no ano do meu nascimento: “Pelos serviços prestados desde 1932”. Na época, fiquei indignado: eu só comecei a beber Underberg com 10 anos!

Essas oito décadas foram bem loucas, não? Para quem quis servir ao Exército e sonhava comandar navio...
Eu entrei para a tropa porque tinha asma e era tão mimado pela minha mãe que achava que ia virar bicha. Meu número, para piorar, era 4-24. Depois, passei para a Marinha Mercante. Quando ia fazer minha primeira viagem, gamei numa guria e larguei tudo. Minha vida sempre foi assim. Como no filme “Match point”, do Woody Allen: a bola no filete da rede. Eu cometi todos os crimes possíveis - pode ser até que já tenha matado gente -, mas acho que já prescreveram. Cometi crimes ecológicos terríveis. No início dos anos 1950, saí do Exército muito doidão e fui dar um rolezinho na Amazônia. Passava os dias tomando cachaça, comendo as índias e dando tiro de chumbinho em macaco-prego. Mas eles não eram inocentes. Invadiam a palafita, roubavam tudo. Rádios, gravadores, comida. Eram alcoólatras. Bebiam nossa cerveja e à noite desabavam na mesa de sinuca, chapadões.

Como anda o Brasil na sua opinião? E o humor, tão importante durante a ditadura?
O Brasil continua uma merda, graças a Deus. Se não, o que seria de mim e dos meus colegas? Mas o humor não serve mais para nada. Quando uma charge, hoje, vai ser um acontecimento? O mundo e a internet assimilaram o humor de uma maneira que virou cocô de mosca. Pode xingar a mãe, falar o que quiser que não faz a menor diferença. E a gente ainda tem que concorrer com os grafiteiros, que agora os críticos chamam de artistas, mas só fazem emporcalhar a cidade e impôr-se. Isso me faz lembrar aquele polvo psicodélico da Tomie Ohtake na Lagoa. O Marcos Vasconcellos, meu amigo, compositor, desenhista, arquiteto, um radical, comprou bananas de dinamite e me chamou para a gente pegar um pedalinho de cisne e explodir aquilo. Declinei. Ainda bem, pois ia matar os mendigos que moravam naquele horror. Mas, voltando ao humor, ele anda muito sério, muito inteligente, sofisticado, mesmo quando é bom. O pessoal não se preocupa em fazer rir. A gente se sente feliz da vida quando consegue entender a piada. Por isso eu mudei. Detestava os Três Patetas. Hoje, adoro aquela coisa de martelada na cabeça, panelada na cara, dente arrancado. É o suprassumo. Mesmo assim, como hoje colaboro com um jornal popular, “O Dia”, sou reconhecido por taxistas e mendigos. Uma caixa de supermercado outro dia viu minha assinatura e perguntou: “Jaguar, o cartunista?” Eu disse: “Como é que você sabe?” E ela: “Eu posso ser humilde, mas me interesso por cultura.” Eu achei tão bonitinho!

Passados os acidentados anos Sarney/Collor/Itamar, tivemos três presidentes: Fernando Henrique, Lula e Dilma. Qual o seu olhar sobre eles?
São todos muito fraquinhos. Está faltando um estadista. Dilma é atrozmente medíocre. “Estresse hídrico” é o cacete. Lula eu conheci levado pelo Henfil, camisa de malha, jeans e Conga. Nunca acreditei nele. É um cara rancoroso. Uma vez me entregou um prêmio no Municipal. Olhou com uma raiva que nunca superei. Fernando Henrique eu entrevistei e depois ele me pediu para acompanhá-lo ao aeroporto. Estava orgulhoso de um relógio que tinha tudo. Dava para ver hora em Marte. Ele disse: “Olha, faz cálculos, tábuas, o diabo. Pode perguntar o que quiser.” Aí eu perguntei: “Que horas são?” Ele ficou pasmo. Não respondeu até hoje.

Quem foi nosso último estadista? Você tem candidato para as eleições?
Eu? Candidato? Eu não voto! A última vez em que votei foi no Brizola. E me arrependi. Sobre último estadista, não sei. Todo político tem um passado sórdido, que vem à tona ou não. Pensando bem, todo mundo. Só sofre quem espera alguma coisa. Mas isso não me deprime. Eu sofro só se não tiver dinheiro para o chope. Como no tempo em que morei num cubículo na Lapa, lado a lado com Madame Satã. Eu vivia com uma filha de santo. Um dia, baixou nela uma entidade que falava grosso como um monstro. Madame Satã veio acudir e cantou pro santo subir. Depois, a mulher me botou para fora. Fiquei na pior até conhecer a Celia (Regina Pierantoni), no Lamas, naturalmente. Ela arrumou minha vida. São 25 anos de casados. Tomou conta de mim. O que eu acho ótimo. É formidável, doutora, referência mundial em saúde pública. Estamos vivendo muito bem.

Você foi muito criticado pela indenização que recebeu do governo, em 2008, por perseguições durante a ditadura. Ficou com dilemas éticos?
Eu não. Eu achei ótimo. Foi o que salvou minha vida. A ditadura me ferrou, perdi emprego, fiquei no miserê. Foi uma iniciativa da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), eu topei. Nunca tive dinheiro, plano de saúde, carteira assinada. Tem gente que é rica e recebeu o triplo. Faço charges há 60 anos e ganho pouco. Nunca saí com pastinha no braço, como o Mauricio de Sousa, nem tenho a energia produtiva do Ziraldo, de quem sou fã. Nunca tiro férias por medo do bilhete azul. No caso da indenização, o que estragou foi o Ziraldo. Tem horas em que é melhor ficar na moita. Ele foi à ABI e fez um auê, esculhambou todo mundo, disse que quem era contra estava botando o rabo entre as pernas. Aí saiu a maior pancadaria, o Elio Gaspari dando porrada em todo mundo. Só podia ser, não é?

Como você se avalia?
Sou um bom cronista de situações. Mas não sei desenhar. Nunca soube. Se tenho que fazer caricatura, copio do Chico, do Angeli, e as pessoas acham que é um estilo. No Brasil, qualquer um que dure dez anos num ofício é considerado grande profissional. Fui um fiasco nas escolas de desenho. Houve um instituto onde eu tinha que desenhar um busto de Voltaire e aí pus uma mosca no nariz dele. Fui expulso.

Bom, mas a mosca é sua essência. O seu gênio...
É a minha deformação profissional. O.k., faço bons cartuns. Hoje a palavra cartunista ficou importante. Todo mundo é cartunista, mesmo os quadrinistas. Só que tudo podia ser diferente. Houve um tal de Brandão, que fez concurso comigo pra substituir o Borjalo na “Manchete”. Ele era meu colega no Banco do Brasil, onde trabalhei. Meu pai era inspetor lá. O Brandão virou bancário... Eu fiquei só um tempo. Bebia a noite toda, chegava às três com minha lambreta. Assinava a “New Yorker”. Entrei por aí, “A notícia”, “Senhor”, “Pasquim”. Fiz até quadrinhos para O GLOBO. Podia ter virado quadrinista e ganhar tutu, mas dá trabalho... O Quino fazia legendas que eram poesia nas charges. Mas “Mafalda” é uma merda. Eu disse isso a ele, e a chata morreu. Sei lá se foi por isso...

O “Pasquim” foi o auge?
Foi o auge do sucesso. Mas a revista “Senhor” tinha mais qualidade. Paulo Francis, Scliar, Glauco Rodrigues, Bea Feitler. Turma da pesada. Já o “Pasquim” foi só diversão. Até a censura era um barato. Era feita pelo Coronel Juarez, um bonitão, sósia do Gary Cooper. Recebia a gente na garçonnière dele. Pegava o material e riscava a lápis. A gente argumentava. Havia diálogo. O pessoal torcia para chegarem as garotas. Ele apresentava: “Esses são meus amigos do famoso ‘Pasquim’.” Aí liberava as maiores atrocidades! Ele tinha uma turma de coroas na praia, a gente contratou uma loura espetacular de biquíni. Ela levava o material, e ele censurava na praia! E ela, alisando o velho, dizia: “Ah, meu bem, não faz isso, os meninos vão ficar tão tristes...” Ele ficava orgulhoso e liberava.

Já o tempo na prisão (em 1970) não deve ter sido tão divertido...
O quê? Fiquei três meses na Vila Militar. Nunca bebi tanto. Não é piada: foi a fase mais feliz da minha vida. Acordava e pensava: “O que tenho para fazer hoje? Porra nenhuma!” Subornava os guardas para ter cachaça. Bebia do gargalo e jogava num matagal atrás da cela. Consegui ler 60 páginas de “Ulisses”. Depois não retomei. “Ulisses” ou você lê na prisão ou não lê. O Paulo Francis e o (fotógrafo) Paulo Garcês vinham com uns pedaços de pau e apontavam para mim, imitando colonizadores: “Look... this is almost human!” (Olhe... isto é quase humano!) Quando fomos soltos no réveillon de 1970, fui espiar o matagal, e tinha uma pirâmide de garrafas. O coronel responsável vinha perguntar se eu estava sendo bem tratado, eu tinha que tampar a boca por causa do bafo. “O que houve?”, ele perguntava, e eu dizia que era dor de dente. Ele oferecia dentista e eu recusava, explicando que preferia a dor ao dentista. Era tão divertido! Depois o coronel foi exilado para Goiânia porque tinha tratado bem os intelectuais. Coitado.

De que maneira você passa hoje seus dias?
Já li muito, principalmente poesia. Ouço bastante jazz. E fico em casa vendo futebol inglês, espanhol, italiano. O futebol nacional está muito ruim. Eu morei em Santos no tempo de Pelé... Acho que a Copa vai ser um desastre de organização. E não vejo o Brasil batendo os europeus.

O que você gostaria de ter feito e não fez?
Lamento a burrice dos diretores de cinema brasileiros, que não perceberam que sou um grande ator. Em “Natal da Portela”, do (Paulo Cesar) Saraceni, fiz uma ponta, no papel de um comerciante judeu. Só me falaram: Você tem que dizer “Bom-dia, seu Natal!” Procurei um velho judeu e perguntei como ele falava “Bom-dia, seu Natal”, e ele repetiu, com aquele sotaque, até eu aprender. Na hora de filmar, eu digo a fala com um ar servil de estereótipo, e o Milton Gonçalves responde: “Bom-dia é o caralho!” Eu não sabia. Fiz uma cara de espanto. Porra, eu bebia com o Milton e ele me ofende? Depois, fiz em “Tanga (Deu no New York Times?)” o papel de um correspondente americano no país de um ditador, e minha fala era: “E se os marines chegarem?” Minha carreira de ator são nove palavras! Mas foram grandes atuações.

Para terminar, uma análise do jornalismo de hoje.
No meu tempo de redação, de “A notícia”, eu trabalhava com a garrafa de uísque do meu lado, passava a mão na bunda das moças e dormia em cima da mesa. Hoje é cada um fechado na sua mesa, aquele silêncio total, todo mundo olhando para as telinhas... Fico meio pasmo. Agora, o jornalismo? Sou muito velho. Sou viciado em jornal de papel. Leio três por dia. Gosto de tudo. Dizem que vai acabar, mas não enquanto eu viver.







A RÚSSIA MOSTRA A NOVA CARA

Postado por Berto Filho

Quem perdeu, adeus, porque não sei se vai ter reprise, na Band ou na Record News, que transmitiram ao vivo as imagens geradas pela TV Russa, que deu um show.  Talvez os melhores momentos possam ser revistos. Mas os melhores momentos foram todos. O espetáculo de altíssimo nível de encerramento dos Jogos de Inverno de Sochi foi ao mesmo tempo emocionante e deslumbrante por uma série de fatores, entre os quais o impacto da "coreografia" visual das imagens nas telas de TV, combinada com a coreografia física de centenas de figurantes, vestidos com roupas, cores e motivos nacionais russos, evoluindo em várias direções, como se fizessem parte de números ensaiados do Cirque de Soleil.

Barcos suspensos no ar, o mar com ondas no fundo da imagem maior que tomou conta da tela em certos momentos da transmissão. Criatividade com grau de dificuldade desafiador, quase insuperável, mesmo para quem tem grande experiência em articular movimentos harmônicos de de um grupo enorme de figurantes em eventos esportivos de grande porte, como, por exemplo, as Olimpíadas.  Fruto de extremo profissionalismo e muito ensaio.

Mas nada que escrevi nos parágrafos anteriores faria sentido
sem mencionar a trilha sonora fantástica, conduzida por uma orquestra e corais maravilhosos, de outro planeta, pontos altos de um roteiro primoroso que privilegiou a apresentação, com rara imponência e perfeição,  de obras de grandes compositores russos, como o belíssimo concerto número 2 em C menor de Rachmaninoff - não guardei o nome do jovem pianista que brilhava no meio de 62 pianos, que compunham, em torno dele, figuras lúdicas, geométricas, em movimentos suaves com crianças sobre e no entorno de cada piano.
A música de Rachmaninoff me impressiona desde a minha mais tenra idade.

As surpresas foram se sucedendo para a minha maior emoção : Rimsky-Korsakov, Ballet Bolshoi , o Circo de Moscou ... que maravilha !!!



Ao fundo, sereno, triunfante, contido, discreto, o sr. Vladimir Putin, presidente da Rússia, quis mostrar a nova face do seu país. E conseguiu. Não sei que efeitos políticos terá essa demonstração de grandiosidade cultural da Rússia de hoje e de ontem nas relações com a Europa, Estados Unidos, Ucrânia, Síria, Iran, Brasil, India ... Poder cultural, com antiguidade, é poder. Antiguidade é posto. Fascina e conquista mais que armas e discursos.
Quem viu, por favor, comente.
Quem não viu tente ver uma reprise, se houver.

E o Brasil, em 2016, vai encerrar como as Olimpíadas ?
O encerramento de Sochi traz lições.
Com que qualidade entregaremos a pira acesa para Toquio ?


 

A MÚSICA INESQUECÍVEL DE RICHARD RODGERS

Postado por Berto Filho

Estou falando dos anos 40 de 1900.

Para você, que tem mais de 60.

Ouça neste link alguns sucessos do supertalentoso compositor americano Richard Rodgers, que compunha valsas como Lehar ou Strauss com toque de sua terra. Rodgers é universal, diria Tom Jobim. É uma revisita aos grandes musicais da Broadway, como quando se ouve "Falling In Love With Love", uma das músicas marcantes do musical "The Boys of Siracuse".
Relaxa.

http://www.youtube.com/watch?v=-diX6SHuj8Y .

sábado, 22 de fevereiro de 2014

DE TUDO UM POUCO MAS BEM POUCO

Postasdo por Berto Filho

O presidente da Ucrânia foi destituído pelo Parlamento. Que vontade de ser ucraniano, hein Congresso brasileiro ?

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José Dirceu passa o chapéu (ou será o rodo ?) e coleta mais de R$ 1 milhão em alguns dias. Não é novidade, este consultor rico nunca precisou de doador algum para pagar essa multa. É coisa simbólica, para a sociedade ter peninha dele, os doadores poderem externar sua solidariedae e os espectadores assistirem ao milagre bíblico da multiplicação de reais com vaquinhas, uma vingança monetária contra a condenação.

Parece um saco sem fundo essa disponibilidade bondosa de recursos para doação política nesse Brasil tão cheio de carências e miséria. Será que esses doadores estão dispostos a doar o que falta para repor aos cofres públicos o que foi desviado pelos mensaleiros petistas ? Ou para financiar as campanhas dos candidatos do PT nas eleições de outubro ?

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Roberto Jefferson, já quase preso, também vai estender o chapéu para pagar sua multa de mais de R$ 700 mil - ele não parece ter a condição de passar o rodo, como Dirceu, seu delatado - e aí vamos ver quem é o campeão das doações, quem arrecada o maior volume no menor tempo. As Olimpíadas vem aí.  

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O retorno a Cuba (ou terão sido deserções ?) de mais de 20 cubanos do Mais Médicos saiu do noticiário. Estranho. Um silêncioo sepulcral. Esta semana, Lula foi bater papo com Fidel e Raul Castro. Devem estar lá confabulando. Será que ele foi sondar seus mentores sobre se é possível rasgar o atual contratro e assinar um novo contrato entre os 2 governos, que determine que o governo cubano vai pagar um salário bem mais digno aos seus "funcionários" que trabalham no Brasil para dissipar a pecha de "escravidão" que macula o contrato em vigor ? Tô querendo muito...

SÓ TINHA QUE SER COM VOCÊ

Postado por Berto Filho

Depois de "Embraceable You", de Gershwin (na postagem anterior), só tinha que ser com Elis e Tom.

"Só Tinha Que Ser Com Você". Elis, canta !



http://www.youtube.com/watch?v=J-La9NgIyxI

UM CLÁSSICO DOS IRMÃOS GERSHWIN

Postado por Berto Filho

 

Direto do blog do Noblat para os seus ouvidos.
"Embraceable You", de George e Ira Gershwin, pelo sax de  Scott Hamilton.
http://www.blognoblat.com.br/musicadodia/Musica_do_dia/fevereiro_e_marco_2014/05_Embraceable_You.mp3

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O CORINGA DO RIO:

Postado por Berto Filho

Volta e meia tomo emprestada do Lauro Jardim, que escreve a coluna Radar Online na VEJA, uma ou outra nota que me chama a atenção.
Esta, abaixo, remete a uma parada que circulou fortemente no auge das manifestações contra Cabral, no Leblon.

A Nota do Lauro :


Coringa tem partido

Cleyton Coringa, o manifestante que delatou na semana passada a lista de vereadores do PSOL que contribuíram com um evento do Ocupa Câmara, é filiado ao PSB de Duque de Caxias desde 2011. Na ocasião, o partido era presidido por Alexandre Cardoso, hoje rompido com o PSB e prestes a entrar no PMDB.

Coringa atira para todos os lados em seus vídeos no YouTube: afirma que Anthony Garotinho pagou ‘manifestantes profissionais’ para acampar em frente à casa de Sérgio Cabral.


Voltei.  Nunca ficou provado, mas será que o Garotinho teria sido mesmo capaz de um "investimento social" desse porte e com essa ética meio torta ? Às vezes, o feitiço vira contra o feiticeiro. A zona sul é território hostil ao ex-governador que hoje, ao que parece, lidera o ranking para governar o Rio a partir do interior do estado. Como sempre foi. O interior tem povo menos esclarecido e mais suscetível de absorver cantadas e aceitar promssas no campo da utopia.

 

A CAIXA PRETA DOS PREÇOS DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS

Postado por Berto Filho


Por que os aumentos de preços das passagens de ônibus na grande maioria das cidades brasileiras são decretados pelos prefeitos sem consulta à população ou sem dar ao contribuinte uma justificativa séria, bem explicada ? Querem manifestações e mais black blocs ? Parece provocação.
Será tão difícil e penoso assim tentar convencer o passageiro de que o aumento de alguns centavos no preço se justifica plenamente antes de decretar uma tarifa nova ?

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que é um cidadão do bem, precisa investir um pouco mais na sua imagem como político, porque a de administrador já está consolidada. Ele está virando o centro do Rio, a área portuária e a zona oeste de cabeça para baixo. Só daqui há alguns anos vão lhe dar o devido crédito pela mellhoria que decorrer dessas obras, o legado olímpico e/ou o da Copa. Os transtornos seriam inevitáveis. Pelo que sei, a população está colaborando, angustiada com os atravancamentos e engarrafamentos resultantes dessa intervenção profunda, apesar de estar sendo prejudicada na mobilidade do seu dia-a-dia.
Mas vamos aos ônibus.

O prefeito do Rio lançou em junho de 2013, no intervalo das manifestações, um portal da Mobilidade, esfinge povoada de enigmas que o cidadão do povo não consegue decifrar.
Este é o link para o anúncio de Eduardo Paes:

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/06/prefeito-do-rio-apresenta-pacto-pela-transparencia-nos-transportes.html

No Rio, o TCM (Tribunal de Contas do Município) argumentou que o preço de R$ 2,75 poderia ser mantido ao longo de 2014 porque analisou as planilhas e concuiu que as concessionárias não teriam prejuízo se a tarifa tivesse sido mantida. Não adiantou. O prefeito poderia ter aceito o argumento e marcado pontos com a população.

Dizem os profissionais que acompaham o assunto mais de perto que, sem dados de qualidade, órgãos de fiscalização como o Tribunal de Contas do Município (TCM) e o Ministério Público ficam sem munição suficiente para passar um pente-fino nos consórcios e, se constatadas irregularidades, entrar com uma ação na Justiça.

E tem, na contramão, nesse Brasil todo, de mais de 5.500 municípios, as suspeitas, difusas, de que as concorrências para definir que companhias vão operar estas ou aquelas linhas são fraudáveis e de que os vencedores devolvem, por baixo do pano (a quem de direito) uma parte da receita apurada pelas catracas e guichês até mesmo antes da posse de um novo prefeito cuja campanha foi apoiada por eles. Lenda de internet ou é mesmo uma prática antiga de levantar dinheiro para a campanha que ainda continua ?

E tem aquelas cidades onde só tem uma empresa explorando o serviço. O monopólio é muito difícil de ser mantido se a empresa não realizar projetos sociais em cooperação com os serviços sociais da prefeitura. Mas projetos sociais sinceros, transparentes, auditáveis, realmente tansformadores de comportamento e formação de cidadania.


 

O MAL DE SILVER SURFER

Postado por Berto Filho

 Recebi do amigo Paulão Roberto e trascrevo ipsis literis. Também sou silver surfer...

Erro de 'ID dez TA'
Nós, os "Silver Surfers", designação que os jovens usam para as pessoas mais velhas que navegam na Internet, às vezes temos problemas com nossos computadores. Ontem tive um e chamei o Joãozinho - um garoto de onze anos de idade,que mora aqui mesmo na porta ao lado, cujo quarto se parece com o Mission Control - e pedi-lhe para vir cá dar uma olhadela. Ele clicou num par de teclas e logo resolveu o problema.

Quando ele estava para ir-se embora, chamei-o e perguntei-lhe: "Então, qual era o problema? "
Ele respondeu: 'Foi um erro de 'ID dez TA' ".
Eu não queria parecer estúpido, mas ainda assim perguntei:
"Um erro de 'ID dez TA' "? O que é isso? Diz-me para o caso de voltar a acontecer o mesmo.
Ele sorriu sarcástico....
- Você nunca ouviu falar de um erro de 'ID dez TA'?
- Não, respondi eu.
- Escreva isso numa folha, disse ele, eu acho que você vai descobrir.
Então, eu escrevi:   ID I0 TA

PARA ONDE VAI JOAQUIM BARBOSA

Postado por Berto Filho

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal deve estar acolchoando uma surpresa política ainda para este ano eleitoral. Fecha-se em copas, como que driblando as cascas de banana jogadas no seu caminho para ele antecipar o que pretende em 2014. Sua imagem está no apogeu, quente e preparada para adesivar outros desafios.

Claro, os que seguem o PT, Dilma, Dirceu, etc querem vê-lo queimando na fogueira do inferno. Falam e escrevem tudo de mal até contra o carater de Barbosa.  Que teria usado o poder do cargo para colocar um filho na Globo (esse caso ficou em ponto morto), que frequentou o camarote da Globo num jogo da Copa das Confederações (se foi, não devia ter ido), que tinha comprado um apartamento caro em Miami (com seus próprios recursos, nada contra, recursos declarados ao IR). Nada que o atirasse no banco dos réus por ter cometido algum deslize ético grave mas quando uma nota enviesada e venenosa como essas vai para a mídia, com a aparência de boato embalado para presente, tem potencial para fazer torcer o nariz de pessoas que o admiram pela independência, seriedade e força moral.

Afinal, foi ele que duelou praticamente sozinho o tempo todo com os mensaleiros. Jogo desigual.
Agora no finalzinho, com a entrada de 2 ministros nomeados por Dilma que nunca esconderam suas discordâncias com os rumos do julgamento (Teori Zavascki e Luiz Roberto Barroso), o jogo tende a virar parcialmente : o crime de formação de quadrilha provavelmente será retirado do bojo das condenações e então as penas para os mais notórios vão ficar mais amenas.

O que dele se conhece pelo publicado na mídia é que reiterou pela enésima vez que não é e nem será candidato a presidente nas eleições de 2014. O que se sabe é que o PDT teria oferecido para ele a candidatura a presidente (falta confirmar se realmente esse oferecimento é real e quem o fez), e que o PSB teria feito uma sondagem para Barbosa se candidatar ao Senado pelo Rio de Janeiro. A sondagem teria sido feita pela ex-ministra Eliana Calmon, que vai sair candidata ao Senado pela Bahia. 


Se Barbosa entra nas cogitações do Ibope e é incluído (mesmo que à revelia) numa lista de candidatos a presidente, vai ser uma encrenca...
A pergunta ao entrevistado seria, por exemplo :
"Em qual dessses nomes você votaria para presidente da Repúbica se as eleições fossem hoje?"  Os nomes : Dilma Rousseff, Lula, Joaqum Barbosa, Aécio Neves, Marina Silva, Eduardo Campos ...

Ele é o terror de Dilma, do Lula e do PT.  Um nome com o status de heroi nacional contra o mensalão não pode deixar de figurar entre os desejos de consumo dos partidos que não fazem parte da base do Planalto ou que dela estão por se afastar ao menor sinal de bobeira da cúpula ao lidar, por exemplo, de forma equivocada, com as manifestações de rua. Já vale para as eleições deste ano. Sua imagem ainda está quente e tem um grande potencial de provocar adesões em qualquer ponto do território nacional.

Com relação a uma possível renúncia ao cargo que hoje ocupa, já manifestou diversas vezes seu desejo de não permanecer no Supremo até a idade de 70 anos  (hoje está com 59 anos de idade), quando teria que se aposentar compulsoriamente. No entanto, não existe nenhuma definição com relação ao momento de sua saída.

A previsão inicial é que, em abril, a votação na Corte desses recursos seja concluída, mês em que também termina o prazo final para o ministro se filiar a um partido e disputar as próximas eleições de outubro. A surpresinha pode ser revelada nesse momento.

Confira a íntegra da nota´expedida por assessores de Barbosa:

1) O Presidente do Supremo Tribunal STF), Ministro Joaquim Barbosa, ratifica que não é candidato a presidente nas eleições de 2014.

2) Com relação a uma possível renúncia ao cargo que hoje ocupa, o Ministro já manifestou diversas vezes seu desejo de não permanecer no Supremo até a idade de 70 anos, quando teria que se aposentar compulsoriamente. No entanto, não existe nenhuma definição com relação ao momento de sua saída. Ele não fez consulta alguma ao setor de recursos humanos do STF sobre benefícios de aposentadoria.

3) No que se refere ao seu futuro após deixar o Tribunal, o Ministro reserva-se o direito de tomar as decisões que julgar mais adequadas para a sua vida na ocasião oportuna. Entende que após deixar a condição de servidor público, suas decisões passam a ser de caráter privado.

4) O Ministro Joaquim Barbosa não faz juízo de valor sobre nenhum dos partidos políticos brasileiros, individualmente. A respeito do quadro partidário, já expressou sua opinião no sentido da realização de uma ampla reforma política que aprimore o atual sistema. Apesar de já ter tornado público o seu voto nas últimas três eleições presidenciais, o Presidente do STF, Tribunal que é o guardião da Constituição, ratifica seu respeito por todas as agremiações partidárias, seus filiados e eleitores."

Agora é comigo. Barbosa defende o voto distrital. Então, ele já está se manifestando politicamente. O que é bom. Ele sabe perfeitamente o peso que dão às suas palavras, sabe que palavras ditas em um contexto e interpretadas fora do contexto podem ser estilhaços pontudos ou torrões de chocolate. Por isso, no momento, o silêncio é de ouro.




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

GOVERNO FEDERAL LANÇA O FOICEBOOK

Postado por Berto Filho

É, veja só esse link :
http://www.youtube.com/watch?v=91x8ReuNZdI

O GF lança o foicebook para cooptar os jovens que se amarram no Facebook.
Hilário.

MAZELAS BRASILEIRAS

Postado por Berto Filho

O "Impávido Colosso", de André Fuentes, na VEJA.
Notícias nada lisonjeiras sobre o Brasil.
http://veja.abril.com.br/blog/impavido-colosso/

ODEBRECHT EM CUBA : PREJUIZO À VISTA ?

Postado por Berto Filho

Este post vou começar na boa companhia da citação de uma frase atribuída ao Barão de Itararé. falso título de nobreza pelo qual era conhecido o cidadão Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, também conhecido por Apporelly.
Foi
jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro. Se vivesse hoje, seria o diretor geral do CQC, do Casseta e Planeta, do Zorra Total, do Agora É Tarde, parceiro do Agamenon Mendes Pedreira ... não, do Pânico, não. Este precisa crescer. Aparicio era fino, suas tiradas tinham uma ironia que agredia sem ofender e ainda provocava risos... muitas dessas sacadas podem ser perfeitamente aplicadas aos tempos atuais.

"O homem que se vende recebe sempre mais do que vale".


Agora, adentremos o gramado.



A observação abaixo é de um amigo que prefere não ser identificado.

"Ressalte-se que as escassas reservas cambiais de Cuba eram aplicadas em dólares canadenses ou em euros junto ao Toronto Dominion Bank pois se fossem aplicadas em dólares e fora do Canadá seriam confiscadas pelas famílias cubanas que vivem em Miami e estão ansiosas esperando mudar o regime cubano para se apoderar dos bens sequestrados."


Fique por dentro desse triângulo de negócios que não fecha : Odebrecht, Cuba e Flórida.
Essas coisas não saem na mídia do Brasil.
Por isso este blog se habilita a fazer parte da sua cesta básica de informação e opinião.
Assista ao video e leia o conteúdo do link
http://ucho.info/porto-cubano-pode-levar-a-odebrecht-usa-a-perder-us-80-bilhoes-em-miami

Leia também este link para a ISTOÉ.http://www.istoe.com.br/reportagens/345914_POR+QUE+O+BRASIL+ENTREGA+TANTO+PARA+CUBA





























BLACK BLOCS NA ALÇA DE MIRA

Postado por Berto Filho




Dilma. com um olho nas urnas, onde reina absoluta, e, naturalmente, orientada por seus marqueteiros, e também, por consideração, tendo ouvido o sr. Lula, se alinha com a posição mediana da sociedade no que concerne à violência dos black blocs e policiais nas manifestações de rua.

É, convenhamos, uma diretriz de governo, mas não se pode negar que tem efeitos colaterais sobre as inclinações daqueles 20% de eleitores que ainda não se definiram na escolha do(a) candidato(a) a presidente. E efeitos imediatos de desestímulo de tentativas de ocupar as ruas nas imediações dos estádios antes e durante a Copa. Afinal, dona FIFA gosta de casa arrumada e nem se importará se o Brasil for campeão, desde que eventuais confrontos aconteçam longe dos estádios superfaturados e não manchem o brilho da competição.
Uma lei que vem a calhar.

A matéria abaixo, de Catarina Alencastro, está no Globo.

Pessoas que escondem o rosto para se manifestar não são democratas, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o governo está elaborando uma legislação para regular a ação da polícia nas manifestações e dar diretrizes para que a força seja usada de forma proporcional pelos entes de repressão do Estado. As novas regras estão sendo discutidas com os secretários de segurança dos 27 estados da federação.

— Nós também estamos buscando um protocolo comum de atuação das polícias militares em manifestações. Isso, esse protocolo comum tem sido discutido com os secretários de segurança e os comandantes da PM de todo o Brasil. Nossa meta é que o Brasil disponha de um regramento unificado, que defina melhor o uso proporcional da força por parte da polícia — disse Dilma durante entrevista a duas rádios alagoanas.

A presidente informou ainda que fará parte desse projeto que o governo prepara mecanismos para coibir a violência nas manifestações por parte dos participantes dos atos. Dilma lembrou que a Constituição garante a liberdade de manifestação, mas proíbe o anonimato. Para ela, os que  usam máscaras em protestos não são democratas. A presidente também classificou de criminosos aqueles que depredam o patrimônio e atentam contra a vida da população. Mais uma vez ela lamentou a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão lançado por black blocs em ato no centro do Rio.

— Pessoas que usam da violência, pessoas que escondem o rosto para se manifestar não são democratas. Pessoas que matam, que ferem ou destroem o patrimônio público são criminosos e devem ser tratados como tal. É preciso reforçar a lei e aplicar a Constituição. A Constituição garante a liberdade de manifestação, a liberdade de manifestação do pensamento, mas ela veda o anonimato. Então nós estamos trabalhando numa legislação para coibir toda a forma de violência em manifestações. Aliás, a violência já levou a uma coisa terrível, que foi a morte de um pai de família — disse Dilma.

A proposta do governo
deve ser entregue até semana que vem ao Congresso. O ministro da Justiça, ministro José Eduardo Cardozo, disse que será encaminhada o “mais rápido possível”.

Deixa eu encerrar. Símbolos do patrimônio privado, como lojas e estabelecimentos do grande vilão financeiro que perpetra os juros mais escorchantes do planeta, com a cumplicidade do governo, e ônibus incendiados (símbolo meio privado, meio público porque as empresas prestam serviços de transporte público em nome do poder concedente) têm liderado o ranking de vítimas das depredações, certamente porque as imagens correm rapidamente o mundo e se transformam em propaganda ideológica dos agentes da violência. Vamos supor que, com o suporte dos movimentos sociais (MST...) a esquerda seja feliz no objetivo de implantar o socialismo bolivariano no Brasil (ditadura disfarçada de "democracia") copiando a estratégia de Chávez na Venezuela e dos irmãos Castro em Cuba. Como será feito o combate aos símbolos do capitalismo, inimigo número 1 do totalitarismo de Estado, como os bancos, por exemplo, que têm se comportado, utilitariamente, como aliados do governo federal ?

A pergunta fica no ar.