quarta-feira, 30 de abril de 2014

PEQUETITAS PERO PELIGROSAS

Post de Berto Filho

Li no Radar Online, do Lauro Jardim, que Alexandre Padilha insiste em dizer que o laboratório do doleiro Alberto Youssef “bateu na porta errada” ao tentar fazer lobby no Ministério da Saúde.

O comentário é do Lauro : "Se batendo na porta errada o Labogen esteve prestes a garantir uma bolada de 31 milhões de reais, imagina se tivesse batido na porta certa…"

 




É. Cabral e Garotinho já estiveram de bem. Foi quando, em 5 de junho de 2013 (não faz nem um ano), saiu no Diário Oficial do Rio de Janeiro a nomeação de Nelson Nahim Matheus de Oliveira para a presidência da Fundação Estadual do Norte Fluminense.

E o que significa o ato burocrático? Quer dizer que Sérgio Cabral acabava de arrumar emprego para ninguém menos que o irmão do hoje arqui-inimigo Anthony Garotinho.

Garotinho e Nahim romperam em 2008 quando o irmão não foi indicado para compor a chapa de Rosinha à prefeitura de Campos (RJ).

Em briga de irmãos, quem se mete se compromete.

Neinha Freitas, ex-assessora de altíssima confiança do casal Anthony e Rosinha Garotinho durante anos, vai se engajar na campanha de Luiz Fernando Pezão. Neinha chegou a se candidatar a deputada estadual pelo PT em 2010.

A nomeação de Nelson, irmão de Garotinho, por Sérgio Cabral em 2013 para a presidência da Fundação Estadual do Norte Fluminense, parece ter aberto a porteira...

 

PUTIN E O BRASIL  
                                    Igor Sechin Foto : Google


A nota também é da coluna Radar Online, do colunista da VEJA Lauro Jardim. Igor Sechin, o maior aliado de Vladimir Putin, alvo das novas sanções impostas pelos EUA aos russos, não é só ex-espião da KGB e presidente da gigante do petróleo Rosnet (nomeado por Putin, claro).

É também um velho conhecido dos brasileiros – ou pelo menos dos brasileiros que moraram na URSS/Rússia entre os anos 80 e 90.

Sechin fala português fluente. Duas décadas atrás, era o intérprete oficial de delegações brasileiras em Moscou e São Petersburgo e, no Brasil, das delegações soviéticas. Só não sei se o fato de Igor ser o preferido de Putin é bom ou mau para o Brasil.



O VOLTA LULA ESTÁ PEGANDO

Post de Berto Filho

O Volta Lula não é mais especulação de banheiro ou da rádio corredor. Já chegou à sala de jantas, ao quarto de dormir, à área de serviço e ao bar da esquina. Esse coral está animado com a queda de Dilma nas pesquisas. Incrível, não ? Devia estar todo mundo (do PT) jururu ou babando de raiva e se unindo para dar uma resposta unânime.


O ex-presidente Luiz Inacio da Silva Lula em comemoração                             Foto: Google

O desafio para Lula é arriscar tudo o que acumulou até agora, imune a acusações de toda sorte, e enfrentaro fogo cada vez mais pesado partido não só da oposição mas dos prestidigitadores que fazem sumir dinheiro público no Brasil e o materializam em contas no exterior através de doleiros como Alberto Youssef, o principal implicado na Operação Lava Jato, da Policia Federal. A forma como abandonou José Dirceu, José Genoíno (que amanhã volta para a Papuda) e outros, como "não sendo da sua confiança" (conforme desabafiou na TV portuguesa) dá uma ideia de sua atual fase de "distanciamento da realidade", fenômeno ou patologia já diagnosticado(a) pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello.

O segundo turno em breve será visível do alto da farol da torre se as coisas seguirem nessa direção.

As subidas simultâneas de Aécio Neves (mais de 20%) e Eduardo Campos (dois dígitos) e a queda da aprovação do governo Dilma para menos de 33% determinam o cenário de conflitos acirrados que vêm por aí. Acresça-se a isso os diálogos "amenos" que ecoarão das CPIs da Petrobras - segundo Renan, serão duas, ele não se contenta só com a CPI exclusiva da Petrobras porque, se desistisse de recorrer da decisão da ministra Rosa Weber, estaria quebrando o pacto com o PT e o governo Dilma. O senador "se esqueceu" de que é presidente do Senado, cargo que, por inteligência e elegância, deveria exercer com neutralidade, acima de qualquer suspeita.



SAIA JUSTA

Post de Berto Filho

É, Rachel está de saia justa.



Rachel Sheherazade, descontraída                                                   Foto : Google

A apresentadora do SBT Rachel Sheherazade foi convidada para comparecer à Comissão de Segurança Pública da Câmara e desembuchar. Ou seja, falar coisas que são difíceis de avaliar se ela terá coragem de dizer se a direção do SBT (Silvio Santis) permitir que ela compareça e fale (o que for previamente combinado com a direção).

O que dá para inferir é que houve censura interna e ela aceitou o enquadramento : continua a apresentar, como de hábito, o Jornal do SBT mas não dá mais nem um pio sobre nada que possa ser qualificado como "opinião pessoal".

Então, ela falar o que ? Por que razão, na real, deixou de fazer comentários no Jornal do SBT ?

Se o SBT concordar que ela vá e se ela abrir o bico dizendo o que realmente pensa, corre o risco de ser mandada embora. Mas pode ser que ela diga o que não pensa, para preservar o emprego e o status de ícone midiático que alcançou justamente por dizer o que pensa e defender o direito de dizer o que pensa, mesmo que desagradando vários setores da sociedade brasileira, como, por exemplo, a deputada Jandira Feghalli, do PCdo B (a sua guilhotina), e gente que não aceita fazer justiça com as próprias mãos.

Como não poderia deixar de ser, o deputado Ronaldo Caiado, membro dessa comissão, quer saber, da própria, se Sheherazade vem tendo sua liberdade de expressão cerceada no SBT, desde que a emissora a proibiu de fazer comentários sobre as reportagens exibidas no telejornal. O requerimento ainda não foi votado por falta de quorum. 


Vai que cola, e aí Sheherazade fica numa saia justa.

terça-feira, 29 de abril de 2014

PHANTOM OF THE OPERA

Post de Berto Filho




Vou dar um break no comentário político para repartir com vocês um espetáculo grandioso ! E com a presença no palco do autor da peça "PHANTOM OF THE OPERA" e de outros fantásticos musicais, o londrino Sir Andrew Lloyd Weber (de camisa azul).

O Fantasma foi produzido pela primeira vez em 1986, em Londres. Comemorou-se o seu 25 º aniversário de apresentações no Royal Albert Hall de Londres, em 2011.

O grande final desta celebração de aniversário contou com Sarah Brightman e 5 tenores que se revezaram interpretando o Fantasma da Ópera.
http://youtu.be/qpzz6NvOXqM

LULA AUTISTA ?

Post de Berto Filho


José Dirceu                                                                                                   Foto : Google

O ex-presidente Lula deu duas enormes derrapadas na entrevista à emissora de TV de Portugal RTP. Uma, que 80% do julgamento do mensalão foi político e apenas 20% jurídico. A outra, quando renegou os amigos que hoje estão presos por causa do mensalão.

A imprensa noticia que o ex-presidente Lula provocou grande mal-estar no governo e no PT ao declarar, nessa  entrevista, que os mensaleiros cumprindo pena no presídio da Papuda não são da sua “confiança”. Até porque não é verdade: um dos presos, José Dirceu, por exemplo, exerceu em seu governo o cargo de maior confiança de presidente da República: ministro-chefe da Casa Civil, espécie de “primeiro-ministro”. E foi o "capitão do time" no comando da campanha da reeleição, em 2006.

Um dos mais afetados pela declaração de Lula, segundo fontes do PT, foi o ex-deputado José Genoino, velho amigo do ex-presidente.

Outros velhos amigos, que estão presos e não entregaram o líder, como Delúbio Soares, sentiram-se ofendidos com a afirmação de Lula.

Ao renegar os amigos mensaleiros, Lula dá razão aos que o comparam a Macunaíma, o “herói sem caráter” da obra de Mário de Andrade.

Há uma comparação bíblica que tem pertinência com a atitude de Lula. : Pedro renegou Jesus por 3 vezes.

Quando Jesus disse que todos se escandalizariam por Sua causa, Pedro foi o único que o desmentiu, jurando: “embora todos se escandalizem por tua causa, eu jamais me escandalizarei”.

E Jesus retrucou: “nesta mesma noite, antes do galo cantar, tu me renegarás três vezes”.

Aí Pedro chegou ao acinte (ou desrespeito) de afrontar Jesus: “Ainda que eu deva morrer contigo,  não te renegarei”. Mas renegou por 3 vezes, como Jesus profetizara.

Vamos ver se Lula vai revenar os velhos amigos por mais duas vezes...

O ministro do STF Marco Aurélio Mello disse, a respeito, que Lula apresenta um quadro de "distanciamento da realidade". Lula foi ao Hospital Sirio Libanês em São Paulo para tratar de uma labirintite. Será que só agora estamos começando a perceber que o ex-presidente contraiu autismo ?

segunda-feira, 28 de abril de 2014

DOMINGOS MEIRELLES ESTREIA NA RECORD

Post de Berto Filho

O Marcelo Tas que me perdoe mas hoje vou ver e recomendo assistir à estreia do amigo Domingos Meirelles na Record, reeditando, em outra linha investigativa, o "Linha Direta" da TV Globo que o consagrou como repórter sério, discreto, sóbrio, de alta credibilidade.

Fonte : TV Clube de Pernambuco

A notícia é esta :

EstreiaRepórter Record Investigação estreia segunda (28) com apresentação de Domingos Meirelles
Programa terá reportagem sobre conflitos de gangues em El Salvador




Denúncias exclusivas, temas polêmicos e grandes reportagens. O Repórter Record Investigação, sob o comando de Domingos Meirelles, estreia nesta segunda-feira (28/04), às 22h15, com a missão de desvendar temas de interesse público.

Com 50 anos de carreira, o profissional se junta à equipe de jornalismo da emissora para revelar problemas sociais que as autoridades ignoram, golpes que mexem com o dia-a-dia do brasileiro ou grandes injustiças cometidas no País ou no mundo.

“O público vai ter duas grandes surpresas. A primeira é relacionada aos recursos tecnológicos que foram colocados à disposição do Repórter Record Investigação. O cenário é extremamente moderno, muito sofisticado. Eu acho que não existe nada parecido na televisão brasileira. A segunda grande surpresa é o formato e a proposta do programa, que é totalmente audaciosa e vai impressionar o telespectador. A soma da maneira de como o Repórter Record Investigação será apresentado com o seu conteúdo vão produzir um resultado espetacular”, diz Meirelles.

No programa de estreia, a equipe do Repórter Record Investigação entra em um território proibido: pela primeira vez, uma equipe de TV da América do Sul documenta uma das guerras mais sangrentas do mundo. Domingos Meirelles revela os bastidores dos confrontos em El Salvador, entre duas das maiores gangues do planeta, que chegam a colocar em estado de alerta o governo dos Estados Unidos. Também mostra cemitérios clandestinos e os assustadores porões de uma prisão, num país dominado pela pobreza e violência.

Sobre o apresentador

Domingos Meirelles é um dos mais prestigiados jornalistas do País e recebeu alguns dos principais prêmios do Brasil e do mundo: são cinco prêmios Esso, cinco prêmios Vladimir Herzog, dois prêmios Jabuti, dois prêmios Justiça e Direitos Humanos (América Latina), Prêmio Embratel, Prêmio Rei da Espanha, Prêmio Petrobras, Prêmio Anamatra e Prêmio Amis d'Afrique, entre outros.

Iniciou a carreira em grandes jornais e revistas, mas depois se dedicou à TV, com passagem pelas maiores emissoras do País. Agora, ele inicia uma nova etapa da sua trajetória, à frente do Repórter Record Investigação.

Repórter Record Investigação vai ao ar toda segunda-feira, às 22h15, logo após a novela Pecado Mortal

OCUPAÇÃO SOCIAL REALISTA DE FAVELAS PACIFICADAS

Post de Berto Filho

O que vai escrito aqui, por mim e pelo Merval Pereira, não é novo, já foi proposto várias vezes no passado mas ficou no papel e nas boas intenções de que o inferno está cheio.

O governador Luiz Fernando Pezão está convencido de que instalar UPP em uma comunidade conflagrada apenas com a intervenção policial e a presença militar ostensiva, permanente ou temporária, de soldados de elite tentando ser bonzinhos no relacionamento com os moradores, não resolve. É preciso ocupar as comunidades com a implantação de programas sociais de largo alcance, que vão envolver a abertura de novas ruas, avenidas, construção de hospitais, escolas, centros de cidadania, o alargamento de ruelas e vielas estreitíssimas, labirintos que funcionam como esconderijos estratégicos que facilitam o despistamento e a fuga de criminosos, nessa briga sem fim de gato e rato.

Mas para que o êxito final seja alcançado - e põe prazo nisso - é imprescindível uma campanha de conscientização dos moradores, cuja grande maioria é do bem e só incendeia ônibus para atender ordem de traficante senão leva chumbo.

Será preciso mesmo uma campanha publicitária "socializante" que trate o espaço onde será feita a intervenção com o mesmo cuidado publicitário com que as imobiliárias e construtoras envelopam lançamentos milionários de condomínios residenciais na Barra ou na Zona Sul. Com maquetes eletrôjnicas e apresentação dos planos aos moradores, assegurando que nada perderão, pelo contrário, ganharão com a valorização dos seus imóveis depois de terminada a obra. Como pensa o governador Pezão, o Estado precisará realizar obras de infra-estrutura que são verdadeirtos desafios urbanísticos de mobilidade e arquitetura, para as quais deverá ser dada preferência ao emprego de mão de obra local (pedreiros, serventes, eletricistas, encanadores, pintores, limpadores de fossas, etc) por parte das empreiteiras que vencerem as licitações ou das que forem contratadas em regime de emergência, se for o caso. Elas teriam que se comprometer em cumprir essa exigência. Ter a população do seu lado é a melhor garantia, para o governo, de que não haverá sabotagem ou ela será detectada antes que exploda. O difícil será iniciar qualquer obra antes das eleições sem a colaboração da comunidade. 


A UPP é o símbolo de uma política transversal, estruturante, de segurança pública de caráter social que deveria independer de quem quer que venha a ser o futuro ocupante do Palácio Guanabara. E não adianta o candidato de oposição mudar cosmeticamente o nome de UPP para qualquer outra sigla só para imprimir sua marca pessoal sem levar em conta tudo o que foi feito até aqui pelo ex-governador Cabral.




Foto : Google

Quem levanta a lebre e mostra que o governador vai tentar virar o jogo pondo em prática uma ocupação social prática e realista é o jornalista Merval Pereira, que acaba de ganhar uma pendência por danos morais na Justiça contra o jornalista Paulo Henrique Amorim.
Vamos ao Merval.


"O governador Pezão está disposto a ser criativo no combate ao tráfico, que desafia as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na tentativa de inviabilizar o principal projeto de segurança pública do governo do Rio. Enquanto discute projeto que permitiria uma reurbanização mais rápida de locais estratégicos nas comunidades onde atuam as UPPs, sem a necessidade de remoção dos moradores, pretende fazer convênios com o programa do governo federal Minha Casa,Minha Vida para os casos em que a remoção seja necessária para os projetos de urbanização, como ampliação de ruas e aberturas de passagens em becos e ruelas das favelas.

“Temos que ser criativos, aqui no Rio é um campo imenso para a gente inovar”, diz o governador. Transformar as favelas em bairros é uma maneira mais ampla de tratar as ações sociais, tão necessárias para a consolidação da pacificação nos territórios anteriormente dominados pelo tráfico de drogas. Um enfoque diferente de serviço público, com efeito importante de mobilidade.
Com o modelo urbano das favelas é muito difícil a solução, analisa Pezão. “É difícil fazer patrulhamento em becos, vielas, em que as pessoas têm andar até de lado. Quando você vê de cima, do helicóptero, esses becos, é impressionante. E quando se anda nesses locais na Rocinha, no Jacarezinho, é uma coisa assustadora”, comenta.

O projeto prevê a abertura de avenidas em certas comunidades, onde não entra carro da polícia, não entra ambulância, do que se aproveita o tráfico para predominar. “Temos que ter planos de remoção, usar o Minha Casa, Minha Vida para esse trabalho social mais amplo”, enfatiza Pezão, que pretende ir a Brasília discutir diretamente com a presidente Dilma Rousseff essa questão específica.

Mas Pezão também procurará o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para lançar uma discussão mais ampla: ele acha que é preciso uma maior autonomia federativa para certas legislações, desde o Código Ambiental até o Penal.
“Isso é guerra, é o tráfico internacional que está aqui. Tem gente poderosa atuando aqui”, ressalta Pezão, que lembra que também é preciso maior ação do governo federal para ajudar o Estado do Rio que, destaca, é cercado de entradas federais: Rio-Santos; Rio-Petrópolis. “É preciso ter um patrulhamento forte nas rodovias, na Baía da Guanabara. Não é só um problema só do Rio, é do país”.
A antiga reivindicação de que a Polícia Federal aumente a fiscalização dos armamentos e drogas que chegam aqui pelas fronteiras continua de pé, mas as ações mais próximas das entradas do Estado do Rio são urgentes neste momento de confronto. “Se houve um Estado que fez esse enfrentamento foi o nosso”, frisa Pezão, desfiando números: “Quando nós entramos haviam 33 mil policiais, hoje são 48 mil. E dão baixa cerca de mil por ano, por aposentadoria ou morte. Vamos abrir concurso agora para mais 6 ou 7 mil policiais militares e mais outro tanto de civis. Eram 21 mil presos, hoje são 37 mil”.
Ele pretende começar uma discussão nacional, convocar líderes da bancada federal do Rio para debater no Congresso mudanças no pacto federativo que permitam que os Estados tenham legislações próprias, como acontece nos Estados Unidos, por exemplo. “Não dá para a gente ter um Código Penal nem um Ambiental igual ao do Acre, as prioridades são distintas”.
A necessidade de revisão da legislação Penal tem na liberação do traficante Pitbull, líder do tráfico no Pavão-Pavãozinho, um exemplo chocante: cinco meses depois de ter sido preso, foi autorizado a ver a família, e nunca mais voltou para a cadeia, estando neste momento comandando as ações naquela favela, enfrentando a UPP lá instalada. “Cada um desses que é solto, desestabiliza”, lamenta Pezão. “Não é que não estejamos equipados para enfrentar, mas fazemos um grande esforço para prender um chefão do tráfico e depois de cinco, seis meses ele é solto e volta. Isso cria uma instabilidade dentro dessas comunidades violenta”.

HECTOR COSTITA E O CHORO PORTENHO

Post de Berto Filho

Hector Costita

Separei este link, da série de excelentes fonogramas que o Gerdal José de Paula me enviou com pedras preciosas musicais compostas ou tocadas pelo músico (flauta, sax...) e compositor argentino de alma brasileira Hector Costita, para abrir esta 2a.feira preguiçosa. A composição se chama "Choro Portenho" mas não é choro porque a seleção argentina perdeu a Copa para o Brasil... é uma fusão maravilhosa de duas almas sonoras, a do tango e a do choro, com sotaque de jazz. Nessa onda, você decola de Buenos Aires e aterrissa em Vila Isabel.

https://www.youtube.com/watch?v=NhEm5H0NoO0


Vamos ver quem é Hector na pequena biografia feita pelo Gerdal. E depois você vai se deliciando com os demais fonogramas.

Em 1964, o portenho Hector Bisignani - ou Hector Costita na arte do sopro -, fazendo jus ao título do seu elepê, pela Fermata, causava "impacto" no nosso meio musical, seduzindo, pela água de beber da bossa-jazz, críticos, músicos e ouvintes. Trocando o clarinete, seu primeiro instrumento, pelo sax tenor por influência do patrício Lalo Schifrin, cuja orquestra integraria, o fabuloso Hector, em seguida, na segunda metade dos anos 50, chegava a São Paulo para ficar - exceção feita aos anos de residência na França, como na segunda metade da década seguinte, quando estudou música, no Conservatório de Paris, e atuou profissionalmente (em 1969, por exemplo, no Festival Internacional de Jazz de Antibes).

Após debutar no Brasil tocando na Baiuca e nas orquestras de Elcio Alvarez e Enrico Simonetti, teve, nos anos 60, na capital paulista, um período especial de projeção, bem iniciado por trabalho em trio com João Donato e Chu Viana (baixista que o levara para a Baiuca) e, como curiosidade, discos lançados, em 1962 e 1963, sob o pseudônimo de Don Junior. Além do supralembrado disco-sensação - para muitos, o principal da sua carreira -, destacou-se no sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, em elepê, "Você Ainda Não Viu Nada", que contou com a assinatura de Antonio Carlos Jobim, além da do pianista niteroiense, nos arranjos e foi elogiado pelo trato diferente, inventivo e instigante dado ao samba.



A partir de 1973, quando retornou da França para a terra da garoa e integrou a orquestra de outro conterrâneo, Carlos Piper, outros álbuns e demandas profissionais de monta viriam, como o elepê "Paracachúm", da Som da Gente (1984), além da atuação, ainda ao longo dos anos 70, em "big band" do pianista Nelson Ayres e, mais adiante, também com este, entre outros, no conjunto Pau Brasil. No início dos anos 80, em "big band" própria, Hector acompanhou, no 150 Night Club (boate do então recém-inaugurado Maksoud Plaza), nomes internacionais, como Tony Bennett, Betty Carter, Michel Legrand, Toshiko Akiyoshi e Freddy Cole (irmão de Nat King Cole).



Em 1980, Hector fez a bela trilha do filme erótico "Ariella" (personagem-título "encarnada" com muita propriedade por Nicole Puzzi, sob a direção do finado John Herbert), dotando seu currículo de vida musical para a tela grande, antes nele conhecida, como executante, nas imagens do longa "O Beijo da Mulher Aranha", de Hector Babenco, xará argentino também há muito aqui radicado. A caminho dos 80 anos, (a serem) completados no próximo 27 de outubro, Hector Costita, além do sopro em shows e gravações e da lida na coordenação em festivais (como um para arranjadores, Ars Brasilis, em 2012, pelo Sesi-SP, idealizado por ele), tem-se dedicado, há anos, ao ensino do saxofone, o que já fez no Conservatório Musical de Tatuí (SP) e no CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical). Esta uma escola criada por seus amigos do Zimbo Trio, com os quais, mais o guitarrista Heraldo do Monte, teve, em 1976, na nossa discografia, pela RGE, outra inserção digna de nota. Uma nota "jazz" - e com louvor, "por supuesto".



Pós-escrito: nos oito "links" seguintes, com Hector Costita, composições dele, salvo onde indicado: 1) "Le Roi", de Dave Baker; 2) "Ariella"; 3) "Na Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso; 4) "El Baión"; 5) "Choro Porteño"; 6) "Paracachúm"; 7) "Tudo Bem", de Amílton Godoy; 8) "I Concentrate on You", de Cole Porter, na voz do paulista Ian Calamaro.

https://www.youtube.com/watch?v=OsT_nzwp5Sg ("Le Roi")

https://www.youtube.com/watch?v=j9zTbkH7Cgo ("Ariella")

https://www.youtube.com/watch?v=IlglfRIUbuU ("Na Baixa do Sapateiro")

https://www.youtube.com/watch?v=4O7KWDh31LU ("El Baión")

https://www.youtube.com/watch?v=NhEm5H0NoO0 ("Choro Porteño")

https://www.youtube.com/watch?v=LCeQOh21J4w ("Paracachúm")

https://www.youtube.com/watch?v=QetAvzRFGIw ("Tudo Bem")

https://www.youtube.com/watch?v=r5KDdqCjvTg ("I Concentrate on You")



domingo, 27 de abril de 2014

UM GRANDE MÉDICO QUESTIONA O MAIS MÉDICOS

Post de Berto Filho


 

O artigo saiu na Folha de São Paulo.

Autor : Dr. Miguel Srougi, professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP, pós-graduado em urologia pela Universidade Harvard (EUA) e presidente do Conselho do Instituto Criança é Vida

Nem eu nem meus colegas brasileiros rejeitamos a ideia de mais médicos, afinal essa é uma aspiração planetária. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), faltam no mundo 4,3 milhões de médicos e enfermeiras, carência impossível de ser ignorada, pois penaliza 1 bilhão de pessoas, como sempre aquelas que perambulam à margem da existência digna.

O que eu e a imensa maioria dos médicos brasileiros não conseguimos aceitar é a forma como o programa Mais Médicos foi imposto à nação. Para dissimular a indecência na saúde, nossos governantes trouxeram médicos cubanos. Iniciativa de grande apelo aos mais distraídos, mas ilegítima, injusta, inconsistente e empulhadora.

Iniciativa ilegítima por violar as leis e os valores da sociedade brasileira. Como aceitar que profissionais recebam menos de 10% do que foi anunciado; cidadãos proibidos de expressar seus sentimentos, vivendo em cativeiros, num país onde a liberdade constitui uma conquista inegociável de seu povo.

Injusta porque, em três anos, serão transferidos R$ 5 bilhões para Cuba, país igualmente carente, mas que não pode ser privilegiado em detrimento dos desvalidos do Brasil. País habitado por 60 milhões de analfabetos e por 6,5 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza, que vão para a cama sem saber se terão o que comer no dia seguinte.

Também injusta porque, para implementar um programa tão inconsistente, nossas autoridades demonizaram os médicos brasileiros, cuja competência e abnegação é reconhecida dentro e fora de nossas fronteiras. O ex-ministro Alexandre Padilha escreveu nesta Folha que os médicos brasileiros aprendiam com os pacientes pobres nos hospitais públicos, para depois só tratar ricos.

Poucas vezes testemunhei algo tão preconceituoso, perigoso e mentiroso. O ex-ministro, que diz ter estudado medicina, sabe que em todo o planeta existe um contrato social não escrito: médicos aprendem em hospitais universitários e, como retribuição, os pacientes recebem cuidados orientados ou providos por professores, que se colocam entre os mais competentes médicos de cada país.

Iniciativa inconsistente porque os médicos cubanos, com formação dúbia, serão incapazes de exercer qualquer ação médica efetiva em ambientes degradados e abandonados. O que farão frente a um paciente com dor aguda no peito? Se do céu cair um eletrocardiograma, não saberão interpretá-lo. Se por intuição desconfiarem de um infarto, não conseguirão tratá-lo. Se alguma divindade conseguir transportar o paciente para um centro mais desenvolvido, inexistirão vagas nos hospitais do SUS. Atendido no setor de emergências, ele morrerá pelo infarto e de frio, pois terá que utilizar o seu cobertor para forrar o chão gélido, onde será despejado e não atendido.

Iniciativa empulhadora porque atribui a ruína da saúde à falta de médicos nos rincões, quando na verdade a indecência instalou-se porque o Brasil tem sido dirigido por governantes desonestos e de uma inépcia inabalável. Governo cujo Ministério da Saúde promoveu, nos últimos cinco anos, o fechamento de 286 hospitais ligados ao SUS e deixou de utilizar, em 2012, R$ 17 bilhões dos parcos recursos a ele destinados. Valor com o qual teriam sido construídas e equipadas 18 mil unidades básicas de saúde e com o qual menos corpos estariam despencando diante das portas impenetráveis dos hospitais públicos.

Dirigentes coniventes com a corrupção, que segundo a ONU apoderou-se, em 2012, de R$ 200 bilhões da riqueza do Brasil, suficientes para construir 9 milhões de residências populares. Também muitos leitos hospitalares se contabilizados os descaminhos recentes da turma do punho cerrado, do bando das mãos lambuzadas de petróleo ou do time dos pés entortados.

Lamento prever a ruína próxima do Mais Médicos. Os cubanos já estão migrando para centros mais prósperos e os nossos governantes, sob jugo da marquetagem eleitoreira e com mentiras repetidas, esforçam-se para esconder os frangalhos da ação tresloucada. Restarão no palco do horror, abandonados e resignados, aqueles que nunca conseguirão expressar a desilusão.

 

ALEXANDRE PADILHA PEDE VOTO PARA ANDRÉ VARGAS

Post de Berto Filho

 Para melhorar (ou será piorar ?!) o seu humor nesse domingo de tempo meio carrancudo, posto um link que comprova a relação do bom moço Padilha (Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e candidato a governador do Paraná) ao, o que dizer, anjo e ainda deputado do PT André Vargas.  Esse video foi tirado do ar mas reapareceu para sorte dos que querem saber o que se passa debaixo dos panos.

Vargas está se desfiliando do PT para não contaminar a marca do partido nas eleições mas segue, teimoso, deputado, no dilema da renúncia ou da cassação. O ponto de união de ambos com eventuais ilíicitos parlamentares ou administrativos que a PF está apurando é o doleiro Alberto Youssef. E doleiro você já sabe o que faz porque já expliquei aqui ou você já leu em algum lugar. No mínimo, entrega, para abocanhar uma delação premiada. Já fez isso antes, lembra ? Por que não fazer de novo ?
https://www.facebook.com/photo.php?v=478829602219038&set=vb.140140766087925&type=2&theater

sábado, 26 de abril de 2014

E DEUS CRIOU BRIGITTE

Post de Berto Filho

Dando um pulo ao arquivo da VEJA de 23 de abril, no território do Augusto Nunes, encontrei este artigo escrito a bem mais de 4 mãos. Tudo o que lembra Brigitte Bardot mexe comigo. É que, em tempos idos, namorei uma mulher que, aos 19 anos, era sósia melhorada da gata francesa e até ganhou esse "apelido" (Brigitte) de alguns amigos.
Foi paixão fulminante. Tornou-se a mãe de meus 3 filhos.

 
Especial VEJA: Brigitte Bardot – E Búzios criou essa mulher


Brigitte em Búzios

Brigitte Bardot estava arrumando as malas em 31 de março de 1964. Encerrava um dos períodos mais tranquilos de sua trajetória infernal de celebridade assediada e atormentada, vivido na pouco conhecida vila de pescadores chamada Armação de Búzios. Acabava ali também o chamado verão dos inocentes, quando os biquínis já estavam incorporados às areias do Rio e adjacências, as primeiras pranchas de fibra de vidro apareciam no Arpoador e, sob o sol de até 35,8 graus, três mulheres ocupavam a imaginação dos brasileiros: a jovem e comentada primeira-dama Maria Thereza Goulart; a angelical miss Universo Ieda Maria Vargas; e a escandalosamente sensual BB.

Trazida por um namorado com ligações com o Brasil, o playboy Bob Zagury, ela havia desembarcado de um DC-8 da Panair no Galeão, em 7 de janeiro, usando um casaco de gola de pele e com a aura de deusa do sexo que a acompanhava desde E Deus Criou a Mulher. Feito oito anos antes, o filme ainda era comentado em voz baixa quando havia crianças na sala: Brigitte aparecia nua.

Quando ocorreu o golpe, os pais da atriz chegaram a procurar informações na Embaixada do Brasil em Paris. BB continuou embriagada pelo espumejante “mar de champanhe azul” que encontrou aqui: sem entender exatamente o que acontecia, em 4 de abril festejou com amigos no Rio, na boate Top Club, a vitória do novo regime. “Adorei a revolução no Brasil. Não houve morte nem tiros”, foi a declaração colocada no inesquecível biquinho, quando voltou a Paris.

Colaboradores: André Petry, Augusto Nunes, Carlos Graieb, Diogo Schelp, Duda Teixeira, Eurípedes Alcântara, Fábio Altman, Giuliano Guandalini, Jerônimo Teixeira, Juliana Linhares, Leslie Lestão, Otávio Cabral, Pedro Dias, Rinaldo Gama, Thaís Oyama e Vilma Gryzinski.


Volto eu : é, Brigitte nunca se engajou em política e afinal ela não tinha vindo aqui para participar de uma revolução.  Não viu nada, porque não a informaram do que estava para acontecer (em 31 de março), seus amigos ofereciam apenas diversão ( o Bob é quem sabe como foi) e devem tê-la levado para onde ela não pudesse ver nem ouvir nada e pode até ser que tenha dito a frase que colocaram em sua boquinha sensual. Anos mais tarde, ela se transformou numa uma guerreira atuante na luta ambiental e pela preservação de espécies de animais em extinção. Uma causa, aliás, muito atual. O que ficou de Brigitte é a marca da beleza e da sensualidade. É o que interessa nela.   

DILMA É VAIADA NO PARÁ

Post de Berto Filho

No site da VEJA, o jornalista Augusto Nunes, apresentador do "Roda Viva", da TV Cultura, exibe um vídeo que flagra a presidente Dilma numa tremenda saia justa em evento no Pará, organizado pelo Planalto só com amigos para ser uma festa com flores e aplausos para Dilma. Mas vieram vaias.



http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/historia-em-imagens/so-havia-convidados-do-planalto-na-plateia-nem-assim-a-presidente-escapou-da-vaia/

 
A favor de Dilma, o "bom humor" tenso, contido, com que  enfrentou um ambiente hostil inesperado. Ela está irreconhecível,  pelo menos como a imaginamos que reagiria se não tivesse que se comportar como uma dama, como o ritual do cerimonial impunha.
Imagina a Dilma podendo reagir com todas as garras às provocações de parte da plateia. Será só o começo das manifestações anti Copa ?

VIDA SIMPLES DO INTERIOR

Post do Berto

Recorro ao mestre Moacir Japiassu que, lá do alto da montanha, lamenta informar que a tal vida simples do interior é apenas uma ilusão.

O link abaixo reporta a coluna Jornal da Imprença desta sermana, de sua douta autoria.
http://antesqueeumeesqueca.weebly.com/jornal-da-imprenccedila.html



O título da reportagem do UOL:

Famílias trocaram a cidade pelo campo para ter uma vida simples
Janistraquis (personagem do Moacir) sorriu:

“Até a ‘filósofa’ Marilena Chauí, musa do PT que odeia a classe média, teve pena de tamanha pureza d’alma; não existe mais a tal vida simples”.

É verdade; vida rural é difícil e cada vez mais perigosa. Há algum tempo, Odilon, amigo nosso, seguia a pé do sítio para a cidade, como todos os dias, quando foi assassinado no meio da estrada Cunha-Paraty a golpes de barra de ferro. Nunca acharam o bandido que cometeu a maldade contra um homem bom, que andava sem dinheiro no bolso e não tinha armas.

Há alguns meses, Geraldo Bernardo, comerciante aqui ao lado do Maravalha, foi atacado a pauladas no instante em que encerrava o expediente, no início da noite; os bandidos, três menores de idade, também invadiram a residência, que ficava em cima do armazém, e mataram a facadas a mulher dele, dona Nair. “Apreendidos”, como dizem os trouxas, os bandidos devem ter sido beneficiados pela folga da Semana Santa.

A vida no meio do mato se transformou num pavor diário. Nossos sítios e chácaras são cercados por apenas três, quatro fios de arame farpado, e, se o bandido não pula por cima, arrasta-se por baixo ou então mete o alicate e passa do mesmo jeito. Ter cachorro é a mais inocente das ‘providências’.

A segurança talvez esteja nas armas de fogo e na disposição de atirar até nas sombras da noite. Janistraquis vai tentar contato com Marcola para ver se compra, a prazo, é claro, uma metralhadora e algumas granadas para esticar um pouco mais a vida simples desejada pela classe média de Marilena Chauí.



Praia do Forte : a vista para o mar dos mineiros e suburbanos sem praia


Peço licença, Moacir, para entrar nessa conversa. Moro na decantada província de Cabo Frio, um balneário exótico, hoje mais ocupado por mineiros e "duristas" da Baixada Fluminense do que por cabofrienses nativos ou cariocas da classe média antigona, essa mesma que Marilena Chauí odeia.

Dotada de praias belíssimas e de pôres-de-sol deslumbrantes, Cabo Frio veio à luz das descobertas pela Lagoa de Araruama.

Veja só como são as coisas. Conta o wikipedia que em 1503, a terceira expedição naval portuguesa para reconhecimento do litoral brasileiro sofreu um naufrágio em
Fernando de Noronha e a frota remanescente se dispersou. Dois navios, sob o comando de Américo Vespúcio, seguiram viagem até a Bahia e depois até Cabo Frio. Junto ao porto da barra de Araruama, os expedicionários construíram e guarneceram com 24 cristãos uma fortaleza-feitoria para explorar o pau-brasil, abundante na margem continental da lagoa. É, este é o começo. O começo da história de Cabo Frio e da exploração das riquezas do Brasil. A história de Cabo Frio é quase a história do Brasil. Pedro Álvares Cabral não descobriu o Brasil em Cabo Frio porque os deuses navegantes tinham preferência pela Bahia de Todos os Santos. Se quiseres ir bem para trás, verás que a ocupação humana das terras onde viria se estabelecer o município de Cabo Frio teve início há mais ou menos 6 000 anos, quando um pequeno bando nômade de famílias chegou em canoas pelo mar e acampou no Morro dos Índios, então uma pequena ilha rochosa na atual barra da Lagoa de Araruama e ponto litorâneo extremo da margem de restinga do Canal do Itajuru.

Pois é, caro Moacir, a vida simples de interior em Cabo Frio foi pro espaço. Quando vim para Cabo Frio pela primeira vez, nos anos 60, a cidade parecia uma aldeia. Hoje, Cabo Frio, bombada pela mídia e por prefeitos que querem bater recordes de turistas barulhentos todo ano, venham de onde vierem, paga o mico de ter se transformado num subúrbio das Alterosas e da Baixada, foi parar no Irajá... Atraiu gente sem educação, sem consciência ecológica, sem ... bem, deixa pra lá. E pior : veio junto o crime que fugiu das comunidades "pacificadas" do Rio. Acabou a vida simples do interior. Cabo Frio já é uma metrópole média de 200.000 habitantes, crivada de tiques nervosos de cidade grande, vítimas de crescimento acelerado e desordenado. Motoristas impacientes, agressivos, comerciantes que querem ganhar na alta temporada tudo o que acham que vão perder na baixa. Bancos e hospitais com filas de padrão INSS, monopólio no transporte público, trânsito caótico nos horários de rush, carros de todas as marcas - novos e velhos -, ônibus, motos, caminhões, tratores, ciclistas e pedestres disputam espaço em cada rua do centro e de alguns bairros como se fosse o último... É, troquei o Rio pela vida simples do interior... mas aqui, apesar de tudo, ainda está melhor.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

UPPS CONDENADAS AO DESAPARECIMENTO ?


Post de Berto Filho

Há uma especulação, que não sei se procede ou não, de que a justa manifestação de apoio à família do dançarino Douglas Raphael, após o seu enterro, realizada em um dos mais emblemáticos cartões postais do Brasil, Copacaban, foi usada por gente não identificada com o intuito exclusivo de derrubar o fundamento de toda a política de segurança do governo Cabral : as UPPs.
Entre os manifestantes, moradores e familiares do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo teriam se infiltrado militantes black blocs com a mesma tática de junho de 2013.
O fim das UPPs lá no alto do morro controlando tudo não interessa apenas a traficantes e marginais comuns,. Serve também a candidatos à sucessão de Cabral.

Por outro lado, a forma truculenta com que agem certos policiais não capacitados para interagir com moradores das comunidades pacificadas e garantir a coexistência entre moradores e policiais de uma forma respeitosa já provocou o episódio Amarildo e, agora, o episódio Douglas, que tinha participação no programa "Esquenta", da Regina Casé.

É talvez o pior momento da luta política e policial pelo poder no Rio. O final feliz é possível, apesar de todos os prognóstiocos serem negativos.
Tudo depende de como o candidato Luiz Fernando Pezão vai sair do encurralamento para defender a principal conquista do governo Cabral na segurança pública : as UPPs.
Não faz nenhum sentido para a tranquilidade da população dissolver as UPPs já implantadas, devolvendo-as aos "moradores" (quer dizer, aos traficantes...)  e paralisar ou postergar a implantação das novas, já programadas. 

Polícia e bandido é feito gato e rato. No caso do dançarino, o gato pode ter errado na mão, mais uma vez.  Agora, é pedir descultas à família, dar toda a assistência possível e de uma forma que pareça sincera. 

A mãe do Douglas, muito politizada e determinada, recusou-se a receber o governador para, metaforicamente, não colocar azeitona na empada do candidato. É, o momento é de luto e consternação. Mas não de aproveitamento da situação para acabar com a UPP.

Pedir só desculpas é pouco : o governo do estado precisa dar uma demonstração de que vai mudar radicalmente a preparação técnica e psicológica dos profissionais que vão lidar diariamente com a comunidade. Há problemas, é claro, com relaçáo a armas guardadas em casa e ao emprego de armas pela polícia em situação de crise. Desarmar a população sem desarmar a polícia é difícil. Senão impossível.

O Estado (governo do estado e prefeitura)  e a iniciativa privada (empreiteiras, etc) precisam estar bem mais presentes na "ocupação social" de uma forma construtiva e colaborativa.  Já sei, vocês vão dizer : de boas intenções o inferno está cheio.  É verdade mas se não for feito nada com a sincera disposição de acertar a mão daqui para a frente, vai ficar difícil para o governador governar os meses que lhe restam e ganhar a confiança do eleitor para continuar governando por mais 4 anos. 

Mudar o governador nas eleições pode significar desmantelar toda a estratégvia de atuação da Secretaria de Segurança Pública, cujo pilar mais importante tem sido a UPP.

Não estou defendendo a eleição de Pezão e sim o comprometimento dos candidatos com ações de efetiva ocupação social através da oferta maciça de práticas de cidadania, assistência social, uso do esporte educacional como agregador social e revelador de talentos, herois e campeões, coleta de lixo, varrição das ruas, assistência hospitalar, educação de base, habitação, saneamento e tantos outros meios que podem ser empregados para emancipar a sociedade que prolifera nessas comunidades com velocidade superior à do crescimento demográfico de uma família de classe média, da antiga.   

Com UPPs bem melhores, com mais inteligência e integração entre as polícias, e um real comprometimento com a aplicação de políticas públicas que atendam diretamente, in loco, as necessidades das comunidades pacificadas. Agora, não me venham os candidatos com a proposta de rebatizar a UPP com algum nome que lhes pareça mais sugestivo apenas para apagar as marcas do atual governo. Mudança apenas cosmética é indecente.
   

OLHO POR OLHO

Post de Berto Filho

 

 Foto : Google
Matéria do jornalista Sergio Roxo para a VEJA (ler no link
http://oglobo.globo.com/pais/padilha-ameaca-processar-qualquer-pessoa-que-tenha-feito-ligacao-dele-com-youssef-12299755 ) mostra uma face desconhecida do ex-ministro Alexandre Padilha. Sempre cordial e simpático no trato com a imprensa, ainda mais agora que é ainda é o candidato do PT ao governo de São Paulo, o ex-Coordenador do Mais Médicos ameaça processar ‘qualquer pessoa’ que tenha feito ligação dele com (o doleiro Alberto) Youssef. Claro que se refere à denúncia da PF de que teria indicado um auxiliar para dirigir o Labogen, aquele laboratório que teria ganho uma “licitação” ou assinado um contrato para fornecer ao Ministério da Saúde uma primeira leva de R$ 31 milhões pela fabricação e entrega de um dos princípios ativos do Viagra. Sendo assim, cabe aos advogados processar a Policia Federal, a fonte primária da denuncia dessa ligação. Acredito que todos os textos publicados na mídia impressa e virtual posteriores à revelação da PF sobre esse assunto estejam baseados primariamente no documento anunciado pela PF. Que eu saiba, não está havendo prejulgamento ou linchamento público coletivo do procedimento do ex-ministro. Todos aguardam que se defenda.

Já li em algum canto que uma ala anti PT na PF deixa vazar tudo contra membros do partido que apareça nas operações em curso, especialmente na Lava Jato. Este não é assunto para tratar agora neste blog.

A ameaça de processar “qualquer pessoa” que tenha feito comentário sobre a alegada ligação dele com o doleiro rescende a censura prévia, tentativa de intimidação ou defesa preventiva contra ataques à sua honra pessoal. Vejo que o sr. Padilha quer preservar a sua condição de candidato custe o que custar, pelo menos até que ele prove ser tudo mentira, que ele não indicou ninguém para a Labogen e que não tem a menor culpa nesse cartório. Se ele conseguir convencer a mídia e a sociedade de que está certo, fica de pé a sua candidatura, apesar de já ter sido atingida desde o início pelo “fogo amigo” da PF. A posição de vítima inocentada pela mídia pode render votos.

Ele se nega a comparecer à Câmara, foi convidado pela oposição e ja disse que não vai.

Continuar candidato vai depender do que o PT imagina ser viável no páreo para governador : correr com o Padilha assim mesmo ou substituí-lo por alguém acima de qualquer suspeita.

 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

CPIS PODEM MORRER NA PRAIA

Post de Berto Filho

A menos que eu tenha comido uma tremenda mosca, não saiu hoje, como foi anunciado e era esperada, a decisão da ministra Rosa Weber, do STF, sobre o(s) destino(s) da(s) CPI(s) cujo(s) requerimento(s) foi(ram) deflagrado(s) a partir da descoberta de negócios escusos na Petrobras. Estas CPIs estão totalmente dentro da lei e dos regulamentos. Têm fatos determinados, número regimental de assinaturas e prazo certo. A insistência das oposições em investigar exclusivamente a Petrobras foi o motor de tudo.

Depois disso é que o governo, com a inestimável cooperação do presidente do Senado, Renan Calheiros, viu que podia melar tudo, melar qualqur investigação se entrasse em cena uma segunda CPI, que chama de ampla, para investigar negócios também escusos nos governos paulistas do PSDB e na obra do Porto de Suape, em Pernambuco, administrada pelo PSB de Eduardo Campos e Marina. Como é fácil perceber, e como já reiterou várias vezes o senador Pedro Simon na TV Senado, se a ministra Rosa Weber não decidir em favor das oposições, não decidir nada, alguém vai levar o assunto para o plenário do STF, que hoje é, reconhecidamente, um território do qual 51% é dominado pelo PT. Os julgamentos do Supremo tendem a ser cada vez mais politicados e não técnicos.

Já cheguei à triste conclusão de que se for sacramentada uma CPI apenas ou se vingarem as duas CPIs ao mesmo tempo, o roteiro de investigações e convocação de autoridades e protagonistas envolvidos nos fatos vai acabar trombando com a Copa e, em seguida, com a agenda eleitora, e aí babau. O noticiário das CPIs vai ficar pequeninho, ensanduichado entrre os eventos.

Bem, deixemos isso um pouco de lado porque hoje é dia de São Jorge.
E mudando radicalmente de conversa, dei corda para
explorar mais uma obra do fantástico compositor americano Richard Rodgers na internet. Achei esta "Funny Face" , e dentro dela, o clássico “How Long Has This Been Going On?”
https://www.youtube.com/watch?v=ochD1PlGGZE

Este blog não é uma rádio mas gostaria de ser...

PROPINA NO PLANALTO ... NO TEMPO DO COLLOR

Post de Berto Filho

A lentidão da Justiça pode tirar o laço da forca do pescoço de Fernando Collor, hoje senador.
Leia a reportagem da VEJA, de Larissa Borges, de Brasilia.

Qualquer semelhança com fatos da corrupção de hoje é mera coincidência. Os métodos utilizados para fazer sumir o dinheiro público são os mesmos, com certeza mais sofisticados e camaleônicos do que há 20 anos mas sempre deixam rastros ou surge alguém que não levou e denuncia. O problema é a tartaruguice da Justiça. Lembro o artigo "Mais Juizes" publicado neste blog há alguns dias. É refrescante, no mínimo. Mais juizes importados poderiam resolver a enorme sobrecarga de processos que cada juiz nativo carrega sobre os ombros e não dá conta.

E logo agora que o corajoso senador Mario Couto, do PSDB-PA, pede a pena de morte, motivado pelos matadores desse menino de 11 anos, o Bernardo, vítima da horrenda crueldade de seus responsáveis. Não sei se é por aí, acho que a Justiça ainda tem folga para apertar as penas e endurecer o cumprimento. O que atrapalha são os advogados de defesa dos bandidos e os labirintos recursais que estendem o julgamento às calendas.

Antes de pena de morte, tem a prisão perpétua. Manter vivos criminosos hediondos tem um custo que todos pagamos enquanto o bandido viver.


Supremo julga Collor por corrupção na PresidênciaApós mais de 20 anos, STF pode condenar ex-presidente acusado de comandar e ser o principal beneficiário de esquema de pagamento de propina no Planalto


Fernando Collor ao lado da mulher, Rosane, após assinar o documento de seu afastamento da Presidência da República, na saída do Palácio do Planalto - Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo
Mais de duas décadas depois de o ex-presidente Fernando Collor de Mello ter sido apeado do poder na histórica votação do impeachment, a Justiça brasileira terá sua última oportunidade de fazer justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a tarde desta quinta-feira o derradeiro processo a que o senador alagoano e ex-presidente da República responde por fatos relacionados aos 930 dias em que exerceu poderes presidenciais. Estará sob a alçada da mais alta Corte do país a ação penal em que o parlamentar é acusado pelo Ministério Público de liderar uma rede de corrupção e distribuição de benesses com dinheiro público na época em que ocupou a Presidência. O esquema consistia em cobrar propina de empresários para, por meio de fraudes, permitir que corruptos saíssem vencedores em licitações para a contratação de serviços de publicidade.
Mentor do esquema criminoso, Collor utilizava prepostos para extorquir dinheiro dos empresários e dava instruções para que o propinoduto circulasse por meio de contas bancárias de pessoas fictícias ou de “laranjas”. Os recursos eram então utilizados por ele e seus comparsas para quitar faturas de cartão de crédito, empréstimos bancários, despesas de hotéis e até a pensão que o ex-presidente pagava para o filho fora do casamento que teve em 1980 com a amante Jucineide Braz da Silva.

Em um dos episódios de pagamento de propina, o empresário Chucre Suaid, sócio da SR Publicidade e Promoções Ltda, declarou ter sido procurado por Osvaldo Sales, então adjunto da Secretaria Particular da Presidência e “testa-de-ferro” de Collor. Diante dos astronômicos recursos movimentados à margem da lei, ele chegou ao ponto de abrir uma conta corrente específica para gerir os valores oriundos da publicidade do governo. O titular da conta, aberta no Banco de Boston, era João Carlos Gavilán, um personagem fictício, mas que daria ares de veracidade para que o próprio Suaid administrasse o dinheiro e fugisse dos órgãos de fiscalização. Adeilton Leodino dos Santos e João Batista Ferreira Filho também figuravam como titulares fantasmas de contas bancárias do esquema.

Os recursos arrecadados com a propina empresarial eram, ao final, utilizados para pagamentos de despesas pessoais de Fernando Collor, Osvaldo Sales e do advogado Claudio Vieira, então secretário particular do presidente.

Diz o Ministério Público: “Os depoimentos e os laudos grafotécnicos e contábeis realizados conferem a certeza da efetiva conduta do réu na prática do ato delituoso, ou seja, que o então Presidente da República, Fernando Collor, comandava as operações por meio do ‘testa-de-ferro’ Osvaldo Mero Sales”. E continua: “É inadmissível acreditar que um esquema que movimentou vultosas quantias, beneficiando diretamente o denunciado [Collor], não tenha participação do mesmo. Todos os depoimentos creditam a atuação do grupo à figura do ex-presidente”.

Pena

Collor, que se vangloria até hoje de ter sido absolvido, em 1994, pelo STF no processo que o acusava de corrupção no célebre esquema PC Farias, pode receber pena de até vinte anos de prisão pelos crimes de peculato e corrupção passiva se condenado agora pela rede de fraude em licitações de contratos de publicidade.

Mas em seu favor está sentença da juíza Pollyanna Kelly Martins Alves, da 12ª Vara Federal, que absolveu os réus sem foro privilegiado, apontados como partícipes do mesmo esquema, do crime de peculato por falta de provas. A juíza também absolveu Claudio Vieira e companhia das acusações de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, desta vez por considerar ter havido a prescrição dos crimes, situação em que o Estado, por ter demorado a julgar o processo, não pode mais condenar os réus.

A prescrição, aliás, é o principal trunfo de Fernando Collor no STF. A demora no julgamento do caso já foi responsável pela impossibilidade de punição pelo crime de falsidade ideológica. Se a Corte impuser pena mínima ao senador nos outros dois ilícitos, também haverá prescrição e Collor sairá ileso de mais essa acusação. A denúncia contra o senador foi recebida pela Justiça de primeira instância no ano 2000 e está paralisada no STF desde 2007.

Ato de ofício

Em dezembro de 1992, quando Fernando Collor foi absolvido pelo Supremo no principal processo a que respondeu por participação no esquema PC Farias, a maioria dos ministros considerou que não havia provas de que o ex-presidente tivesse praticado “ato de ofício” que confirmasse os crimes, ou seja, que não havia evidências de que ele tivesse solicitado, aceitado ou recebido benefícios do corruptor e oferecesse algo em troca ao alcance das atribuições do seu cargo, o chamado “ato de ofício”.

Naquela época, foi comprovado, entre outros episódios, que o célebre Fiat Elba de Fernando Collor havia sido comprado com dinheiro levantado do esquema PC Farias, mas o Supremo considerou que faltava registro da retribuição do ex-presidente ao presente recebido. Com o recente julgamento do mensalão, porém, a interpretação da Corte sobre o ato de ofício e o crime de corrupção ficou mais clara, já que o artigo 317 do Código Penal, que descreve o crime de corrupção passiva, não exige que o agente público tenha praticado o ato criminoso em si, prevendo que a corrupção já se caracteriza quando existe a simples solicitação da vantagem indevida.

A exemplo de 1994, a suposta falta de um ato de ofício, porém, é a tese de defesa do senador alagoano para tentar desconstruir a acusação de que ele comandava um esquema de desvio de dinheiro público e fraude em contratos de publicidade. “A denúncia é omissa na descrição da conduta que pretende atribuir ao acusado a fim de ter pretensamente concorrido para a suposta fraude nos procedimentos licitatórios que teria propiciado a alegada prática de peculato. A acusação em momento algum descreve qual foi a atuação do então presidente na realização das referidas licitações ou por que meio teria influenciado seu resultado a fim de propiciar a transferência ilícita de recursos públicos para terceiros”, afirma a defesa.


 

terça-feira, 22 de abril de 2014

ENGENHEIROS DA PETROBRAS PÕEM A CULPA DA CRISE NO GOVERNO

Post de Berto Filho




A Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), em matéria publicada, recentemente, em seu jornal, faz quase que um “inventário” da situação financeira da maior companhia petrolífera brasileira, e alerta que as dificuldades financeiras da empresa estão crescendo porque “o governo insiste em deixar sobre os ombros da companhia a tarefa de subsidiar a gasolina para atender as empresas concorrentes”.  Bem, se fosse só por isso, não haveria necessidade de CPI.

A entidade contabiliza que, entre 2005 e 2012, segundo dados obtidos com base nos resultados trimestrais publicados no site da companhia, as refinarias da companhia tiveram uma receita de mais de R$ 1 trilhão com venda de combustíveis e derivados, mas não tiveram lucro. “O setor de abastecimento da companhia fechou o período com um prejuízo de mais de R$ 32 bilhões.”

A Aepet afirma que essas informações mostram que o lucro acumulado da estatal durante estes sete anos, que foi de mais de R$ 200 bilhões, teve que vir de outras áreas, principalmente da gerência de Exploração e Produção, responsável pela descoberta de petróleo na camada pré-sal. No ano de 2012, por exemplo, as refinarias da Petrobrás não contribuíram com nada para o lucro de R$ 21 bilhões e, devido à política de importação de derivados de petróleo imposta pelo governo, contabilizaram um prejuízo de quase R$ 10 bilhões.

E prossegue no diagnóstico: “Os reflexos dessa política de importação de petróleo estão aparecendo no valor de mercado da Petrobrás. Se as estimativas de uma empresa de consultoria estiverem corretas, a estatal brasileira perdeu mais R$ 40 bilhões em 2013. Numa comparação com os números já lançados nos balanços oficiais da companhia, é possível constatar uma queda de R$ 36 bilhões no valor de mercado em 2012.”

O presidente da associação, Silvio Sinedino, credita (seria melhor debita...) as dificuldades financeiras crescentes da Petrobrás ao governo, que insiste em deixar sobre os ombros da companhia a tarefa de subsidiar a gasolina para atender as empresas concorrentes. “Como se sabe, a partir da Lei 9478, a importação de derivados, dentre outras atividades, deixou de ser tarefa exclusivamente da Petrobrás. Então, por que a Petrobrás também é obrigada pelo governo petista a subsidiar os combustíveis repassados às demais distribuidoras como Shell, Esso, Repsol, Ultra, entre outras?”, questiona.

Já o vice-presidente da entidade, Fernando Siqueira, explica que as refinarias da Petrobras são responsáveis por menos da metade do preço final da gasolina, mas, mesmo assim, a companhia é obrigada a bancar todo o subsídio do preço do combustível. “Atualmente as refinarias da Petrobrás ficam com 35% da composição de preços do combustível. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos as refinarias têm uma fatia de 60% do valor. No nosso país, a carga tributária desempenha papel fundamental no preço da gasolina que chega às bombas nos postos”, critica.

UM SHOW DE CASAMENTO REAL

Post de Berto Filho

Essa é para desestressar, um intervalo de boas gargalhadas para ajudar a jogar no aterro sanitário o lixo político que assola o país. Você sabe do que estou falando.


http://www.flixxy.com/royal-wedding-entrance-dance.htm

TOMA QUE O FILHO É TEU

 Post de Berto Filho



Toma que o filho é teu ... a frase está na letra do samba "Nega Maluca", composto por Evaldo Ruy e Fernando Lobo na década de 50. Um tremendo sucesso ! E como dura ! E como dura sua simbologia na política. Filho feio é sempre enjeitado... "Nega Maluca" é do tempo em que escrever, dizer ou cantar "nega" não era ofensa racista...

Olha a letra, se você é daquele tempo sabe a música :

"Tava jogando sinuca
Uma nega maluca
Me apareceu
Vinha com um filho no colo

E dizia pro povo
Que o filho era meu, não senhor
Tome que o filho é seu, não senhor
Pegue o que Deus lhe deu, não senhor"

Pois é, a compra da refinaria de Pasadena é o filho no colo da nega maluca do samba.

Ninguém quer assumir a paternidade nem a maternidade. É muito feio...

Cada um faz a adaptação que quiser, mas eu colocaria a Dilma no lugar do rapaz que tava jogando sinuca. A Nega Maluca seria interpretada pelo José Sergio Gabrielli, que tenta jogar o filho enjeitado (um mau negócio, mas para ele, um bom negócio) no colo da Dilma, atrapalhando o jogo de sinuca da presidente no Bar Brasil. O samba tem uma segunda parte mas essa primeira é irretocável : é a narrativa cinematográfica de uma cena hilária. A de hoje seria hilária se não fosse trágica.

Depois desse recreio bem humorado, vem a realidade como ela é, conforme Nelson Rodrigues.

Puxei do Estadão de hoje.m Reportagem de Tânia Monteiro, Eduardo Bresciani e Murilo Rodrigues Alves - Colaborou Andrezza Matais

Dilma responde a Gabrielli e no rádio exalta as gestões do PT na Petrobrás 
Presidente rebate ex-presidente da estatal e reafirma ter se baseado em um relatório falho


José Sergio Gabrielli                                                        Foto : VEJA

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff rebateu ontem a declaração do ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli de que ela "não pode fugir da responsabilidade" sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Dilma, por meio de seu ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reafirmou ter aprovado o negócio em 2006 com base em um resumo executivo que não continha duas cláusulas importantes do contrato.

Para evitar que o conflito se estenda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem Gabrielli é próximo, Dilma aproveitou mais cedo o seu programa semanal de rádio para enaltecer as gestões petistas à frente da Petrobrás.

A entrevista de Gabrielli ao Estado, publicada no domingo, contrariou Dilma por causa da cobrança feita pelo ex-presidente da companhia. Ontem ela acionou Mercadante por telefone e pediu que ele divulgasse seu posicionamento.

"Como já foi dito pela presidente e demais membros do Conselho de Administração da Petrobrás, eles assumiram as suas responsabilidades nos termos do resumo executivo que foi apresentado pelo diretor internacional da empresa", disse o ministro ao Estado. "Este episódio está fartamente documentado pelas atas do conselho que demonstraram que os conselheiros não tiveram acesso às cláusulas Marlim e Put Option e não deliberaram sobre a compra da segunda parcela. Gabrielli, como presidente da Petrobrás à época, participou de todas as reuniões do conselho e assinou todas as atas que sustentam integralmente as manifestações da presidente."

A compra aprovada por Dilma foi de 50% da refinaria em 2006 por US$ 360 milhões. A cláusula Put Option obrigava a Petrobrás a adquirir a outra metade da belga Astra Oil em caso de desacordo comercial, enquanto a Marlin previa uma rentabilidade mínima à sócia devido a investimentos que seriam feitos para que a refinaria passasse a processar óleo pesado, como o produzido no Brasil.

Após uma disputa na justiça norte-americana, o negócio acabou custando US$ 1,25 bilhão à estatal brasileira. Em 2005, a Astra tinha comprado a mesma refinaria por US$ 42,5 milhões. Segundo a Petrobrás, porém, a empresa belga teve outros gastos e teria investido US$ 360 milhões antes da parceria.

A manifestação da presidente expõe as contradições entre as versões defendidas por Dilma e a atual presidente Graça Foster e a gestão anterior da companhia: Gabrielli e o ex-diretor internacional Nestor Cerveró. Dilma e Graça culpam a omissão das cláusulas pelo prejuízo de US$ 530 milhões registrado no balanço da companhia, enquanto Gabrielli e Cerveró atribuem à crise financeira internacional, às mudanças no mercado de petróleo e à falta de investimento os problemas no negócio.

Na entrevista, Gabrielli afirmou que a "presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do Conselho" na época. Ele concordou que o relatório preparado por Nestor Cerveró foi "omisso" ao deixar as duas cláusulas de fora, mas afirmou que isso "não é relevante para a decisão do Conselho". O ex-presidente da Petrobrás disse acreditar que o órgão presidido por Dilma aprovaria a compra mesmo se soubesse das duas cláusulas. Na Câmara, Cerveró já tinha feito um discurso na mesma linha de Gabrielli.

Dilma, porém, insiste que o posicionamento seria diferente. Em nota ao Estado no mês passado, ela afirmou que baseou sua decisão em um resumo "técnica e juridicamente falho". Alinhada com Dilma, a atual presidente da Petrobrás sustentou, na semana passada, que a diretoria comandada por ela não teria também dado o aval à compra, que na visão de Graça Foster "não foi um bom negócio".

'Renascimento'.

Com a exposição cada vez maior das diferentes versões, Dilma tenta adotar uma linha de defesa da Petrobrás e exaltar o que considera acertos da gestão petista em um aceno a Lula, Gabrielli e ex-integrantes da companhia. No programa de rádio Café com a Presidenta, defendeu o papel da estatal no que definiu como "renascimento" da indústria naval brasileira e elogiou o antecessor. "Graças à política de compras da Petrobrás iniciada no governo Lula e desenvolvida no meu governo, renasceu uma indústria naval dinâmica e competitiva, que irá disputar o mercado com as maiores indústrias do mundo", disse. 
 
A política destacada por Dilma, porém, não tem sido capaz de atender às demandas da estatal. O Estado mostrou no domingo que a Petrobrás transferiu a conclusão de duas plataformas de exploração de petróleo para o estaleiro Cosco, na China, a fim de tentar garantir o cronograma de produção do pré-sal da Bacia de Campos. O Sindicato de Metalúrgicos do Rio de Janeiro estimou a perda de 5 mil postos de trabalho com a medida.  
 
Agora, mais lenha na fogueira. É a matéria de Samantha Lima e Fabio Brisolla na Folha de São Paulo de hoje. Revela que Gabrielli recusou, mais de uma vez, sem consultar o Conselho de Administração, a oferta da Astra Oil de reaver 50% da refinaria. Se Gabrielli fosse menos imperial, o filho no colo da Dilma não seria tão feio...
 
Vamos ler com calma, é instrutivo.  

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A AUDIÊNCIA DO FANTÁSTICO

Post de Berto Filho

Ciao, velho cenário !

O texto que segue está baseado numa informação que peguei na coluna Radar Online, da Veja.


Último programa no velho cenário teve audiência abaixo das espectativas

"O Fantástico se despediu ontem do seu cenário velho com mais uma audiência daquelas para esquecer. O programa liderado por Tadeu Schmidt e Renata Vasconcelos alcançou 13,7 pontos segundo a média do Ibope para a Grande São Paulo. A Record chegou muito perto com 10,4 pontos, seguido do programa do Silvio Santos (10) e o Pânico na Band (4,3)."

O Fantástico estreia novo cenário e novo formato no próximo domingo, 27, conforme informei aqui neste blog há alguns dias.  Uma sacudida em regra para ver se reconquista o antigo telespectacor que se esparramou pelos concorrentes e conquista novos contingentes nas noites de domingo.


"Outra atração global que teve um ibope ruim ontem foi o Esquenta. O programa de Regina Casé alcançou 7,7 pontos de média no Ibope, a pior marca da sua estreia; a Record ficou logo atrás em segundo com 7,2 pontos."

O telespectador está cada mais mais exigente e sob a tentação de outras experiências e mídias, que lhe tomam cada vez mais tempo e atenção, como os passeios pela internet, disparo e recepção de mensagens pelo Facebook, o celular como máqujna fotográfica e filmadora, etc.

A TV ainda é a rainha, mas os súditos não estão lá muito fiéis. As concorrentes da Globo, como comprovam as pesquisas, vêm avançando em certos horários.

A Globo conta com o reforço da cobertura da Copa, dos acontecimentos correlatos à Copa (manifestações ...) e das eleições, eventos em que a sua máquina tecnológica de enormes recursos e suas geralmente numerosas equipes de profissionais competentes convidam o espectador a manter o controle remoto ligado mais na Globo que nas demais.

Os debates eleitorais, que este ano terão uma importância como jamais tiveram, dependendo do desempenho dos personagens, poderão ser decisivos na tomada de decisão do eleitor, especialmente dos indecisos e dos que pretendem anular o voto ou votar em branco, que ainda são muitos, o que é normal pois estamos a mais de 5 meses das eleições.
A gente sabe quem vai correr o páreo mas é preciso aguardar a formalização das candidaturas pelas convenções dos partidos.

O controle da mente do cidadão para influir nas suas decisões é um eterno desafio de políticos, programadores de TV, anunciantes / fabricantes de produtos de consumo, religiosos, professores, jornalistas, etc. Assim é este mundo onde convivem quase 7 bilhões de terráqueos com interesses altamente conflitantes e cuja grande maioria sofre necessidades quase impossíveis de serem atendidas pelos governos, por mais bem intencionados que sejam.
E não adiante viajar para Marte e dar um adeusinho à Terra.
A viagem é só de ida. Suicídio programado.
Temos que resolver aqui mesmo os nossos problemas.

 

 

UM BOM GOVERNO, SEGUNDO CÍCERO

Post de Berto Filho

A frase reproduzida aqui, do autor Cícero,
filósofo, orador, escritor, advogado e político romano, está presente em vários sites há anos mas aqui neste blog ela dá uma paradinha para se refrescar.




CÍCERO ou (em latim) MARCUS TULLIUS CÍCERO, dixit em 55 d.C. :

"O Orçamento Nacional deve ser equilibrado.
As Dívidas Públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada.
Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência.
As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.”

Os governos brasileiros de modo geral, e este governo do PT em particular, pelos excessos de gastança e assistencialismo populista sem exigir contrapartidas do cidadão beneficiado, afora os malfeitos de atores do seu lado que a mídia informa diariamente, não devem gostar de ser molestados por esse tribuno romano. É o grilo pensante da nossa consciência coletiva do que deve ser um bom governo fustigando os militantes agarrados ao poder aparelhado.