sábado, 31 de maio de 2014

MALUF APOSTA EM DILMA NO PRIMEIRO TURNO

Post de Berto Filho
O folclórico deputado federal Paulo Maluf, símbolo do político corrupto e petista por conveniência, resolveu fazer previsões eleitorais. Na 6a.feira, 30, em ato de apoio ao PT (eles se merecem !), arriscou em sua bola de cristal que dá Dilma na cabeça e no primeiro turno. Mas Lula já admite o 2o turno entre Dilma e Aécio.  Essas duas previsões não estão batendo.

Para justificar sua profecia, Maluf argumentou que eleição se ganha com "imagem e mensagem" e que Dilma tem os dois, ressaltando os quase 14 minutos que a presidente terá de TV, contra os cerca de 4 minutos de Aécio e os 2 minutos de Eduardo Campos (PSB). O que Dilma tem, de fato, é tempo de TV muito maior para produzir "imagem" e "mensagem" e assim reverter a tendência de queda crescente apontada nas pesquisas. Para isso o tempo maior é uma handicap indescartável.   

Tempo de TV é uma vantagem inegável que Dilma leva sobre os concorrentes. Depois de ser poste, ela foi promovida a maquinista do trenzão da base aliada que puxa vagões como Maluf, Sarney, Renan, partidos de aluguel e outras múmias paralíticas - criação do Agildo Ribeiro. Esse trenzão foi usinado com o único propósito de ganhar tempo de TV, verba de fundo partidário e para não perder a reeleição de jeito nenhum. Tempo demais às vezes enjoa o espectador e complica se não for bem aproveitada a vantagem teórica. Os marqueteiros dos concorrentes devem estar bolando estratégias para neutralizar a desvantagem temporal e maximizar os impactos de suas arremetidas, no tempo mínimo de que dispõem.  Criatividade é fator decisivo. Desejo de mudança sem Dilma está comprovado que existe, e da parte de mais de 70% dos pesquisdados pelos institutos. Os marqueteiros de Dilma terão que queimar um bom tempo de TV dessa dianteira na tentativa de provar que ela é a mudança sem o risco do desconhecido e que a inflação está sob controle e continuará sob controle se ela for reeleita. 

Dessa vez, o horário eleitoral gratuito e os debates entre os presidenciáveis nas principais redes de TV e rádio vão ter uma audiência respeitável, digna de final de Copa do Mundo.

 

FUNDO SOBERANO GANHA DE PASADENA POR WO

Post de Berto Filho

Mais uma fisgada no ventre livre da última edição do Jornal da ImprenÇa, do ínclito Moacir Japiassu. O titulo parece sugerir uma luta de ultimate fighting mas não é nada disso.


Segundo Japiassu conta em sua bem cuidada edição, o jornalista Carlinhos Brickmann, que conheço peeoalmente mas não vejo faz tempo, escreveu em sua
sempre elogiada
coluna:



“A estranha operação da Refinaria de Pasadena, se tudo o que se fala estiver correto, deu prejuízo de pouco mais de um bilhão de dólares. Coisa pequena: o Fundo Soberano do Brasil é mais caprichado, custou muito mais caro.

Fundo Soberano é um fundo de investimentos controlado por Governos nacionais, para aplicar em países estrangeiros. Seu objetivo é aproveitar sobras de recursos e, com os rendimentos, garantir projetos futuros. A Noruega, por exemplo, criou um Fundo Soberano para aplicar a renda do petróleo, com o objetivo de fortalecer a Previdência Social (com o envelhecimento da população, há mais gente para receber e menos para pagar) e garantir a prosperidade do país quando não houver mais rendimentos das jazidas petrolíferas do Mar do Norte.

O Brasil criou nosso Fundo Soberano em 2008, quando começou a crise da bolha imobiliária americana. Objetivo declarado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega: financiar empresas brasileiras que investissem no Exterior. E como foi usado até agora?

Um bom exemplo: o Fundo Soberano do Brasil comprou R$ 12 bilhões em ações da Petrobras. Pagou R$ 29,65 pelas ações ordinárias, com direito a voto, e R$ 26,30 pelas preferenciais, sem direito a voto. As ações despencaram - azares de mercado. Mas, no momento em que atingiram seu nível mais baixo, dois anos depois, o Fundo Soberano vendeu tudo. Comprou na alta, vendeu na baixa e perdeu R$ 4,5 bilhões. Do seu, do meu, do nosso dinheiro.

É prejuízo de uns dois bilhões de dólares. De deixar Pasadena com vergonha.”

EMPRÉSTIMOS INCONSTITUCIONAIS DO BNDES

Post de Berto Filho

Uma explicação que estava faltando. O governo do PT fez empréstimos inconstitucionais a Cuba, Angola, Venezuela e outros paises com o mesmo viés ideológico de esquerda.

Inconstitucionais porque foram feitos sem a aprovação do Congresso. Coisa de ditadura.  Qualquer brasileiro pode entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADIN - para fazer o dinheiro (com os juros) voltar para casa. Será que vai aparecer um ?  Por que a oposição não se apresenta ?  O link foi tirado da internet na qual foi postado pelos responsáveis pelo JRNews, da Record.
https://www.youtube.com/embed/EJNVPwkhghA?feature=player_detailpage

MAIS UMA EDIÇÃO DO JORNAL DA IMPRENÇA

Post de Berto Filho

Acaba de sair tinindo das oficinas gráficas, feito pão quente de padaria honesta, mais um exemplar do Jornal da ImprenÇa, do emérito gladiador do bom português, da ética, da moral e dos bons costumes republicanos Moacir Japiassu.

Você não vai conseguir ler nada igual nos jornais do dia nem nas revistas semanais.

Moacir e eu sugerimos uma visita ao site da Marcia Lobo, "Antes que eu me esqueça", que publica a coluna sempre com ótimas ilustrações. Clique aqui:
http://antesqueeumeesqueca.weebly.com/jornal-da-imprenccedila.html.

Extraí desse frondoso manancial o seguinte mimo de literatura de cordel para você se divertir e se ilustrar...


A autoria é do poeta paraibano Pedro Silva, conterrâneo do Japi.

E ele quem diz :

Os direitos dessa obra - O CASAMENTO DE LULA E DILMA NO INFERNO - eu dei para o Pedro Marangoni do Blog, paulista cabra da peste, amigo arretado para que ele faça o uso que bem quiser mas que aguente a cacetada se alguma vier, lavo minhas mãos. Eu, Pedro, poeta da família Silva do Sítio do Lagarto na valorosa e destemida Paraíba, assinei.

O casamento de Lula e Dilma no Inferno
Lá na capital da Paraíba
essa história ouvi cantada
que vai sendo conhecida
e pouco a pouco desatada

na presidência do Brasil
a mais longa trapalhada.

Uma se achava rainha
mas com andar de campônio
outro o rei da cachaça
aumentando o patrimônio
os dois ganharam o poder
num trato com o demônio!

Um não tinha um dedo
tampouco tinha vergonha
a outra foi uma bandida
empunhando uma coronha
mas nenhum devia mesmo
ter vindo no bico da cegonha!

O pobre do meu Brasil
que vivia tão contente
de repente ficou preso
nas mãos de dois dementes
sem aparecer um herói
um novo Tiradentes!

Até o Papa Francisco
por aqui apareceu
tentando por fermento
no bolo que não cresceu
pois na terra prometida
a liberdade morreu.

Foram oito anos de Lula
na mais pura gambiarra
depois veio a dona Dilma
para completar a farra
brasileiros como formiga
e petistas como cigarra!

Na Copa do Futebol
o povo pediu um basta
saiu nas ruas gritando
contra a quantia gasta
mas a louca se achou mãe
quando era uma madrasta!

Primeiro ficou muda
depois falou demais
dando o que não pediram
mas atendendo jamais
botou polícia nas ruas
como caçando animais.

E a ordem foi embora
acabou-se o progresso
no Reino de Lula e Dilma
pra viver pagava ingresso
e acabou em quebradeira
povo em cima do Congresso!

Até nos palácios em Brasília
não ficou um vidro inteiro
na revolta do bom povo
até ontem muito ordeiro
mas que não queria ver o país
ser dado pro estrangeiro!

Fingindo que nada sabia
o Lula se escondeu
a língua que já era presa
parecia que o gato comeu
a Dilma pegou então um jato
e para São Paulo correu.

Pulando de prédio em prédio
como se fosse a mulher gato
a Dilma amaldiçoava o patrão
aquele pinguço ingrato
que deixou em agonia a bovina
como esperto carrapato!

Bateu o punho na mesa
vou mostrar ao Brasil inteiro
quem manda nesse boteco
e vou sair do atoleiro
mas sem nada mais fazer
apelou pro marqueteiro!

E tocou a botar propaganda
e chamar médico estrangeiro
assustando a população doente
com doutor cubano açougueiro
só acabou dando mais lenha
na fogueira de arruaceiro.

Dando um nó na sabedoria
mostrando ao povo união
tentando agarrar o poder
e forçar a reeleição
Lula fala que não volta
mas Dilma diz que saiu não!

O povo de boca aberta
não entende a confusão
deputado que era amigo
agora se diz oposição
quanto dias tem o mês
deste tal de mensalão?

E um monte de escândalo
um dia sim outro não
quando não é deputado
de graça em nosso avião
é a tal de Roseméri
viajando com o patrão!

Como diz a Bíblia Sagrada
os pecados serão cobrados
e esses tipos malandros
acabarão amaldiçoados
por fazer o povo sofrer
na cidade e no cerrado!

Mas o povo agora sabe
que tem força e poder
eleição é hora da verdade
não adianta correr
o que semearam de ruim
agora vão ter que colher!

Pau que nasce torto
não tem jeito, tá errado
político sem vergonha
agora está acabado
e para não nascer outros
vai ser tudo capado!

Padre Cícero nos ensinou
que nada na terra é eterno
e quem aqui muito pecou
tá marcado no caderno
tostão roubado por tostão
vai pagar tudo no Inferno!

E por toda a eternidade
por nos fazerem de capacho
casadinhos pelo demônio
a abestada e o borracho
para deleite de todos
veremos no mesmo tacho!

 Fim (danou-se!)





A HISTÓRIA DO PT BY LÚCIA HIPÓLITO

Post de Berto Filho

O texto que segue vem rodando na internet faz tempo. Sua autoria é atribuída à jornalista, cientista política, comentarista da CBN, escritora e historiadora Lúcia Hipólito. Não pude confirmar mas o estilo, o texto e o conteúdo têm o jeito dela.


Lúcia foi acometida de uma doença conhecida pelo nome de
Síndrome de Guillain-Barré, que Ronnie Von também teve e se recuperou totalmente. Quando concedeu a entrevista ao Jô Soares, Lúcia estava hospitalizada no Hospital Sarah Kubitschek. Todos estamos com você, Lúcia. Você vai ficar boa.
http://gshow.globo.com/programas/programa-do-jo/O-Programa/noticia/2013/03/lucia-hipolito-luta-conta-a-sindrome-de-guillain-barre-recuperacao-muito-lenta.html


NASCIMENTO DO PT:
O PT nasceu de cesariana, há 29 anos.
O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.
Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.


CRESCIMENTO DO PT:
O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo.
Era revolucionário.
Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.
O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música".
Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças.
Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.
O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.
Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos.
E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.
Tudo muito chique, conforme o figurino.


MAIORIDADE DO PT :
E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade.
Ganhou a presidência da República.
Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas.
Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.
Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT.
A primeira desilusão se deu entre intelectuais.
Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho, se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.
Em seguida, foi a vez da esquerda.
A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
Os militantes ligados à Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.
E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.

Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.
Quem ficou no PT?
Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.
Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.

Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.
Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado.
Cavando benefícios para os seus.
Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios.
Além do governo federal, naturalmente.
É o triunfo da pelegada.


Agora, é comigo (BF).  Lúcia usou de um eufemismo elegante ao afirmar que o PT "está fortemente enraizado ...".  Na verdade, o PT aparelhou a administração pública dos estados e municípios, as estatais, os bancos oficiais... E agora, como deu certo a ameaça de morte ao ministro Joaquim Barbosa, que jogou o chapéu e vai pedir aposentadoria, o caminho do STF está livre para completar a tarefa do aparelhamento através do ingresso de novos ministros devidamente lobotomizados indicados pelo PT.Isto é, se Dilma ficar mais 4 anos...

OBRIGANDO VEREADOR A TRABALHAR

Post de Berto Filho


Um movimento tipo Avaaz, denominado Rede Meu Rio, está convocando os cariocas a pressionar a Câmara Municipal do Rio a aprovar o projeto que obriga que as faltas dos vereadores sejam registradas em ata.  Está na pauta da Câmara e deve ser votado já na próxima semana.

É um exemplo de moralização que deve ser estendido a todas as câmaras de vereadores do  Brasil.

Se você vota no Rio, pode pressionar também seguindo as instruções no texto.  Mobilizações vitoriosas têm nascido de incubadoras de cidadania como Avaaz, Rede Meu Rio, Citizen e outras. Se a mídia convencional não ajuda, ignora, você passa por cima e faz alguém do outro lado da "linha" ouvir o seu grito de guerra usando as plataformas de combate dessas incubadoras.
A convocação do Rede Meu Rio é a seguinte :

Você sabia que vereadores que faltam a mais de um terço das sessões na Câmara deveriam perder o mandato?

Infelizmente, hoje a lei não é cumprida porque não há nenhum controle sobre a ausência dos vereadores, que assinam e alteram o registro de presença quando querem. Mas agora temos a oportunidade de acabar com essa moleza: um projeto que obriga que as faltas dos vereadores sejam registradas em ata está na pauta da Câmara e deve ser votado já na próxima semana.

A iniciativa já conta com o apoio de 17 vereadores, mas o projeto de lei só será aprovado com 34 votos favoráveis. Se a pressão popular for grande, sabemos que nenhum vereador terá coragem de ficar contra um projeto que evita fraudes e abusos na Câmara. Foi com ações de comunicação direta assim que aprovamos o Ficha Limpa Estadual, que contrariava os interesses de muitos parlamentares: diante da pressão dos cariocas, nenhum deputado teve a cara de pau de votar contra o projeto.

A melhor maneira de garantir a aprovação deste projeto tão importante é mostrando aos vereadores que milhares de cariocas estão de olho em seu voto. Vamos lotar a caixa de e-mail dos vereadores para que eles sintam nossa pressão!

Envie seu email agora através deste link:
bit.ly/ChamadaDosVereadores

Além de acabar com a possibilidade de fraude, o projeto de emenda à Lei Orgânica No 7/2013 garante mais transparência e economia na ação do Legislativo, mostrando quais vereadores estão indo trabalhar e quais estão matando o serviço. É óbvio que essa proposta incomoda muita gente que aproveita as brechas do sistema, mas a farra do livro de presença tem que acabar!

Caso aprovado, o projeto ainda vai evitar que vereadores apareçam na Câmara, assinem o livro de presença e saiam imediatamente depois, fingindo ter participado das votações. Isso porque o projeto prevê que quem deixar de votar por três vezes na mesma sessão será considerado ausente. Ou seja, assinar o livro e se mandar não vai mais rolar.

Para os vereadores, votar contra um projeto como esse geraria um desgaste muito grande, especialmente em ano de eleição, quando vários deles serão candidatos a outros cargos. Se eles entenderem que nós estamos de olho no voto de cada um, conseguiremos os 34 votos necessários para aprovar esse projeto! Envie agora um e-mail exigindo a aprovação do projeto:
bit.ly/ChamadaDosVereadores

Afinal, todo chefe sabe quando seu funcionário falta. Porque seria diferente com os vereadores?

Por um Rio com vereadores mais presentes,

João, Rodrigo, Enrica e toda a equipe da Rede Meu Rio

PS: Há mais de um ano, a Rede Meu Rio, através da plataforma DeOlho, acompanha a atuação do Legislativo carioca. Nesse período, conquistamos vitórias importantes na Alerj, como a aprovação do Ficha Limpa Estadual e da PEC 31. Na Câmara, ajudamos a garantir o fim do "auxílio-paletó". Em todos estes casos, sem exceção, o fator mais importante para convencer os parlamentares foi as milhares de pressões enviadas pelos cidadãos engajados na mobilização.
Vamos mostrar nossa força novamente!

Fonte:
Projeto de emenda à Lei Orgânica Nº7/2013
Art. 49 da Lei Orgânica do Município (perda de mandato)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

GRANDES MOMENTOS DE DILMA ROUSSEFF

Post de Berto Filho

Uma colecionadora irreverente de atentados à inteligência cometidos por políticos e muito atenta às falas de improviso de Dilma, sacou essa galeria de frases de compreensão difícil. Teste de salada mental. Onde está wally ?

São alguns dos grandes momentos de Dilma, em ordem descrescente.




18. “Eu sempre escuto os prefeitos. Por que é que eu escuto os prefeitos? Porque é lá que está a população do país, ninguém mora na União, ninguém mora… “Onde você mora?” “Ah, eu moro no Federal”.”
 

17. “A única área que eu acho que vai exigir muita atenção nossa, e aí eu já aventei a hipótese de até criar um ministério, é na área de… Na área… Eu diria assim, como uma espécie de analogia com o que acontece na área agrícola.”
 

16. “A mulher abre o negócio, tem seus filhos, cria os filhos e se sustenta, tudo isso abrindo o negócio.”
 

15. “A Zona Franca de Manaus, ela está numa região. Ela é o centro dela porque ela é a capital da Amazônia.”
 

14. “Vamos dar prioridade a segregar a via de transporte. Segregar via de transportes significa o seguinte: ou você faz metrô, porque o metrô… porque o metrô, segregar é o seguinte, não pode ninguém cruzar rua, ninguém pode cruzar a rua, não pode ter sinal de trânsito, é essa a ideia do metrô. Ele vai por baixo, ou ele vai pela superfície, que é o VLT, que é um veículo leve sobre trilho. Ele vai por cima, ele para de estação em estação, não tem travessia e não tem sinal de trânsito, essa é a ideia do sistema de trilho.”
 

13. “Tudo o que as pessoas que estão pleiteando a Presidência da República querem é ser presidente.”
 

12. “Eu vi. Você veja… Eu já vi, parei de ver. Voltei a ver e acho que o Neymar e o Ganso têm essa capacidade de fazer a gente olhar.”
 

11. “Eu quero adentrar pela questão da inflação, e dizer a vocês que a inflação foi uma conquista desses 10 últimos anos do governo do presidente Lula e do meu governo.”
 

10. “Eu também vou falar… eu vou falar pouco. Vou explicar por quê: todo mundo, antes de mim, disse que ia falar pouco, não é? E aí, tinha uma senhora ali, na frente, que falou o que todos nós estamos sentindo. Ela disse assim: “Eu estou com fome”. E eu vou levar em consideração ela, que falou uma coisa que todo mundo está pensando, mas não está falando.”

9. “A autossuficiência do Brasil sempre foi insuficiente.”

8. “Em Portugal, o desemprego beira 20%. Ou seja, 1 em cada 4 portugueses estão desempregados.”

7. “Primeiro, eu queria te dizer que eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que aqui, quem não viu conhece alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido.”


Vai votar nela ?!


6. “Em Vidas Secas está retratado todo problema da miséria, da pobreza, da saída das pessoas do Nordeste para o Brasil.”

5. “O meio ambiente é sem dúvida nenhuma uma ameaça ao desenvolvimento sustentável.”

4. “Eu quero, então, voltar aonde eu comecei. Eu vou falar agora que aqui tem 37 municípios. Eu vou ler os nomes dos municípios, porque eu acho importante que cada um de vocês possam (sic) se identificar aqui dentro e, por isso… Eu ia ler os nomes, não vou mais. Por que não vou mais? Eu não estou achando os nomes. Logo, não posso lê-los.”

3. “Eu ontem disse pro presidente Obama que era claro que ele sabia que depois que a pasta de dente sai do dentifrício ela dificilmente volta pra dentro do dentifrício. Então que a gente tinha de levar isso em conta. E ele me disse, me respondeu que ele faria todo esforço político para que essa pasta de dente pelo menos não ficasse solta por aí e voltasse uma parte pra dentro do dentifrício.”

2. “Eu estou muito feliz de estar aqui em Bauru. O prefeito me disse que eu sou, entre os presidentes, nos últimos tempos, uma das presidentes, ou presidentes, que esteve aqui em Bauru.”

1. “Se hoje é o dia das crianças, ontem eu disse que criança… o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais, sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás.”

Pra encerrar veja este video. Essa moça não passou do ginásio...
https://www.youtube.com/watch?v=LYQuRtxewLw 

UM POUCO DE TUDO E MAIS : .JOAQUIM BARBOSA, LULA E MALUF

Post de Berto Filho

Eu estava começando a digitar um texto sobre coisas pontuais que me incomodam ou que repercutiram nas últimas horas em minha memória. Me perdoem a salada.


O Carlos Nascimento podia baixar o tom de sua leitura, muito agressiva, no Jornal do SBT. Vai soar melhor.

Você consome as delícias da Seara anunciadas pela Fátima Bernardes ou prefere a Fátima como era antes, na bancada do JN "vendendo" a verdade da notícia ?

Galvão Bueno seria hoje o maior salário da Globo :  R$ 5 milhõs por mês. Quase duas vezes o do Faustão.
E você, gosta da voz do Galvão Bueno e do seu jeito de narrar ou vai mudar de canal ?

A Copa no Brasil motivou as agências de propaganda a criar anúncios em tom de narração de futebol, geralmente terminando em gritos de gol orgásmicos. Uma enxurrada de comerciais futebolísticos invade os intervalos comerciais de todos os canais de uma forma tão estridente que nos convida a usar o controle remoto. Mas aí cai no mesmo anúncio em outro canal... então o jeito é desligar, ler um livro, ouvir a música predileta no youtube ou o velho vinil numa dessas vitrolas novas que tocam LPs de 33 e 1/3 rpm.

Tentei ver os telejornais da noite, não consegui. Não tinha nada fora do normal que me chamasse a atenção.

Nada vi sobre os médicos cubanos. Está estranho isso. Por que essa pauta foi abolida nos telejornais ? Quantos chegaram e estão atuando e onde ? Qual é a população atendida ? Estão todos satisfeitos, como fiz a propaganda do governo ? Quantos retornaram a Cuba e por que ? São 6.000, 2.000 ou 20.000 ? O que já se sabe é que são 3 anos de contrato de trabalho escravo e que Fidel Castro abocanha 70% de cada salário. Do Haiti sei que vieram mais de 20.000 entrando aos magotes pelo Peru e Acre, e daí recambiados para São Paulo onde o PT de Fernando Haddad promete vida boa para eles. Mas o que eles sabem fazer mesmo ? Na internet rolam mensagens assegurando que eles têm longa experiência em guerrilha. Afinal, vê, do Haiti...A conferir.

Ainda sobre telejornal. Que me perdoe o Bonner, o JN de hoje estava tão chato que poderia ter sido cancelado, passando direto para a novela das 9...

E aqui entro no assunto principal, que estava me coçando a língua e os sacrificados neurônios desde ontem. O anúncio da aposentadoria precoce de Joaquim Barbosa surpreendeu e a ficha ainda não caiu. Qual seria causa misteriosa por trás da enigmática renúncia ? Talvez haja mais que uma. A que me parece mais plausível foi sublinhada pelo seu chefe de gabinete, diplomata Silvio Albuquerque Silva, em depoimento ao O Globo : ameaças de morte... Podem ter sido a gota d'água.

- "Ele chegou ao seu limite. Não aguentava mais. Cansaço físico e consciência do dever cumprido. Duro e triste o dia de hoje (ontem). Mas sinto-o aliviado pela decisão.” Silvio se emocionou ao falar sobre o anúncio da aposentadoria de Joaquim Barbosa.

- Havia ameaças de morte, com telefonemas para o gabinete e a casa dele, com frases covardes como: “Sua hora está chegando” - relatou o diplomata, na tentativa de explicar o inesperado gesto do presidente do Judiciário brasileiro.

As ameaças foram divulgadas há uma ou duas semanas pela VEJA, que as identificou como tendo partido de militantes do PT. Nada mais coerente...Ódio puro, vindita de militantes contra o julgador dos mensaleiros, que não será perdoado. E sua segurança pessoal, como fica ? Quem late muito não morde ? Cuidado, a vingança é um prato que se come frio.

Prossegue o Globo:

"Antes do julgamento do mensalão, o ministro frequentava restaurantes e bares em Brasília e no Rio. E continuou a fazê-lo por algum tempo. No entanto, tudo mudou nos últimos meses, especialmente após a prisão de mensaleiros. Com a profusão de ameaças nas redes sociais, e o episódio em que foi abordado por um grupo de militantes do PT, ao deixar um restaurante em Brasília, Barbosa se sentiu forçado a mudar seus hábitos.

Segundo a revista “Veja”, um perfil apócrifo no Facebook dizia que o ministro “morreria de câncer ou com um tiro na cabeça” e que seus algozes seriam “seus senhores do novo engenho, seu capitão do mato”. Outro perfil dizia: “Contra Joaquim Barbosa toda violência é permitida, porque não se trata de um ser humano, mas de um monstro e de uma aberração moral das mais pavorosas. Joaquim Barbosa deve ser morto”. A Polícia Federal investiga a origem das ameaças."

Barbosa podia ficar mais 10 anos no STF porque a aposentadoria compulsória só seria atingida quando ele completasse 70 anos. Aos 59 anos, ele deixará o STF no final do mês que vem. Quer preservar a sua vida, e faz muito bem porque ele ainda tem uma bela contribuição republicana a prestar à sociedade brasileira, seja como cidadão, seja como um político aguerrido com autoridade moral inquestionável. Ele tem condições de ser o principal artífice de uma mudança de valores na política, de cima para baixo, do Planalto aos mais distantes rincões da planície.

É um grande eleitor solto no pasto, os candidatos a presidente da República, assessores, presidentes e dirigentes de partidos já devem estar assediando Barbosa atrás da tão sonhada declaração de apoio.

Fora as amaeças de morte, li também em outros espaços que as fortes dores na coluna também contribuíram. Assim como a entrada dos últimos 2 ministros do STF nomeados por Dilma, que alteraram a composição e em seus votos deixaram clara a intenção de flexibilizar o julgamento do mensalão. Nessa linha de raciocínio, talvez Barbosa tenha se convencido de que o Supremo daqui para a frente vai abrir a guarda para a revisão das penas dos mensaleiros e suavizar o seu cumprimento nos presídios da vida. e que isso não teria mais volta. Entretanto, o ministro foi diplomático, um tanto lacônico, evasivo, nas palavras com que anunciou o afastamento, o que faz aumentar o teor de especulações sobre qual teria sido a razão primordial da sua corajosa decisão.

Sobre como será o comportamento do político Joaquim Barbosa só ele mesmo poderá dar algumas dicas nas próximas entrevistas (começou pela concedida ao Roberto D'Avila na GNews, há 3 ou 4 semanas). Os paparazzi da política vâo marcar Barbosa em cima, principalmente depois que ele voltar para casa, para registrar os lances de possíveis articulações que terceiros venham a fazer em torno do ainda ministro, em busca de furos e revelações de grande impacto político ainda este ano. Também li que vai criar uma Fundação Joaquim Barbosa, que poderá ser o vetor de um partido político próprio. Tudo é possível e nada se pode descartar. Inclusive o apoio declarado a Aécio Neves que seria fundamental num segundo turno entre Aécio e Dilma como o próprio Lula previu hoje, pela primeira vez admitindo que haverá segundo turno. O que é ótimo parta a democracia.

Já o apoio de Maluf a Dilma dá ao PT, na coluna de crédito, apenas o tempo de TV, bem precioso numa corrida tumultuada como será essa, cuja largada será dada assim que a Copa terminar. Na coluna de débito, Maluf só faz adesivar em Dilma e no PT suas logomarcas negativas de foragido da Justiça e a Polícia Internacional.

Vou ficar por aqui.

As movimentações de bastidores, muito rápidas, sorreteiras e promissoras, logo darão origerm a novas manchetes e fatos, e isso nos propiciará escrever um pouco mais.




quarta-feira, 28 de maio de 2014

BOLSA FAMÍLIA PODE VIRAR POLÍTICA DE ESTADO

Post de Berto Filho

Transcrevo ipsis literis o artigo de Reinaldo Azevedo, colunista da VEJA, sobre o Bolsa Família e o golpe de mestre de Aécio Neves de propor ao Congresso, na temperatura ainda fria da campanha que não começou prá valer, e antes do Brasil estrear na Copa do Mundo, a transformação do programa em política de Estado. É uma senhora puxada de tapete na forma como o PT trata os adversários de Dilma quando esse tema vai para palco. E, a bem da verdade, o artigo desmascara a arrogância do PT de se auto atribuir a paternidade do programa. A nascente do BF está na gruta do governo FHC.





COMISSÃO DO SENADO APROVA PROPOSTA DE AÉCIO QUE MELHORA O BOLSA FAMÍLIA ; O PT, ACREDITEM!,  VOTOU CONTRA.

É preciso pôr fim à sem-vergonhice política de tratar o Bolsa Família como dádiva de petistas. O programa é parte de uma política de Estado para minorar os extremos de pobreza no país. Não põe fim à pobreza, é bom que fique claro. Isso só se consegue com crescimento da economia, com inflação baixa, com geração de empregos de qualidade. Mas o programa, inequivocamente, colabora para tirar pessoas da miséria absoluta. Não foi criado pelo PT. Não é uma invenção de Lula. Trato disso daqui a pouco.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou dois projetos no Senado tratando do programa: um deles mantém o pagamento do Bolsa Família por seis meses para chefes de família que ultrapassarem a faixa de renda prevista para o recebimento do benefício. O outro incorpora o programa à Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). Assim, o programa de transferência de renda passaria a ter recursos garantidos pelo Fundo Nacional de Assistência Social.

O primeiro foi aprovado nesta quarta na Comissão de Assuntos Sociais do Senado por 10 votos a 9. O PT, acreditem vocês, VOTOU CONTRA. Aécio contou com o apoio de senadores da base governista. Uma leitura ligeira poderia sugerir se tratar de um benefício indevido, com ônus para os cofres públicos, já que, mesmo fora da faixa, o pagamento continuaria a ser feito por seis meses.

É justamente o contrário. Hoje, constata-se, muita gente evita o emprego formal, com carteira assinada, porque teme o imediato desligamento do programa, sem saber se permanecerá ou não no emprego que conquistou. Havendo a garantia suplementar, a tendência é que haja mais formalização da mão de obra. É uma boa proposta, que segue agora para votação na Comissão de Direitos Humanos do Senado, onde será analisado em caráter terminativo. Se aprovado, segue diretamente para Câmara, sem passar pelo plenário.

O outro projetoO outro projeto de Aécio, que o PT também tenta derrubar, faz com que o Bolsa Família seja uma política de estado. Os petistas não terão mais como fazer terrorismo: “Olhem, se Fulano ganhar, acaba o Bolsa Família…”.

Não custa lembrar que o programa NÃO FOI CRIADO POR LULA, E É FÁCIL PROVÁ-LO. O Bolsa Família é uma reunião de benefícios de ações que estavam em curso no governo FHC. Por meio de um decreto, Lula os juntou num só e lhes deu um novo nome. No dia 20 de outubro de 2003, o então presidente enviou uma MP ao Congresso com o seguinte texto:

(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação – “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás,instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.

Retomo
Ele não criou nada. Os programas no governo FHC atingiam cinco milhões de famílias. E nem entraram na propaganda eleitoral tucana de 2002 porque o PSDB não fazia exploração eleitoreira dos benefícios. E lembro, para arrematar, o que já publiquei aqui: Lula era contra programas de bolsa porque considerava que eles deixavam o povo preguiçoso.

No dia 9 de abril de 2003, em visita ao semiárido nordestino, em companhia de Ciro Gomes, o então presidente fez o seguinte discurso, contra o Bolsa Família e em favor do seu programa Fome Zero, que nunca existiu:

"Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais."

Como se vê, Lula é que queria acabar com o Bolsa Família, dando, em troca, para as pessoas um prato de comida.

AEZÃO : PEZÃO MAIS PARA AÉCIO QUE PARA DILMA ?

Post de Berto Filho

O jornalista Merval Pereira, presença constante neste blog pela acuidade de sua visão política e bom texto, volta agora com "Presidencialismo de cooptação". Soa estranho mas traduz a realidade permitida pelas coligações proporciomais.

É com Merval.



Um movimento exemplar de como as coligações proporcionais, no sistema eleitoral que temos hoje, são fundamentais para os acordos partidários está em curso no Rio de Janeiro. Sem ter por enquanto candidato próprio a governador, mas apoiado por uma ampla coligação de dissidentes de diversos partidos da base governista, capitaneada pelo PMDB, o candidato à presidência do PSDB Aécio Neves monta um chapão que reúne todos os partidos que apoiarão a candidatura de Pezāo a governador.
A chapa, apelidada de Aezāo (Aécio + Pezão) terá um palanque virtual, nos santinhos e cartazes dos candidatos, maior talvez do que o da presidente Dilma, a candidata oficial do PMDB.
O DEM reluta em aderir, pensando forçar uma candidatura própria do PSDB, mas se defronta com a possibilidade de não ter força suficiente para eleger seus deputados. O ex-prefeito Cesar Maia, lançado pelo DEM do Rio candidato a governador (Nota do BF : atualmente no 4o lugar nas pesquisas, à frente de Pezão), é o trunfo do partido nas negociações, seja com o PMDB seja com o PSDB.

No chapão que está sendo formado o lugar do Senado estaria reservado para Ronaldo Cesar Coelho, do PSD, mas com a desistência de Sérgio Cabral de concorrer ao Senado, o atual senador Francisco Dornelles já se colocou novamente como candidato natural a um novo mandato, o que dificultará um acordo nas bases em que estava sendo negociado.
Faltaria lugar para o PSD e também para o DEM, e todos querem garantias de acordos que favoreçam a eleição de seus candidatos, e quase sempre a soma não fecha.


Em todo o país os partidos fazem contas de chegar para montar seus palanques com uma única visão: primeiro, cada candidato cuida da sua eleição, depois os partidos cuidam das bancadas no Congresso, que dão poder de indicar ministros e burocratas, e também negociar votações.
O tamanho da bancada eleita também dá direito a negociar minutos de televisão na próxima campanha eleitoral. O cientista político Sérgio Abranches, que cunhou o termo “presidencialismo de coalizão”, está revisitando o tema diante dos acontecimentos dos últimos tempos na política nacional.

Segundo ele, há consenso entre os estudiosos de que a fragmentação tem forte impacto negativo na governança e na qualidade da democracia. Outro cientista político, Jairo Nicolau, diz que nossa fragmentação partidária é a maior do mundo hoje.
Carlos Pereira, professor de Políticas Públicas na Fundação Getulio Vargas no Rio, escreveu com Marcus André Melo, professor de Ciência Política na Universidade Federal de Pernambuco, um livro em que entendem a fragmentação partidária como um instrumento de inclusão democrática e fórmula de se contrapor a um Executivo poderoso.
Eles publicaram sua tese pela Palgrave/Macmillan no livro, por enquanto só em inglês, “Making Brazil work – Checking the president in a multiparty system”, sobre o qual já escrevi aqui na coluna. Mais recentemente, Pereira fez um levantamento que mostra que quanto maior e mais heterogênea a coalizão, maiores os custos de sua gestão - verbas, cargos, gasto - e menor sua eficácia - apoio efetivo, boa legislação.

Pelos cálculos de Sérgio Abranches, essa legislatura que coincide com o mandato da presidente Dilma tem o maior número de partidos efetivos - 10 - desde que começou a calcular essa medida, número que deve chegar a 12 se considerarmos os novos partidos criados recentemente no país, como o PSD, que está no centro das disputas partidárias nesta eleição, e o PROS, que também terá papel importante no Ceará e no Rio.
Sérgio Abranches diz que essa é uma situação “obviamente imanejável, além de ser um sintoma de crise mais aguda do sistema partidário e de ausência de lideranças políticas capazes de aglutinar e mobilizar as forças políticas em torno de um mesmo projeto partidário consistente”.
O tema é tão relevante que pretendo voltar a ele no fim de semana, aprofundando alguns temas. Se não for mudada a regra eleitoral, continuaremos vendo candidatos sem programas apoiados por partidos não programáticos. E a divisão de cargos continuará sendo a base de nosso presidencialismo de cooptação.

REVELAÇÕES DO BOM SENSO FUTEBOL CLUBE ESTARRECEM DILMA

Post de Berto Filho

Artur Xexeo, colunista de O Globo e habitué do Domingão do Faustão, é o autor do texto que segue. Mais um ponto nas estatísticas de desconhecimento do Brasil "em favor" de Dilma Rousseff. E um gol contra os cartolas que usam os clubes para se promover e dar um empurrão nos negócios pessoais fora e/ou dentro do futebol, tratando os atletas como mercadorias, lembrando os senhores de engenho.




Dilma ‘estarrecida’ com o Bom Senso

O ministro dos Esportes nunca informou à presidente sobre as condições do futebol no Brasil?
Os atletas do grupo Bom Senso Futebol Clube saíram de uma reunião com a presidente Dilma entusiasmados. Sempre em campanha pelo fim dos salários atrasados - prática comum à maioria dos clubes - e pela reestruturação da tabela de jogos dos nossos campeonatos - os times do Grupo A jogam muito, e os dos outros grupos jogam pouco -, eles relataram que a presidente ficou “estarrecida” e que “não imaginava que essas coisas acontecessem no país do futebol, no Brasil pentacampeão”.

A presidente Dilma não está sozinha. Eu também estou estarrecido. Como é que só agora ela ficou sabendo que a tabela dos campeonatos é injusta e que clubes de futebol pagam salários com atraso? Ela nunca leu jornal? Bem, talvez a presidente não chegue às páginas do noticiário esportivo. Então, persiste outra pergunta que não quer calar: o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, nunca informou à presidente sobre as condições do futebol no Brasil? Há quatro anos no poder, com a certeza, desde o primeiro dia de seu mandato, de que o Brasil sediaria a próxima Copa do Mundo, ela nunca se interessou por saber como são tratados os jogadores do esporte mais popular do país?

Agora, Dilma promete que vai ler “pelo avesso” a Lei de Responsabilidade Fiscal do Futebol que tramita no Congresso. Alguém acredita que vai adiantar alguma coisa? O encontro com o Bom Senso parece mais uma estratégia de marketing da presidente em ano de Copa do Mundo e de eleições presidenciais. É capaz de dar certo. Rende, pelo menos, uma foto nos sites especializados. No mais, é de estarrecer.




BALA PARA TODO LADO

Post de Berto Filho

O jornalista José Roberto Guzzo publicou numa das recentes edições impressas da Veja o seguinte texto que tenta rastrear o modus operandi do cérebro da presidente quando ela resolve falar de improviso :




"Alguma coisa acontece na cabeça da presidente Dilma Rousseff quando se cruzam ali dentro a avenida por onde passam os pensamentos que ela quer transmitir ao público e a avenida de onde eles saem para o mundo, depois de transformados em palavras. Ou, ao contrário, alguma coisa que deveria acontecer nessa hora não acontece. Seja por um motivo ou por outro, o fato é que a presidente, de uns tempos para cá, não está fazendo muito sentido, ou mesmo nenhum sentido, quando fala de improviso. Dilma, nessas ocasiões, imagina que está usando a linguagem do “grande público”. Mas a coisa não vai. Ela dá na chave, dá de novo, insiste, mas o motor não pega. O resultado final é que só vem conseguindo tornar-se cada vez mais incompreensível. Não é exagero. Tente, por exemplo, entender o seguinte: “Quando você chega num banco, ele te pergunta qual a garantia que você me dá? Eu vou pagar a vocês, para me aceitar emprestar um dinheiro para você me pagar”. Isso aí foi dito por Dilma em Feira de Santana, no fim de abril, numa viagem de sua campanha eleitoral em que presenteou prefeituras do interior da Bahia com tratores, escavadeiras e outras máquinas. Não é uma distorção do que disse, nem um boato — é o que consta nos registros oficiais do Palácio do Planalto. Não é tampouco uma “frase fora do contexto”; é fora da compreensão humana.

Pelo jeito, a presidente está tendo dificuldades nos circuitos cerebrais que traduzem as ideias em sons, os sons em palavras e as palavras em frases inteligíveis. As cordas vocais não estão obedecendo às ordens enviadas pelo cérebro — ou o cérebro está enviando ordens desconexas para as cordas vocais. No caso de Feira de Santana, não conseguiu acertar nem a pontuação. Poderia ter sido, talvez, apenas um momento infeliz? Infeliz o momento foi, com certeza; mas não foi um momento. Ao contrário, esse caos que Dilma constrói quando fala em público vem sendo um processo, ou pelo menos uma série de muita constância. É só ver o que ela anda falando. “Esse receituário que quer matar o doente, em vez de curar o paciente, ele é complicado”, disse numa viagem recente à África do Sul, referindo-se às ideias de controlar a inflação através da redução do gasto público. “Isso está datado.” Como assim? Matar o doente, como ela diz, não é “complicado”; é simplesmente estúpido. Também não é um tratamento “datado”, que já valeu mas hoje está obsoleto; matar gente nunca foi certo.

Ainda outro dia, numa conversa com jornalistas em Brasília, voltou às suas aulas de economia: “Aí vem uma pessoa e diz que a meta da inflação é 3%. Faz uma meta de 3%… Sabe o que significa? Desemprego lá pelos 8,2%”. De onde vêm esses exatíssimos “0,2%” que ela acrescenta aos 8%, quando seu governo não acerta sequer uma previsão para o dia seguinte? Dilma já disse que “a inflação foi uma conquista desses dez últimos anos de governo, do presidente Lula e do meu governo”.


Supõe-se que tenha havido aí um desencontro entre o que pensou e o que falou — e o que pensou era mentira. Num seminário nos Estados Unidos, enfiou-se de repente no tema de ônibus escolares e informou à plateia: “No Brasil não é assim conosco. Estamos criando o ônibus escolar padronizado do início do século XXI”. Logo depois explicou ao investidor privado que, “se quiser fazer o backroll, perfeitamente, ele faça o backroll, se quiser fazer o backbone, perfeitamente, faça o backbone. Nós não queremos 1 mega real de banda larga, nós queremos o padrão, eu não vou dizer qual é o padrão”. Por que não? E essa história de backroll e backbone?

Dilma também foi capaz de fazer, em pleno exercício da Presidência da República, a seguinte oração: “Primeiro, eu gostaria de dizer que eu tenho muito respeito pelo E.T. de Varginha. Este respeito pelo E.T. de Varginha está garantido”. A presidente estava em Varginha, em Minas Gerais, para visitar, acredite-se ou não, um “museu do E.T.”, no qual o governo federal aplicou cerca de 1 milhão de reais. (Iniciado em 2007, o museu nunca ficou pronto, e jamais foi visitado por ninguém. Está abandonado desde 2010.) Outro grande momento foi no Ceará, agora em março. “Os bodes, eu não me lembro qual é o nome, mas teve um prefeito que me disse assim: ‘Eu sou o prefeito da região produtora da terra do bode’. Então nós vamos fazer um Plano Safra que atenda os bodes que são importantíssimos”. É bala para todo lado.

“Pobre Dilma Rousseff”, escreveu a seu respeito o Financial Times. Parecia uma Angela Merkel, com eficiência alemã. Acabou com um desempenho de irmãos Marx.

DILMA PROMETE AO PT ENCAMPAR REGULAÇÃO ECONÔMICA DA IMPRENSA

Post de Bert Filho

É, estão ameaçando soltar a bruxa da censura à imprensa para agradar o famigerado PT. Agora, a bruxa se apresenta com a embalagem de "regulação econômica". Por onde passa um boi pode passar a boiada toda...

A matéria é da Folha de São Paulo.


Dilma promete ao PT encampar regulação econômica da imprensa

Se reeleita, presidente defenderá proposta do partido que prevê 'fim do monopólio' dos meios de comunicação, segundo jornal 'Folha de S. Paulo



A presidente diante dos microfones numa coletiva


Desde que assumiu o Planalto, a presidente Dilma Rousseff tem mantido distância do projeto petista de controle da imprensa: sepultou, inclusive, o projeto de lei para 'regulação das comunicações' elaborado pela legenda durante o governo Lula, e que trazia na raiz o embrião autoritário da censura. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta terça-feira, contudo, indica que, se Dilma segue firme em seu discurso contra a ideia petista de 'controle social da mídia' - termo utilizado pela sigla para mascarar uma intenção bastante clara: controlar o que é veiculado pela imprensa no país -, ela decidiu ceder em outro ponto, e agora afirma ao partido que vai encampar, caso reeleita, a proposta de regulação econômica da imprensa. Assim como o controle de conteúdo, o fim do que o PT classifica como 'monopólio dos meios de comunicação' sempre foi bandeira defendida nos projetos do partido para regulação da imprensa.

Durante o governo do ex-presidente Lula, o então ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, elaborou um projeto que previa a criação de um Conselho de Comunicação para regular o conteúdo de rádios e TV. Dilma, desde o início de seu mandato, sempre se demonstrou contrária à ação, e engavetou a proposta. De acordo com o jornal, a presidente segue contra a discussão sobre controle de conteúdo, mas decidiu apoiar um projeto que regulamente e trate dos artigos 220 e 221 da Constituição, que determinam que os meios de comunicação não podem ser objeto de monopólio ou oligopólio e que a produção e a programação de rádios e TVs devem atender os princípios de produção regional e independente. O texto trata ainda da definição de como deve ser a publicidade.

Segundo a publicação, a presidente teria afirmado, em reunião recente no Palácio da Alvorada: "Não há quem me faça aceitar discutir controle de conteúdo. Já a regulação econômica não só é possível discutir como desejável". Na última segunda-feira, a Executiva do PT decidiu incluir a regulação dos meios de comunicação no programa do partido para a campanha presidencial. "A democratização da sociedade brasileira exige que todas e todos possam exercer plenamente a mais ampla e irrestrita liberdade de expressão, o que passa pela regulação dos meios de comunicação – impedindo práticas monopolistas – sem que isso implique qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdos", afirma texto da legenda. Dilma teria aceito a decisão desde que ficasse restrita à parte econômica. Ao encontro da Executiva estavam presentes, além de Dilma, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o presidente do partido, Rui Falcão, e o ex-ministro Franklin Martins.

terça-feira, 27 de maio de 2014

TELEJORNAL EM 3D, UM SHOW

Post de Berto Filho

Peguei no youtube. O apresentador interage com imagens 3D protagonistas da notícia que está sendo lida. É o telejornal do futuro. Ansiedade do futuro ? Talvez. Esse futuro está por enquando na TV árabe. É o que parece.
http://resumodanet.com/2013/06/jornal-arabe-da-noticias-em-3d.html

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O PLANO B DO PT

Post de Berto Filho

Quanto o PT vai perder se Dilma não for reeleita ?
Já calculou ? E você acha que o PT vai largar tudo e entregar o ouro de mão beijada ? E os empregos, os cargos em comissão, que têm sido uma das fontes permanentes de receita do partido, o desaparelhamento estatal ... Dilma vai passar numa boa a faixa presidencial para o opositor que a substituir ? 




Quando FHC passou o cargo e a faixa presidencial a Lula em janeiro de 2003 seu gesto foi um episódio democrático dentro da dinâmica de alternância do poder. Em 2003 grande parte dos compartimentos estatais já estava aparelhada, o que Lula fez foi consolidar o aparelhamento e transformá-lo numa forca para asfixiar quem não rezar por sua cartilha.

Como o futuro presidente pós-Dilma, se vingar, vai administrar um país submetido a um aparelhamento cujo comando pode ser exercido do lado de fora, forjando greves, paralisações, passeatas, manifestações agressivas, rebeliões em presídios, etc, com o apoio de militantes dos movimentos sociais radicais ?

O PT fará tudo e até coisas que Deus duvida para não deixar o poder. Primeiro, porque o PT ainda não aprendeu a perder.
Não aprendeu a conviver na democracia exercendo o poder pois não admite contestação ou insubordinações (inspiração de Fidel Castro e Che Guevara), seus militantes transformam adversários políticos em odiosos inimigos pessoais, e sempre que a ocasião se apresenta, como nos eventos internos de maior importância, geralmente cobertos pela mídia, mostra a sua verdadeira face e o não compromisso com as garantias de liberdade de expressão. O PT gosta de ditaduras e se inspira nas ditaduras dos vizinhos para aprimorar o seu próprio modelo de ditadura que sonha implantar um dia no Brasil.

As várias perdas de disputa pelo poder não contam. Ganhou o poder pelo voto, com o apoio da classe média conservadora entediada com o discurso cansativo (8 anos na presidência...) e aristocrático, filigranado, do presidente Fernando Henrique. Lula, esperto,  governou falando para o povo e na linguagem que o povo gosta de ouvir. Pegou o Bolsa-Escola, maquiou e relançou-o como Bolsa-Família. Por isso se deu bem. Para se entender com o povo, não é necessário falar errado de propósito, não precisa dizer "nóis vai, nóis fumo", O genial Adoniram Barbosa traçou no samba do Arnesto  as linhas de uma linguagem que aproxima o candidato do plebeu que fala errado e aí se dá a empatia :

"O Arnesto nos convidou
pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumo, não encontremo ninguém
Nós vortemos com uma baita de uma reiva
Da outra vez, nóis num vai mais
Nós não semo tatu!"


Mas, convenhamos, não vai ficar bem para Dilma nem seus adversários imitar as performances histrôniocas do Lula quando se dirige ao povo que o conhece bem e que não acredita que ele seja o que dizem que ele é. 
  
O cansaço do poder gera estafa em governantes e governados. Menos no politburo do PT. Para esses, o tempo do poder é infinito. Porém, há sinais de fadiga na máquina de sustentação oral e na máquina operacional e administrativa. Nas pesquisas, o povo já mandou o recado : mais de 70% quer mudança sem Dilma.

O PT ganhou o poder pelo voto, caminho que perseguiu tenazmente até chegar lá. Está mandando em tudo há 12 anos e não se contentará com menos. Talvez se considere recompensado se fizer o maior número de deputados e senadores porque aí teria uma arma poderosa para inviabilizar o poder central. Esse é o Plano B do PT.

Ah, não se deve esquecer que o desaparelhamento deve se estender ao Judiciário. Os novos candidatos ao Supremo nos próximos 4 anos (2015-2018) não deveriam ser recrutados em equipes de colaboradores de políticos que tenham exercido o poder de uma forma não séria e não democrática. Outra providência que talvez ajude resgatar  a moralidade do julgamento é exigir que o próprio ministro se considere impedido quando o processo envolver interesses de amigos, especialmente os que estão arrolados como réus. Por essa dificuldade moral de corrigir o erro durante a competição, sou a favor de uma triagem eficiente para cortar o mal pela raiz, descartar qualquer candidato que possa deixar um rastro de corporativismo, nepotismo ou amizade com alguém que é poder ou foi poder e o exerce ou o exerceu de forma não democrática ou moralmente comprometedora.

SEM TETO SEM COPA

Post de Berto Filho

Gilberto Boulos citado no artigo que segue abaixo, é filho do Dr Marcos Boulos, médico hematologista da faculdade de medicina da USP; trabalha no Instituto do Coração, é muito conceituado e competente.
Nenhuma família é perfeita, acontece em qualquer uma ...






Sob o domínio do medo.
Coluna do jornalista Carlos Brickmann

1 - Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, MTST, ameaçou impedir o jogo inaugural da Copa, se não atenderem às suas exigências. "Se não respeitam nossos direitos, no dia 12 de junho não vai ter inauguração". Quem é Boulos, que chantageia o Governo e ameaça fazer de junho um mês de conflitos? É filósofo formado, filho de um professor da USP, médico famoso. Mas o importante não é isso: o importante é que é ligadíssimo ao ministro Gilberto Carvalho. E, depois de instalar três mil de seus seguidores nas proximidades do Estádio do Corinthians, em Itaquera, SP, e ameaçar a realização da Copa do Mundo, foi recebido pela presidente Dilma Rousseff e posou para fotos abraçado com ela e com o ministro Gilberto Carvalho. Como diz o Governo, vai ter Copa. Como diz Boulos, que é quem manda, vai ter Copa se ele deixar.

2 - A Polícia invadiu, em 17 de março, uma reunião em que se planejavam incêndios e paralisação de ônibus - onde, por exemplo, havia a determinação de abandonar os veículos para bloquear o trânsito em São Paulo (dois meses depois, dois milhões de pessoas ficaram sem transporte). Na reunião, havia 42 pessoas; destas, 13 eram ligadas ao PCC, Primeiro Comando da Capital, base do crime organizado. Um dos presentes era Carlinhos Alfaiate, acusado de participar do assalto ao Banco Central em Fortaleza. Outro presente era o deputado estadual Luiz Moura, do PT, do grupo do secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto.

O PCC controla cooperativas cujos veículos jamais foram incendiados - só os dos concorrentes.

Os donos do jogo

Boulos, do MTST, e Luiz Moura, do PT, escolhem seus amigos na mesma área. Talvez isso nada tenha a ver com a desenvoltura de pessoas que dominam a situação agindo fora da lei. Mas os amigos comuns nunca se afastaram de ambos.


O FUTURO VISTO PELO RETROVISOR

Post de Berto Filho

O artigo, publicado originalmente no Estadão, é de autoria de Josef Barat, economista, consultor de entidades públicas e privadas, e Coordenador do Núcleo de Estudos Urbanos da Associação Comercial de São Paulo.





O futuro visto pelo retrovisor

Neste início de século, o governo busca seguir o velho modelo econômico do nacional-desenvolvimentismo, que prevaleceu entre 1930 e 1980. Foram 50 anos em que o país voltou-se para dentro, cresceu aceleradamente e se industrializou. As características principais deste modelo eram a forte presença estatal nos investimentos, o controle cambial e reservas de mercado, as restrições às importações, o crédito subsidiado para grandes empresas e o Estado investindo e operando indústrias e infraestruturas de serviços básicos. Três mecanismos garantiam recursos para os investimentos: inflação, fundos vinculados a tributos setoriais e endividamento externo. A inflação, ao final das contas, representou uma brutal transferência de renda dos mais pobres para o Estado e para os grandes grupos empresariais, agravando ainda mais a concentração de renda.

O nacional-desenvolvimentismo foi bom enquanto durou. O contexto mundial era outro, uma vez que prevalecia o protecionismo, a maior presença estatal nas infraestruturas, o descontrole dos gastos públicos e a inflação. No entanto, o mundo mudou com o aprofundamento da globalização. Houve o espalhamento de novas cadeias produtivas transcendendo fronteiras, a decorrente redução das barreiras comerciais e o combate aos desequilíbrios fiscais e à inflação, para possibilitar os avanços na produção e nas trocas em escala mundial. Sempre a reboque das mudanças, a quebra do modelo, nos anos 80, impôs ao Brasil uma longa e sofrida transição. Com atraso, teve que se adaptar ao novo contexto para poder ser um ator de importância na economia globalizada.


Por isto, foi fundamental quebrar as barreiras comerciais e instituir o tripé macroeconômico de apoio à mudança para uma economia mais aberta e competitiva. Passamos a ter a gestão coordenada do superávit primário, câmbio flutuante e regime de metas da inflação. O Brasil ganhou estabilidade monetária e maior inserção na economia mundial.

Se a indústria, como um todo, não soube enfrentar a competição externa – seja por estar viciada no protecionismo, seja por ter baixos níveis de competitividade e frágil desenvolvimento tecnológico – não será o retorno às proteções que a tornará mais competitiva. Os exemplos da prosperidade do agronegócio e da mundialização de certos segmentos industriais brasileiros mostram que houve alternativas. Por outro lado, se a falência do Estado nos anos 80 nos impôs infraestruturas precárias e insuficientes, a recuperação veio após a instituição das concessões ao setor privado.


Portanto, não será com maior carga tributária e inflação que o Estado retornará à “época de ouro” de seu domínio sobre a economia. O Estado brasileiro é perdulário, incompetente, fortemente controlado por grupos políticos e, portanto, atrasado e corrupto em sua essência. Esperar que venha a comandar o crescimento econômico daqui para frente – como o fez no passado – é esquecer o velho preceito marxista de que a História se repete como farsa. Ou como tragédia, se a inflação desandar e os investimentos encolherem ainda mais.

O mais curioso nesta guinada para o nacional-desenvolvimentismo é essa espécie de “síndrome de Estocolmo” econômica. Os governos militares levaram ao auge o nacional-desenvolvimentismo, ironicamente aprofundando e ampliando parâmetros que vinham das épocas de Vargas e Kubitschek. O fechamento da economia, a industrialização a qualquer custo e o descaso com a inflação dominaram o pensamento econômico. Inegavelmente, o país deu um enorme salto para a contemporaneidade, pois poucos países cresceram aceleradamente como o Brasil, entre 1930 e 1980. Mas os anos 80 e 90 já indicavam a falência deste modelo econômico autárquico, não apenas diante das grandes mutações da economia mundial, mas também diante do quadro de hiperinflação associada à estagnação da economia por mais de duas décadas. É estranho ver aqueles que hostilizavam as políticas econômicas dos governos militares, quererem repeti-la tanto tempo depois. Hoje o governo vislumbra o futuro olhando pelo retrovisor.

UNILEVER DESBANCA CASAS BAHIA

Post de Berto Filho

A coluna do Lauro Jardim, o "Radar Online" da VEJA, é uma fonte imprescindível para este escriba que observa a realidade de longe. na distância e no tempo,  Volta e meia vou fisgar uma nota pronta lá. Como esta, que segue.


Já escrevi aqui sobre as limitações de um cronista. Embora eu tenha vontade de de ser "o primeiro a dar as últimas", jargão do saudoso "Reporter Esso" da Rádio Nacional, teria que, para isso, montar um aparato de redação, apuração e investigação que sairia muito caro para este cronista bancar sozinho. Vou por intuição.

Crônica não é reportagem. É uma opinião pessoal sobre um ou vários fatos presentes, passados e até futuros (não faço  predições - porque não sou vidente - e sim aponto tendências, sempre sob a ótica dos valores do cronista).  Você pode divergir ou concordar em parte ou no todo. Estou sempre aberto para assimilar pontos de vista não coincidentes com os meus.

Mas chega de lero-lero. Vamos ao que serve. A marca campeã de 2013 é a Unilever.


O maior anunciante do Brasil

Certamente por uma mudança de estratégia por parte do novo controlador, o Casino, a Casas Bahia perdeu a posição de maior anunciante do Brasil, após onze anos. O dado é do ranking Agências & Anunciantes, que o Meio & Mensagem tornará público na segunda-feira.

O novo líder é a Unilever, que investiu 1,546 bilhão de reais em propaganda em 2013.

Outra surpresa do levantamento é o ainda desconhecido laboratório mexicano Genoma, que desembarcou no Brasil há apenas quatro anos. Já é o terceiro maior anunciante, com 989 milhões de reais em investimentos, uma cifra 279% maior que a do ano anterior, quando ocupava um modesto 24º lugar entre os maiores.

Entre as agências, a Y&R confirmou sua liderança pelo 12ª ano consecutivo, seguida pela Borghi Lowe, que pulou do quinto para o segundo lugar.

O maior salto do ranking, quem deu, entretanto, foi a paranaense Heads, que aumentou 241% o volume de compra de mídia em 2013 em comparação com 2012 (passou de 75 milhões de reais para 255 milhões de reais).

As dez empresas que mais anunciaram em 2013:

1) Unilever: 1, 546 bilhão de reais

2) Casas Bahia: 1,145 bilhão de reais

3) Genomma: 989 milhões de reais

4) Caixa: 584,7 milhões de reais

5) Ambev: 563,8 milhões de reais

6) Petrobras: 498 milhões de reais

7) Hypermarcas: 454,6 milhões de reais

8) Volkswagen: 376,2 milhões de reais

9) Reckitt Benckiser: 367,1 milhões de reais

10) Telefonica: 365 milhões de reais



As dez agências de publicidade que mais investiram em compra de mídia em 2013:

1) Y&R: 2,4 bilhões de reais

2) Borghi Lowe: 1,2 bilhão de reais

3) Ogilvy e Mather Brasil: 1,1 bilhão de reais

4) Almap BBDO: 1 bilhão de reais

5) WMcCann: 908,4 milhões de reais

6) Publicis PBC Comunicação: 731 milhões de reais

7) NBS: 730,1 milhões de reais

8) F/Nazca S&S: 667,7 milhões de reais

9) JWT: 665 milhões de reais

10) Africa: 622 milhões de reais

80 MILHÕES A MENOS ?

Post de Berto Filho

O título desta matéria na página do Lauro Jardim, colunista da VEJA, é afirmativo mas eu coloquei um ponto de interrogação porque esse exercício de futurologia é quase sempre relativizado pela realidade. Pode ser que os  18,5  nilhões de domicílios que possuem TV paga se comportem de modo diferente e resolvam ver os programas do horário gratuito, obrigatórios apenas na TV aberta.

Vamos a ela.

Assim como a turma de Aécio Neves e Eduardo Campos, até o entorno de Dilma Rousseff diz que a presidente só subirá nas pesquisas a partir de agosto, com a propaganda gratuita. Como sempre, todos apostam na força da TV.

Mas os marqueteiros terão que enfrentar uma nova realidade nesta eleição: os 18,5 milhões de domicílios que possuem TV paga, o que dá uns 80 milhões de espectadores com chance de mudar de canal e não assistir aos programas eleitorais, obrigatórios só na TV aberta.

Há quatro anos, eram apenas 9,8 milhões de assinantes de TV paga; há oito anos, 4,7 milhões. Portanto, agora o impacto da propaganda gratuita será muito menor, ainda que relevante.

João Santana tem dito a interlocutores que para minorar o problema a solução será os programas de TV interagirem mais com a internet.

domingo, 25 de maio de 2014

FANTASMAS DO PASSADO E MEDO DO FUTURO

Post de Berto Filho

Em congresso com a juventude do PCdoB, presidente Dilma voltou ao discurso do medo quanto à vitória da oposição


Oposição classifica como desespero discurso de Dilma


Matéria está no Globo.



Dilma no evento do PCdoB (ela não está de vermelho)

A oposição reagiu fortemente ao discurso da presidente Dilma Rousseff, que durante a abertura da 17º Congresso da União da Juventude Socialista, do PCdoB, no sábado, 24, que voltou a recorrer ao discurso do medo para associar uma eventual vitória de Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB) ao retrocesso, ao desemprego, e à adoção de medidas impopulares, que ela qualificou de "espectros fantasmagóricos".

(BF) O discurso do medo da volta ao passado sempre funciona. Mas a oposição ainda não falou do medo da ida ao futuro com Dilma, que é muito pior.
Para a oposição, Dilma demonstra desespero antes mesmo da campanha iniciar. A oposição avalia que os ataques dela são fruto de marketing, e que ela não tem discurso próprio, mas segue apenas o que dizem seu marqueteiro, João Santana, ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

(BF) Também acho. 
A participação da presidente no encontro não estava programada e foi confirmada em cima da hora no sábado. Para os militantes do PCdoB, partido que domina o Ministério do Esporte desde o governo Lula, Dilma disse que não havia sido eleita para criar desemprego, nem para acabar com a política industrial ou varrer a corrupção para debaixo do tapete. Em outro momento, afirmou:

- Quem tem lado sabe que é preciso estar atento, é preciso estar ao mesmo tempo com um olho no futuro e outro no passado. Esse olho no passado é para evitar que espectros fantasmagóricos tentem voltar com as ameaças às conquistas dos brasileiros, que eles já chamam abertamente de medidas impopulares e que significam arrocho salarial, desemprego e recessão.

O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), contestou a presidente e disse que as afirmações dela não correspondem à verdade:

— Na verdade, ela deve ter sido orientada pelo marqueteiro, porque sempre que se encontra forte dificuldades, ela convoca o marqueteiro para dizer o que ela tem de fazer. O que ela diz não corresponde à verdade. É uma fantasia. O governo é muito ruim, ela se revelou uma administradora incompetente, não demonstrou liderança para fazer transformações e reformas que o Brasil necessita, e se submete à vontade dominante do ex-presidente Lula.

Imbassahy acredita que há um desespero no governo.

— O desespero invade o Palácio do Planalto e aí ela recorre a esse expediente. Mas a população cada vez dá menos importância ao que ela fala e acredita cada vez menos nela e no governo dela.

José Agripino, líder do DEM, fez uma avaliação semelhante. Mas, para ele, ao dizer que não foi eleita para colocar o país de joelhos, por exemplo, Dilma faz exatamente o contrário.

— Ela não foi eleita para isso, mas está fazendo do Brasil um país sem competitividade, colocando, sim, a indústria de joelho graças a uma política econômica equivocada. Ela nega o que justamente está fazendo e os dados estão aí para provar.

E complementou:

— O que ela devia ter feito no passado, para evitar o que está acontecendo agora, ela não fez. Demorou muito, por exemplo, para fazer as concessões dos aeroportos e estamos vendo o resultado.

Líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg foi irônico: ele afirmou que foram os quatro anos de governo de Dilma que podem deixar a população com medo:

— A população está ficando com medo de mais quatro anos de Dilma porque o pais não cresce, a inflação aumenta e a presidente insiste no viés autoritário. O Brasil não aguenta mais isso.

Mendonça Filho (DEM-PE) também apontou desespero na presidente.

— Quando bate o desespero, ela apela para o discurso do medo, ao qual está adotando mais cedo do que se imaginava. Isso demonstra que a derrota está batendo na porta dela. A campanha sequer teve início e ela está reagindo com apelação, que não tem sintonia com a realidade. Se o povo tem que ter medo é da inflação, do crescimento pífio e da corrupção na Petrobras. Esse é o medo do hoje.








DONA DO MAGAZINE LUIZA ACONSELHA DESCONTENTES A DEIXAR O PAÍS

Post de Berto Filho

Fui dar uma zapeada no site Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim, blogueiro do time do PT, para ver como andam as coisas por lá.

O mais interessante que achei é uma entrevista da Luiza, controladora da rede de Magazines Luiza, que seria tiete do Planalto. Então, vamos ler para ver se ela está fechada mesmo com o Planalto ou se é ilusão de ótica.

:
“ESTÁ TÃO RUIM? ENTÃO, VENDE O NEGÓCIO E MUDA DE PAÍS!”, DIZ LUIZA TRAJANO


Empresária mantém o viés otimista pelo Brasil, conta como a empresa precisou se reorganizar depois de quase dobrar de tamanho e diz ser garota-propaganda daquilo que dá certo

Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, presidente do conselho de administração da rede de lojas Magazine Luiza, é diferente da maioria dos empresários brasileiros. Não só pelo fato de ser mulher - é uma das poucas na posição -, mas pelo viés otimista com que enxerga o Brasil. Enquanto boa parte da iniciativa privada adota tom mais ácido ao falar das ações do atual governo, essa paulista de Franca afirma que prefere ver o copo “meio cheio” em vez de “meio vazio”e diz não temer ser vista como garota-propaganda do Planalto.

De tão identificada com a rede que comanda, Luiza é associada à marca. Na realidade, o nome vem da tia, Luiza Trajano Donato, que comprou uma pequena loja de presentes em 1957, A Cristaleira, com o marido Pelegrino José Donato.

Depois de quase dobrar de tamanho entre 2007 e 2010, a empresa sentiu as dores do crescimento. Em 2012, amargou prejuízo de R$ 6,7 milhões, resultado que empurrou o preço das ações para baixo e obrigou a empresa a diminuir o ritmo de expansão. Novas aquisições estão fora dos planos este ano, diz Luiza.

A meta em 2014 é crescer de forma sustentada. Para isso, conta com o bom desempenho das vendas no Rio Grande do Sul, que costuma visitar com bastante frequência. O hino rio-grandense ela já sabe de cor. Falta só aprender a tomar chimarrão.

Enquanto outras redes destacam a qualidade do produto ou o preço mais barato, o slogan da Magazine Luiza faz um convite: vem ser feliz!. Luiza Trajano é uma mulher feliz?
Eu sou muito feliz (risos). Felicidade é muito você aceitar as coisas da maneira como vêm. Há quatro anos, perdi meu marido subitamente e foi muito triste. Mas acredito que as coisas sempre vêm para que as pessoas possam desenvolver, melhorar. Lógico, sofremos, temos problemas. Mas felicidade é muito simples. É preciso querer ser feliz. Agradecer o que acontece de bom. Detesto a frase “era feliz e não sabia”. Quando meu marido morreu, a única coisa que me consolava era isso. Eu era feliz e tinha sabido aproveitar isso.

O que a faz rir à toa?Meus netos e boas vendas. Fico muito alegre vendo as pessoas crescendo e conseguindo vencer os obstáculos. Pessoas com garra e determinação, que não reclamam muito das coisas. Gente que faz acontecer, de princípios, que luta por uma causa.

Uma de suas marcas é o otimismo sobre o Brasil. É avaliação de cenário ou é nato?Não é que eu seja otimista e ache que tudo está certo. Apenas costumo ressaltar também as coisas positivas. Vivemos uma onda de pessimismo. O Brasil incluiu 5 milhões de pessoas no mercado de trabalho e parece que não foi nada. Uma década atrás, quando tínhamos uma loja com 50 vagas ficavam 2 mil pessoas na fila por um emprego.

E agora, mudou?Agora abrimos uma outra filial na mesma cidade no interior de São Paulo, Rio Preto, tinha só 100 pessoas. E metade já tinha emprego. Sou daquelas que gosta de ver o copo do lado cheio. O lado vazio tem muita gente para mostrar. O Brasil precisa de líderes que também saibam ver o lado positivo.

Há motivos para as queixas dos empresários?Eu costumo dizer para os colegas empresários que pensam muito negativo: “Está tão ruim? Então, vende o negócio e muda de país”. Trabalha aqui, ganha dinheiro aqui e acha que está tudo ruim? O Brasil é nosso. Não adianta eu reclamar de mim mesma. À medida que eu estou reclamando do país eu estou reclamando de mim. O que eu posso fazer para ajudar? Não é um otimismo sem participação. É se sentir responsável por construir um país melhor. Quem se sente responsável não aponta dedo.

Há um certo ranço do mercado em relação ao governo?A campanha eleitoral começou muito cedo este ano e isso traz muita coisa à tona. Temos muitos problemas para vencer. A infraestrutura está sendo enfrentada. Mesmo assim, temos conquistas. O país passou por uma crise global (2008) quase ileso. Afetou todo mundo e nós não sentimos. Dia desses recebi um empresário espanhol que me contou que os jovens na Espanha não têm emprego. E nossos jovens têm. Há coisas para melhorar, mas só nós conseguiremos isso. A renda triplicou em 10 anos.

A senhora fez sucesso nas redes sociais quando corrigiu Diogo Mainardi, no programa Manhattan Connection, sobre inadimplência no varejo. Mandou mesmo o e-mail a ele?Nunca mandei um e-mail ou carta de retorno para ele. Tudo que andam dizendo na internet é mentira. A única coisa que fiz foi agradecer as milhares de mensagens de apoio que recebi. Tenho um respeito muito grande por toda a equipe do Manhattan. O que aconteceu é que eu sou uma pessoa preocupada com a inadimplência. Toda segunda-feira, recebo dados atualizados, tanto da minha empresa quanto dados gerais. Inadimplência é igual a cupim, corrói o negócio por dentro. Nem sou tão ligada em números, mas esse tema é algo que acompanho muito de perto. Mesmo tendo certeza do contrário, quando o Diogo Mainardi disse que a inadimplência havia aumentado eu não retruquei. Apenas disse que ia encaminhar o e-mail. Mas nunca enviei. O que tem é muita gente aí escrevendo mensagens falsas no meu nome.

Por que a resposta da senhora fez sucesso entre os jovens?
Eu me assusto com o pessimismo dos jovens. Eles vivem uma fase sem esperança, e de repente alguém mostra o copo cheio, o que o país tem de bom. E também porque o número que eu dei estava certo. E na semana seguinte foram divulgados dados mostrando que o país estava com os índices mais baixos de inadimplência.

O estilo da resposta contribuiu para a repercussão?A forma como conduzi, firme, sem ser agressiva, também ajudou. Não sou analista de comunicação, mas acho que foi isso. Era uma coisa que tinha de ser. Não me preparei. Tinha chegado aquele dia mesmo dos Estados Unidos. Nunca mais vou ser tão inocente (pausa). Apesar de que, no programa do João Dória, fui do mesmo jeito (risos).

A inadimplência preocupa? Os índices voltaram a subir no início deste ano…Continua em queda. A prova disso é que os bancos têm aprovado mais crédito. Teve um pouquinho de alta sim, o que é comum para o período.

Ainda há espaço para expandir o consumo no Brasil?Falar em opção por consumo ou por infraestrutura é um erro. Infraestrutura é necessária, mas para garantir não é preciso abrir mão do consumo. Sem consumo não tem emprego. No Brasil só 54% da população tem máquina de lavar, só 10% tem televisão de tela plana e só 1% tem ar-condicionado. E ainda precisamos construir 23 milhões de casas para ter um nível satisfatório de igualdade social para um país em desenvolvimento. Nenhuma indústria vive sem consumo. Nos Estados Unidos, as pessoas já estão na oitava geração de TVs de tela plana. A gente ainda precisa de uns 20 anos de progresso.


Estou de volta.  Bem, dona Luiza não é uma garota-propaganda do Planalto, mas diria que ela é um belo cabo eleitoral. Imagine de ela faz a cabeça de seus funcionários para votar em Dilma e se os funcionários fizerem a cabeça dos clientes. Influi, não é ?

Pode ser que dona Luíza esteja por dentro das diretrizes do Foro de São Paulo, e também esteja acompanhando o noticiário sobre as maldades feitas na Petrobras, inflação meio desembestada, desvio de dinheiro público, estádios superfaturados da Copa, o lado financeiro do Mais Médicos Cubanos, a construção do porto de Mariel em Cuba com dinheiro do BNDES... a infra-estrutura portuário do Brasil ainda é um elefante branco e precisamos de muito dinheiro para reduzir o custo Brasil. 

Para saber se dona Luíza fecha com o planalrto, seria bom conhecer a opinião dela a respeito dos tópicos levantados no parágrafp anterior.  Só assim, será possível concluir com precisão se dona Luiza é mesmo garota-propaganda do Planalto ou apenas uma empresária iludida com falsas promessas da esquerda, embrulhadas em uma espécie de capitalismo socialista.