quarta-feira, 30 de julho de 2014

MAO E O PAPA, por SANDRO VILLAR

Post de Berto Filho

Recebi do radioescriba, redator. escritor e locutor Sandro Villar este causo radiofônico hilário, bem escrito, pronto para ir ao ar.
No rádio se aprende fazendo e se faz tudo

Mao e o PapaSandro Villar


Depois de pensar mais que o doutor Silvana, o cientista maluco que perseguia o Capitão Marvel, cheguei à conclusão de que não há Mao Tsé-tung que sempre dure nem Ben Stiller que não se acabe. Pois é, como ainda está inteiraço e gozando de boa saúde, o comediante Ben Stiller não vai acabar tão cedo.Espero que ele escute o Parabéns a Você pelo menos mais 50 vezes. E que filme mais algumas sequências de Entrando Numa Fria. Quanto ao camarada Mao, que não foi um mal necessário aos chineses, ele durou até o dia 9 de setembro de 1976, data em que bateu as botas e outros calçados.


 Como é de praxe, as rádios deram a notícia da morte de Mao em edição extraordinária e, certamente, as televisões fizeram o mesmo. E não é que na Rádio Tupi de São Paulo o apresentador Barros de Alencar proibiu de imediato que o locutor noticiarista Ciro César, de saudosa memória, desse a notícia? "Notícia aqui não", reagiu o apresentador. Assim como foi difícil convencer uma famosa jornalista da Globo a dar a notícia da morte do compositor Lupicínio Rodrigues, também foi uma luta persuadir (persuadir é bom) o apresentador da Tupi de que o líder chinês era importante e, portanto, a notícia de sua morte merecia uma edição extraordinária.

 Quando Ciro César entrou no estúdio com a notícia redigida, Barros de Alencar tocava mais uma musiquinha açucarada em seu programa Só Sucessos, talvez o mais ouvido da Tupi naquela época.Ele não interrompeu a música, como seria óbvio, para o locutor transmitir a notícia, o que só foi permitido depois da execução do disco. Isso depois de muita ponderação e saliva gasta. "Logo o Barros que era um baita comunista", brincou um apresentador ao saber do episódio.

 E em 1963, pouco antes do Papa João 23 morrer, a então chamada imprensa escrita, falada e televisada - hoje Mídia, para os íntimos - já mantinha na gaveta o obituário do grande Sumo Pontífice, celebrado como o maior papa de todos os tempos. Sua partida deste mundo louco era esperada a qualquer momento e, nesse caso, as rádios dariam a notícia em edição extraordinária. Foi nessa espera que algumas emissoras cometeram talvez uma das maiores "barrigas" da história do Jornalismo. Uma agência internacional noticiou que o papa havia morrido.

Se uma agência de prestígio deu a informação, por que não se apressar em dar a notícia? Pois foi o que fez a Rádio Bandeirantes, que à época ficava na Rua Paula Souza, no centro de São Paulo. Depois de ler o telegrama da agência, o então diretor de Jornalismo, o grande e saudoso Alexandre Kadunc, não teve dúvidas e, rápido no gatilho, ordenou ao locutor Lourival Pacheco que transmitisse a notícia imediatamente. Afinal, não era qualquer um, era o papa. Pachecão, como Lourival era conhecido e hoje mora no Céu, cumpriu o seu dever.

Mas logo depois veio o desmentido. A notícia da morte do papa era inverídica. João 23 continuava vivinho da Silva. Ou não tão vivinho assim. O que fazer?


Alexandre Kadunc, ex-diretor de jornalismo da Radio Bandeirantes

Kadunc pediu ao locutor para voltar ao estúdio a fim de informar aos ouvintes de que a notícia era falsa. Assim que o operador de som abriu o microfone, Lourival, de improviso, foi curto e grosso: "Infelizmente, o papa não morreu". Dizem que o Kadunc ficou uma onça e outros felinos. Dizem também que o locutor foi demitido, mas logo depois voltou a trabalhar na Rádio Bandeirantes por ser bom profissional e amigo de todos, incluindo o autor destes dois "causos" radiofônicos.

CAMPOS : PLANO B DE LULA ?

Post de Berto Filho

A visão bem informada de Sérgio Dávila levanta uma lebre ensaboada na campanha presidencial. Se a especulação  procede, saberemos nas próximas semanas. O que já foi constatado é o tal pacto de não agressão entre Lula e Campos, condição sine qua on para viabilizar uma ponte entre os 2 quando isto se fizer necessário - leia-se : se e quando Dilma cair abaixo de determinado porcentual de  intenção
de voto. 


Campos, Plano B de Lula?
Teoria ouvida de importante representante do PIB nesta semana: é Eduardo Campos o verdadeiro plano B de Lula. Pelo raciocínio, a carta que o ex-presidente tem guardada na manga caso a candidatura de Dilma Rousseff cruze agosto e chegue a setembro perdendo impulso não é o "Volta, Lula", mas o "Vai, Campos".

Se isso acontecer, o ex-presidente passaria a apoiar informalmente o ex-governador de Pernambuco e liberaria a base governista para fazer o mesmo, na esperança de que ele chegue ao segundo turno contra Aécio Neves (PSDB). Viria daí o pacto de não agressão que os dois, Campos e Lula, mantêm desde o começo na corrida.

De fato, chama a atenção o esforço do candidato pessebista para preservar o petista em suas críticas de candidato de oposição. Na entrevista que deu ao programa "Roda Viva" em maio, Campos passou boa parte do último bloco se esquivando das perguntas dos jornalistas para conseguir sair sem fazer um reparo que fosse à conduta e ao governo do mentor.

À repórter Daniela Pinheiro, da revista "Piauí", explicou a tática: "Essa tucanada fica querendo me botar para brigar com ele porque é bom para Aécio. É uma estupidez brigar com Lula. Parte do lulismo vai deixar Dilma e vai votar em mim. Não vou falar mal de Lula nunca. É uma questão de autodefesa".

Já Lula tem sido econômico em menções, positivas ou negativas, ao seu ex-ministro de Ciência e Tecnologia (2004-2005). Em junho, sem citar seu nome, comparou-o a Collor, dizendo se preocupar "que venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem". Completou: "Nós vimos o que deu".

Em 2010, no entanto, dias antes de deixar a Presidência da República, falou sobre Campos: "A gente não acha diamante em qualquer lugar. Não acha gente boa em qualquer lugar. Não acha companheiro em qualquer lugar".

terça-feira, 29 de julho de 2014

JORNAL DA IMPRENÇA DE 27 DE JULHO DE 2014

Post de Berto Filho

Esposa (principalmente de político) traída ou insatisfeita um dia vai entregar o marido. Que o digam Collor, Renan e agora o deputado Rodrigo Bethlem, o mais novo integrande do time de maridos denunciados por fraudes e mandracagens diversas que, na melhor das hipóteses, perdeu o bonde da candidatura à reeleição para deputado federal. Político sabido deveria submeter sua querida esposa ao teste da fidelidade total enquadrando previamente a moça com quem vai dividir segredos em sua carreira e que, de preferência, ela tenha doutorado em esquecimento de coisas que não deve saber.


Mas o assunto que me traz aqui neste momento é a mais recente edição do Jornal da ImprenÇa, do polivalente escriba da Paraíba Moacir Japiassu. Venha viajar por um mundo colorido sem fronteiras. Vamos para a rampa de decolagem ? É um voo tripulado de asa delta...

Japi escreve para o Comunique-se, mas ele mesmo sugere uma visita ao site da Marcia Lobo, "Antes que eu me esqueça", que publica a coluna sempre com ótimas ilustrações.


Clique aqui

http://antesqueeumeesqueca.weebly.com/jornal-da-imprenccedila.html




 




segunda-feira, 28 de julho de 2014

APAGANDO MALFEITOS NO WIKIPEDIA

 Post de Berto Filho

A política com "p" minúsculo acaba de ganhar mais um xaveco eleitoral.

Fonte : Veja Online.


Computadores do Planalto editaram Wikipédia em prol de Dilma e Padilha


Edições removeram suspeitas de corrupção em órgão em que Padilha trabalhou. E inseriram ataques a José Serra durante a disputa eleitoral de 2010



Padilha e Dilma: 'forcinha' na Wikipedia com equipamento da União (Alice Vergueiro/Futura Press)
Computadores do Planalto foram usados para editar páginas na enciclopédia colaborativa Wikipédia em prol da presidente Dilma Rousseff e de seu ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

A Wikipédia registra todos os endereços de IP de computadores que realizam alterações em suas páginas. A reportagem do jornal cruzou esses dados com os endereços de IP registrados em nome do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e da Presidência da República - e detectou que, entre 2008 e 2014, páginas foram modificadas por onze computadores do governo para inclusão de elogios e exclusão de críticas a petistas. E também para atacar o ex-governador de São Paulo José Serra, em 2010, quando o tucano era adversário de Dilma na corrida ao Palácio do Planalto. Segundo a Folha, as alterações foram desfeitas por outros usuários da rede, porque feriam as regras de uso da enciclopédia virtual.
Em 2013, por exemplo, uma conexão de internet da Presidência foi utilizada para remover da Wikipédia trecho sobre suspeitas de corrupção na Funasa quando Padilha integrava o órgão. Segundo o jornal, o trecho suprimido foi o seguinte: "Em maio de 2013, iniciam investigações mediadas pelo Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por suspeitas de irregularidades na Funasa em 2004, quando Padilha era diretor de Saúde Indígena do órgão [...]". O editor aproveitou, ainda, para incluir elogios ao programa Mais Médicos, uma das principais bandeiras eleitorais de Dilma e Padilha. "Com o sucesso do Mais Médicos, Padilha se torna um dos pré-candidatos petistas à disputa pelo governo de São Paulo", diz o texto alterado. O original dizia apenas: "Padilha é um dos pré-candidatos petistas à disputa pelo governo de São Paulo, tendo transferido seu título eleitoral de Santarém para São Paulo em junho de 2013".

Em junho do mesmo ano, em meio a onda de protestos que varreu o país, endereço de IP do Serpro foi utilizado para alterar a página do Movimento Passe Livre (MPL) na enciclopédia. O texto colocado dizia que o MPL "se utiliza de protestos e, não raramente, depredação e violência para alavancar" reivindicações. Afirmava também que a tarifa zero, uma das bandeiras do grupo, ignora que "todo aumento de gasto público implica menos orçamento" para saúde e educação.

Já em 2010, um computador federal foi usado para inserir críticas a José Serra na página do tucano. O texto incluído dizia que "se eleito presidente, Serra pretende, como uma de suas metas, acabar com todas as empresas estatais e sucatear todas as empresas públicas". Procurado pelo jornal, o Serpro se negou a informar onde tais computadores estão alocados. Padilha se negou a comentar o assunto.

domingo, 27 de julho de 2014

O BANCO SANTANDER RECUA E FUMA O CHARUTO DA PAZ COM DILMA E O PT



Post de Berto Filho

Que feio, Rui Falcão, presidente do PT !
Então o Banco Santander não tem o direito de expressar o que pensa da economia brasileira quando se dirige aos seus correntistas ? Censura ?

O fato
Clientes do Banco Santander receberam, junto com o extrato deste mês, um informativo que sugere que, se a presidente Dilma Rousseff (PT) subir nas pesquisas eleitorais, a economia do Brasil vai piorar. A informação foi publicada no blog do jornalista Fernando Rodrigues, na sexta-feira, 25.

O texto foi impresso na última página do extrato dos clientes da categoria “Select”, com renda mensal superior a R$ 10 mil. O texto tem o título “Você e o seu dinheiro”e associa uma melhora de Dilma nas pesquisas de intenção de voto com a alta de juros e o dólar e diz ainda que o índice Bovespa vai cair (Berto : se a situação for revertida)

Em nota, o banco pede desculpa aos clientes.

Veja como o Santander fez o recuo estratégico para não ficar mal com o governo e o PT graças à sinceridade e tramsparência de um de seus analistas. É um ato de contorcionismo de comunicação para justificar uma mudança de 360 graus no mesmo dia.

A resposta do Santander na íntegra, abaixo:

“O Santander esclarece que adota critérios exclusivamente técnicos em todas as análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. O texto veiculado na coluna ‘Você e Seu Dinheiro’, no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz. A instituição pede desculpas aos seus clientes e acrescenta que estão sendo tomadas as providências para assegurar que nenhum comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação.”

Em sua página na internet, o banco justifica que o segmento de clientes que recebeu o texto foi de “apenas 0,18%”.

(Berto : minimizou o quantitativo do público-alvo
constituído somente por investidores com bala na agulha, para suavizar a paulada do seu analista de pantão.)
“O Santander Brasil vem a público esclarecer que o texto enviado a um segmento de clientes, que representa apenas 0,18% de nossa base, em seu extrato mensal, e repercutido por alguns meios da imprensa hoje, não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição”, diz trecho da nota. O comunicado fala ainda que a instituição “reitera sua convicção de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento”.

Muito bem, Santander, afinal o analista viajou na geleia e escreveu uma besteira oceânica sem consultar ninguém acima dele, como se fossse um aloprado ?

Ou a direção do banco jogou suas fichas no parecer do analista só para causar espanto (no governo federal) e ver no que ia dar ? Deu no que deu.

Prevaleceram os interesses enormes que o Santander tem no Brasil e que até 31 de dezembro dependem da atual presidente. Se ela se reeleger, serão mais 4 anos de compromisso.

Mas o que me chama a atenção nesse episódio é a censurofobia do PT e, por extensão, do governo Dilma. A partir dessa experiência bancária amarga (para o governo e o QG da campanha da Dilma), fica subentendido que nenhum banco ou instituição financeira nacional tem o direito de informar aos seus correntistas em que pé se encontra a situação econômica do país, por que chegou a esse ponto e qual a vinculação da situação econômica com o quadro político-eleitoral.

Isto é censura do governo ao sistema bancário privado.
Puro medo de perder votos. Como se os 0,18% que receberam o informativo fossem capazes de fazer as cabeças do eleitorado do Bolsa Família que recebem religiosamente o seu prêmio da Caixa.  Que funcionário da Caixa teria a coragem de subscrever o texto do analista do Santander ?

O presidente do PT, Rui Falcão, deflagrou uma guerra preventiva contra o Santanter que rendeu frutos imediatos.
Rui chamou o teor do informativo de terrorismo digital porque vazou para a imprensa. Se tivesse sido trancado a 7 chaves no canal restrito de acesso aos correntistas, não teria problema. Chegar às ruas é o grande pavor. O povão não precisa ser sábio para intuir o que se passa e tomar uma decisão influenciado pela piora das suas condições pessoais e de suas famílias.

 Mas vamos dar uma olhada na análise do informativo para ver se o analista tem razão. A nota da direção do Santander tenta restabelecer o clima de paz com o Planalto. Paz falsa ? O que o banco pensa de verdade é o que está no texto abaixo ?

"A economia brasileira continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e deficit em conta-corrente. A quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil ... em derrubar ainda mais a popularidade da presidente que vem caindo nas últimas pesquisas e que tem contribuído para a subida do Ibovespa. Difícil saber qté quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda maior de Dilma nas pesquisas. Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice Bovesoa cairia, revertendo parte das altas recentes. Esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos.

Diante desse cenário, converse com o seu Gerente de Relacionamento Select para alocar os seus investimentos da maneira mais adequada ao seu perfil de investimento".


Em encontro com militantes do PT e com o candidato ao governo do Rio Lindbergh Farias, o presidente nacional do PT e coordenador da campanha de reeleição da presidente Dilma, informou que houve um pedido de desculpas formal do presidente mundial do Santader em uma carta enviada para a presidente. Falcão ainda classificou a ação como 'terrorismo digital' contra a candidatura de Dilma.

- Parece que eles promoveram demissões na área responsável por aquele texto. Disseram ainda que a carta foi para 40 mil correntistas. O pedido de desculpa já é um reconhecimento do banco de que houve um erro. Vou aceitar a desculpa do Banco, mas isso não elide o que aconteceu. O que houve é proibido, não se pode fazer manifestação em uma empresa que, por qualquer razão, interfira na decisão do voto.
E completou:

- Já vimos esse filme no passado. Criaram o 'lulômetro' para medir como a bolsa oscilava. Agora mesmo tem essas especulações que devem beneficiar, inclusive, quem não está interessado no processo eleitoral - criticou.

Segundo Rui Falcão, a distribuição do texto do Santander prejudicou a campanha de reeleição da presidente Dilma:

- Foi muito ruim o banco ter produzido esse texto. É uma coisa que nos prejudica. Espero que, daqui pra frente, nem o Santander ou qualquer outra instituição incorra nesse tipo de atitude. Essa é uma repetição de filme que nós já vimos, como aquela campanha em 2002 de que haveria fuga de capitais - declarou.

O Banco Santander, potência financeira espanhola, tem uma presença marcante na vida financeira brasileira.

Parece óbvio que a comunicação interna entre qualqur banco e seus correntistas seja imune a qualquer tipo de pré-censura oficial. Se o analista pensou em prestar um bom serviço dos 40.000 correntistas Select, pode ficar certo de quem prestou sim. Talvez já tenha sido demitido, vai virar estrela da mídia. Num país democrático como Dilma repete à exaustão que o Brasil é, é incompreensível que o governo de plantão censure (mesmo por tabela, com intimidações, etc) a comunicação entre os bancos e seus correntistas.

Os agentes econômicos podem ficar de pé atrás com essa governança que entra em convulsão toda vez que alguém um pouco mais importante diz umas verdades na lata.

 Você ficará mais por dentro desse assunto ao ler o texto que segue abaixo, produazido nas oficinas da Abril por Geraldo Samor (Veja Mercados).


Doze anos depois da ‘carta’, um extrato assusta o PT


O episódio que começou com a singela opinião de um analista do banco Santander e terminou num pedido de desculpas, na vitimização do PT e na demissão de funcionários do banco mostra o crescente constrangimento do debate de ideias no Brasil, já tão pobre e imbecilizado.

Dizer que, se Dilma for reeleita, a Bolsa vai cair e o dólar vai subir é como “prever” que o rio corre para o mar, ou que o dia amanhecerá depois da noite.

Ao tentar envenenar a análise clara do Santander, o PT só prova que, além de ser mau gestor da economia, o partido está cada vez mais medroso, mais cheio de mimimi, e mais distante da democracia.

Senhoras e senhores, liberais e conservadores, petistas e tucanos: O dinheiro não aceita desaforo. O dinheiro não é “amigo” de uns, nem tem antipatia com outros. Ele não é um ente político nem partidário. Ele é um freelancer que só busca uma coisa: retorno sobre o investimento. Boa parte do PIB nacional já “votou” no PT em 2006 e até em 2010, uma época em que o partido deixou a economia em paz no seu tripé e foi cuidar dos programas sociais.

Mas, ensinam os livros de economia, os donos do dinheiro são sujeitos excêntricos: eles só acham possível obter retorno quando as regras são claras e estáveis, quando a inflação está baixa, e quando o País cresce. Infelizmente — para a Presidente Dilma, para o mercado e para o País — seu governo falhou nos três quesitos. Nada pessoal, Presidente.

O Santander está certo: se este governo que produz PIBinho atrás de PIBinho e que faz com que empresários represem investimentos for reeleito, as empresas brasileiras valerão menos, o dólar valerá mais, e a economia continuará crescendo pouco ou nada. Isto é uma realidade econômica, mas se você não entende o sentido da frase “não existe almoço grátis”, nem precisa continuar lendo.

Qualquer brasileiro pode se lixar para o valor das empresas, dar de ombros para o valor do dólar, e não se ligar na taxa de crescimento do Brasil — apesar das três coisas terem impacto na sua vida e na do seu vizinho — e pode votar na Presidente Dilma. É um direito dele, assim como deveria ser direito de um analista de banco…. analisar os incentivos dos agentes econômicos, como fizeram os funcionários do Santander.

É curioso que, na eleição de 2002, o então candidato Lula (então conhecido no mercado como Satã) entendeu a importância de se comunicar com o mercado (ainda conhecido no PT como Satã) em sua famosa “carta ao povo brasileiro” — mais conhecida, na piada que a história consagrou, como “carta ao banqueiro brasileiro”. Para quem não se lembra, era uma carta em que o PT jurava que ia honrar as dívidas e não bagunçar a economia que FHC havia acabado de consertar.

É isto mesmo, companheiros. Saboreiem a ironia: o partido que um dia teve a coragem de escrever uma carta pública, renunciando a 20 anos de nonsense econômico, hoje se faz de vítima histérica de uma opinião nada controversa escrita num reles extrato. Pior: não quer que sua política econômica passe pela análise de profissionais de uma empresa financeira que é paga para orientar seus correntistas.

Rui Falcão, presidente do PT, disse ao Estadão: “O que aconteceu é proibido, porque você não pode fazer manifestações que por qualquer razão interfiram na decisão de voto. E aquele tipo de afirmação pode sim interferir na decisão do voto.”

Levada ao limite, a tese de Falcão impediria o debate político, já que qualquer cidadão que emite uma opinião “interfere” na decisão de voto de alguém. Se fosse assim, só nos restaria sentar e assistir à propaganda eleitoral, aquele espaço onde existe tudo, menos verdade.

Os esforços do PT de se fazer de vítima do mercado nessa estória revelam a pobreza intelectual do partido, sua incapacidade de lidar com críticas e seu oportunismo em bancar a vítima. +-Nos EUA, quando os democratas estão na frente numa corrida eleitoral, os bancos frequentemente dizem que isso é má notícia para o mercado (“vendam suas ações”), pois democratas tendem a querer mais impostos e mais gastos. Apesar disso, não há registro do Partido Democrata ameaçar o JP Morgan ou a Goldman Sachs de “interferir no processo”.

Quanto ao Santander, que assumiu o “erro” e pediu desculpas, também aprendemos uma coisa: Nem o banco mais umbilicalmente conectado com o Governo — com exceção dos próprios bancos estatais — conseguiu controlar uma opinião que, de tão óbvia, passou desapercebida por qualquer controle interno.

A postura subalterna do Santander — noves fora a covardia inominável de demitir seu time de analistas — não é, entretanto, de se estranhar. O banco é como o capital: só quer saber de seu retorno. É um negócio amoral.

Já da política se espera muito mais — o livre debate de ideias — e é preocupante que os políticos não estejam à altura das expectativas.

No final das contas, o extrato do Santander só mostrou uma democracia com saldo negativo.
























 

























































sábado, 26 de julho de 2014

CONSULTORIAS DIZEM QUE AÉCIO PODE SER O PRÓXIMO PRESIDENTE

Post de Berto Filho

O jornalista Fábio Alves (Estadão) dá uma notícia que pode estar alegrando as oposições. São apenas apostas de apostadores matreiros, sibilinos, alinhadas com as tendências das pesquisas. A camopanha nem começou mas as apostas, sim..

É o seguinte :

Aécio já bate Dilma nas apostas de duas consultorias financeiras

MCM Consultores e Nomura Securities acreditam que o candidato tucano tem mais chances de ser o próximo presidente da República



A MCM Consultores passou a atribuir uma probabilidade de 60% de derrota de Dilma Rousseff na eleição presidencial em outubro. Desde abril, a consultoria trabalhava com um cenário de probabilidade equivalente à reeleição e à vitória da oposição. Em relatório distribuído na quarta-feira, 23, os analistas da MCM rebaixaram as chances da presidente e agora trabalham com uma probabilidade de 60%-40% contra a reeleição.
A consultoria é a segunda instituição financeira a divulgar relatório a clientes apostando publicamente na derrota da presidente Dilma nas eleições presidenciais. A primeira instituição foi a corretora japonesa Nomura Securities, que na quarta-feira, após a pesquisa Ibope/Estadão, aumentou a probabilidade de vitória do candidato tucano Aécio Neves para 70%. No dia 11 de junho, a Nomura Securities já havia atribuído uma probabilidade de 60% de vitória do tucano num segundo turno da eleição presidencial.
“Não estamos declarando taxativamente, é bom esclarecer, que a presidente Dilma não se reelegerá. Longe disso. É muito cedo. A campanha ainda nem começou efetivamente”, escreveram os analistas da MCM na nota enviada a clientes ontem. “Contudo, a nosso juízo, já existem elementos suficientes para atribuir mais probabilidade de vitória à oposição do que à candidatura governista.”
Segundo a MCM, as últimas pesquisas Datafolha e Ibope representaram um ponto de virada (“turning point”) para o novo cenário, agora desfavorável à reeleição. “Ambas mostraram continuidade na tendência de encurtamento da vantagem de Dilma frente a Aécio Neves e Eduardo Campos no segundo turno e aumento da diferença entre a rejeição à presidente e aos candidatos de oposição”, afirmaram os analistas.

Além das pesquisas, destacou a MCM, a mudança de cenário também levou em conta a piora do quadro econômico, “sintetizado pelo resultado decepcionante do último CAGED (abertura de apenas 25 mil vagas de trabalho em junho), os sinais de forte rejeição ao PT no Sudeste – de maneira mais acentuada em São Paulo -, e a baixa competitividade das candidaturas petistas nos estados mais importantes do país, excetuando-se Minas Gerais, onde Fernando Pimentel lidera as pesquisas”.
Segundo a MCM, os fatores que beneficiam a candidatura Dilma não desapareceram, entre os quais mais tempo de propaganda no rádio e na televisão, forte apoio entre os eleitores mais pobres, possibilidade de explorar no horário eleitoral gratuito os programas federais voltados principalmente aos eleitores de baixa renda e o apoio do ex-presidente Lula.

“Considerando a evolução do quadro econômico e político e suas perspectivas futuras, avaliamos que, neste momento, os elementos favoráveis à presidente Dilma são insuficientes para atribuirmos à reeleição maior probabilidade de sucesso do que de fracasso”, escreveram os analistas da consultoria.
http://blogs.estadao.com.br/fabio-alves/aecio-ja-bate-dilma-nas-apostas-de-duas-consultorias-financeiras/

quinta-feira, 24 de julho de 2014

COPA DE 2018 : ALEMANHA QUER DESBANCAR A RUSSIA

Post de Berto Filho

Tá no Globo e na mídia em geral.

Alemães alegam risco político na Rússia e sugerem mudança de sede da Copa de 2018


Presidente da federação de futebol diz que a Alemanha seria alternativa adequada porque é a atual campeã mundial.


Torcedores alemães celebram com os jogadores em Berlim a conquista da Copa do Mundo de 2014- Alex Grimm / AP

BERLIM — A tensão política entre Rússia e Ucrânia e os conflitos no Leste europeu fizeram o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Wolfgang Niersbach, defender a mudança da sede da Copa de 2018 para a Alemanha. Em entrevista ao diário alemão "Bild", o dirigente afirmou que a competição que será sediada pela Rússia está sob risco:

— Observamos com muita preocupação o desenvolvimento político na Rússia, algo que não era previsível quando se tomou a decisão de entregar ao país a tarefa de organizar a Copa de 2018.
Niersbach está à frente de um grupo de políticos alemães que defende a ideia de mudar a sede do próximo Mundial, especialmente após a conquista da Copa no Brasil. O dirigente chegou a afirmar que a alteração seria justa com a atual campeã:

— Naturalmente a Alemanha seria, como campeã mundial, a alternativa adequada para celebrar a Copa do Mundo. O melhor seria realizá-la em parceria com Polônia e Ucrânia, que também possuem estádios modernos — disse o dirigente.

Pesa como argumento para os alemães a estrutura dos estádios do país, que sediou a Copa há apenas oito anos. A boa média de público do Campeonato Alemão (
é a melhor dos campeonatos nacionais em 2014) também é um dos trunfos de Niersbach. Agora, a federação recebeu apoio de políticos de partidos que fazem parte do governo Ângela Merkel.

— Não podemos conceder a Copa do Mundo a um país que está em guerra com outro — disse Karl-Georg Wellman, da União Democrata Cristã (CDU), em relação à Rússia.

A Fifa, que enfrenta pressões por causa da escolha do Qatar como sede da Copa em 2022, não se pronunciou sobre as declarações dos alemães.


(Berto : sobre a Copa na Alemanha, o risco é eles emplacarem o penta em casa ... uma lição para o Brasil.

Algumas observações aparentemente meio doidas mas deixa elas fluirem.
A Alemanha poderá estar descobrindo no futebol (como o Brasil via em passado recente) um fator de afirmação da naciondalidade e dos valores do caráter do povo alemão, uma alavancagem do Made In Germany. A Alemanha está realizando um grande esforço, industrial, tecnológico e de liderança de logomarcas mundiaisi para apagar as marcas do nazismo. O fato de a seleção alemã ser campeã do mundo sugere o emprego de seus herois na montagem de uma máquina de comunicação para a conquista de mercados para os seus produtos de exportação e a maior penetração alemã nos Foruns onde se tomam as decisões de maior peso na dioplomacia mndial.

Falando em diplomacia : o chenceler de Israel disse que o Brasil é um anão diplomático porque não aceita mas não aceita a morte de mulheres e crianças em Gaza, embora reconheça o direito de Israel de se defender. O chancler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo rebateu assim a afirmação do colega israelense : "Se há anão diplomático, o Brasil não é um".  Retaliação, aliás, extremamente diplomática e educada, no melhor estilo da Casa de Rio Branco.

Ainda diplomacia : Vanderlei Luxemburgo disse que "Flamendo não é convite, é convocação".  Que diplomata !
Quero ver na hora da demissão...



DISPUTA E,LEITORAL NO VELÓRIO

Post de Berto Filho

Disputa eleitoral no velório : qual dos candidatos a presidente terá o privilégio de ser o primeiro e o mais fotografado nos velórios de Ariano Suassuna, Rubem Alves e de outras criaturas de Deus, as mais privilegiadas pelo conhecimento e saber, que um dia deixarão suas carcaças e se transformarão em espíritos de luz ?


Quero com isso dizer que os candidatos que conseguirem passar sinceridade na consternação e, se possível, uma certa intimidade com a obra e a família do falecido, reforçarão a sua posição no coração do eleitorado.

SC Presidenta Dilma Rousseff presta condolências à senhora Zélia de Andrade Lima esposa do escritor Ariano Suassuna. (Recife - PE, 24/07/2014)
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Foto: Agência O Globo
Dilma se comparece diante de familiar de Suassuna

Voto se disputa até em banheiro químico em grandes eventos, nos embarques e desembarques das estações de trem e metrô, na mesa de bar ...

TEXTO PÓSTUMO DE RUBEM ALVES

Post de Berto Filho

Em homenagem ao grande escritor, pedagogo e psicanalista Rubem Alves, que acaba de nos deixar. 



"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral ou semelhante bobagem, seja ela qual for.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena. Basta o essencial!"
Rubem Alves

quarta-feira, 23 de julho de 2014

GILMAR E DUNGA : RISOS SOLTOS OU FORÇADOS ?

Post de Berto Filho

Estão rindo de que ?




Gilmar Rinaldi e Dunga : de que riem ?
Boa parte da torcida entende que Dunga não chega a 2014. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

FUTEBOL ARTE NO MARACA DOS FLINTSTONES

Post de Berto Filho

DUNGA DIXIT
O grande mestre Dunga, do alto dos 85% de rejeição popular, após despachar com os demais 6 anões e a pulcra Branca de Neve no seu palácio cor de rosa,  nova sede da CBF,  saiu-se com esta :  futebol-arte pode até ser bola atrasada numa situação difícil ou uma boa defesa do goleiro que evita um gol ou um beque tirando a bola antes de ela transpor a linha fatal. O futebol-arte que defendo é a da bola para a frente, o drible, o passe de 40 metros, o gol do meio de campo ou os passes desconcetantes trocados desde a intermediári que terminam em gol. Admito que a defesa sensacional de um goleiro possa ser incluída numa coleção de jogadasde futebol-arte.

Provavelmente a maioria das jogadas de arte da preferência de Dunga sejam as roubadas de bola e até alguns carrinhos salvadores. Mas, para mim, futebol-arte é outra coisa e não o esforço físico de atleta de academia cortando um centro do ponta (função meio desaparecida).
Depois de assistir ao filme integral da goleada do Brasil contra a Suécia, 5 a 2, em1958, onde o futebol arte deu uma exibição de classe que só foi parcialmente repetida nas Copas de 62 e 70, e de me lembrar daqueles jogos fantásticos entre o Santos, o Botafogo e o Cruzeiro - cada um com 11 craques no time - fiquei com a impressão de que o Dunga confundiu futebol-arte de 58 ou 70 com o futebol troglodita dos tempos de 94, muito mais apropriados às peladas entre os Flinstones nos Maracanãs de pedra lascada. 

Dunga, que rejeição, hein ?

segunda-feira, 21 de julho de 2014

FUTEBOL DE ALMANAQUE

Post de Berto Filho

O Brasil perdeu a Copa em casa (Felipão, o mentiroso, garantia o Hexa nas TVs e faturou milhões em comerciais imprimindo neles a sua credibilidasde pessoal de pai do Hexa), a seleção do Felipão tomou de 7 da Alemanha, acha que foi pouco; pelo jeito, os caras da CBF não viram o jogo e resolveram tirar do sarcófago o moribundo Dunga e o nomeiam técnico. Está escrito nas estrelas. Ou no blog de um jornalista mais sabido e furão.
Ontem, os telespectadores do Fantástico sepultaram Dunga por 85% .  Por que a escolha do Super Coordenador e do Técnico não é feita com base em pesquisa popular ?

É melhor fechar o futebol para conserto e reforma geral, moral, técnica e administrativa, Não dá mais para conviver com sacripantas que só conhecem futebol de almanaque.

domingo, 20 de julho de 2014

A VIDA DA MULHER DE VIDA FÁCIL FICOU AINDA MAIS FÁCIL COM A CAIXA


Post de Berto Filho
 
Um amigo me mandou sem informar a fonte. Deve estar em algum blog na estratosfera. Li, aprovei e publico.
 
Caixa ajuda prostitutas a aceitar cartões
 
Virou motivo de piada o fato de prostitutas de Minas Gerais terem feito uma parceria com a Caixa Econômica Federal para que seus clientes paguem pelos programas com cartões de débito e crédito - se preferirem, parcelados. “Foi o primeiro banco a reconhecer a nossa profissão, sem preconceito”, afirmou a presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais, Cida Vieira.
Segundo críticos do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), trata-se de mais uma estratégia para angariar votos para a sua reeleição... Nas redes sociais, o programa já está sendo chamado de "Minha Puta, Minha Vida", em alusão ao "Minha Casa, Minha Vida". 43% dos brasileiros se orgulham disto.
 
(Berto : é de lascar ! A profissão já foi reconhecida ? 
É como médico, psicólogo, massagista, massoterapeuta ? Mais voto na urna manca ... agora, para não dar buraco na contabilidade pessoal, em casa, trepada em Minas pode ter nota fiscal e a segunda via daquele papelucho quadradinho, que sai da máquina meio viradinho, que registra a transação, emitido pela companhia do cartão. De Minas para o Brasil todo o "Minha Puta, Minha Vida". Puteiros do Brasil, uni-vos !)
 

sábado, 19 de julho de 2014

QUANDO CHEGARES AOS 40 ANOS

Post do Berto Filho

Escrito há 7 anos, tem fôlego para pelo menos mais 10...


Autor : Stephen Kanitz
formado pela Harvard Business School (www.kanitz.com.br)

Publicado na Veja, edição 2012, ano 40, nº 23, 13 de junho de 2007

Para aqueles que estão chegando aos 40 anos, eu tenho duas notícias: uma boa e uma péssima. A boa é que você provavelmente viverá até os 80. Sua expectativa de vida ao nascer era de 67 anos, mas, como você conseguiu chegar vivo aos 40, sua média de vida aumentou para 74 anos. Aqueles que estavam reduzindo sua média inicial morreram. Daqui a dez anos, muitas das doenças incuráveis de hoje terão solução  (Berto : please, slower, a medicina não dá saltos, os avanços na cúpula da pesquisa científica demoram muito a chegar às bases), aumentando ainda mais sua expectativa de vida, talvez até os 80. Sua mulher, que já tinha expectativa de vida ao nascer de 75 anos, aos 40 terá uma expectativa de 79, daqui a dez anos irá para 85, 90 anos.

A má notícia é que provavelmente você não pensou nisso, não se preocupou em fazer um pé-de-meia para custear essa longa aposentadoria, a sua e a de sua mulher. Nem percebeu que os vinte anos com que você contribuiu para a Previdência não foram depositados num fundo previdenciário público, preservando o equilíbrio atuarial, como reza o artigo 201 de nossa Constituição. Também, lamento dizer, ninguém vai empregá-lo até os 70 anos de idade, e será difícil achar um novo emprego depois dos 50. Não conte com essa nova geração para sustentá-lo na velhice. Ela terá problemas suficientes para sobreviver, além de ter também de poupar para a própria velhice.



Aos 40 anos ainda se tem chance de poupar rapidamente os recursos necessários nos próximos dez a quinze anos. Assim sendo, aquela viagem programada para a Disney, nem pensar. Nem aquele Audi A4. O valor exato que você precisará ter poupado para se aposentar aos 65 anos é um cálculo complicadíssimo, depende de sua idade atual, do risco que você quer assumir em suas aplicações financeiras, dos juros médios a partir de 2015, e da taxação futura dos rendimentos de seus investimentos. Mas aqui vão algumas previsões, que infelizmente ninguém divulga, mas que podemos considerar como praticamente certas.



1) Com o investment grade (grau de investimento seguro, segundo as agências internacionais de classificação de risco), os juros reais no Brasil deverão ser como no México, na França e nos Estados Unidos. Algo em torno de 2,5% a 3% ao ano, a partir de 2015. Achar que você poderá investir em títulos públicos e ganhar 6% a 7% ao ano sem risco é uma doce ilusão.



2) O imposto de renda que incide sobre os que poupam, os chamados "endinheirados", provavelmente aumentará. Hoje é de 20%, mas logo será de 25%, justamente porque o juro caiu, e o governo arrecadará menos.



3) Esse imposto incide sobre o "juro" nominal, e não sobre o juro real, que é o verdadeiro juro. Se o juro real for igual à inflação, o imposto vai para 50%, o dobro dos 25% esperados no futuro. Portanto, calculando-se 50% de imposto sobre 2,5% a 3% de juros, sobrará somente 1,2% a 1,5% ao ano de rendimento. Para cada 1.000 reais de renda mensal de aposentadoria que você desejar receber, precisará acumular no mínimo 1 milhão de reais. Lamento muito, é só fazer as contas.



Uma aposentadoria de 10.000 reais por mês exigirá uma poupança acumulada aos 65 anos em torno de 10 milhões de reais. Dez mil é a aposentadoria típica de um professor titular de filosofia, sociologia, economia de uma universidade pública. Há alguns que ganham até mais.



Se você quiser ganhar o mesmo, terá de acumular 10 milhões, que aplicados a 1,2% ao ano darão 120.000 por ano, ou 10.000 por mês. Mesmo assim, sem direito ao décimo terceiro salário.



É óbvio que nenhum de nós vai conseguir acumular 10 milhões, muito menos se aposentar com 10.000 por mês. Você terá de se contentar em viver com 3.000 ou menos. Provavelmente terá de aplicar seu dinheirinho em investimentos muito mais arriscados do que títulos públicos. Terá de lutar pela redução do imposto de renda que incide sobre juros, pela correção monetária do investimento inicial, ou fazer tudo isso ao mesmo tempo. Uma terceira alternativa é ir literalmente comendo o capital inicial ao longo do tempo. O que é muito assustador para qualquer aposentado – nunca se sabe quando o dinheiro poderá acabar. Pior de tudo, você terá de estabelecer um ano preciso para morrer, tipo 83 anos, e torcer para que não passe disso. Depois desse aniversário, justamente pelos cálculos feitos, você não terá mais dinheiro.



A outra opção é arrumar uma boa aposentadoria do governo, adotar um discurso anti-renda, antijuro, antiacumulação de riqueza, sem se preocupar com o futuro do câmbio, da economia, muito menos com o futuro do Brasil.









DESCOBERTA DO BRASIL PELOS ALEMÃES

Post de Berto Filho

Esta me foi trazida a pé pelo escriba Moacir Japiassu.

É do colega Eliakim Araujo essa pérola de avaliação da descoberta do Brasil pelos alemães...

"Os alemães copiaram os portugueses de 500 anos atrás.
Desembarcaram na Bahia, comeram as indiazinhas,
encheram os indiozinhos de presente e ainda levaram o ouro."

Se comeram as indiazinhas, duvido, as esposas dos jogadores vieram e estiveram em todas as ações de comunicação pessoal.



O que fica da passagem desses jogadores relações públicas da Alemanha por Santo André, povoado de Santa Cruz de Cabrália, além das demonstrações de simpatia e de curtição sincera da cultura local e dos seus habitantes é o exemplo de civilidade que deixaram, entre eles a adoção de uma escola pública e a doação de U$ 10.000 para a fundação dos pataxós - os 2 exemplos a mídia brasileira deveria acompanhar de perto para verificar se o dinheiro está sendo aplicado conforme o cronograma e como a adoção da escola interfere na realidade do povoado e no dia a dia das crianças e suas famílias, Não duvido nada que os alemães tenham treinado locais para mantê-los informados sobre o andamento da execução dos projetos. Afinal, estamos no tempo do celular que fotografa e é uma mídia cada vez mais simples para fazer e enviar para o mundo matérias que correspondam ao interesse dos alemães. E índio com celular e uma certa capacidade de reportar um assunto tem mais poder que aquele índio que nem papagaio sabia o que era, que recebeu os portugueses em 1500.  Ah, se o tempo pudesse voltar atrás...  


Fora essas amabilidades e cortesias, os dirigentes da delegação alemã compraram um terreno, construíram um condomínio, incentivaram a construção de um centro de saúde, construíram um campo de futebol, doaram uma ambulância, estimularam a criação de um programa de escola em tempo integral em Cabrália,

E mais : construíram  estrada para interligar o centro de treinamento, não trouxeram funcionários alemães, contrataram as pessoas da cidade, geraram dezenas de empregos diretos no local de treinamento.

Quando não estavam treinando, estavam convivendo com as pessoas na cidade e na praia, trouxeram as suas famílias para interagir, participaram de festas com a população,
entrosaram-se com os índios e ouviram suas demandas.  Vestiram a camisa do time local (o Bahia).

Sobre a vitória em cima da nossa seleção, nunca desrespeitaram os brasileiros, combinaram no intervalo do jogo em diminuir o ritmo para não desrespeitar a seleção anfitriã, mostraram que seus ídolos são os nossos jogadores do passado, pediram desculpas após a goleada, e tiveram classe para ganhar.
Estão postando nas redes sociais, mensagens de incentivo ao povo brasileiro e agradecendo a hospitalidade,
E vão deixar tudo que construíram para a população da cidade.


O importante de tudo isso é o valor do futebol como embaixador de um país. O exemplo alemão é um incentivo para a sociedade e o Estado brasileiros passarem a ver o futebol como uma máquina a serviço da reconstrução da imagem externa do país. Mas com o Gilmar Rinaldi de raposa tomando conta das galinhas e elogiando o trabalho do Felipão vai ser difícil mudar algo.


O ESTADO DE SÃO PAULO : DILMA ROUSSEFF 2014 É PEÇA DE FICÇÃO

Post de Berto Filho

O Estado de S.Paulo
Editorial

O programa de governo Dilma Rousseff 2014 é uma peça publicitária, com forte dose de ficção. Um dos tópicos, intitulado Os 12 anos que transformaram o Brasil, é constrangedor. Ali, a mentira parece adquirir status de verdade histórica.

O que primeiro choca é a incongruência entre o título do programa (Mais mudanças, mais futuro) e o conteúdo proposto. Era de esperar que, com resultados tão pífios – reconhecidos não apenas por analistas econômicos, mas, como as pesquisas têm indicado, pela população em geral, que já percebeu qual é a qualidade do atual governo -, o leitor do programa se deparasse com algo diferente do que viu nos últimos anos. Mas o que lá está é mais do mesmo, com a reedição de “programas” pontuais e desconexos, sem uma visão ampla do que o Brasil precisa. Vê-se logo que é um programa feito pró-forma, em que o País é um simples acessório.

Furtando-se de analisar os seus anos de governo – o que seria mais honesto -, sempre que pode Dilma inclui os oito anos de Lula nas suas comparações. Disso resultam afirmações que se chocam com a verdade. Por exemplo, “ao final de três mandatos, todos os indicadores do período são positivos e sempre muito melhores do que os vigentes em 2002″. Haja criatividade nos números para tamanha miopia!

BRAVATAS

Em relação ao seu calcanhar de aquiles – a inflação -, não tendo o que apresentar, usa bravatas pouco convincentes. “Entendemos o poder devastador da inflação (…) e por isso jamais transigiríamos ou transigiremos com um elemento da política econômica com esse potencial desorganizador da vida das pessoas e da economia”. Se de fato Dilma entendeu o poder devastador da inflação, seus anos de governo são um exercício explícito de má-fé. O que ela de fato compreendeu foi o efeito político da inflação, daí a manipulação de números e os preços e tarifas administrados.

Há passagens que são a mais deslavada mentira. “Os governos do PT assumiram a histórica tarefa de investir na infraestrutura logística brasileira. (…) O Brasil dos governos do PT e de seus aliados ficará marcado como o período da história recente com mais entregas de grandes obras de infraestrutura.” Será uma piada de mau gosto? Se há um setor onde existe uma distância abissal entre o que o País necessita – e o governo prometeu – e a administração petista entregou, este é o da infraestrutura. É dessa forma que a Mãe do PAC vê os resultados pífios do seu mandato?

No programa, renova-se a “profissão de fé do PT” no seu modelo de desenvolvimento. Informa que ele está assentado em dois pilares – a solidez econômica e a amplitude das políticas sociais – e que ganhará no próximo governo um terceiro sustentáculo: a competitividade produtiva. Infelizmente, não houve, como afirma o documento, “defesa intransigente da solidez macroeconômica”. É fato de domínio público. Sobre as políticas sociais, também é conhecido como o PT entende o seu maior trunfo: repasse de verba, sem acompanhamento de resultados efetivos. “Social”, para o governo atual, é sinônimo de voto. Na sua lógica, se deu voto, houve transformação social. E o terceiro pilar é algo de que o PT pouco entende, como já se viu. No máximo, sabe dar incentivos pontuais, de alcance duvidoso, sem uma política de governo séria e responsável, que garanta a confiança no ambiente dos negócios.

Para aparecer bem na foto, o PT não tem escrúpulos de editar a imagem real. No programa, afirma-se que “a tarefa de combater a extrema pobreza (…) foi superada”. Confundem o título de programa social, “Brasil sem Miséria”, com a realidade vivida. Afronta a sensibilidade humana fazer campanha eleitoral ignorando a realidade de tantos brasileiros e brasileiras que ainda vivem em condições sub-humanas.

Não foi o PT quem inventou certa “flexibilidade” nos programas de governo. Já existia antes dele. Mas o atual governo pôs em outro patamar o nível de descaramento. Eleições merecem respeito, porque o cidadão merece respeito. Há limites até mesmo para o que se põe no papel, ainda que na ética petista tudo aquilo que o mantenha no poder seja visto como legítimo. O Brasil merece outra ética, outra política.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

TIRINHAS CROCANTES E PICANTES



Post de Berto Filho

O Escritor, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras, Joao Ubaldo Ribeiro, durante 9ª Festa Literária Internacional de Paraty, em 2011

O imortal João Ubaldo Ribeiro, grande escritor, contista e cronista, latifundiário intelectual do Leblon (território que dividia com Manoel Carlos e outros), levou para o outro plano o romance que iniciara há cerca de 1 ano.
O intelectual padrão não crê em "outros planos". Depois do último suspiro, aabou.


DILMA E AÉCIO, CABEÇA A CABEÇA NO 2o. TURNO
Hoje, a disputa é orelhaa orelha. Mas pensemos sem emoção : a campanha mal começou e já estão empatados no 2o turno ? Então, se o fôlego do Aécio está sendo guardado para a reta final, pode-se depreender que ainda há muita lenha para arder na fogueira do PT. 

Tá na VEJA online :

MP quer devolução de dinheiro desviado no mensalão

Bom isso. O difícil é acreditar que voltará, nota sobre nota. Tem que fotografar isso, eternizar o flagrante. Dinheiro bem escondido, lavado e relavado, é quase inpossível saber onde está guardado (ou quanto já foi gasto). Os bandidos financeiros do PT pertencem à linha rude, estabanada e apoplética do assaltante de diligência Jesse James. Falta-lhes o refinamento do ladrão de casaca Arsène Lupin, personagem de romances policiais criado pelo escritor Maurice Leblanc.




Esse dinheiro negro é a mosca que ameaça cair na sopa da Dilma...
173 milhões nas mãos dos mensaleiros

Veja :
Ao longo do julgamento do maior escândalo de corrupção da história do país, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estimaram que pelo menos 173 milhões de reais tenham passado pelas mãos dos mensaleiros

Laryssa Borges, de Brasília

Rodrigo Janot, procurador-geral da República, durante sessão no STF para julgar recursos de mensaleiros (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira que o Ministério Público planeja entrar com ações na Justiça para tentar recuperar o dinheiro desviado no mensalão. Ao longo do julgamento do maior escândalo de corrupção da história do país, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estimaram que pelo menos 173 milhões de reais tenham passado pelas mãos dos mensaleiros. Já o operador do esquema, Marcos Valério, chegou a projetar que o caixa para subornar políticos chegaria a pelo menos 350 milhões de reais.

De acordo com o chefe do Ministério Público, a principal tarefa agora é conseguir contabilizar o montante dos recursos que escoaram pelo esquema. “O Ministério Público está trabalhando, mas temos primeiro que saber o tamanho do estrago”, disse. Em 2007, o Ministério Público Federal tentou, por meio de ações de improbidade administrativa na primeira instância, cobrar dos réus do mensalão a devolução dos recursos. Na época, foi pedida a devolução de 55 milhões de reais, montante calculado a partir dos valores recebidos pelos partidos políticos que participaram do mensalão.

Além da dificuldade de mensurar o montante de recursos movimentados no escândalo do mensalão e a quantidade que cada condenado deveria ressarcir aos cofres públicos, os pedidos de recuperação do dinheiro ainda encontram percalços, por exemplo, na própria Lei de Improbidade. O STF não tem uma posição definitiva sobre a instância indicada para julgar esse tipo de processo contra autoridades com foro, como ministros de Estado, deputados e senadores.

Multas – De acordo com Janot, o Ministério Público também trabalha para fazer com que os mensaleiros paguem as multas impostas a eles pelo STF. Embora os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares tenham realizado campanhas de arrecadação online para quitar os débitos, os condenados do núcleo operacional do esquema, como Marcos Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, não pagaram as multas impostas pela condenação. “Por se tratar de uma pena fixada em processo penal, o autor da execução tem que ser o próprio Ministério Público, que é o titular da ação penal. As dívidas que não foram pagas teremos de executar”, afirmou.


CBF : SUPERPODERES

Gilmar Rinaldi, o novo todo poderoso mandante de todas as seleções brasileiras de futebol, tem uma passado de mascate de passe de jogador. Pegou mal.  A CBF quer reformar o guarda roupa com roupa antiga e esfarrapada...

quarta-feira, 16 de julho de 2014

MESTRE COPINHA, IN MEMORIAM : LEVOU A VIDA NA FLAUTA

Post de Berto Filho

De novo aqui, habemos Gerdal.  Esse precioso estudioso e divulgador da MPB e dos seus cantores, compositores e instrumentistas - ou musicistas, como preferia Vera Brasil -chamado Gerdal José de Paula, de vez em quando dá uma rasante neste blog, e sempre com uma história bacana.

Dessa vez ele homenageia o mestre Copinha, in memoriam, e lá no final nos premia com links de gravações do grande flautista.




Introduzi no texto do Gerdal alguns parágrafos e observações que têm a ver com a presença de meu pai Sivan em São Paulo numa época em que a sua música era muito tocada em rádios, recitais e salões, por pianistas como Carolina Cardoso de Menezes e cantadas por Jorge Fernandes, Gastão Formenti, Albenzio Perrone, Grande Otelo e Norma Geraldy.  Aqui, o território é limitado pela relação entre Copinha e Sivan, que foram amigos pessoais desde os idos de 1915 quando se conheceram em São Paulo, e se encontraram várias vezes nas casas de piano (que vendiam apenas partituras), nas salas de cinemas (no mudo e no falado, depois de 1927), nas rádios Educadora e Bandeirantes, -  nas quais Sivan havia atuado -  e nas tertúlias musicais onde Sivan despontava como maestro, arranjador, compositor, pianista, letrista, primo de Marcelo Tupinambá e autor da célebre "Se Ela Perguntar", que foi assobiada pelos soldados da revolução de 32 e parodiada como uma provocação popular ao governo central de Getúlio Vargas. Nicolino Copia vivenciou tudo isso.  Sivan também tem a ver com outros nomes citados nos meus enxertos, como Gaó, Roberto Splendore e Vito Cluna Neto.
Todos as personaliadades citadas neste post se encontravam com frequência, pertenciam a uma mesma confrafia, trocavam figurinhas e se ajudavam porque estava tudo no início em São Paulo, tudo por aprender, estavam no mesmo metier : radio, recitais, etc - e tinham ideais parecidos. O romantismo e as marchinhas dos folguedos de Momo marcaram aqueles doces anos.

Quando Copinha passou a viver no Rio, Sivan sempre o chamava para os seus jingles e pagava um bom cachê a à vista. Os acertos quase sempre eram feitos sobre a tampa do piano de meia cauda Stanway frequentado por gênios como Jacques Klein e Luizinho Eça. Não havia um escritório. O estúdio era um espaço polivalente. Todas as transações eram mesmo no estúdio.  Estou falando nos anos 50, 60 e 70, o apogeu do Estudio Sivan e da Gravadora Sivan. Altamiro Carrilho, o trombonista Raul de Barros e o vibrafonista José Scarambone também faziam parte da seleção de astros dos jingles do Sivan.

Com a palavra, o amigo Gerdal.

Amando sempre a arte excepcional da nossa gente na música popular, não se pode, é claro, deixar de realçar, na melhor reminiscência instrumental do país, o paulistano, filho de imigrantes italianos, Nicolino Copia, nascido em 3 de março de 1910. Tornado Copinha por apelido recebido do locutor César Ladeira, (a voz da Revolução Constitucionalista de 1932 e amigo pessoal de Sivan) teve em um irmão mais velho, Vicente, o seu primeiro instrutor na flauta e, aos nove anos, assombrava com o seu sopro outro descendente de "oriundi", Americo Jacomino, o Canhoto (*)(autor do clássico "Abismo de Rosas"), com o qual, já naquela idade, participaria de serenatas.

[(*) Berto : Sivan, sob o pseudônimo Satulan, fez a poesia da valsa "Sombras que vivem", melodia de Canhoto.]
 
Após estudar clarineta e sax no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Copinha deu início a longa vida profissional, animando cenas mudas de filmes exibidos em Sampa e também tocando em transmissões radiofônicas. Um percurso que ganhou novo impulso na antiga Capital Federal, para onde veio juntamente com o também saudoso Odmar Amaral Gurgel, o anagramático maestro Gaó (**)
, sob cuja batuta atuara, ainda em Sampa, na Orquestra Columbia, na primeira metade dos anos 30.


[(**) Berto : Maestro Gaó, pseudônimo de Odmar A. Gurgel. Regente, arranjador, compositor. Sivan fez para ele a dedicatória na partitura da valsa "Amor" (“Love”), valsa americana, primeira música de Sivan a ser gravada em disco, pela cantora Alda Verona (ver "Alda Verona" nesta Galeria).  Gaó e Sivan trabalharam juntos em 1935 na construção da versão do fox "Sinceridade", de Walter G. Samuels, Gaó na harmonização e Sivan na versão da letra de Leonard Whitcup.  Edição da Vitale.

O nome de Gaó está ligado à Orquestra “Colbaz” ,  criada no início da década de 1930, em São Paulo. O nome da orquestra provém do endereço telegráfico da gravadora Columbia no Brasil, com seus estúdios em São Paulo.

Foi criada e dirigida pelo maestro, pianista e arranjador Gaó, e era composta por Jonas Aragão na clarineta, Zé Carioca no violino, Hudson Gaya, o Petit no violão, José Rielli no acordeom, e Atílio Grany na flauta. Este grupo por sinal daria origem a famosa orquestra Columbia, também dirigida pelo maestro Gaó.

Sivan teve várias de suas músicas gravadas em selo Columbia na década de 30, assim como na RCA, Odeon, Continental e até no pequeno selo Arte-Fone.  Data dessa época sua aproximação com Gaó, de quem tornou-se amigo pessoal. Disputavam premiações em concursos de música, entyre eles o da Rádio Gazeta e o jornal A Gazeta, em 1931, mas a amizade prevalecia inclusive durante a competição.. 

A orquestra dirigida por Gaó gravou o primeiro disco em 1930, com as valsas "Nosso choro", de Jonas Aragão, e "Implorando", de A. Giordano. No mesmo ano, a orquestra gravou mais três discos interpretando seis valsas: "Uma noite sonhando", e "Adoração", de V. Giordano, "Martírio de um coração", e "Lágrimas que torturam", de Amadeu D' Annibale, "Gaúcha", de Vito Coluna Neto (*) , e "Alma brasileira", de Fernando Magalhães.
 
(*)  Sivan foi parceiro de Vito no tango “Carmensita”, de 1928
Em 1931, foram gravados os choros "Arreliento" e "Suspirando", de Gaó, "Não estrila" e "Surpresa", de Atílio Grany, "Voando sem asas", de Hudson Gaya, e "Galo constipado", de Domingos Pecci; a marcha "Noites de alegria", de Zequinha de Abreu (**)
 
[(**)  Sob pseudônimos de Satulan e Castello Netto, o poeta Sivan escreveu letras para as seguintes melodias do célebre autor de “Tico-Tico no fubá” Zequinha de Abreu ::
“A dor de amar”, valsa sentimental, 1933
“Soluçar de um coração”, valsa sentimental, letra de Satulan (Sivan)
“Audaz conquista”, valsa lenta, de 1929, letra de Satulan (Sivan)
"Concinha de Prata", rancho, letra de Sivan, 1933]
 
e as valsas "Amo-te", de Sílvio Perazzini, "Rapaziada do Bom Retiro", de Getúlio Negrini, "Unidos pelo amor", de LuizRodrigues Alves, e "Saudades que voltam", de Roberto Splendore  (***)
 (***)  Sob o pseudônimo de Navis, Sivan fez para Roberto Splendore a letra do fox “Viajor”  

Em 1932, a orquestra lançou a rancheira "Cravos do sul", de Atílio Grany, e a valsa "Nossa padroeira", de Zequinha de Abreu. Ainda nesse ano, a orquestra fez com sucesso o primeiro registro do posteriormente clássico choro "Os pintinhos no terreiro", de Zequinha de Abreu. Em 1933, gravou a valsa "Vaga esperança", de Hudson Gaya, e o choro "Talvez vá", de Atílio Grany. 
 
Em 1939, a orquestra lançou dois outros futuros clássicos de Zequinha de Abreu, a valsa "Branca", e o choro "Tico-tico no fubá", este último, gravado pela primeira vez, quatorze anos depois de sua composição. Em 1943, foram gravadas as valsas "Amor perfeito" e "Rapaziada da Vila Velha", ambas de Porfírio Damasceno.

Em 1946, já na Continental, a orquestra gravou as valsas "Mocidade de bocaina", "Ao cair das folhas", e "Ao ressurgir da manhã", de Ângelo Piragine, e "O despertar de um coração", de Ramiro Costa e Ângelo Piragine. Em 1950, a orquestra lançou as valas "Sarah", de Juraci Rago e Arlindo Pinto, e "Santalina", de Miguel Leusi. Contando com importantes músicos, a orquestra gravou um total de dezenove discos incluindo os choros "Pintinhos no terreiro" e "Tico-tico no fubá", e a valsa "Branca", todas de Zequinha de Abreu em seus primeiros registros fonográficos. Em 2004, a gravação do choro "Os pintinhos no terreiro" foi relançada pelo selo Revivendo no CD "Revivendo o choro".


Continuando o histórico de Copinha por Gerdal :

No Rio, Copinha transitou por boates, clubes, cabarés (tocou com Pixinguinha no Dancing Eldorado), integrou a orquestra de Simon Boutman, no Cassino do Copacabana Palace, e, no Cassino da Urca, trabalhou com um famoso produtor de espetáculos do "showbiz" carioca, Carlos Machado. Teve orquestra própria por quase 20 anos, criada já na década de 40, que acompanhou ícones da voz brasileira na canção, como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Mário Reis e Dircinha Batista, e, em 1958, acolheu ao acordeom um mago do som, o alagoano Hermeto Pascoal, e um usineiro de harmonias avançadas, o acreano João Donato.
      

Com cartão de embarque autoemitido pela reconhecida competência, Copinha atendeu a diversos convites para tocar no exterior, acompanhando, por exemplo, em 1967, com a sua orquestra, outro músico que não mais se encontra entre nós, o pianista gaúcho Primo Jr., numa noite de gala que reuniu a monarquia europeia no baile do Le Petit Blanc, na Riviera Francesa, no qual resplandecia a beleza de Grace Kelly. Imprimindo a sua marca no patrimonial sopro de introdução em "Chega de Saudade", que, em 1959, enfeitou exemplarmente o inspirado arranjo de Tom Jobim para a gravação de João Gilberto, Copinha, a partir do decênio seguinte, sem afastar-se do palco, dedicou-se intensamente à atividade em estúdio, para a qual também era muito requisitado. Como arranjador, é sempre lembrado por seu trabalho em discos de Paulinho da Viola, como o "Memórias Cantando" e o Memórias Chorando", além de infundir modernidade no essencial preservado da tradição em outro disco formidável, de 1979, do MIS (Museu da Imagem e do Som), sobre a obra do trompetista guaratinguetaense Bonfliglio de Oliveira. No último 4 de março, aniversariando, a saudade de Copinha completou 30 anos.
 
Pós-escrito: nos "links" seguintes, vida musical levada na flauta por Copinha: 1) "Amando Sempre", dele; 2) "Amolador", dele; 3) "Cadência", de Joventino Maciel; 4) "Mariana", de Paulinho da Viola; 5) "Saia do Caminho", de Custódio Mesquita e Evaldo Rui; 6) "Cordão Amigo", de Canhoto da Paraíba - este e Copinha, entre outros músicos, em imagens de 1978 da TV Bandeirantes.

    
http://www.youtube.com/watch?v=Jfe_sgMGQgs ("Amando Sempre")

   
http://www.youtube.com/watch?v=-y21ht6MLT8 ("Amolador")

   
https://www.youtube.com/watch?v=nD-K_wWE8EA ("Cadência")

   
https://www.youtube.com/watch?v=u4o2qo3grnI ("Mariana")

   
https://www.youtube.com/watch?v=oyUrnHFdKmo ("Saia do Caminho")

   
https://www.youtube.com/watch?v=1lkjebU7STQ ("Cordão Amigo")

MARIO VARGAS LLOSA TOCA NAS FERIDAS

Post de Berto Filho

Concordo em gênero, número e grau



Autor e personagem na foto : Mário Vargas Llosa

Fiquei muito envergonhado com a cataclísmica derrota do Brasil frente à Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, mas confesso que não me surpreendeu tanto. De um tempo para cá, a famosa seleção Canarinho se parecia cada vez menos com o que havia sido a mítica esquadra brasileira que deslumbrou a minha juventude, e essa impressão se confirmou para mim em suas primeiras apresentações neste campeonato mundial, onde a equipe brasileira ofereceu uma pobre figura, com esforços desesperados para não ser o que foi no passado, mas para jogar um futebol de fria eficiência, à maneira europeia.

Nada funcionava bem; havia algo forçado, artificial e antinatural nesse esforço, que se traduzia em um rendimento sem graça de toda a equipe, incluído o de sua estrela máxima, Neymar. Todos os jogadores pareciam sob rédeas. O velho estilo – o de um Pelé, Sócrates, Garrincha, Tostão, Zico – seduzia porque estimulava o brilho e a criatividade de cada um, e disso resultava que a equipe brasileira, além de fazer gols, brindava um espetáculo soberbo, no qual o futebol transcendia a si mesmo e se transformava em arte: coreografia, dança, circo, balé.

Os críticos esportivos despejaram impropérios contra Luiz Felipe Scolari, o treinador brasileiro, a quem responsabilizaram pela humilhante derrota, por ter imposto à seleção brasileira uma metodologia de jogo de conjunto que traía sua rica tradição e a privava do brilhantismo e iniciativa que antes eram inseparáveis de sua eficácia, transformando seus jogadores em meras peças de uma estratégia, quase em autômatos.

Não houve nenhum milagre nos anos de Lula, e sim uma miragem que agora começa a se dissipar

Contudo, eu acredito que a culpa de Scolari não é somente sua, mas, talvez, uma manifestação no âmbito esportivo de um fenômeno que, já há algum tempo, representa todo o Brasil: viver uma ficção que é brutalmente desmentida por uma realidade profunda.

Tudo nasce com o governo de Luis Inácio 'Lula' da Silva (2003-2010), que, segundo o mito universalmente aceito, deu o impulso decisivo para o desenvolvimento econômico do Brasil, despertando assim esse gigante adormecido e posicionando-o na direção das grandes potências. As formidáveis estatísticas que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística difundia eram aceitas por toda a parte: de 49 milhões os pobres passaram a ser somente 16 milhões nesse período, e a classe média aumentou de 66 para 113 milhões. Não é de se estranhar que, com essas credenciais, Dilma Rousseff, companheira e discípula de Lula, ganhasse as eleições com tanta facilidade. Agora que quer se reeleger e a verdade sobre a condição da economia brasileira parece assumir o lugar do mito, muitos a responsabilizam pelo declínio veloz e pedem uma volta ao lulismo, o governo que semeou, com suas políticas mercantilistas e corruptas, as sementes da catástrofe.

A verdade é que não houve nenhum milagre naqueles anos, e sim uma miragem que só agora começa a se esvair, como ocorreu com o futebol brasileiro. Uma política populista como a que Lula praticou durante seus governos pôde produzir a ilusão de um progresso social e econômico que nada mais era do que um fugaz fogo de artifício. O endividamento que financiava os custosos programas sociais era, com frequência, uma cortina de fumaça para tráficos delituosos que levaram muitos ministros e altos funcionários daqueles anos (e dos atuais) à prisão e ao banco dos réus.

As alianças mercantilistas entre Governo e empresas privadas enriqueceram um bom número de funcionários públicos e empresários, mas criaram um sistema tão endiabradamente burocrático que incentivava a corrupção e foi desestimulando o investimento. Por outro lado, o Estado embarcou muitas vezes em operações faraônicas e irresponsáveis, das quais os gastos empreendidos tendo como propósito a Copa do Mundo de futebol são um formidável exemplo.

O governo brasileiro disse que não havia dinheiro público nos 13 bilhões que investiria na Copa do Mundo. Era mentira. O BNDES (Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou quase todas as empresas que receberam os contratos para obras de infraestrutura e, todas elas, subsidiavam o Partido dos Trabalhadores, atualmente no poder. (Calcula-se que para cada dólar doado tenham obtido entre 15 e 30 em contratos).

As obras da Copa foram um caso flagrante de delírio e irresponsabilidade

As obras em si constituíam um caso flagrante de delírio messiânico e fantástica irresponsabilidade. Dos 12 estádios preparados, só oito seriam necessários, segundo alertou a própria FIFA, e o planejamento foi tão tosco que a metade das reformas da infraestrutura urbana e de transportes teve de ser cancelada ou só será concluída depois do campeonato. Não é de se estranhar que o protesto popular diante de semelhante esbanjamento, motivado por razões publicitárias e eleitoreiras, levasse milhares e milhares de brasileiros às ruas e mexesse com todo o Brasil.

As cifras que os órgãos internacionais, como o Banco Mundial, dão na atualidade sobre o futuro imediato do país são bastante alarmantes. Para este ano, calcula-se que a economia crescerá apenas 1,5%, uma queda de meio ponto em relação aos dois últimos anos, nos quais somente roçou os 2%. As perspectivas de investimento privado são muito escassas, pela desconfiança que surgiu ante o que se acreditava ser um modelo original e resultou ser nada mais do que uma perigosa aliança de populismo com mercantilismo, e pela teia burocrática e intervencionista que asfixia a atividade empresarial e propaga as práticas mafiosas.

Apesar de um horizonte tão preocupante, o Estado continua crescendo de maneira imoderada – já gasta 40% do produto bruto – e multiplica os impostos ao mesmo tempo que as “correções” do mercado, o que fez com que se espalhasse a insegurança entre empresários e investidores. Apesar disso, segundo as pesquisas, Dilma Rousseff ganhará as próximas eleições de outubro, e continuará governando inspirada nas realizações e logros de Lula.

Se assim é, não só o povo brasileiro estará lavrando a própria ruína, e mais cedo do que tarde descobrirá que o mito sobre o qual está fundado o modelo brasileiro é uma ficção tão pouco séria como a da equipe de futebol que a Alemanha aniquilou. E descobrirá também que é muito mais difícil reconstruir um país do que destruí-lo. E que, em todos esses anos, primeiro com Lula e depois com Dilma, viveu uma mentira que seus filhos e seus netos irão pagar, quando tiverem de começar a reedificar, a partir das raízes, uma sociedade que aquelas políticas afundaram ainda mais no subdesenvolvimento. É verdade que o Brasil tinha sido um gigante que começava a despertar nos anos em que governou Fernando Henrique Cardoso, que pôs suas finanças em ordem, deu firmeza à sua moeda e estabeleceu as bases de uma verdadeira democracia e uma genuína economia de mercado. Mas seus sucessores, em lugar de perseverar e aprofundar aquelas reformas, as foram desnaturalizando e fazendo o país retornar às velhas práticas daninhas.

Não só os brasileiros foram vítimas da miragem fabricada por Lula da Silva, também o restante dos latino-americanos. Por que a política externa do Brasil em todos esses anos tem sido de cumplicidade e apoio descarado à política venezuelana do comandante Chávez e de Nicolás Maduro, e de uma vergonhosa “neutralidade” perante Cuba, negando toda forma de apoio nos organismos internacionais aos corajosos dissidentes que em ambos os países lutam por recuperar a democracia e a liberdade.Ao mesmo tempo, os governos populistas de Evo Morales na Bolívia, do comandante Ortega na Nicarágua e de Correa no Equador – as mais imperfeitas formas de governos representativos em toda a América Latina –tiveram no Brasil seu mais ativo protetor.

Por isso, quanto mais cedo cair a máscara desse suposto gigante no qual Lula transformou o Brasil, melhor para os brasileiros. O mito da seleção Canarinho nos fazia sonhar belos sonhos. Mas no futebol, como na política, é ruim viver sonhando, e sempre é preferível – embora seja doloroso – ater-se à verdade.





... E cai a máscara...



http://brasil.elpais.com/brasil/2014/07/11/opinion/1405089994_921237.html