domingo, 1 de dezembro de 2013

FROTA RECORDISTA : MAIS ACIDENTES, MENOS HORAS TRABALHADAS, PIB MENOR

Postado por Berto Filho

Dentro de mais 2 ou 3 anos, nessa velocidade de expansão de sua frota automotiva, o Brasil vai alcançar 1 veículo por habitante.

E o sistema viário ? Aguenta ? Pôr mais carros e motos nas mesmas ruas e estradas mal conservadas e esburacadas (dogma da indústria automotiva e suas redes de concessionárias) só é bom para montadoras, fábricas de autopeças, donos de estacionamentos, fabricantes de asfalto, lombadas e pardais, prefeituras, DERs e Detrans (mais multas), fabricantes de biscoitos (camelôs na estrada), oficinas mecânicas (coitada da suspensão !), seguradoras, consultórios médicos (mais gente para atender) e outros segmentos dp circuito veículo-motorista-rua, mas é péssimo para quem dirige (mais acidentes) e para o pedestre, que não tem um sistema de transporte de massa à altura de suas necessidades.. Congestionamentos quilométricos agravados por chuvas, calor excessivo, mau tempo e irritação causam estresse, aumentam os atrasos, reduzem o número de reuniões de trabalho e horas trabalhadas, fazem perder a vontade de viajar, etc, e, por isso, influem negativamente no PIB.

Transporte público de massa com o conforto do automóvel e maior rapidez de ir e vir (para que a pessoa deixe o carro na garagem) pelo jeito vai levar muito tempo para equilibrar oferta e demanda nas regiões metropolitanas porque as soluções são demoradas, caras e a sociedade não confia nos gestores dos sistemas de transporte público. As manifestações de junho já davam conta disso.

Agora, durma-se com um barulho desse : a frota brasileira cresceu 123% em 10 anos e alcançou 80 milhões enquanto a população aumentou apenas 11% no período. Alguma coisa está errada, não acha ? 

 Como assinala a reportagem publicada no jornal O Globo de hoje, “é como se todos os moradores de uma única cidade, como Cardoso Moreira, no Norte Fluminense, adquirissem pelo menos um carro ou uma moto diariamente.”

Na matéria mencionada. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), afirma que o aumento de mortes e de pessoas internadas, em consequência dos acidentes de trânsito, se deve a uma junção de fatores. São mais motoristas mal formados percorrendo as vias das cidades e não há punição na mesma medida que as irregularidades acontecem. Segundo ele, a formação dos motoristas, da forma como é hoje, é ineficiente e se baseia somente no que vai cair na prova do Detran. Os condutores não saem preparados para dirigir nas adversidades, como na neblina, por exemplo, além de normalmente não aprenderem direção defensiva.

— Existe negligência por parte do governo. Há falta de fiscalização e de punição severa. O motorista não respeita o sinal, pára na faixa de pedestre, não usa o cinto, desobedecendo ao que é proposto pelo Código de Trânsito. Tudo isso é somado à má condução, porque os cursos são ineficientes, ensinam o sujeito a andar a 30, 40 km por hora, a subir uma ladeira e não deixar o carro recuar, a fazer baliza. O sujeito faz a prova fazendo essas ações. Fazendo tudo direitinho, o governo autoriza a dar uma arma na mão do sujeito que desconhece todas as adversidades no trânsito. Ele não aprendeu nada, só a fazer o carro a andar — afirmou Dirceu.

É, estamos mal.

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