terça-feira, 3 de dezembro de 2013

LARANJAL HOTELEIRO PANAMENHO

Postado por Berto Filho
Uma jogada de marketing que pode ter sido um tiro pela culatra : o Hotel St Peter dar emprego ao chefe da quadrilha preso na Papuda, o ex-Ministro da Casa Civil do ex-presidente Lula, José Dirceu. Um patrocínio corajoso de reabilitação solidária. O Jornal Nacional deste noite pegou todo mundo de surpresa e deu um furo de jornalismo investigativo que vai dar o que falar. Tudo muito suspeito, como dolar na cueca.

Segundo a reportagem, há um laranjal panamenho amoitando a propriedade do Hotel St. Peter em Brasília, cuja direção brasileira, de raízes também nebulosas, teve a “ousadia” de oferecer emprego de gerente para José Dirceu pagando R$ 20 mil por mês. Claro, o consultor ligado a grandes negócios em alguns países de pelo menos duas Américas não precisa dessa grana. O patrão tem toda pinta de 171. E o candidato ao emprego é um presidiário.

O Panamá é uma espécie de paraíso fiscal, um país ideal, no que tange ao registro jurídico de investimentos estrangeiros, para enrustir conexões empresarias que não podem viver à luz do sol em seus países de origem.

Tem boi na linha. E esse boi vai ser desossado nos próximos dias. Vão aparecer outros nomes. O Hotel foi construído pelo Sergio Naya. Não é uma boa recomendação.

Será que o ministro Joaquim Barbosa vai permitir que o réu consultor assuma o cargo numa empresa cujo controle acionário é duvidoso ? E se permitir, o hotel vai faturar mais (ponto para Dirceu) ou os hóspedes vão desaparecer com receio de contaminação de sua imagem pessoal por uma maracutaia contagiosa ?

Segue a matéria publicada no Globo, que reproduz o teor das informações do JN. 


Empresa dona de hotel que ofereceu emprego a Dirceu tem laranja entre dirigentes

Truston International, sócia majoritária do Hotel Saint Peter, é presidida por funcionário de um escritório de advocacia no Panamá, informa ‘Jornal Nacional’

BRASÍLIA - A Truston International, empresa panamenha dona do Hotel Saint Peter - que ofereceu um emprego com salário de R$ 20 mil para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - é presidida por um laranja. Segundo o “Jornal Nacional”, da TV Globo, José Eugenio Silva Ritter mora na num bairro pobre da Cidade do Panamá, trabalha há 30 anos como auxiliar de escritório numa empresa de advocacia e, no papel, é dono de mais mil empresas. Dirceu, condenado no processo do mensalão, está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Com o trabalho no hotel, ele poderá sair durante o dia da cadeia.

No contrato social encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar o trabalho de Dirceu, foi informado que, das 500 mil cotas do hotel, 499.999 pertencem à Truston Internactional. O administrador de fato do empreendimento, Paulo Masci de Abreu, é dono de uma única cota. O mesmo documento diz que a sede da Truston fica na Cidade do Panamá.

 Por telefone, Paulo Masci de Abreu disse ao “Jornal Nacional” que Ritter é um empresário estrangeiro apresentado a ele por um advogado. Afirmou também que ele presta contas a Ritter regularmente. Informou ainda que o conheceu numa reunião em Miami, quando formalizou a parceria para administrar o hotel. A reportagem localizou Ritter na Cidade do Panamá. Sem saber que era filmado, ele reconheceu que é dono no papel de várias empresas, mas disse não se lembrar da Truston International. Aconselhou a reportagem a procurar a Morgan y Morgan, o escritório de advocacia onde trabalha, e que não falaria mais nada, uma vez que poderia até mesmo perder seu emprego.

Segundo o “Jornal Nacional”, a Morgan y Morgan tem sua sede no centro financeiro da Cidade do Panamá, e ajuda na fundação e administração de empresas internacionais com sede no Panamá. Ainda de acordo com o “Jornal Nacional”, a legislação panamenha permite que as ações de uma companhia sejam transferidas de um empresário a outro, sem informar as autoridades, dificultando a identificação dos verdadeiros donos.

A Morgan y Morgan foi procurada pela reportagem, mas não quis falar sobre o assunto. A advogada de Paulo Masci de Abreu, Rosane Ribeiro, disse que a sócia majoritária da Truston International é a nora dele, a empresária Lara Severino Vargas. Disse também que, na segunda-feira, vendeu a Paulo de Abreu o controle acionário do hotel. Afirmou ainda que ele é dono de 60% do prédio onde funciona o Saint Peter. Os outros 40% são de Paulo Naya, filho do ex-deputado Sérgio Naya, que construiu o hotel.

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