domingo, 29 de setembro de 2013

MARINA SILVA CORRE CONTRA O RELÓGIO

Postado por Berto Filho

Hoje há controvérsias sobre se o partido de Marina vai mesmo cumprir as exigências de quase 500.000 assinaturas certificadas e vir ao mundo na maternidade do TSE no sábado, 5. Será o REDE um neném robusto de mais de 3 quilos e meio berrando alto ou vai nascer morto ?

José Serra também terá que definir esta semana por onde vai sair candidato.  Se Marina e Serra não conseguirem se colocar na fita de largada, são menos 2 concorrentes para Dilma. 
Parte do PT, insegura com Dilma, nem precisaria pensar na volta do Lula.
No atual galope a presidente Dilma lidera a corrida com folga.
Se Marina se candidatar, pelo Rede ou por outro partido, será o fator capaz de surpreender e somente ela.
Marina dá sustentabilidade (sem trocadilho, por favor) para Aécio e Eduardo Campos. No horizonte de hoje, só ela tem o potencial para tirar a atual vantagem de 22 corpos de Dilma, embolar os competidores na reta final e ir para o 2o turno.
Ou ajudar Aécio ou Eduardo a ir no lugar dela.
Tem tempo. Exceto para legalizar o Rede.

O problema da Marina é arrumar dinheiro para a difícil travessia de 13 meses. Campanha presidencial custa uma grana tão preta que nem ela nem o partido em gestação tem e nem imaginam como levantar. Ou, se nascer, terá R$ 600 mil do Fundo Partidário para iniciar uma jornada cujo custo poderá chegar a U$ 4,5 bilhões, um triste e caríssimo record mundial brasileiro.
Sem contar quase R$ 1 bilhão da renúncia fiscal de IR com que a União premia as emissoras de rádio e TV que cedem o horário eleitoral "gratuito". 
Podem aparecer mecenas abonados por cima ou por baixo dos panos mas as doações normalmente são repartidas porque o doador não põe todas as fichas em um só candidato. 

O jeito de Marina chegar no 2o turno sem gastar tanto é jogar o REDE na Rede, sintonizar com a rua, atrair os eleitores que se embrenham nas mídias sociais e usar com inteligência máxima o tempo mínimo de TV que poderá lhe restar.  
No quesito de Rede, Dilma também está na frente, com um exército de blogueiros e twitteiros aguerridos e bem nutridos que brigam com faca nos dentes. A rede de Aécio está atrasada mas pelo menos começou a decolar, e a de Campos não existe ainda.
Essa é a nuvem do momento no céu presidencial.  



  

AMY WINEHOUSE E TONY BENNETT JUNTOS : UM BRINDE AO DOMINGO

Postado por Berto Filho

Acordei esse domingo ouvindo "Body and Soul" com Tony Bennett e Amy Winehouse.
Um bom começo de domingo. Recomendo ouvir. Tony é o de sempre, jovial de voz e estampa mas Amy me surpreende com uma performance diametralmente oposta ao seu jeito ácido de cantar os hits que a consagraram. Aqui, jazzística e "soulista". Aqui jazz Amy ...

https://www.youtube.com/watch?v=_OFMkCeP6ok  

sábado, 28 de setembro de 2013

MULHER LINDA CANTA JAZZ E TOCA CONTRABAIXO

Postado por Berto Filho

A bela baixista e cantora australiana Nicky Parrott faz a diferença no palco.  Linda, voz cálida, sensual, tocando um instrumento maior que ela, e toca bem. Faz o ouvinte imaginar coisas além da música.  

http://www.youtube.com/watch?v=4ltwK6H13Do

PHYMATOSAN E NAT KING COLE ; TUDO A OUVIR

Postado por Berto Filho

Você pensava que aquele jingle do xarope Phymatosan dos anos 60 era brasileiro ?
Que nada ! O "compositor" (um jinglista de São Paulo que ainda não identifiquei) copiou a melodia americana de "Bycicle Built for Two", neste link interpretada por Nat King Cole, e colou nela a letra criada para estampar as qualidades milagrosas do saudoso remédio contra a bronquite.
O jingle terminava assim :   
"Phymatosan ... igual não tem ... é o amigo que lhe convém ... Phymatosan" 

https://www.youtube.com/watch?v=ZP1J9YGO0G4

UM DUETO IMPROVÁVEL

Postado por Berto Filho

Um dueto improvável. É... mas aconteceu. 
Tony Bennett e Ana Carolina em "The Very Thougt of You".  
Para o nosso prazer de ouvir,

https://www.youtube.com/watch?v=rdDtz8I4dos

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MY FUNNY VALENTINE EM VERSÃO ERUDITA PELO PIANISTA GEORGE SHEARING

Postado por Berto Filho

Sou fã do pianista inglês, cego de nascença (falecido em 2011), "Sir" (por nomeação da Rainha Elizabeth II) George Shearing.  Ele pega um clássico pop americano como "My Funny Valentine" e o transforma em uma peça erudita.  Só ele mesmo, com sua sensibilidade, sutileza e elegância. 
Ouça no link abaixo. 
https://www.youtube.com/watch?v=9V04UzIbB9o

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O GOLPE DA MULHER PROPINA

Postado por Berto Filho

Parecia o crime perfeito para um prefeito imperfeito. 
Ir pra cama com uma messalina do outro planeta e desviar recursos da previdência de servidores municipais para compra de títulos podres. Podres de chic.  Quem foi nessa ainda não sabemos, corre em segredo de polícia federal. Talvez as esposas traídas sejam as primeiras a saber, vai ter surra de toalha molhada...
Quais seriam esses governantes amantes babantes transantes na lama chafurdante ?
Prefeitos, cuidado com cantadas públicas de lindas bandoleiras particulares.
A carne é fraca. Não assina !  A cruzada de pernas desconcerta, fascina, a bandida chacina, a pegada incrimina, é mulher propina  !  Ó mente assassina ! O lema da quadrilha é "Procura-se prefeitos imperfeitos e suspeitos para malfeitos quase perfeitos". 

VELÓRIO ANIMADO

Postado por Berto Filho
Essa  história do enterro fake do Bentley de Chiquinho Scarpa numa cova em sua residência palaciana foi o maior golpe de comunicação inteligente dos últimos tempos,  se é que há algum paralelo para se comparar.

Como todos ficamos sabendo, o Chiquinho Scarpa estava apenas lançando a campanha de doação de órgãos, aliás, meritória, elogiável, essencial.
A fila de  transplantes no Brasil é colossal e faltam doadores. Não sabemos se o gesto do milionário paulistano vai dar certo.  A intenção é boa e a mídia embarcou direitinho na criação da agência Leo Burnett, com a colaboração do CQC e do Marcelo Tas.
Vamos doar nossos órgãos em vida, antes que sejam hipotecados para pagar dívidas...

BILL EVANS E STAN GETZ EM "EMILY"

Postado por Berto Filho

Simply wonderful, pleasant, marvelous !
Meu presente sonoro para emoldurar a  sua 6a.feira.

http://www.youtube.com/watch?v=7tmbWGcQous

A NUVEM POLÍTICA DO MOMENTO

Postado por Berto Filho

Os lances da campanha presidencial de 2014 vão se desenhando no formato de nuvens passageiras que se fazem e se desfazem com velocidade variável. Aquele tipo de nuvem que o ex-banqueiro e ex-governador de Minas Getais, Magalhães Pinto, dizia que a política era.

A radiografia da formação da nuvem para a presidência hoje é : Dilma, Marina, Aécio e Campos.

Nessa nuvem não há outros candidatos, por enquanto. Serra tenta entrar nessa nuvem por alguma janela indiscreta mas não tem padrinho.

Dilma e Marina disputam a ponta nas pesquisas de intenção de voto, Dilma em puro galope com a máquina toda e algumas circunstâncias de mídia a seu favor, como, por exemplo, a reação indignada à espionagem americana e a a gestão da economia. A gerentona está se saindo bem nesse  mister ou simula com eficiência um estado de êxtase, apesar do “preção” na gôndola do supermercado e na bomba da gasolina.  Marina Silva, na moita, como convém, é ao mesmo tempo a parteira e a mãe do partido REDE, que está para dar o primeiro berro na maternidade do TSE, se os ministros aceitarem as assinaturas que faltam  (cerca de 50.000) certificadas pelos cartórios. O maior desafio dela é reativar no REDE) ou realocar (em outro partido de linha programática compatível) o patrimônio de 20 milhões de voto que recebeu em 2010 e incorporar ao seu discurso as causas e a indignação (ainda não atendida) da rua.

Dilma flerta com o anti-americanismo da espionagem – que rende dividendos eleitorais -, com o bolivarianismo sem Chávez e com o presidente Evo Morales.  Seja na questão do senador boliviano que pediu asilo, da falta do gás da Bolivia que alimenta as indústrias do sul ou nas demais questões do contencioso Brasil Bolívia. Adicionando traquejo e algum jogo de cintura, tenta segurar políticos dissidentes da base aliada que hesitam entre ficar no andar de cima – acreditando na vitória final do PT - e migrar para o andar de baixo, para não perderem o bonde caso o poder mude de mão.

Lula começa a sair do confortável esconderijo do silêncio  para assumir a costura dos palanques estaduais de 2014.

Aécio e Campos, com algumas semanas de intervalo entre um e outro, estão atrasados, tentando se aproximar do eleitor e ganhar mais pontos nas próximas pesquisas.  Subir devagar é melhor que subir depressa. Se cair de repente lá do alto o tombo é maior.  

O senador Aécio Neves diz que é hora do PT sair de cena do poder central.  Sim, mas ele e outros anti-PT que querem o lugar de dona Dilma têm que combinar antes com o eleitor.  Aécio ainda tem que vencer a prova interna com Serra, que não parece ter desistido de ser de novo o candidato do PSDB. Ele ainda não acordou do pesadelo de 2010.
Agora, a nuvem é outra. Serra não tem macacão de operário, não é Lula que concorreu várias vezes e perdeu, antes de ganhar e tomar gosto pelo poder.

Essa chamada do Aécio para uma conversa no sentido figurado é apenas uma campanha de propaganda para trazê-lo para a calçada e a rua. Está fazendo um tipo para se enturmar com os jovens. O convite é genérico, fica meio solto.
Falta materializar a intenção, marcar esse encontro físico em diversos bancos de jardim, praças e coretos. Um bom lugar para Aécio levar esse papo firme é nas universidades, colégios e associações de moradores de periferias das grandes cidades.  Como se fosse um andarilho, um monge tibetano do “Mais Médicos” receitando remédios para patologias políticas, realizando conversões à sua “seita”.   

Eduardo Campos, do PSB, rompeu com o governo mas teve a cortesia de avisar o Lula antes.
Pulou direto para a pista de sua própria campanha para presidente.  O PT contava com o PSB e agora vai atrás dos que, dentro do PSB, discordam da saída do partido da base do governo.

Roberto Freire, líder do PPS, força moral e partidária moderada, ex-comunista ortodoxo histórico, tem atirado bem no alvo da corrupção. Para ele, os mensaleiros deveriam ser presos imediatamente.  Roberto tem sido mais contundente do que qualquer um nesse sentido. Vamos ver para onde ele vai, quem ele vai apoiar na oposição e quem embarca na dele. 

Os militares dizem na internet que somam 5 milhões de votos, e não consta que estejam satisfeitos com Dilma.

Eleitores evangélicos pentecostais e católicos do papa Francisco, grupos numericamente importantes, vão escolher o candidato que se comprometer com suas crenças e causas.

Minorias ruidosas que mais parecem maiorias pelos decibéis que produzem na mídia e nas ruas, como os homossexuais e assemelhados (com suas milionárias – em público – paradas gays) e os ambientalistas, vão colar naturalmente no candidato ou candidata que lhes parecer mais decente ou moralmente mais preparado, talvez deixando em segundo lugar a defesa dos seus interesses imediatos.

A decência, a honestidade, o combate às drogas e à criminalidade, a anti-corrupção e a mobilização pela internet  são bandeiras e ferramentas fortíssimas, o difícil será (para os candidatos) provar que passam nesses quesitos, tanto quanto é difícil, improvável mesmo,  fazer passar um camelo pelo buraco de uma agulha.


Aborto, casamento homossexual, política de cotas, o voto dos pobres do bolsa-família (votam exclusivamente no PT) contestado principalmente pela classe média antiga, que teve que demitir suas empregadas domésticas e outros temas polêmicos mais cedo ou mais tarde virão à tona nas campanhas, porque sensibilizam diferentes correntes de milinautas – militantes internautas (que também participam das manifestações de rua).

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A ESTATAL DO PRE-SAL

Autor : Merval Pereira
Publicado em O GLOBO - 21/09/13
Aos meus leitores :  publico este artigo do Merval porque informa, esclarece e provoca a curiosidade sobre o glamuroso mundo do petróleo. Se você mergulhar mais fundo neste blog, vai ter a oportunidade de ler outros artigos do Merval e artigos e textos de outros jornalistas e personalidades importantes deste país.

A decisão das grandes empresas de petróleo dos Estados Unidos e da Inglaterra de não participar da licitação do Campo de Libra, a primeira do pré-sal no novo marco regulatório de partilha, em vez de concessão, reflete um receio de como funcionarão as novas regras, com a atuação da estatal PPSA com poder de veto nas decisões de produção.

Há várias dúvidas: sobre como atuará a nova estatal, que não tem nem mesmo a direção nomeada; como a indústria brasileira vai responder à demanda de material local; e até mesmo quanto à capacitação da mão de obra. Esse receio, no entanto, é menosprezado pelas empresas que entraram na licitação, como a espanhola Repsol, cujo representante me disse considerar "uma burrice" não entrar agora.

Em consórcio com a chinesa Sinopec, com quem já atua em conjunto no Brasil, a Repsol pretende até mesmo enfrentar com criatividade a exigência de conteúdo nacional. Como estão encontrando dificuldades para essa produção no Brasil, querem que empresas brasileiras possam comprar estaleiros na Europa que estão sem serviço para suprir a demanda brasileira.

A impressão é que as grandes empresas ficaram de fora para acompanhar como as coisas andarão, e, se tudo caminhar bem, provavelmente estarão no próximo leilão, que deve se realizar somente em 2015, pois no próximo ano, eleitoral, não haverá licitação. Certamente essas empresas estão também aguardando o resultado da eleição para saber com quem terão que negociar.

Nestes cinco anos em que não houve licitação no Brasil, o país que tirou mais proveito foi a Colômbia, atraindo capitais para investimento. A indústria do petróleo é muito globalizada e padronizada, não há margem para muita invenção. A empresa vai para onde há mais garantias e potencial. O potencial do pré-sal do Brasil é gigantesco, mas o governo tem de dar condições para se desenvolver a produção, alegam : executivos da área.

O petróleo é uma commoditie que tem uma demanda crescente, a economia dos Estados Unidos está se recuperando e há indicação de que haverá nos próximos 30 anos uma demanda sustentável no mundo, e as companhias terão de trabalhar muito para oferecer o petróleo de que o mundo precisará.

A Agência Internacional de Energia diz que o consumo atual de 85 milhões de barris/dia chegará a mais de 100 milhões e demandará para tanto a aplicação de cerca de US$ 25 trilhões nesse período.

A área a ser licitada tem cercá de 1,5 mil quilômetros quadrados. A Petrobras descobriu, além de Libra, outros campos, como o de Franco. A indicação com o poço que foi feito é maravilhosa, qualquer petroleiro fica extasiado com o resultado. Mas daí a afirmar que toda a área de Libra vai ter o mesmo resultado é de difícil comprovação, existe um risco. Quando a ANP diz que o volume de petróleo recuperável do Campo de Libra deverá oscilar entre oito bilhões e 12 bilhões de barris, está jogando com 50% de margem.

A exploração exige muito dinheiro. O Ministério de Minas e Energia estima entre 15 e 18 módulos de produção. Cada um deles tem um grande navio produtor que se conecta com os poços, e todo esse conjunto de exploração está estimado em US$ 6 bilhões cada. Só de investimento, fica em torno de US$ 100 bilhões. Mais os R$ 15 bilhões para o bid dos 70% do campo (a Petrobras tem 30% no mínimo), e há o custo operacional.

É um projeto que pode chegar até a US$ 200 bilhões, com recuperação a longo prazo. Há todo o período de estudos geológicos até a perfuração dos poços. Só depois de ter certeza da capacidade do campo, é que o projeto de concepção pode ser efetivamente detalhado. Tudo isso pode levar de sete a nove anos, e por volta de 2020-2022 começa a render frutos, a partir do quê, as empresas terão cerca de 20 anos para recuperar o investimento.

A PPSA provoca insegurança nas companhias operadoras. Há certos custos que podem ter caráter subjetivo e ficarão sujeitos ao crivo dessa estatal. Em todo o mundo existe um documento chamado JOA (Joint Operating Agreement), que é quase padrão. Ali estão definidas as regras, e as empresas sabem como se decidem brigas, conflitos, qual é o papel de cada um, o que faz o operador, o que fazem os sócios, tudo já está definido há 50 anos.

Quando em lugar do JOA se põe uma empresa estatal que não investe um centavo, mas tem poder de muda totalmente a conversa. Na Noruega, há uma empresa do governo que participa, mas até agora não criou problemas para ninguém. As companhias querem saber como se comportará a nossa estatal do pré-sal.

domingo, 22 de setembro de 2013

CONEXÃO COMPLEXA

Postado por Berto Filho
O que e é que tem a ver o Mensalão e o impasse Brasil Estados Unidos por causa da espionagem de Dilma e da Petrobras, com o fato de apenas 11 empresas estrangeiras – e nenhuma big do ramo, nenhuma americana ou inglesa, por exemplo - terem participado do leilão do pre-sal ?
Num primeiro momento, olhando na superfície, diria que não tem  nada a ver. Mas, olhando com mais cuidado  e em maior profundidade, pode se chegar a outra conclusão. Vou me colocar no papel de um investidor americano (uma empresa grande interessada em petróleo e gás) que quer ganhar dinheiro no Brasil, em um ambiente jurídico seguro.  
Aí, eu acompanho o julgamento histórico do Mensalão que vinha rolando desde 2007 e dá no que dá.  Apesar do voto tecnicamente irretocável do ministro Celso de Mello, o judiciário brasileiro lança uma incerteza no cipoal econômico-jurídico porque decide rejulgar o que já tinha julgado, trocando, no intervalo entre dois julgamentos, alguns julgadores mais severos por outros menos severos.  Causa estranheza e incerteza.

Se em lugar do mensalão o Supremo estivesse julgando interesses de investidores estrangeiros, julgaria com os mesmos critérios?

Ao mesmo tempo, a presidente Dilma fica sabendo pelo Fantástico que suas conversas com assessores e também a Petrobras são espionadas pelo governo americano. Este finge que ouve a espinafração, não dá explicações, não pede desculpas e a presidente Dilma retalia, adiando sine die sua visita oficial a Washington, marcada para 23 de outubro.  
Está difícil para o governo americano entender o português da política externa brasileira ou é o contrário ?
Bem, se sou um investidor estrangeiro, um americano, se pretendo investir bilhões no Brasil e vejo tudo isso acontecendo em minha volta, o que é que vou fazer ?   Enfiar a viola no saco e não participar, por enquanto, de leilões no Brasil porque a Justiça brasileira não inspira segurança, porque o governo americano espiona a Petrobras e, devido a isso, torna suspeitas as participações de empresas americanas em licitações no Brasil, e porque a presidente do Brasil resolve utilizar o seu colega americano como sparring para agradar as plateias internas em véspera de eleição.

Então, o que eu pensava que nada tinha a ver, tem algo ou tudo a ver. O julgamento do mensalão e a espionagem (e desdobramentos) podem ter afetado a participação de empresas estrangeiras, sobretudo americanas, no leilão do pre-sal e podem afetar também o ânimo do capitalista estrangeiro em investir no Brasil em outros leilões e concorrências no pre-sal ou em infra-estrutura, em segmentos como portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. O simbolismo psicológico da complexa conexão está nos fatos potencialmente entrelaçáveis : mensalão, Supremo, segurança jurídica para investimentos estrangeiros, espionagem americana, eleições brasileiras, tensão nas relações Brasil Estados Unidos.

  

sábado, 21 de setembro de 2013

VERA BRASIL SE INSPIRA EM DEBUSSY PARA COMPOR "TEMA DO BONECO DE PALHA"

Postado por Berto Filho
Pesquisando na internet, achei a música de Debussy em cujas primeiras notas  minha irmã, a compositora Vera Brasil, se inspirou para compor o “Tema do Boneco de Palha”. Uma parceria astral quase impressentida, tamanha a sutileza da construção  de Debussy reprocessada em outro tom por Vera..  

Ouça, com atenção, os primeiros acordes dessa música ...
Chama-se "The Girl With Flaxen Hair"
http://www.youtube.com/watch?v=Yu4KObwynSc 

Compare com os primeiros acordes do Tema do Boneco de Palha,
na voz aveludada de Ana Lucia (gravação dos anos 60) no link :

Vera sabia garimpar nas minas de notas preciosas dos impressionistas.

O LP abaixo, do selo americano Revelation Records, com Vera no canto e violão, gravado em 1964, recebeu 5 estrelas da revista Down Beat em 1975.

QUEM DEVERIA IR PARA O BANCO DOS RÉUS

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Postado por Berto Filho
Autor : Ricardo Noblat
Obs.:  artigo publicado no blog de Noblat em 29 de agosto de 2013, antes de se submeter a uma cirurgia no coração. Continua atual.  Aguardamos,, confiantes, a pronta recuperação do Noblat e que o bom jornalista reassuma o seu blog com 100% de saúde.

Finalmente apareceu alguém sem medo de confrontar a presidente da República - o diplomata Eduardo Saboia, cérebro da operação que resultou na retirada da Bolívia do senador Roger Pinto Molina, refugiado em nossa embaixada de La Paz há mais de 450 dias.

O Brasil acatara o pedido de asilo político dele, que denunciara autoridades do seu país por envolvimento com narcotráfico. A Bolívia negara o salvo-conduto para que Roger deixasse o país em segurança sob a acusação de que é corrupto.

Saboia disse que Roger não podia receber visitas. Nem circular dentro do prédio da embaixada. Nem se comunicar com a família. Nem tomar banho de sol. Uma autoridade do governo boliviano comentou certa vez que ele ficaria ali até morrer. 

- Você imagina ir todo dia para o seu trabalho e ter uma pessoa trancada num quartinho do lado, que não sai? Aí vem o advogado e diz que você será responsável se ele se matar. Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se eu estivesse no DOI-Codi.

Presidente da República não bate-boca com funcionário de escalão inferior. Dilma bateu ao dizer ter provado da desumanidade dos DOI-CODIs. E que a distância que os separava das condições de vida na embaixada de La Paz equivalia à distância entre céu e inferno.
O dia sequer terminara e Saboia já replicava Dilma. "Eu que estava lá, eu que posso dizer. O carcereiro era eu. Ninguém mais viu aquela situação", respondeu. Desautorizou a presidente, portanto. E sugeriu que ela nada poderia falar a respeito porque simplesmente não estava lá.

Nenhum ministro, senador, deputado ou presidente de um dos poderes da República foi tão longe em relação a Dilma do que Saboia, um mero encarregado de negócios que respondia por uma embaixada de segunda classe na ausência do embaixador.

Mas, de duas, uma. Dilma e o bando de assessores que a cercam não prestaram atenção no que afirmou Saboia. Ou prestaram, mas a presidente quis bancar a esperta e mudar o foco da discussão sobre o traslado do senador. Até este momento, a discussão é favorável a Saboia.

Recapitulemos. Disse Saboia: “Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se eu estivesse no DOI-Codi”. Era Saboia, bancando o carcereiro, quem se sentia como se estivesse no DOI-CODI. Não disse que o senador enfrentava condições semelhantes às dos DOI-CODIs

As palavras ditas por Dilma: “Eu estive no DOI-Codi, eu sei o que é o DOI-Codi. E asseguro a vocês que é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz (Bolívia) como é distante o céu do inferno”.
Em resumo: Saboia disse uma coisa. Dilma, outra.
No último sábado, ao ficar sabendo que Roger chegara a Corumbá depois de rodar mais de mil e quinhentos quilômetros dentro de um carro da embaixada acompanhado por Saboia e dois fuzileiros navais, Dilma só faltou escalar as paredes do Palácio da Alvorada.

Cobrou a demissão imediata de Saboia ao ministro Antonio Patriota, das Relações Exteriores. Patriota estava em São Paulo pronto para viajar à Finlândia. Dilma foi grosseira com ele, como de hábito. Mandou que retornasse a Brasília. E o demitiu em seguida.

A indignação de Dilma tem a ver com duas coisas. A primeira: ela ficou mal diante do presidente Evo Morales. Que acusou o Brasil de desrespeitar tratados internacionais ao providenciar a fuga de Roger sem que ele tivesse obtido antes um salvo-conduto.
A segunda coisa: Dilma tem medo de que reste provada a negligência do governo brasileiro no caso do senador boliviano. Saboia tem como provar a negligência. E para evitar que o governo tente por um fim em sua carreira diplomática de mais de 20 anos, está disposto a provar.

- Eu perguntava da comissão bilateral para resolver a questão do senador, e as pessoas me diziam: "Olha, aqui [no Brasil] é empurrar com a barriga.". Tenho e-mails dizendo: "A gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando e a gente finge que acredita".

Tem um filme na praça chamado “Hannah Arendt”. Conta a história do julgamento em Jerusalém do carrasco nazista Adolf Eichmann. E da cobertura do julgamento feita para a revista americana The New Yorker pela filósofa judia de origem alemã Hannah Arendt.
A teoria da “banalidade do mal” começou a nascer ali quando Hannah se convenceu de que Eichmann, de fato, não se sentia responsável pela morte de milhões de judeus. Ele não se cansou de repetir em sua defesa: apenas cumprira ordens.

Ninguém ordenou que Saboia tentasse salvar a vida do senador boliviano que ameaçava se matar, segundo atestados médicos. Mas sentindo-se responsável por ele, Saboia decidiu em certo momento obedecer ao que mandava a sua própria consciência.
Alguns dias antes de fazê-lo, despachou para o Itamaraty uma mensagem antecipando o que iria se passar. A resposta foi o silêncio. Quem por aqui se lixava para a sorte do senador boliviano? Quem em La Paz se lixava?

Por negligência, omissão e desumanidade, Saboia não poderá ser punido. Não deverá ser punido. Por tais crimes são outros que deveriam sentar no banco dos réus. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

QUESTÃO DE TEMPO


Postado por Berto Filho
Autor : Merval Pereira 
Parece não haver dúvidas de que até o final do ano é possível que uma parte considerável dos condenados no processo do mensalão esteja atrás das grades. Mas não é provável, pois há meios de atrasar o acórdão, por exemplo. Outro ponto sensível é saber quais deles estarão na primeira leva. A questão vai ser decidida, provavelmente em votação no plenário, após a publicação do acórdão com os embargos de declaração.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, havia negado o pedido de prisão imediata feito pelo Ministério Público, argumentando que não se pode "presumir de antemão" que as defesas dos réus utilizarão uma série de embargos para retardar a execução das penas.

Passada a fase dos embargos de declaração, e aceitos os infringentes, provavelmente advogados apresentarão os "embargos dos embargos", que devem ser rejeitados liminarmente por serem "claramente protelatórios".

Joaquim Barbosa parece disposto a pedir a prisão daqueles condenados que não têm mais direito a embargos, declarando para esses o transito em julgado do processo. Ele chegou a anunciar que colocaria em discussão "um tema importante" no final da sessão de quarta-feira, mas depois decidiu apresentá-lo "no momento oportuno".

Para pedir a prisão dos condenados não é preciso nem mesmo esperar a apresentação dos embargos infringentes. Mas o Supremo vai se defrontar com outra daquelas situações polêmicas, em que estará em jogo a liberdade do principal réu, o ex-ministro José Dirceu.

Os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello estão defendendo que também os condenados por outros crimes que não têm direito mais a recursos sejam presos, cumprindo a parte da pena que é definitiva. Por exemplo: tirando o crime de formação de quadrilha, pelo qual recebeu a pena de 2 anos e 11 meses que iria a novo julgamento, Dirceu ficaria ainda com uma pena de 7 anos e 11 meses por corrupção ativa, para a qual não há mais recursos possíveis.

O mesmo aconteceria com outros membros do núcleo político, como Delúbio Soares e José Genoino, que terão novo julgamento por quadrilha, e João Paulo Cunha, que terá a condenação por lavagem de dinheiro reavaliada. Todos têm condenações "transitadas em julgado" para serem cumpridas, em regime semi-aberto, com restrição de liberdade.

A decisão no entanto, não é nada fácil, pois do lado oposto há um consenso de que não é possível fazer cumprir uma pena que não se sabe qual será. No caso de o novo plenário do STF confirmar a condenação por formação de quadrilha, Dirceu e outros sairiam do regime semi-aberto para cumprir penas no regime fechado, o que seria "uma aberração jurídica" na definição de um advogado.

Os ministros Fux e Barbosa estariam inclinados a apoiar a tese mais radical, mas não se sabe a posição dos demais, especialmente a dos dois novos ministros, Teori Zavascki e Luis Roberto Barroso, com exceção de Lewandowski e Dias Tofolli, cujas posições são conhecidas.

Barroso, por exemplo, em seu voto sobre embargos infringentes, disse a certa altura que "as condenações continuariam mantidas em qualquer cenário e, em relação a parte significativa das penas, a própria execução poderia ter início". Não se sabe, porém, se ele se referiu aos condenados que não têm direito a outros embargos ou também àqueles que somente terão parte de suas condenações revisitadas pelo novo plenário do Supremo.

Ele também se comprometeu a que "os embargos infringentes eventualmente opostos sejam julgados com a máxima celeridade possível, respeitadas as exigências básicas do devido processo legal", como maneira de compensar " a compreensível frustração social pelo adiamento da conclusão definitiva, quanto a essa parcela do julgamento".

Esse momento chegará o mais breve possível, se depender do novo relator, ministro Luiz Fux. Ele anunciou ontem em uma nota oficial que assim que as defesas e o Ministério Público se pronunciarem sobre o acórdão, colocará o processo em votação. Essa parte do novo processo poderá ser feita até o final do ano, pois há um prazo máximo de 2 meses para a publicação do acórdão.

Vamos ver novamente a disputa entre o relator e juízes que atuam para protelar a decisão final do STF.

RITA HAYWORTH IS STAYIN' ALIVE


Sucesso de 1977, a música "Embalos de Sábado à Noite" (“Saturday Night Fever”), com os Bee Gees, foi encaixada com precisão científica e genialidade em cenas de trechos de musicais da Broadway estrelados por Rita Hayworth, Fred Astaire, Gene Kelly e outros astros da dança no cinema.
A superposição de danças e música é tão bem feita que a gente quase se convence de que as coreografias foram gravadas ao som de “Saturday Night Fever”.

Rita, esfuziante, lindíssima, nos recorda seu personagem no filme “Gilda”, de 1946, com Glenn Ford.

JUÍZES DEVEM CONSIDERAR A PRESSÃO DAS RUAS?


Na posse do procurador Geral da República, Rodrigo Janot, a presidente Dilma disse “esperar Justiça serena para que agentes da lei tomem decisões sem pressão”.
Mas pressão de quem, senhora presidente ?
Se for pressão da rua, da consciência coletiva, é uma pressão legítima que deve ser exercida sempre.

Governo, quando não quer ou não sabe governar, só governa sob pressão. Deputados, senadores, vereadores só fazem o que o povo quer se o povo fiscaliza e pressiona. Se votar no candidato e ficar vendo a banda passar durante o mandato, o candidato não faz nada por você. Tem que marcar em cima.

Agora, se a presidente se referiu à pressão do poder, do palácio que ela ocupa, essa é uma pressão ilegítima que tem que ser ignorada por quem julga, especialmente na mais alta corte, a casa de princípios, como disse Celso de Mello. Que, aliás, decidiu (os embargos infringentes)  sem ouvir a voz das ruas.

Principalmente nas causas nacionais graves que causam comoção pública, como o mensalão, os juízes devem se manter imunes à pressão das ruas ou não ?

Responda, ilustre visitante deste blog. Deixe aqui as suas digitais.

RUA SILENCIOSA



O que será que está acontecendo com as ruas ?
O Brasil foi consertado ?  Acabou a inflação ?  
Acabou a corrupção ?  
As manifestações estão arquivadas até que surja alguma nova catástrofe ? 
Cansa muito e gasta muita sola de tênis  fazer passeata, ficar fugindo em zigue-zague de bombas de gás, coquetéis molotov, balas de borracha, pedradas, etc ? 
Será medo dos violentos infiltrados que transformam espaços de manifestações pacíficas em praças de guerra?  

Governo só governa sob pressão.
Se as ruas perdem pressão ou param de se manifestar, o governo e os poderes em todos os níveis vão surfar seus projetos numa boa, sem dar bola para o que a rua pensa.

Ô rua .... volta logo porque a mídia está com saudades de ruas cheias e barulhentas em dias úteis ...
O carro do Brasil continua na oficina.
Saúde, educação, segurança, transporte, falta de transparência, imoralidade na política ...tudo continua como dantes no quartel de Abrantes...


Fórmula 1

FORMULA UM SEM SENNA É CORRIDA DE CHARRETE



Para o telespectador brasileiro patriota, a Fórmula 1  sem Senna na TV ficou sem graça. Chata, sem emoção, sem coração no volante. A Globo está amarrada nesse circo porque vende os patrocínios 1 ano antes e tem que honrar. Mas não só por isso, creio eu.

Continua transmitindo também para não frustrar os fanáticos por automobilismo, que talvez constituam uma porção relevante do conjunto de telespectadores que assistem à programação da Globo. E para respaldar o negócio bilionário da indústria automotiva, que evolui nas ruas e nos campos a partir da evolução nas pistas de F-1, a coroa das corridas.

Por outro lado, os autódromos homologados pela autoridade máxima da F-1, Bernie Ecclestone (*), consumiram bilhões de dólares em sua construção e continuam consumindo em manutenção e administração.  E só servem para corridas de automóveis e escolas de pilotos, não tem a conversibilidade de um estádio de futebol, que pode ser transformado rapidamente em palco para shows, produzindo fluxos de rendas permanentes para cobrir custos e remunerar o capital investido.
                                                                                         
Se não fosse um bom negócio e um privilégio fazer parte desse grupo fechado, os magnatas do petróleo do mundo árabe não teriam investido na construção de suntuosos palácios de corridas.

A tecnologia do automóvel do dia-a-dia evolui nas pistas de corrida, mais do que no chão da fábrica.
Inovações e melhores desempenhos de motores e aerodinâmica dos carros comerciais surgem nas provas de F-1. É sobre essa plataforma que repousa a olímpica liderança da F-1 no automobilismo mundial.

A F-1 está para a FIA – Fédération Internationale de l’Automobile, com sede em Paris – como o futebol está para a FIFA.  A primeira corrida de F-1 foi no sábado, 13 de maio de 1950, no Circuito de Silverstone, no Reino Unido. Portanto, são 63 anos de sucesso financeiro, esportivo e político. 

Voltando à chatice atual da F-1 na TV brasileira.
Meu amigo Galvão Bueno, não adianta você se esgoelar bradando nomes estrangeiros como Vettel, Raikonnen, Rosberg, Lewis Hamilton, Mark Weber, Jenson Button ...  porque esses nomes não dizem nada ao coração do público brasileiro.                                                                                      
O automobilismo no Brasil fica em São Paulo. Lá em Interlagos é onde roncam os motores.
O automobilismo no Rio fechou para balanço.
É um esporte caro. De filhinho de pai rico que começa pelo kart. É um esporte de elite como o golfe, a vela e outros que requerem muita grana.

A audiência das transmissões da F-1 somente aumentará se surgir um novo ídolo brasileiro.
E um novo Senna, como um novo Pelé, um novo Gustavo Kuerten, um novo Lars ou Torben Grael ... só surge de 100 em 100 anos.


(*) O inglês Bernard Charles "Bernie" Ecclestone é o presidente e CEO da Formula One Management (FOM) e da Formula One Administration (FOA) e maior acionista da Alpha Prema, a matriz das companhias que gerenciam a Fórmula 1, o que o torna a autoridade máxima em termos da categoria. Seu controle sobre o esporte, resultado de seu pioneirismo na venda dos direitos televisivos nos anos 1970, é sobretudo financeiro, mas os termos contratuais entre a FIA, as equipes e a Formula One Administration garantem-lhe ainda a administração, estrutura e logística de cada Grande Prêmio de Fórmula 1. Esse homem  é poderoso. Soube construir um imperio.