sábado, 30 de novembro de 2013

CONEXÕES INVISÍVEIS

Postado por Berto Filho
Li a matéria sobre a Caixa no futebol, publicada neste espaço, logo após este comentário, muito bem apurada e redigida pelos repórteres de O Globo, Nelson Lima Neto e Henrique Gomes Batista.

Porém percebi que os repórteres não tocaram na influência política e eleitoral dos patrocínios sobre a massa dos torcedores, embora tenham citado a pressão política pela amarração de contas de prefeituras com patrocínios de clubes de massa. Aí mora o perigo.

Todo clube quer o patrocínio da Caixa, a Caixa é o banco social do governo federal, o governo federal é PT e a Caixa quer as contas das prefeituras das cidades e dos governos estaduais onde os clubes têm as suas sedes esportivas.

A imagem de marca por trás dessa grande concertação aparentemente ingênua, que passa quase despercebida, é a bandeira vermelha do PT. Uma conexão aparentemente invisível ou difícil de medir, a menos que a medição venha a ser feita pelos marqueteiros dos candidatos da oposição, se tiverem a argúcia que o momento requer.

Não resisto à tentação de politizar, ou melhor, de eleitoralizar essas questões, que têm uma aparência meramente esportiva e de concorrência entre instituições financeiras púbicas e privadas. .

A máquina do governo segue fabricando intenções de voto, a cada conta aberta pela Caixa, a cada gol do time patrocinado pela Caixa e a cada conquista do clube. É um casamento perfeito, principalmente para os objetivos político-eleitorais do PT na reeleição de Dilma e de sua perpetuação no poder. A marca da CAIXA está em todas as telas nas transmissões ao vivo e nas resenhas esportivas de todos os canais.

Caixa, futebol, Regina Casé, Minha Casa Minha Vida, Minha Casa Melhor, campanha eleitoral, PT e Dilma têm algo em comum que passa batido nessa reportagem.

Não há como negar que, ao patrocinar clubes de grandes torcidas, a Caixa ganha poupanças, depósitos e possível fidelidade de novos correntistas, que estão sendo disputados por outros bancos, mas ganha, sobretudo, “espaços na mente” (share of mind) e “espaços no coração” (share of heart) de clientes que também são eleitores. Eleitores que, na campanha e na urna, vão se lembrar que a Caixa é PT, a Caixa é Dilma e não tem como dissociar. Esses eleitores “caixistas” ficam muito vulneráveis à cabala dos cabos eleitorais, entre eles, não posso deixar de mencionar, a atriz e apresentadora Regina Casé, a estrela dos comerciais do Minha Casa Minha Vida e do Minha Casa Melhor. Regina parece torcedora de Dilma pelo entusiasmo com que agrega valor aos comerciais.

Com o “Esquenta” mais a audiência da Globo, Casé é popular como o samba e o futebol. Comerciais com Regina e patrocínio das camisas, com todo esse ”molho” de solicitação de contas de prefeituras e governos estaduais por baixo dos panos, essa seleção de “talentos” para Felipão nenhum botar defeito é uma força auxiliar de voto considerável, tende a se refletir indiretamente tanto nas pesquisas correntes de aprovação de governos como nas de intenções de voto para presidente da República, que continuam dando Dilma escandalosamente na frente. Só haveria segundo turno num cenário com Marina.

A oposição continua tonta no jogo, levando muita bola nas costas. Dilma, com a mão na máquina e na massa, com o reforço da Caixa, parece mesmo imbatível. Resta apurar, nas pesquisas, o efeito Caixa na sensibilização do eleitor torcedor, que fica muito vulnerável ao ser ao mesmo tempo mutuário da Caixa e torcedor do clube que ostenta a Caixa no peito, no ombro, no calção, etc, e ainda é cliente da Caixa. Será que esse eleitor “qualificado” e “marcado” é capaz de separar as coisas na hora de votar para presidente e governadores ?

Leia a matéria publicada no Globo de hoje.

O Globo
Nelson Lima Neto
Henrique Gomes Batista

Pressão política marca avanço da Caixa Econômica no patrocínio de times futebol

Banco pode estar em metade das camisas da séria A em 2014 -  CEF diz que resultados são satisfatórios

O velho slogan “Vem pra Caixa você também” nunca foi tão verdadeiro no mundo do futebol. Num movimento crescente, o banco estatal já destina R$ 97 milhões por ano a 11 times, estampando sua marca no espaço principal de patrocínio de camisas diversas das séries A e B do Campeonato Brasileiro. A quantia ultrapassa o que o Barcelona recebeu em 2013 da Qatar Airways - e está em viés de alta. A Caixa negocia patrocínios para Cruzeiro, Atlético Mineiro, Bahia, Fluminense, Sport, Ceará e Fortaleza. Se os compromissos vingarem, o logotipo do banco estará em 17 times de nove estados do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e Alagoas. Analisando por outro ângulo: se estes contratos saírem, na pior das hipóteses - levando em conta o sobe e desce que só se define no fim da competição nacional -, a Caixa estará no peito de 10 das 20 torcidas da série A de 2014.

Como líderes da classificação dos desembolsos para o futebol, estão Corinthians (R$ 31 milhões pela logomarca no peito e nas costas), Flamengo (25 milhões, para ocupar peito, ombro e calção) e Vasco, que receberá R$ 15 milhões por ano pelo espaço mais nobre (o peito) da camisa. Ainda na série A, três clubes recebem o mesmo valor, R$ 6 milhões cada um: Atlético Paranaense, Vitória e Coritiba. A Caixa também apoia três times de Santa Catarina, todos ainda na série B: Chapecoense (R$ 1 milhão), que garantiu acesso à primeira divisão em 2014, Figueirense e Avaí (R$ 1,75 milhão cada). A generosidade contempla ainda duas equipes a caminho da terceira divisão: Atlético Goianiense (GO), que recebe R$ 2,4 milhões, e o Asa de Arapiraca (AL), que tem contrato de R$ 1 milhão.

A briosa equipe nordestina, aliás, é o caso mais explícito de influência política no patrocínio. O senador Fernando Collor (PTB-AL) não esconde que foi ele o intermediário do apoio para o Asa de Arapiraca, segundo consta no site oficial do ex-presidente do Brasil. E há ainda o pedido para, em troca do patrocínio, ser o banco das prefeituras das cidades dos times. É o caso de Ceará e do Sport, segundo os presidentes dos dois clubes.

- Existia, sim, o nosso interesse. Mas as negociações não avançaram logo de imediato por causa do pedido da Caixa em ter as contas do município - confirma o presidente do Ceará, Evandro Leitão. - Chegamos a viajar a Brasília para saber dos detalhes. Eles nos impuseram essas condições e vimos as dificuldades crescendo desde estão. Chegamos a entrar em contato com algumas pessoas ligadas à prefeitura, mas eles nos explicaram que o atual contrato de serviço foi assinado recentemente com outras instituições. Estamos tentando por outras vias.

- Os clubes não podem rejeitar a oportunidade que um patrocinador como a Caixa está oferecendo. Não podemos nos dar a esse luxo. O futebol brasileiro já passou por essa multiplicação de um mesmo patrocínio. O Sport iniciou algumas conversas com o banco. Mas eles nos questionaram sobre as contas bancárias da prefeitura de Recife e isso é algo fora do nosso alcance. Vamos tentar contornar essa questão - acrescenta Luciano Bivar, presidente do Sport (PE).

Muitos dos envolvidos nas negociações estranham o fato de a empresa impor questões fora do âmbito do futebol para fechar contratos. O relacionamento político, entre dirigentes e diretores do banco aparece como fator importante para um futuro acerto. No site oficial do Bahia, por exemplo, o clube ressalta - em nota sobre as negociações de patrocínio - o fato de o presidente do banco estatal, Jorge Hereda, ser torcedor do tricolor baiano.

Camisa campeã

A profusão de times apoiados pelo banco, muitas vezes rivais na mesma cidade, gera polêmica. Na quarta-feira, por exemplo, a Caixa estaria de qualquer forma na camisa do vencedor da Copa do Brasil, uma vez que apoia tanto o campeão Flamengo como o vice-campeão Atlético Paranaense. Nesta sexta-feira, circulou a notícia de que o banco estava a um passo de macular o patrocínio mais famoso do país, da Unimed com o Fluminense. O tricolor carioca passaria a estampar a marca da estatal em algum ponto de sua camisa. O clube não confirmou a informação oficialmente.

O histórico de patrocínios generalizados conta com alguns casos no futebol brasileiro. Em 1987, a Coca-Cola estampou sua logomarca em todas as camisas dos clubes participantes, à exceção do Flamengo, patrocinado pela Petrobras. O objetivo da empresa era o de ganhar maior visibilidade no mercado nacional. Para agradar alguns clubes, aceitou até que seu nome aparecesse em cores diferentes do vermelho tradicional. Assim, pode ocupar as camisas de Grêmio - onde a cor é proscrita, por causa do rival Internacional -, Vasco e Botafogo, que se livraram da referência cromática ao Flamengo.

Em 2011, o banco privado BMG vinculou seu nome a pouco mais da metade da Série A do Campeonato Brasileiro. Ao todo, 11 clubes assinaram contrato com a instituição mineira. A relação, porém, ia além do simples investimento em troca de publicidade, incluindo parcerias para a contratação de jogadores. Dependendo da relação das diretorias com a cúpula da empresa, aumentam as chances de reforçar seu time.

Entre os “afiliados” da “Federação Caixa Econômica de Futebol”, não há reclamações. O Atlético-PR, o primeiro clube a fechar contrato com o banco - R$ 6 milhões por ano -, descarta qualquer descontentamento com a proliferação de patrocínios pelo país. Para Mauro Holzmann, diretor executivo de marketing do clube, a parceria agrada desde a assinatura.

- Não temos preconceito algum com o fato de ter mais clubes patrocinados pelo banco. Inclusive, até o nosso rival (Coritiba) está entre eles. No dia a dia, cada clube se relaciona com a Caixa da maneira que acha conveniente. Procuramos apoiar sempre qualquer iniciativa dos nossos parceiros. Só vejo benefícios. A Caixa precisa estar presente em atividades populares. Sempre comentei isso com a direção do banco.

Para o especialista em marketing esportivo Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, a pequena disposição do mercado para grandes investimentos torna a chegada da Caixa benéfica para os clubes. Com o banco, e frente às dificuldades para atrair patrocinadores nos últimos anos, o futebol brasileiro consegue sustentar um patamar de investimentos em estrutura e jogadores.

- O preço justo é o que o mercado aceita pagar. Sem a Caixa, certamente os valores não seriam melhores no momento atual, em que as empresas estão retraídas. Para ganhar mais, os clubes precisam agregar propriedades para os patrocinadores, melhorar a ativação e demonstrar, claramente, os ganhos com o investimento - explica ele, que não vê conflito de interesses com o fato de o mesmo patrocinador apoiar diversos clubes.

O professor Luiz Fernando Andreotti Turatti, especialista em marketing do Insper, afirma que a estratégia tem a ver com a posição do banco, voltada ao mercado mais popular. Ele aponta, contudo, que a estratégia pode não ser a mais correta:

- Há um fenômeno que se chama efeito paisagem, quando o impacto de uma propaganda se perde com o tempo. Isso pode ocorrer com o mesmo patrocínio em diversas camisas de futebol, porque reduz o efeito novidade. Da mesma forma, não há nenhum estudo sobre a necessidade de patrocinar times da mesma cidade ao mesmo tempo. Tampouco foi provado que os torcedores deixam de consumir um produto ou serviço por ele estar patrocinando clubes rivais.

Turatti afirma que a Caixa repete alguns erros do futebol brasileiro, como a falta de transparência. Turatti também explica que aqui no Brasil há apenas a logomarca na camisa, enquanto na Europa o envolvimento maior da marca com o clube é maior, em ações de promoção e envolvimento dos jogadores no marketing:

- Falta uma gestão profissional, tanto dos clubes como dos patrocinadores. E sempre há suspeitas. O que se diz no mercado é que a Caixa só patrocinou o Corinthians, que estava com a camisa sem anunciante, por pressão de um certo torcedor ilustre - especula o professor, referindo-se ao “maloqueiro e sofredor” Luiz Inácio Lula da Silva.

Plano de expansão

A Caixa começou a patrocinar os clubes em 2012. Clauir Luiz Santos, diretor de Marketing, afirma que o banco está preparando para dezembro uma grande avaliação da política de estampar a marca nas camisas dos clubes, mas adianta que, preliminarmente, os resultados são mais que satisfatórios. Ele afirma que a empresa quer, sim, ampliar o número de patrocinados, mas lembra que depende de aprovação orçamentária:

- A nossa proposta é ampliar um pouco, não muito, pois já estamos em um patamar alto - informa o diretor, sem adiantar nomes.

Ele afirma que sempre negocia a assunção de contas de prefeituras e governos estaduais em troca dos apoios, para incrementar a atividade do banco. Nega, no entanto, a pressão política na hora de definição dos apoios:

- É claro que às vezes um deputado, senador ou prefeito pede para conversarmos com o presidente do clube, e apenas conversamos, mas decidimos dentro de nossa estratégia. No caso de Alagoas, por exemplo, já tínhamos a conta do estado e da cidade de Arapiraca, então era lógico o apoio ao CRB (de Maceió) e ao ASA, mas o CRB tinha problemas de documentação. Agora, na hora da assinatura, não dá pra impedir que o político apareça, mas sempre tentamos evitar o uso de nosso patrocínio.

Santos explica ainda que a Caixa vai decidir se manterá o patrocínio para clubes que venham a cair para a série C, vai rever para baixo o valor empenhado com clubes rebaixados para a segunda divisão. Na outra ponta, deve ser ampliado o apoio para quem chegar à elite do futebol nacional. O banco também não pretende, segundo ele, aventurar-se em patrocínio de dois clubes nas cidades onde a rivalidade é mais intensa - caso de Grêmio e Internacional ou Guarani e Ponte Preta. A estatal também planeja intensificar o relacionamento com os patrocinados, a partir da criação do cartão de crédito de sócio-torcedor de Corinthians, do Atlético Paranaense e, no futuro, do Flamengo.

VIDRO LÍQUIDO : INVENÇÃO REVOLUCIONÁRIA

Postado por Berto Filho
Clicando no link 
http://olhardigital.uol.com.br/video/spray-de-vidro-liquido-protege-qualquer-material-contra-agua/38755

você vai assistir a um vídeo sobre o vidro líquido apresentado por um profissional fora-de-série chamado Walter Longo. Após ler sobre a carreira dele, você vai acreditar no produto porque Walter é o apresentador e porque o produto existe e sua eficácia é demonstrada ao vivo.

Walter na parada é porque vem aí uma campanha de Marketing do lançamento publicitário nacional do vidro líquido (provavelmente sob uma logomarca ainda não revelada) e, lendo o seu currículo, não duvido nada que ele deve ser o criador ou está por trás disso de alguma forma engenhosa.

O vídeo é um teaser que agita a imaginação, faz pensar.

Como sugeri em outro artigo publicado neste blog, “Alzheimer – Mão Esquerda” , comprar e passar a usar esse produto extraordinário (quando estiver disponível no mercado) vai fazer parte da quebra de rotina de sua vida. Nada será como antes ou como é hoje.

Pessoas assim como Walter Longo são admiráveis.

Segue um resumo de sua carreira, extraído do site walterlongo.com.br

Seus mais de quarenta anos de vida profissional estão distribuídos em múltiplas atividades e facetas, sempre bem sucedidas, mas abrangendo uma gama muito variada de segmentos e especialidades que fazem dele um profissional raro de ser encontrado, e ainda mais de ser definido.

Iniciou sua carreira aos dezenove anos como profissional de vendas, especializando-se, desde o início, em apresentações para grupos numerosos de potenciais clientes. O objetivo dele era vender mais, e essa inovação no estilo de abordagem possibilitava massificar os resultados.

A atuação "por atacado" desenvolveu nele o gosto por apresentações em público, e foi o embrião de sua futura e reconhecida faceta de palestrante que viria a desenvolver muitos anos depois através da participação em grandes eventos de mídia e comunicação, tanto no Brasil quanto na Europa, Estados Unidos e América Latina.

Enquanto trabalhava, Longo fazia faculdade de Administração, tendo posteriormente se especializado em marketing no Exterior (Califórnia/ EUA).

Das vendas, Longo passou para a área de marketing, iniciando também nessa fase sua atuação como empresário. Convidado por importante líder do setor de comunicações, associou-se na empreitada de desenvolver a atividade de eventos como ferramenta de mídia. Foi nesse período que teve atuação destacada como homem de show-business e entretenimento, organizando, promovendo e realizando mega-eventos musicais, esportivos e culturais no Brasil, Argentina e Estados Unidos.

Após oito anos nesse setor de eventos, Longo concluiu que era hora de expandir sua experiência e aproveitar mais de seu conhecimento e especialização em marketing. Foi então trabalhar na área de propaganda, como executivo de algumas das grandes agências nacionais e estrangeiras como MPM e Young&Rubicam.

Quando completava quase sete anos no Grupo Young&Rubicam, recebeu da matriz americana mais um desafio: lançar as operações de Marketing Direto do Grupo, no Brasil.Passou a acumular então a função de Presidente da Wunderman Brasil e, em pouco tempo, tornou-se um dos maiores especialistas do país em comunicação dirigida e database marketing.

Nessa época, final de 1995, Longo recebeu um convite irrecusável: participar da experiência pioneira de lançar uma nova mídia segmentada no País. Esse convite o levou para a presidência da TVA, empresa de TV por Assinatura do Grupo Abril.

Durante cinco anos à frente desse projeto, Longo e a equipe da TVA ampliaram o número de assinantes dos iniciais 12 mil para mais de 800 mil, elevando seu faturamento anual de quatorze para trezentos milhões de dólares.

A relevância que a TVA alcançou sob sua liderança levou Longo à Presidência da ABTA - Associação Brasileira de TV por Assinatura, onde posteriormente foi eleito à Presidência do Conselho. Foi nesse período também que Longo acabou sendo eleito o Profissional de Veículo do Ano/Prêmio Caboré, entre outros.

Após deixar a presidência da TVA montou sua própria empresa de consultoria de marketing, a Unimark/Longo, e tornou-se membro de vários conselhos de empresas de telecomunicações e entretenimento no Brasil e Exterior.

Em 1998, associou-se ao Newcomm Bates, um dos maiores grupos de propaganda em nosso país e, em apenas 3 anos, tornou-se sócio e Presidente do Grupo, composto por sete empresas especializadas em múltiplas ferramentas de comunicação.

Em 2002 fundou a Synapsys, a primeira empresa de Advertainment do país, que presidiu como mentor e CEO até 2005.Durante este período, iniciou também as operações da nova empresa nos Estados Unidos, criando a Synapsys International.

Em 2006, retornou ao Grupo Newcomm (holding formada pela associação de Roberto Justus e o Grupo WPP) como Mentor de Estratégia e Inovação, onde permanece até hoje. É também Presidente da Grey Brasil.

Walter Longo é membro de vários conselhos de empresas de telecomunicações, articulista de múltiplas publicações além de autor, entre outros, dos livros "Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência de explicar - Ed. Atlas" e "O Marketing na Era do NEXO - Ed.BestSeller".

ALZHEIMER - MÃO ESQUERDA


Postado por Berto Filho

Sobre o Alzheimer, vale a pena ler, mesmo que você não tenha este problema na família. O texto é de 
Roberto Goldkorn, psicólogo e escritor,  e chegou à minha máquina por obra de um informante que pretende continuar anônimo.
"Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia o Infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranqüilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos; prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que....', frase que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas?
Como?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida 'bandida'.

Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer.
Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido ou de uma localidade onde estive há trinta anos.. Leiam e se empenhem
em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas
medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro. Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha ? Hum... Preocupante). Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal,
pela felicidade. 
Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de
vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.
Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de
exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço contrário;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando
isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.
A proposta é mudar o comportamento rotineiro.
Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado, estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar! 
 Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado?
Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o mouse com a mão esquerda? Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer! A cada 1 minuto de tristeza perdemos a oportunidade de sermos felizes por 60 segundos.
Obs.: Esta mensagem me foi enviada com a mão esquerda. Também estou te enviando com a mão esquerda.


 


O CUSTO DA CORRUPÇÃO NO BRASIL

Postado por Berto Filho

O artigo a seguir foi publicado em inglês na revista americana Forbes em 28 de novembro. A intenção é estimar o custo da corrupção no Brasil e mostrar o que esse montante colossal (cerca de 2% do PIB) garfado da economia e usado criminosamente por agentes públicos e políticos nos subterrâneos do sistema financeiro com a cumplicidade de maus empresários, poderia proporcionar de benefícios à população brasileira caso a corrupção tivesse sido zerada.

A meta de qualquer governo novo que tenha peito e votos para tirar o PT do poder é corrupção zero. É a causa de todos os males. Forbes enxergou bem.

Dizem os acomodados ou otimistas que um pouco de corrupção, em nível tolerável (o que seria isso ?!), faz a economia e a política andarem sem o risco de os operadores serem levados à barra dos tribunais, causando tensões intermináveis no cotidiano das pessoa de bem. Sem virar caso de polícia. Tire você mesmo as conclusões.

Provavelmente minha tradução heterodoxa, com pequenas inserções autorais e a colaboração de alguns tradutores online disponíveis na internet, não vai bater literalmente com a tradução do original feita por leitores mais capazes na língua inglesa. Mas o que vale é o sentido. Em seguida ao texto em português, segue o texto original.


Brasil x Corrupção

O custo da corrupção no Brasil poderá chegar a U$ 53 bilhões somente este ano
Muitos brasileiros ainda estão assistindo, incrédulos, ao psicodrama das prisões das principais figuras do Mensalão, o esquema (operado e liderado pelo PT) em que recursos públicos foram usados ​​para comprar apoio político para o então governo Lula da Silva e para pagar dívidas de campanhas eleitorais.  Uma das maiores questões que envolvem o imbróglio é: quanto dinheiro exatamente foi desviado para os bolsos de funcionários corruptos e políticos?

De acordo com o inquérito iniciado em 2005 e realizado pelo Ministério Público, Polícia Federal e Tribunal de Contas da União. o grande caso de caixa-para-votos envolveu perto de R$ 100 milhões (US $ 43 milhões) desviados de contribuintes. Não admira por isso que o procurador-geral Roberto Gurgel chamou esse esquema de corrupção de o mais ousado e ultrajante desvio de fundos públicos já visto no Brasil. E isso pode ser apenas a ponta do iceberg. Um estudo de 2010 feito pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) estimou que o custo médio anual da corrupção no Brasil fica entre 1,38% a 2,3% do PIB.

O Banco Mundial apresenta o Brasil em seu banco de dados com um PIB de U$ 2,253 trilhões em 2012, enquanto a OCDE calcula que o Brasil vai crescer 2,5% este ano. Se os números do estudo da FIESP estão corretos, apenas em 2013, algo entre 32 e 53,1 bilhões dólares podem entrar na rubrica corrupção. Essa bolada fica fora da contabilidade dos fluxos financeiros que determinam o crescimento da economia.

Se esse dinheiro tivesse sido investido no precário sistema de ensino, o número de estudantes brasileiros matriculados no ensino fundamental poderia aumentar dos atuais 34 milhões para 51 milhões de estudantes. Se os 53 bilhões de dólares da corrupção entrassem na economia formal e fossem aplicados no combalido sistema de saúde pública, o número de leitos disponíveis nos hospitais públicos poderia quase dobrar, de 367.397 para 694.409.

O mesmo dinheiro poderia inserir mais de 2,9 milhões de famílias brasileiras no sistema habitacional, permitindo servir 23,3 milhões de domicílios adicionais que não estão providos por tratamento de água e esgoto.

E assim por diante.

Quanto ao sistema de infra-estrutura do Brasil, um dos calcanhares de Aquiles, o dinheiro desviado de fundos públicos poderia ser usado para construir 277 novos aeroportos no país, uma ajuda muito necessária, considerando os preparativos para o país sediar a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, dois mega-eventos que exigem avanços ciclópicos na capacidade e eficiência gerencial dos aeroportos, .

Apesar de todos esses claros sinais negativos, o Brasil melhorou seus níveis de combate à corrupção. A Transparência Internacional lista o país como o 43 º país mais corrupto do mundo em um ranking com 180 países em que aqueles que estão no final da lista são os menos corruptos.

Para resolver esse enorme problema - a corrupção - as lideranças devem assumir, como ponto de honra, realizar mudanças radicais no seu sistema político, dar maior transparência à movimentação de todos os fundos captados para promover candidatos, partidos políticos e as campanhas eleitorais, fazer as reformas no sistema judicial, aprimorar o funcionamento da máquina do Estado, o sistema fiscal e aumentar os controles sobre o gasto público.

Em outras palavras, seria um bom começo para melhorar o país um governo melhor administrado, com uma população menos dependente de um Estado mais enxuto e eficiente.

O escândalo do Mensalão sufocou o atendimento a todas essas demandas, absolutamente indispensável para transformar o Brasil em um lugar mais atraente para os investidores internacionais.

O país do futuro ainda é refém de seu passado.
Entretanto, e enquanto ninguém assume o controle da situação, os brasileiros, infelizmente, vão continuar a pagar a conta para seus políticos corruptos fora de controle.


Brazil x Corruption

The cost of corruption in Brazil could be up to $53 billion just this year alone

As many Brazilians are still watching incredulously the imprisonments of the principal figures in the Mensalão (“Big Monthly Payment”) scandal, the scheme in which public funds were used to buy political support for the then-Lula da Silva government and to pay off debts from election campaigns, one of the biggest questions surrounding the imbroglio is: how much money exactly was diverted into the pockets of corrupt officials and politicians?

According to the investigation initiated in 2005 and carried out by Brazil’s Public Ministry, the country’s Federal Police and the Brazilian Court of Audit, the huge cash-for-votes case involved some R$ 100 million ($43 million) siphoned from taxpayers’ money. No wonder why Brazil’s Attorney General Roberto Gurgel called it “the most daring and outrageous corruption scheme and embezzlement of public funds ever seen in Brazil.”

And that could just be the tip of the iceberg. A 2010 study by the FIESP (the Federation of Industries of Sao Paulo State, in its acronym in Portuguese), the average annual cost of corruption in Brazil is between 1.38% to 2.3% of the country’s total GDP. The World Bank lists Brazil in its database with a GDP of $2.253 trillion as of 2012, while the OECD expects Brazil to grow 2.5% this year.

If the numbers of the FIESP study are to be believed, just in 2013 something between $32 billion and $53.1 billion can be accounted as “corruption money,” which, it is important to remember, gets out of circulation that hits growth. To put into perspective, if that money was invested in Brazil’s precarious education system, the number of Brazilian students enrolled in elementary school could be improved from its current 34.5 million to 51 million.

Should that money be invested in the public health system, the number of beds available in Brazil’s public hospitals could almost double, from 367.397 to 694.409. That same money could house more than 2.9 million Brazilian families and sanitation to reach an additional 23.3 million households that aren’t on the public sewer system.

And so it goes on. As for Brazil’s infrastructure system, one of the country’s Achilles heels, the money diverted from public funds could be used to build 277 new airports in the country, a much needed help considering that it is under scrutiny as it prepares to host the 2014 FIFA World Cup and the 2016 Summer Olympics, with both events requiring advances in airport capacity and efficiency.

Sure Brazil has improved its corruption levels — Transparency International lists the country as the world’s 43rd most corrupt nation in a ranking with 180 countries in which the ones at the bottom of the list are the least corrupt. To tackle that huge problem, changes in its political system and more transparency in what concerns all funds raised in order to promote candidates, political parties, or policies in elections, reforms in the judicial system and in the way of functioning of the machinery of the state, in the fiscal system and an increase in control of public expenditure.

In other words, a better administered government, and a leaner, less state-dependent country, would be a good start. The Mensalão scandal highlighted all those needs, which are necessary in order to turn Brazil into an easier place for international investors to do business. (“The ‘Country Of The Future’ is still hostage to its past,” as I wrote back in June.)

In the meantime, and while nobody takes control of the situation, Brazilians unfortunately will keep paying the bill for their out-of-control corrupt politicians.

(Published by Forbes – November 28, 2013)


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

CORREÇÃO DA POUPANÇA PODE FICAR PARA 2014

Postado por Berto Filho
Fonte : Folha de São Paulo


A definição do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a correção das cadernetas de poupança nos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2 (1991) pode ficar para o ano que vem. Com início marcado para a próxima quarta (27), o julgamento atinge cerca de 400 mil ações que pedem a indenização de perdas com a correção das poupanças nesses planos econômicos.

Conforme a Folha apurou, ministros da corte apostam em dois cenários: um deles é o simples adiamento do julgamento, marcado para a próxima quarta-feira, e o outro é a apresentação de um pedido de vista durante a análise do processo.

O governo tem feito forte pressão para influenciar o STF no julgamento. Na sexta-feira (22) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estiveram no tribunal e se reuniram com o presidente Joaquim Barbosa. Eles mostraram estudos sobre os impactos de uma eventual decisão do STF estabelecendo que a poupança não foi corrigida corretamente durante a implementação dos planos, e que os poupadores devem ser ressarcidos.

A estimativa do BC é que isso acarretaria uma perda de R$ 150 bilhões para os bancos, e também pode gerar uma retração de R$ 1 trilhão no crédito do país. Alguns dos ministros do STF, no entanto, acreditam que o cenário projetado pela equipe econômica do governo está superestimado, segundo a Folha apurou. Outros, entendem que é preciso analisar melhor o quadro antes de tomar uma posição final.

A corte deve contar com apenas nove votos no processo, uma vez que a expectativa é que os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux se declarem impedidos e não participem do julgamento. Barroso, antes de ingressar no STF, atuou como advogado em processos sobre planos econômicos. A filha de Fux trabalha no escritório do advogado Sérgio Bermudes, que defende os bancos.

Caso não ocorra o adiamento do julgamento, ministros ouvidos pela Folha apostam num pedido de vista que acabaria por levar o caso para 2014.

Meu comentário : o jogo de empurra empurra vai garfando o bolso dos poupadores. A hecatombe anti-banco e anti-crédito prenunciada pela área econômica nesse papo aflito com Joaquim vai acabar fazendo efeito nos ministros que estão em cima do muro. Não sei se o STF tem conhecimento e  cultura técnica  profundos dos números da economia que o autorizem a tomar uma decisão como clama a sociedade.

Outra coisa : os ministros impedidos, por consenso moral, por já terem defendido interesses dos bancos não deveriam ter sido alçados a esse posto com essa restrição curricular. Você não acha ?   
Bancos ganham muito no governo do PT - aliás, em qualquer governo - e não deveriam ser protegidos pelo STF para não pagarem defasagens devidas de poupança, que são clamorosas e fazem falta ao bolso  dos cidadãos comuns e mortais. Principalmente no fim do ano, véspera de Natal, etc.

domingo, 24 de novembro de 2013

DEBATE NA VEJA SOBRE O MENSALÃO

Postado por Berto Filho
Recomendo ver e ouvir o debate dos jornalistas Augusto Nunes, Marco Antonio Villa, Carlos Graeb e Reinaldo Azevedo travado na última 5a.feira, 21, na redação da Veja, sobre o mensalão, a romaria dos políticos do PT e familiares dos presos petistas às celas (Brasilia é  a cidade preferida para cumprir as penas porque o governador é do PT e já deu uma amostra, esta semana, da estratégia para suavizar a cana dando a sua mãozinha solidária) provocando a reação dos familiares dos presos comuns que foi interpretada pelo Villa, com certo exagero, como o acirramento de uma "luta de classes" por parte desses familiares contra as regalias concedidas aos visitantes dos políticos presos. O ministro Jaquim
Barbosa, alvo de campanha racial difamatória pelas redes sociais operadas pela esquerda, teve que mudar o juiz titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para pôr um pouco mais de ordem e comando no presídio da Papuda, que ameaçava tornar-se um santuário povoado de mártires sem culpa e não um um local para cumprimento de penas justas sentenciadas pela Suprema Corte de um regime que ainda é democrático, na sua essência, mas sob o perigo permaente de surtos de censura e autoritarismo bolivariano. 

Embora os jornalistas debatedores sejam todos do mesmo lado ideológico, considerado pela esquerda como golpista, seus comentários são lúcidos e devem ser analisados até por quem pensa de forma diametralmente oposta. É da democrcia. 

Só falta o Lula pedir ao povo o segundo mandato para Dilma como forma de vingança cotra a condenação e as prisões dos petistas presos. Será que falta ? 

No link :
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/mensalao/

MÚSICA E REVOLUÇÃO

Postado por Berto Filho

São Paulo, 1932. Soldados revolucionários paulistas partem para o combate contra as forças do estado central de Getúlio levando nos lábios a canção de Sivan “Se ela perguntar”. 25 anos depois, em 21 de junho de 1957, Sivan envia uma carta ao médico radialista Paulo Roberto, criador do famoso programa “Obrigado, Doutor” da Rádio Nacional, na qual tenta descrever uma emoção intraduzível :

“Na noite de ontem, ao final do seu programa GALERIA MUSICAL SANBRA, quando você pôs aquele leve toque de “suspense” na apresentação de “Se ela perguntar”, recuei subitamente a 1932. E revivi, emocionado, a velha rua de São Bento, na capital bandeirante, numa tarde ensolarada, quando os batalhões de reservistas e voluntários desfilavam rumo à frente de combate, alimentando a fogueira da revolução paulista. Aqueles rapazes marchavam cantando “Se ela perguntar”, transformando minha valsa num hino e me fazendo pairar muito acima de tudo aquilo, tangido pelo sutil sentimento de uma gloriosa alegria ! E eu chorei, Paulo Roberto ! Não silenciosamente, mas em soluços, incapaz de conter a tremenda emoção. Fazia muito tempo que eu não chorava, às vezes chorar faz bem, especialmente quando a gente chora como se estivesse cantando...”
Sivan Castelo Neto, compositor paulista, viveu um grande momento na Revolução de 1932, um marco da índole do bandeirantismo e da História de São Paulo.

Conta Lauro Gomes de Araújo no livro “Sivan Castelo Neto, as muitas faces de um artista” que, na obra do pesquisador Jairo Severiano “Getúlio Vargas e a Música Popular”, está consignada uma paródia sobre a valsa-romance de Sivan, com o título modificado para “Se ELE perguntar”, sob a autoria de V. de Castro, que seria o compositor Ary Kerner Veiga de Castro, comprovando a força popular da melodia de Sivan para além do sentimento político e do confronto militar.

LETRA DA PARÓDIA “SE ELE PERGUNTAR”

“Quando eu o deixei no Catete a sonhar
tal qual um querubim
nem sequer pensei que pudesse acabar
um sonho tão lindo assim ...

Quando ELE souber que eu também já me alistei
Decerto o estrilo vai dar, eu sei

Se ELE perguntar você diga que eu vou bem
Que em breve no Rio hei de estar ...

Sempre que você o avistar
Dê-lhe recomendações
Diga-lhe : “São Paulo vai ganhar”
Não tenha mais ilusões
Quer queira ou não o retranca João virá à constituição

Diga-lhe que não esqueceria
Um cardeal eu levaria ...
Góis, Oswaldo Aranha e Juarez
Dizem com os seus botões :
Se em São Paulo entrarmos dessa vez, nada de contemplações
Mas esta coisa não vai ser assim
Bem diferente é o fim
Tire-lhes amigo a ilusão
Não tenha piedade não”
(ninguém compra mais “chuchu”)

Conforme Lauro Gomes, a música de Sivan não somente teve um valor saudosista para aqueles que combateram, como serviu de veículo para divulgação, nas rádios paulistas, de “charges sonoras” que faziam parte da temática psicológica dos revoltosos, de desmoralização do poder central sediado no Rio.

A letra da paródia satirizava figuras do lado getulista que São Paulo não conseguia engolir, como Oswaldo Aranha, Góis Monteiro e Juarez Távora, este último famoso como um dos Tenentes Interventores. O Cardeal mencionado ao fim da segunda estrofe era o Cardeal Dom Sebastião Leme, que, segundo o livro do coronel Herculano C. da Silva “A Revolução Constitucionalista” (Rio, 1932, fls 89), “coadjuvou o golpe de misericórdia vibrado por elevadas patentes do Exército e da Marinha” que terminou por dobrar a resistência paulista. O historiador Hélio Silva reproduz em sua obra “1932 – a Guerra Paulista”, uma publicação do jornal Diário de São Paulo, de 2 de agosto de 1932, sobre a manifestação política no Rio de Janeiro, de apoio aos paulistas : “O golpe de estado na Capital da República constituiria o remate à sublevação do Rio Grande e de Minas, forçando a renúncia de Vargas.”

Música e Revolução às vezes andam juntas.






sábado, 23 de novembro de 2013

"I'LL BE SEEING YOU" E A SEGUNDA GUERRA

 Postado por Berto Filho

Por ser filho de compositor e irmão de compositora, tenho um hábito que me torna um monge : gosto de escrever sobre uma música viajando até as suas origens. Para mim é muito precioso saber quem criou, entender sua cabeça, o momento e o contexto da criação. Da teoria à prática.

"I'll Be Seeing You", música de
Sammy Fain e letra de Irving Kahal, editada em 1938, foi inicialmente inserida no musical da Broadway "Right This Way", que só durou 15 shows.
A criação musical foi bem mais longe : adquiriu o status de ícone sonoro dos anos 40.

De fato, melodia e letra ganharam forte emotividade no tempo das partituras. toca-discos, transmissões radiofônicas e aparelhos de rádio porque se tornou um hino dos soldados americanos e ingleses que serviam no exterior na 2a. Guerra Mundial, Vem daí sua mportâcia.

O preâmbulo é uma metáfora do momento histórico :

"Sinos da catedral anunciam e nossos corações ressoam :
Será a magia de Paris ou o amanhecer de abril ?
Quem sabe se nos encontraremos novamente ?
Mas, quando os sinos da manhã tocarem docemente de novo ...
...I'll be seeing you in all the old familiar places...
(Eu vou estar vendo você em todos os velhos lugares familiares ...)"


Enquanto a música se desenvolve, as palavras assumem um tom de despedida casual que prenuncia o reencontro depois da guerra. Um romântico e certeio prognóstico de que a guerra teria um fim e que todos voltariam para casa e para suas famílias. A gente sabe que não é exatamente assim, muitos morrem em combate, mas fica a mensagem.

"I'll Be Seeing You" é uma daquelas músicas que parecem atuais a cada momento em que a ouvimos, sempre com aquele ar de melancolia e saudade, seja com Frank Sinatra nos anos 40 ou, mais próximo, na voz rouquenha do roqueiro Rod Stewart (link no fnal dsss texto), um dos cantores da nova geração comprometidos com o pop, a quem o mainstream da música americana deve sua contínua audição mundo afora em CDs, shows ao vivo e no Youtube. A música eterna tem começo mas não tem fim.

Faça um mergulho no ambiente da II Guerra Mundial, e verifique se, de fato, há alguma sintonia entre a letra, o clima da melodia e as expectativas daqueles anos tormentosos.

I'll be seeing you in all the old familiar places
That this heart of mine embraces all day through
In that small café, the park across the way
The children's carousel, the chestnut trees, the wishing well

I'll be seeing you in every lovely summer's day
In everything that's light and gay
I'll always think of you that way
I'll find you in the mornin' sun
And when the night is new
I'll be looking at the moon
But I'll be seeing you


http://www.youtube.com/watch?v=i-KkwTqPWAE

THE SHADOW OF YOUR SMILE

Postado por Berto Filho
Gosto muito da interpretação de Kiri Te Kanawa, piano, baixo e guitarra nessa melodia soberba do compositor americano Johnny Mandel.

A magnífica soprano neozelandesa Kiri se desprende da ópera e se metamorfoseia em puro jazz de NY, como convém a uma diva de fantásticos recursos vocais.

Confira.
http://www.youtube.com/watch?v=DCKrijR0kIw

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

DE SUA ETERNA DOLLY

Postado por Berto Filho

Cadelinhas e cachorrinhos de estimação, um montão de amigos meus tem. É para eles, os donos, que eu publico a cartinha de uma cadelinha muito querida, chamada Dolly, que deixou este planeta e sua casa no dia 05 de fevereiro de 2008, fazem quase 6 anos. Recordar é viver.
Duvido que você não deixe uma lágrima rolar. 


"Oi, minha querida família,
Minhas irmãzinhas Ana Luiza e Gabriela
com cópia para meus paizinhos Michaell e Claudia, meus avós de criação Edith, Toninho, Marisa e Berto, minhas tiazinhas Sandrinha e Patricia, meus tiozaços Roger e Henry, minha priminha Yasmin e minha coleguinha Teca

Eu tive que ir nesta 2ª. feira de Carnaval, 05 de fevereiro. Eu não queria deixar vocês mas vejam só como são as coisas. Eu já tinha 11 anos ou 77 anos humanos de vida.... Acho que até passei da hora, e acabei ficando mais tempo por causa do carinho e da alegria de vocês.

Quero que lembrem de mim como aquele pedacinho de algodão, aquela nuvenzinha branquinha feito um carneirinho que morava no céu das suas vidas e dormia com vocês nas suas caminhas.

Olha só porque eu tive que partir para um outro céu cheio de coleguinhas barulhentos, tenho até que colocar as patinhas dianteiras no ouvido para não ouvir tanto latido, minha nossa ! Aí embaixo na terra já não enxergava, minhas patinhas, meu corpo não obedeciam mais ao comando do meu cérebro. É isso mesmo, cachorro também tem cérebro, coração e sentimentos. Eu ria e fazia festinha quando vocês estavam alegres, e também chorava junto com vocês quando havia motivo. Sabe, é um dever de solidariedade, de amizade, não acham ? Cachorro também chora, principalmente quando fica sozinho. Eu fiquei sozinha muitas vezes durante mais de um dia e até tentei bater papo, jogar conversa fora com a calopsita para passar o tempo até vocês chegarem. E ficava rezando para vocês voltarem logo, e quando ouvia a chave girando na fechadura e vocês abriam a porta meu rabinho não parava de balançar freneticamente e eu dava pulos olímpicos, me jogava nos seus bracinhos, demonstrando a minha alegria por terem vocês de volta.

E, por favor, não fiquem com remorso disso não, porque eu entendo perfeitamente que vocês têm que ir à escola, fazer compras, pagar contas, se divertir, e você, mamãe Claudinha, às vezes não tinha com quem me deixar ... Parem de soluçar, meus amores. Meu amor por vocês sempre foi e sempre será dedicado, leal. Ou vocês conhecem um ser humano que seja melhor que um cãozinho ou uma cadelinha ?

Agora, sim, estou enxergando de novo, estou vendo vocês aí tristes porque fui embora... mas pensem em mim com a mesma alegria com que brincavam comigo nos milhares de dias e nas 100 mil horas de minha vida nas quais brincamos, e como brincamos !!! Vocês me enfeitavam com lacinhos, laçarotes no meu pescocinho, com roupinhas coloridas, fantasias brincalhonas... ah, como era bom brincar com vocês e ser a sua palhacinha !!!

Vocês me disputavam, disputavam a minha companhia nos seus colinhos... e como era bom esse colinho ! Colinho da Claudia, do Mike e também da vovó Marisa, minha segunda mãe, não é mãezinha Claudia? Ah, tem a vovó Edith sim e aí o páreo é duro, ter que escolher é difícil, então eu acho que sempre fui muito querida por todos, pelo vovô Toninho, pela tia Sandra e pelo vovô Berto, pelo Roger, pela Patricia, pelo Henry, pela Yasmin e por todos os amiguinhos que você, Lulu, e você, Gabi, me apresentaram em todos esses anos. Puxa, quantos amiguinhos vocês têm ! É bom ter amigos, não é ? Mas amigos de verdade, amigos que chegam junto nas horas piores... como vocês sempre foram comigo.

Acho que cumpri o meu dever na terra, que era habitar as suas vidas por um tempo, dar e receber amor, aprendi a fazer cocô e xixi sempre no lugar certo, em todas as casas e apartamentos para onde vocês me levavam. E podem crer, fui muito bem alimentada, comi da boa e da melhor ração e também experimentei muitas comidinhas que vocês comem... olha, às vezes o sabor da sua comidinha era melhor que o da minha ...

É claro que estou sentindo e vou sentir muito sua falta porque vi vocês nascerem e crescerem até ficarem essas meninas moças cheias de charme que vão viver a vida com a alegria e o desejo de viver que seus pais lhes ensinaram, mas, prestem bem atenção, tratem bem seus pais e seus parentes queridos e sigam os seus sábios conselhos.

Eles querem a sua felicidade e para isso estão trabalhando muito, dando um duro danado. Porque a vida é assim, exige muito de cada um de nós para que a felicidade seja alcançada. E o que é felicidade ? São os momentos alegres que compartilhamos juntos, é termos nos conhecido e vivido na mesma casa.

Agora, enxuguem suas lágrimas, me dêem um sorriso e um colinho apertado.
Estou mandando muitos beijinhos e muitas lambidas de gratidão para todos vocês.
Lembrem de mim viva, sapeca, enxergando bem e correndo para os seus bracinhos à procura de um carinho, de um colinho.

É assim que quero ser lembrada, certo ?
Mandem fotos minhas para todos, mas só aquelas fotos em que eu aparecer numa boa, do tempo que eu enxergava, tá certo ?

Da sua eterna
Dolly"

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

MENSALÕES, TRENSALÃO E FISCALÃO

Postado por Berto Filho
O mensalão mor dos 25 condenados pelo Supremo e seu filhote mineiro que nasceu antes do mensalão federal (os prazos estão caducando), o trensalão paulista (dos trens e metrô) - engatável no trensalão brasiliano e num possível trensalão federal (CBTU) - e o fiscalão paulistano (do assalto aos cofres da Prefeitura) dominam o noticiário político-policial e fazem estragos em todos os quintais e condomínios partidários. Sobra pra todo mundo.

O eleitor, principalmente o paulista (maior colégio eleitoral do país) está tonto como cego em tiroteio e não sabe mais de onde parte a bala da corrupção. Se o combate sem tréguas à corrupção é uma imposição das ruas, em que candidatos confiar (nas eleições de 2014) se a lama está engolindo todo mundo ?

A Globo não esconde nada. O tempo do JN deste noite, dedicado ao trensalão paulista, foi maior que o gasto com a martírio midiático do deputado José Genoino, uma forma de espetacularização similar à que vários dirigentes e parlamentares do PT atribuem ao ministro Joaquim Barbosa por ter escolhido 15 de novembro, dia da Proclamação da República, como a data da ordem das prisões coletivas sem a prévia emissão das cartas de sentença. Traduzida como açodamento. Joaquim Barbosa pode se desincompatibilizar até março de 2014 para se candidatar a cargo eletivo.mas terá peito e condições ?

Longe de mim imaginar que aquele que se autoproclama o torturado do Araguaia está fazendo cena pra tocar a plateia, provocar um vale de lágrimas de sofrimento pelo seu calvário e ajudar a reescrever o roteiro de sua glória guerrilheira, manchado por esta condenação. A cada um sua cruz, pelos pecados que terá cometido.

Para prevenir acusação de carrasco perverso, Joaquim Barbosa afrouxou o laço e autorizou a prisão,domiciliar ou hospitalar, temporária, até que a seleção de médicos públicos escalados pelo STF, Câmara Federal e outras instituições constate o estado real de sua saúde e forneça um atestado de que ele corre ou não risco de morte se permanecer preso na Papuda ou num presídio paulista em regime semi-aberto. Outro lenitivo é a possível decretação de sua aposentadoria por invalidez permanente, um modo não convencional de transformar a prisão em regime fechado em uma prisão em casa e com todos os direitos de assistência à saúde que o parlamentar presidiário parece estar necessitando. E ainda existe a opção da graça do indulto presidencial, mas aí Dilma vai entrar no redemoinho e isso pode turvar as águas calmas de sua atual colocação no ranking das pesquisas.

A culpa pelo não desejável infarto será jogada no negão e na mídia “golpista”, adjetivação preferida dos blogueiros da esquerda patrocinados por estatais aparelhadas pelo PT.

Dilma, o PT e o governo federal querem blindar as eleições de contaminação por esse episódio tenebroso, uma cobra de duas cabeças. Tanto pode tirar como atrair votos, dependendo de sua decodificação e leitura pelas ruas. Não é nenhuma loucura prognosticar-se que a heroicização de Genoino poderá se tornar munição eleitoral do PT se algo de mau lhe acontecer e se essa vitimização for assimilada pelo eleitor das periferias, cuja mente vem sendo trabalhada com inteligência por jogadas de mestre como o Mais Médicos e o Minha Casa Minha Vida (turbinado pelo Minha Casa Melhor com financiamento da Caixa Econômica para a realização dos sonhos de consumo da nova classe média). Esses programas trazem votos aos magotes - é bom lembrar, votos também para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pré candidato ao governo de São Paulo, no momento em que as administrações do PSDB desde 1998 nesse estado estão sendo bombardeadas pelos mísseis do trensalão. O navio do PSDB em São Paulo pode estar fazendo água porque a mídia está tratando com absoluta isonomia os malfeitos de todas as partes sem olhar a bandeira.

A divulgação dos malfeitos dos mensalões parece não ter efeito eleitoral consistente. Em 2010 o voto passou batido pelo mensalão federal e deu Dilma. As consequências e a morfologia dos mensalões são de difícil compreensão por terem uma linguagem tecnicista, hermética, e não serem tão populares quanto as medidas assistencialistas do Estado provedor. O eleitorado da base parece infenso à sinalização gramsciana do perigo de estarmos sendo levados, sem perceber, para uma ditadura violenta de esquerda.

As pesquisas que vêm aí possivelmente vão retratar os efeitos do ciclone. Marina Silva ficou de bico calado e pode se beneficiar de estar fora desse fogo cruzado federal que varre os céus e prisões de Brasília. E porque talvez ainda seja titular das intenções de voto que acumulou nas pesquisas anteriores. Intenções que são o seu capital e trunfo para, se for o caso, convencer o PSB a inverter a chapa : ela, para presidente, e Eduardo Campos, para vice. Faz mais sentido.

O PT, que se acha a grande “vítima” do STF, tenta arrastar o PSDB e outros partidos para o fundo do poço junto com ele. O compartilhamento negativo não reduz a percepção geral de sua culpa no cartório mas confunde as coisas.


Aproxima-se a fim do ano. Tempo de trégua, Papai-Noel e Jesus de Nazaré. Reveillon, micaretas, carnaval e Copa do Mundo. Muito circo, pouco pão e salve a seleção. Salve-nos a seleção.

VALÉRIO, BRAÇO ERGUIDO, PUNHO CERRADO

Postado por Berto Filho

O autor do texto, Demetrio Martinelli Magnoli,
é jornalista, sociólogo e geógrafo brasileiro. Em 2012, foi denominado pela revista "Época" de um dos "novos trombones da direita". Virou casaca : quando era universitário nos anos 1980 foi militante de extrema esquerda (da facção Liberdade e Luta - Libelu, uma organização trotskista. Deve ter ficado arrependido. Nos tempos românticos da juventude não anarquista, o jovem quer mudar o mundo, feito um manifestante de junho, mas sem máscaras, sem coquetel Molotov, sem depredar e sem agredir ninguém. 


"O governo e o PT difamam, mas nada fazem de concreto contra o ‘tribunal de exceção’. A estratégia do Planalto e do partido é provocar um alarido pontual.

Marcos Valério reencontrou-se com José Dirceu e José Genoino no avião da Polícia Federal estacionado na Base Aérea da Pampulha, em Belo Horizonte. Braço esquerdo erguido, punho cerrado, o operador principal do mensalão virou-se para os fotógrafos enquanto subia as escadas da aeronave. Na sua conta do Twitter, ele também se declarou um preso político.

Não, a notícia acima não saiu em nenhum jornal — porque não aconteceu. Valério não teve o senso de humor para reproduzir o gesto das duas lideranças petistas. A Ação Penal 470 é alvo de uma curiosa narrativa emanada do PT: os implicados no esquema são “presos políticos” injustiçados, nos casos de dirigentes do partido, mas presos comuns condenados por crimes de corrupção, nos casos dos operadores financeiros do mensalão. Entretanto, essa duplicidade mais aparente, e um tanto desmoralizante, é apenas a superfície. Atrás das fotografias dos condenados de braço erguido e punho cerrado elabora-se uma segunda duplicidade de consequências danosas para as instituições democráticas.

O gesto de Dirceu e Genoino pode ser interpretado como simples compensação psicológica. Eles sabem que a mitologia política que os cerca, de combatentes pela liberdade, foi inapelavelmente destroçada pelas condenações. Quando erguem os braços e cerram os punhos, estão fabricando uma autoilusão: a ideia de que o passado se repete e, uma vez mais, um sistema opressivo persegue os justos. As imagens que geraram no dia das prisões são cenas de um filme antigo, apenas em versão de pastelão. A democracia pode viver com elas — e, também, com as patéticas opiniões dos seus protagonistas sobre a natureza do julgamento que tiveram no STF.

Contudo, o gesto farsesco de Dirceu e Genoino é mais que isso, pois faz parte de uma encenação política que envolve o PT e o governo. A rede de porta-vozes informais do PT cantou em uníssono a melodia do “julgamento político”, reverberando uma nota oficial do partido assinada por Rui Falcão. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, um ex-presidente do PT, escreveu um artigo com a mesma acusação. Dilma Rousseff compareceu a um congresso do PCdoB e levantou-se para aplaudir a acusação contra o STF que, previsivelmente, coroou o evento. Até mesmo as autoridades têm o direito, comum a todos os cidadãos, de dissentir de decisões da mais alta corte do país. Coisa diferente, inaudita nas democracias, é a participação do governo numa campanha de difamação do tribunal supremo.

Eis a duplicidade de fundo: o governo e o PT difamam, mas nada fazem de concreto contra o “tribunal de exceção”. A estratégia do Planalto e do partido é provocar um alarido pontual, incapaz de transbordar o estreito limite das notas públicas e dos artigos de encomenda dos “companheiros de viagem”. Lá atrás, na hora das condenações originais, setores da esquerda petista quase imploraram à direção partidária por manifestações públicas de confrontação com o STF. Conseguiram unicamente meia dúzia de atos simbólicos, esvaziados, em auditórios fechados. Seguindo uma orientação de Lula, a direção do PT definiu a reeleição de Dilma Rousseff como prioridade imperiosa — e desautorizou a projetada campanha contra o tribunal, com suas perigosas repercussões eleitorais.

O jogo duplo é notório, escandaloso. Diante de um “julgamento político”, o governo de uma democracia estimularia apelos às cortes internacionais. O governo brasileiro nem sonha com uma iniciativa desse tipo, acalentada apenas pelos próprios advogados dos condenados. Perseguidos por um “tribunal de exceção”, os dirigentes petistas condenados procurariam obter asilo político junto a governos amigos, na Venezuela, no Equador ou em Cuba. O PT, porém, indicou que eles deveriam se entregar — e abandonou à própria sorte o operador secundário na sua aventura solitária de fuga para a Itália. O ruído deve se esgotar em si mesmo, deixando no seu rastro uma desmoralização ainda maior dos intelectuais públicos que se prestam ao papel de fusíveis de crise.

O alarido verbal atende a táticas jurídicas prosaicas e expressa cálculos políticos específicos, mas também reflete motivações de fundo. Num plano prático, serve para pressionar o STF a executar as penas dos condenados célebres em regimes mais brandos, como a prisão domiciliar. Na esfera do jogo político, funciona como um prêmio de consolação para a esquerda petista e, ainda, como um expediente destinado a dourar a biografia partidária. Contudo, no universo ideológico, evidencia a dupla alma do lulopetismo, que obteve seus maiores triunfos graças à democracia, mas continua a desconfiar de um sistema apoiado no princípio do pluralismo.

Nos tempos de João Goulart, o governo acusava o Congresso de representar os interesses das elites e impedir o avanço das “reformas de base”. As palavras converteram-se em atos, originando manifestações públicas oficialistas contra o Poder Legislativo — e a turbulência resultante serviu como pretexto para a ruptura da ordem democrática. O lulopetismo segue trajetória similar, apenas substituindo o Congresso pelo STF, mas, prudentemente, circunscreve suas ações ao palco da retórica. Lula enviou aos companheiros condenados uma decepcionante mensagem de solidariedade e anuncia que falará coisas extraordinárias tão logo se conclua todo o julgamento. Enquanto isso, por trás do pano, sopra aos dirigentes petistas o recado de que nada deve atrapalhar a marcha normal da campanha da reeleição.

Melhor assim, claro. Entretanto, sempre é bom lembrar que as palavras — e os gestos — têm sentido. As imagens de Dirceu e Genoino de braço erguido e punho cerrado valem tanto quanto a imagem faltante, de um Valério espirituoso na mesma postura. O governo é outra coisa: quando as autoridades desafiam a legitimidade do STF, estão dizendo que a democracia não passa de uma ferramenta descartável."

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A COMUNICAÇÃO DA MARCA PARA O SUCESSO DO FRANCHISING

Postado por Berto Filho

Tenho o prazer de publicar, revisto e atualizado, o artigo “A COMUNICAÇÃO DA MARCA PARA O SUCESSO DO FRANCHISING” escrito por mim em 2002 para a revista da ABF-RJ, Associação Brasileira de Franchising – Rio de Janeiro.

Antes do artigo, permitam-me fazer algumas ponderações sobre o Franchising, o setor da economia que, imune às crises, cresce na faixa de 15% ao ano, aproveitando, é verdade, um cenário econômico favorável no país e o aumento do poder aquisitivo da nova classe média proporcionado pela distribuição de renda mais intensa nas camadas da base da pirâmide. Segundo a ABF-RJ, o setor faturou em 2012 R$ 103 bilhões, crescimento 16,2% superior ao de 2011. Hoje operam nesse segmento 2.426 marcas espalhadas em 104.543 pontos em todo o país. A expectativa é de crescimento de 14% em 2013.

O panorama, portanto, é saudável para a contínua expansão do franchising na economia.

A franquia da marca Xuxa por meio da Casa X, parceria entre a apresentadora e a empresa SMZTO Holding de Franquias, de São Paulo, é uma das mais recentes novidades no mercado. Vai emplacar.

O estudo do empreendimento franqueador – uma super casa de festas num nicho ainda embrionário e pouco profissionalizado - dá margem a expectativas de boas performances para o retorno dos investimentos dos potenciais franqueados.

Sugiro aos interessados na franquia da Casa X que acessem o site www.smzto.com.br

Ou registrem o seu interesse neste blog no campo “comentário” informando os contatos.

Artigo do Berto

"De modo geral, maximizar o recall de uma marca - sua associação automática, pelo consumidor, à excelência de um bem industrial ou de uma família de produtos de consumo ou à qualidade de um serviço, para ficar nos exemplos clássicos - é uma meta que qualquer empreendimento necessita perseguir e alcançar se pretende conquistar, manter e ampliar share de mercado, e, indo além, fidelizar clientelas. Mas não basta criar a identidade de um produto ou serviço e difundi-la na mídia através de uma campanha publicitária, por uma melodia, slogan ou embalagem : o consumidor ou usuário deve ser induzido a se convencer da qualidade da performance do conteúdo - predicado imprescindível, por exemplo, em produtos de consumo de massa nas gôndolas de supermercados ou em candidatos a cargo eletivo.

Em um produto de consumo, o conteúdo deve corresponder às promessas da embalagem e da propaganda nos diferentes atributos pelos quais se faz a medição da qualidade ou do grau de satisfação : sabor, odor, durabilidade, permanência, disponibilidade em ponto de venda, preço, etc - ou, na versão "humana", fisionomia, olhar, gesticulação, vestuário, penteado, maquiagem, modo de falar, voz, modo de apertar a mão, idéias, proposições, clareza na exposição, etc.

O comitê eleitoral de um candidato é, na prática, uma versão limitada e passageira de franquia – dura o tempo da campanha – mas a “marca” – o nome e o número do candidato (este é rapidamente esquecido) – fica para sempre, do “nascimento” (da candidatura) à “morte” (fim da carreira política). Dependendo de sua performance, ela se torna uma legenda ou uma chaga, e neste caso é condenada ao esquecimento ou ao limbo das escolhas arrependidas.

Em um serviço qualquer, seja de conserto de carro ou máquina de lavar, seja de saúde ambiental ou atendimento em fast-food ou loja de conveniência, a comprovação da excelência depende basicamente do comportamento ou dos procedimentos da rede ou sistema de pessoas – gente - que, em última análise, representa a empresa no contato final com seu cliente, e também de aspectos de padronização estética dos atendentes e bens de consumo (uniformes, embalagens, arrumação da mercadoria na prateleira, asseio e limpeza, etc), bem como de preço, facilidades de pagamento, agilidade, prazo de entrega, etc.

Mas todos esses aspectos com ligação direta à mente e ao bolso do consumidor final devem estar bem guarnecidos pelo guarda-chuva institucional, que, nesses tempos de violência urbana e comportamentos coletivos agressivos ou estressados pelo noticiário policial cada vez mais amplo na mídia de massa, está se interessando cada vez mais pela responsabilidade social.

O marketing social vem ganhando espaços crescentes na estrutura de ocupação de mercados, principalmente entre empresas que operam em regiões habitadas por comunidades carentes.

Para atingir esses alvos, memorização da marca, associação automática ‘marca-produto’ e ‘marca-ação social’, as empresas evoluem por duas grandes avenidas da mídia : os veículos de publicidade (os espaços comerciais de anúncios pagos) e o noticiário dos meios de comunicação de massa, a chamada mídia espontânea. Esta faz o papel de grande espelho refletor da mensagem de envolvimento do consumidor plugado na TV, no rádio, na gôndola do supermercado, na internet, no outdoor ou na traseira de um ônibus. O cenário descrito vale para empresas comuns, marcas transnacionais e principalmente para marcas que aderem ao franchising.

Neste setor – franchising – a sobrevivência do franqueador e dos franqueados depende da construção de uma marca sólida pelo franqueador e da rigorosa observância de um exaustivo cardápio de procedimentos pelo franqueado com o objetivo de induzir o cliente final de ambos - a razão do sucesso do negócio - a perceber que, por trás da marca e das atitudes das pessoas que o atendem, está uma grande empresa simbolizada por uma marca, não necessariamente uma empresa grande. Grande na filosofia de atendimento, na empatia com o consumidor, na transparência, na percepção de honestidade.

Para conseguir chegar ao mercado em perfeita sintonia com o franqueado, o franqueador precisa primeiro comunicar bem sua inteira filosofia ao franqueado, formando com ele uma parceria total. Essa comunicação corporativa, incluindo o pacote de treinamento de pessoal em conformidade com os procedimentos gerenciais e operacionais exigidos pelo franqueador, deve ser feita em mídias modernas, como as redes sociais, através de conteúdos de visual atrativo capazes de fomentar a padronização desejada, aquela que o consumidor final deve identificar ao estabelecer contato com o franqueado.

Primeiro, um dever de casa bem criado e comunicado. Obtida a sinergia do franquador master com seu franqueado, é hora de ir para a rua, botar a boca no trombone, ou buscar cliente pelo telefone. Aliás, o atendimento telefônico pode atrair ou afugentar clientes. Deixar cliente esperando na linha sem Tele-Espera criativa, que realmente prenda a atenção, é tomar o tempo dele, é fazer pouco caso, é derrubar toda a cadeia da boa comunicação da marca. O custo de recuperar cliente é maior do que o de conquistá-lo e mantê-lo fiel. Isto vale também para franchising.

Berto Filho
Jornalista, Publicitário, Apresentador, Redator
Criador e Produtor de conteúdos para TV, Rádio, Cinema, DVD, Vídeos Institucionais e Internet


sábado, 16 de novembro de 2013

SÍMBOLOS

Postado por Berto Filho

Tenho o maior prazer de publicar neste blog as opiniões políticas do jornalista, escritor, imortal da ABL, colunista de O Globo e ex-repórter da TV Globo com quem compartilhei algumas aparições expressivas no Jornal Nacional. Ainda mais no auge das condenações dos mensaleiros coincidindo com as comemorações do Dia da Proclamação da República. Sua pena está mais afiada do que nunca.  

"Há muitos simbolismos nesse processo do mensalão, que vão se revelando no transcorrer do caso, mas nenhum deles é assumido, apenas sutilmente insinuado. Quando o então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza apresentou sua denúncia, eram 40 os acusados. Viu-se no número redondo a intenção de relacionar o caso com a história de Ali Babá e os 40 ladrões e, mais que isso, de insinuar que o então presidente Lula não estava indiciado por questões políticas.
No decorrer do processo, petistas tentaram impedir que a mídia se referisse ao caso como “mensalão”, mas o máximo que conseguiram foi que o noticiário oficial, tanto do Governo quanto do Supremo Tribunal Federal passasse a se referir ao caso como a Ação Penal 470.
Agora, ao serem expedidas as primeiras ordens de prisão, atribui-se ao ministro Joaquim Barbosa a intenção de marcar a comemoração da Proclamação da República com as prisões de José Dirceu e companhia. Seria nada além de uma jogada de marketing de Barbosa, já se preparando, quem sabe, para uma futura carreira política.
Mesmo que a intenção tenha sido a de marcar a “refundação” da República brasileira, nada a criticar no presidente do Supremo Tribunal Federal, pois nenhum trâmite legal foi atropelado para que a coincidência se desse.

O criticável será se nos próximos meses o relator do mensalão sair do STF para se candidatar, pois, como todos os magistrados, ele tem um prazo mais largo para se filiar a um partido político. Será inevitável que todos os seus passos como relator do mensalão, e mesmo suas indignações cívicas, sejam confundidas com ações políticas, o que nublaria suas decisões. Mais simbolismos a serem decifrados.
Quando Barbosa apareceu com nada de novo sobre o mensalão na quinta-feira (14), houve uma espécie de decepção, e logo críticas foram feitas a ele, que prometera divulgar a lista dos presos naquela sessão. Houve até quem desconfiasse de que alguma coisa acontecia nos bastidores, mas o que realmente aconteceu é que Joaquim Barbosa trabalhou até de madrugada, e ontem (15) no feriado, para poder expedir as ordens de prisão sem cometer erros técnicos que as invalidassem. Não ter expedido as ordens de prisão imediatamente após a sessão de quarta-feira foi, aliás, uma demonstração de que Barbosa, e o STF que preside, não estavam ávidos por uma vingança.
A própria presidente Dilma veio em socorro indireto a Barbosa na mensagem que enviou pelo twitter para saudar a Proclamação da República. Ela afirmou que a origem da palavra República “nos ensina muito”, vem do latim e significa ‘coisa pública’. Sendo assim ser a presidente da República significa “zelar e proteger a ‘coisa pública’, cuidar do bem comum, prevenir e combater a corrupção”.
Nada mais adequado, portanto, para comemorar a República do que colocar na cadeia os condenados por tentar desmoralizar suas instituições, superdimensionando o poder do Executivo pela submissão do Legislativo através da compra de apoio político.
Nessa nossa República democrática, surge agora a figura dos “presos políticos”, sejam os componentes dos Black blocs, sejam os mensaleiros que assim querem ser identificados. Assim como não existe Caixa 2 com dinheiro público, como definiu o STF, não há presos políticos em uma democracia.
José Genoino provavelmente não reconhece a existência de presos políticos em Cuba, ou não manteria seu apoio ao regime ditatorial cubano. Mas se considera um “preso político” na democracia dirigida por seu partido há 11 anos.
Além de insistir na teoria da conspiração de que houve uma “operação midiática inédita na história do Brasil” para condená-lo, Genoino acusou ontem o julgamento do Supremo de ter sido “marcado por injustiças e desrespeito às regras do estado democrático de direito”.

Esse processo “de exceção” teria ocorrido num Supremo Tribunal Federal (STF) de um regime democrático, cuja maioria dos ministros foi nomeada pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma, ambos do PT, partido que José Genoino presidia quando o mensalão aconteceu. Durma-se com um barulho desses.

BLACK COFFEE

Postado por Berto Filho

Ouça "Black Coffee" com a lindíssima australiana Nicki Parrott e se sinta na noite de NY, no Blue Note, em Manhattan. Gosto disso. Ela toca baixo e canta, o sax parece ser o homem na cena sofisticada de sedução, de cantada.

http://www.youtube.com/watch?v=Ndz308Pjd20&list=PLRioIIKd76ggDDj_OH6jp3QYlP4ZUCoLo

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

NITROGLICERINA PURA NO YOUTUBE

Postado por Berto Filho

Está no Youtube. E só no Youtube. Pelos nomes dos protagonistas parece uma mistura de humor, música e filosofia mas, para a surpresa do espectador, é um debate político cheio de revelações (para boa parte da sociedade brasileira não alienada e não militante do PT) entre o músico Lobão (o host), o escritor e filósofo Olavo de Carvalho (mora nos EUA) e o comediante star e apresentador (do "Agora É Tarde", da Band) Danilo Gentili.

Não se vê nem se ouve isso na TV brasileira. A mídia formal sonega esses dados.  É uma aula de política que precisa ser vista, ouvida, assimilada e praticada por quem se julgar ameaçado pelo estado totalitário que já se instalou no Brasil.

http://www.youtube.com/watch?v=AQoutkY7nmI

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

MIL EXÍLIOS, UMA AVENTURA MUSICAL POR 5 PAÍSES

Postado por Berto Filho

Com muito prazer, cedo o espaço deste blog para divulgar uma aventura musical inusitada e de muito bom gosto. É o projeto de autogestão de produção de um CD singular do compositor e saxofonista argentino Blas Rivera.

Blas e parceiros estão na estrada com as mochilas nas costas, literalmente “on the road” na internet, para levantar recursos que serão investidos na produção do CD “Mil Exílios” e na formatação de shows e concertos que serão apresentados mundo afora.

Um dos números que farão parte do CD é “El Hijo Negro del Sultán”, você pode ouvir no alto da página que surge ao clicar no link
http://pt.ulule.com/milexilios/

Agora, me permitam reproduzir o texto do Blas na íntegra. Ele pede ao meu leitor que se junte a eles na estrada. Um mutirão sem gravadora mas com um rumo definido e um futuro promissor. Uma forma revolucionária e criativa de captação de recursos. Quem colaborar e financiar nesta etapa será o primeiro a ser abonado pela recompensa.

“Meus queridíssimos amigos, os mais próximos, de pertinho mesmo…..
Estamos lançando, um novo projeto chamado Mil Exílios, minha música, com o meu amigo poeta Ugo Ceria. Trata-se de um Cd e concerto com novos tangos, milongas, candombes com poesias de Ugo e outros poetas.
Nesta festa se misturam lugares, cheiros, cantinhos e gente da Argentina, Brasil, Espanha, Itália e Turquia.
O que estou pedindo é uma ínfima ajuda, que olhem esta pagina
http://pt.ulule.com/milexilios/

Ali podem ver as propostas de recompensas a cada colaboração.
Obrigado por contribuir para a realização deste álbum!

Perder o rumo é desabar. Perder o norte é encontrar-se para sempre fora do lugar. É não poder definir a posição, porque o nevoeiro cobre o horizonte e as nuvens escondem a Cruz do Sul. Derivar.
Se não voltamos, pagamos o preço do exílio. Se voltamos, o preço do desencontro.
Tendo como companheira a solidão e outros desertos iguais ao nosso.
O que se ganha em troca? Nada. A Liberdade.

Música e palavras ligadas pelo fio de um exílio, às vezes real, às vezes imaginário.
O exílio de quem não queria partir, de quem decidiu fazê-lo, de quem regressa e não encontra o que deixou... Mil exílios sem direção ou destino.

O PROJETO
Blas Rivera, um músico argentino radicado no Rio de Janeiro , saxofonista e compositor, com uma predileção pelo tango e outros ritmos da América do Sul .
Ugo Ceria, um publicitário e escritor italiano, o poeta que prepara versos para inspirar a música.
Dessa amizade nasceu uma aventura. O encaixe das notas de um com os versos do outro.
Nossa inspiração e nossas ideias converteram-se num projeto musical, que queremos compartilhar com os amantes de música e poesia. Para quem quiser desfrutar .

Nós temos histórias para contar, e muitos companheiros de jornada vão ajudar com vozes, instrumentos e talento. Entre outros, o escritor Osvaldo Bayer, com suas palavras e sua voz extraordinária, o poeta Poni Micharvegas, com letra inédita e preciosa da baguala, o cantor Floro Aramburu, com suas interpretações ... Outros músicos e artistas se juntarão a nós, e o registro pode se tornar tão grande quanto o nosso entusiasmo. 

A engenharia de som impecável, resultado do esforço e talento de Cesar Ehmann, é garantia de som de qualidade superior.

Utilização do financiamento
Após o período de financiamento do projeto, vamos produzir as músicas e desenvolver nossas ideias lentamente nos estúdios de som entre o Rio de Janeiro, Buenos Aires e Madrid.
Ainda não sabemos quantos artistas vão participar do projeto... Se ultrapassarmos nossa meta, faremos este projeto crescer ainda mais , adquirindo mais e mais recursos de produção musical.

Como uma mostra do que está por vir, produzimos um primeiro tema, “El Hijo Negro del Sultán”, você pode ouvir no alto desta página .

Todo aquele que contribui receberá esta canção em mp3 como boas vindas ao projeto. Além disso, quem colaborar poderá baixar ou receber o álbum após a sua produção, no primeiro semestre de 2014.

Esta é a página do facebook de Mil Exílios, onde também daremos informações sobre o projeto:
https://www.facebook.com/pages/Milexilios/222173807948516

E este é o site oficial do Blas Rivera:
https://www.facebook.com/pages/Blas-Rivera/179379703869
 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

AGUAS DE MARÇO ESPANTANDO A LAMBANÇA

Postado por Berto Filho

Marcelo Adnet tomou o seu espaço na Globo. Seu quadro no Fantástico é um must.


Veja (e ouça) essa "manifestação" política nada black bloc que turbinou a letra ecológica de "Águas de Março", de Tom Jobim, transformando aquela foi considerada a melhor canção brasileira de todos os tempos em uma pesquisa de 214 jornalistas brasileiros, músicos e outros artistas do Brasil, conduzida pelo jornal Folha de São Paulo em 2001, numa catilinária criativa para a assepsia radical das lambanças federais do andar de cima.

Para ver clique em:

www.youtube.com/embed/FQhb7tfOODY

APAGÕES EM CABO FRIO

Postado por Berto Filho

Tirei pequenas férias forçadas por um apagão no meu Oi fixo conectado ao Oi Velox agravado por problemas nos computadores. Tudo resolvido. Até o próximo apagão....
Tudo (ou quase tudo) por culpa da Oi, essa interjeição simpática que virou nome de provedora de telefonia, internet, etc, monopolista na telefonia fixa em Cabo Frio, onde moro e, provavelmente, uma das campeãs de reclamações nos Procons e Juizados de Pequens Causas. Quando, além de apagões da OI, falta energia (culpa da Ampla), fico literalmente fora do ar se os celulares forem pegos de calça curta (sem carga). 

Vaticinam os especialistas em turismo que Cabo Frio  -  aniversariante do dia, completa hoje 398 anos de fundação, parabéns para essa criançona prodígio em belezas naturais ! - vai ser invadida por 800 mil alegres turistas, "duristas" e donos de casas de veraneio no intervalo festeiro entre o Reveillon e o Carnaval - a 3a.feira gorda em 2014 cai em 04 de março. 

Sinto aquele frio na barriga que prenuncia inevitáveis e sucessivos apagões de todas as latitudes, como água, energia, telefone fixo, no direito de andar de carro restringido pelo excesso de carros e motos nas ruas (assoladas por obras intermináveis em alguns pontos de grande fluxo de tráfego), apagão de vagas (estacionamentos cada vez mais caros), piora no atendimento hospitalar, na limpeza urbana e nos serviços essenciais.  Atrair gente demais dá nisso. Sobra para quem optou por morar aqui na presunção de melhor qualidade de vida o tempo todo e não apenas de abril a novembro.

Como disse aí em cima, estou saindo de alguns apagões. E retornando à prática dessa ginástica prezerosa (dos meus neurônios) que é meter o nariz (e a pena) onde não sou chamado. 





sábado, 9 de novembro de 2013

VÂNDALOS PRIVADOS & VANDALISMO PÚBLICO

Postado por Berto Filho

Colocando sempre com clareza a sua posição pessoal a respeito da forma, conteúdo ideológico e os maus resultados do governo do PT, o colega jornalista, comentarista político e apresentador do Jornal Nacional, Alexandre Garcia, traça, no link abaixo, um paralelo entre o vandalismo nas manifestações e o vandalismo público representado pela incompetência do governo federal na gestão do atendimento das demandas da complexa sociedade brasileira.

No contraplano dessa indignação, a gente lê e ouve todos os dias na mídia mensagens palacianas auto glorificantes que se refletem nas pesquisas que continuam apontando a vitória de Dilma no 1o turno se as eleições fossem hoje. 
A base da pirâmide é infensa a tudo o que contradiz a propaganda do governo.
 
https://mail.google.com/mail/?ui=2&ik=8e08572374&view=audio&msgs=1423936a5141eb6c&attid=0.1&zw

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TRIVIAL VARIADO


Postado por Berto Filho
Dilma quer obras a todo vapor e reclama do freio de mão do TCU que paralisa obras do PAC suspeitas de superfaturamento. Se há suspeitas, por que continuar a obra ? Apura, afasta (os pecadores), pune, prende, retoma o dinheiro do contribuinte e reinicia.

A arrecadação de impostos na Prefeitura de São Paulo virou caso de polícia. Deve ser o troco para compensar a lama que os trens e metrô de Sampa, Siemens e Alsthom jogaram sobre Serra e Alckmin. A corrupção nos dois lados é páreo duro. As maracutaias do passado pareciam enterradas graças à discrição conveniente dos protagonistas até que alguém, provavelmente passado para trás, abriu o bico.
Vem mais por aí...

Segundo o governo brasileiro, a importação de médicos cubanos será de 6.000. Chegam aos magotes. Não estarão fazendo falta em Havana ? Por uma estranha coincidência, chegam em plena pré-campanha eleitoral no Brasil. O desembarque em massa deixa a sensação de ser um excelente reforço para o exército de cabos eleitorais nas periferias, bolsões de miséria e Serras Peladas onde voto vale ouro. Coincidência ? 

Os números não mentem. A maior parte dos anônimos pesquisados do IBOPE e outros institutos continua hipnotizada pelas sacadas do marketing da Dilma (Lula, por trás, matreiro, sopra a cola), que sabe aproveitar os vácuos de uma oposição inorgânica. Deixam-se levar, ingenuamente, pelo oportunismo palaciano na apropriação indébita das bandeiras dos manifestantes de junho, compartilhada pelos partidos com acesso ao horário gratuito; no fato de pegar carona na condenação dos Black Blocs pela grande maioria da população (mais de 93%) e na capitalização eleitoral da avaliação positiva do Mais Médicos por essa mesma parcela majoritária da sociedade brasileira.

Se as pesquisas seguirem nessa toada, com Marina na frente de Eduardo, a troca de posições vai se tornando viável eleitoralmente para as oposições conseguirem levar a eleição para o 2o turno. 

 
Lula torce para Dilma faturar no 1º turno mas se perceber que não vai dar, e se der tempo, ele se lança no lugar dela e não espera até 2018. Até porque, mesmo sem ser candidato (ele jura por Deus que não é), continua à frente de Dilma na pesquisa.

O tal do Ministério da Felicidade implantado pelo presidente venezuelano Maduro deve ter sido criado por um decreto baixado no além por Hugo Chávez.

O Brasil tem 5 milhões de mulheres a mais que homens. Os representantes do terceiro sexo ainda não entraram nas estatísticas do IBGE ?

Aécio Neves precisa chamar Marina Silva, Eduardo Campos e José Serra para uma conversa.
Os craques do time das oposições jogam para suas plateias, se exibem em torneios de embaixadinhas, firulas, controles e matadas de bola no peito, mas ainda não aprenderam a jogar coletivamente na direção do gol.