sexta-feira, 1 de novembro de 2013

TIREM A VACA DA SALA


Postado por Berto Filho
 


De mansinho, como não quer nada com o rebolado, mas quer e muito, o sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que já governou o Brasil por 8 anos e fez do poste Dilma sua sucessora, volta a dizer bobagens como essa, que vociferou no Senado, no dia 29, na cerimônia em homenagem a quatro ex-presidentes da República, dirigida aos jovens manifestantes que não se sentem representados pelos atuais partidos e que seriam potenciais eleitores de Marina Silva :

"Na história deste país, se a juventude lesse as biografias de Getúlio Vargas, de Juscelino Kubitschek e outras biografias, provavelmente não iria desprezar a política, e muito menos a imprensa ia avacalhar a política como avacalha hoje." Coitada da vaca, inocente e sagrada, foi empurrada para o meio da sala pelo palavreado tosco do cabo eleitoral da presidente Dilma.   

Taí de novo aquela voz rascante, rouquenha, crispada, disparando termos chulos para dinamitar a imprensa livre deste país como se ela fosse o caixa eletrônico do banco do pensamento da oposição. Para ele e o PT, a imprensa que vale é a que bajula o governo e tenta calar as vozes discordantes, a mídia dos blogueiros financiados pelo PT, Planalto e bancos oficiais.

O Sr. Lula volta ao palanque da mídia para continuar a campanha de desmoralização da imprensa que publica o que ele não gosta de ler e que é verdade. Verdade dói. Está em plena campanha eleitoral, que inclui a própria candidatura a presidente já, se Dilma não controlar a inflação e voltar a cair nas pesquisas, ou em 2018. O homem está indócil na fita.

O governo investe sem parar – e gasta milhões para anunciar em quase todos os intervalos comerciais seus feitos e promessas nas mídias de maior visibilidade, que são o núcleo da imprensa “avacalhadora da política”’ a que Lula se referiu com desdém – no assistencialismo sem condicionalidade em favor dos pobres e da nova classe média, na presunção óbvia de que assim assegura a gratidão dos favorecidos pelas benesses do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos & Cia., a ser materializada pelo voto em 2014. O filé mignon do colégio eleitoral, situado nas periferias das cidades, regiões metropolitanas e lonjuras do interior, coincidentemente “visitadas” pelos médicos cubanos, se contenta com pão (promoções nos supermercados, liquidações a R$ 0,99...), circo (futebol, seleção, Copa do Mundo, Vale Cultura, shows de música popular...) e com aquele palavreado popularesco do Lula que parece ter hipnotizado esse povão que decide eleição. 

As oposições têm um grande trabalho pela frente. Vão precisar de muita criatividade para blindar a mente dos eleitores desses bolsões contra a lábia ilusionista das vozes do PT se realmente quiserem convencê-los a trocar o comando do país, alternância que é a essência da democracia e do não continuísmo sedutor. A sociedade que pensa, trabalha, emprega, constrói, se manifesta nas ruas e quer mudar está numa sinuca de bico. Como sair dessa enrascada, sitiada pelos que não pensam, não trabalham, fazem filhos por atacado, depredam, assaltam, incendeiam ônibus e carros de reportagem ou invadem terras e não entendem nem querem entender o perigo comum das ameaças à livre expressão do pensamento, como essa invectiva do Sr. Lula contra a imprensa que, segundo ele, avacalha a política ?

A voz dos sem partido que lastreavam Marina Silva acaba de ser parcialmente amputada pela limitação severa do acesso ao Fundo partidário e ao tempo de televisão decretada pela maioria do governo no Congresso visando exclusivamente evitar a viabilização do partido REDE de Marina Silva, que não tem saída senão transformar o PSB no novo REDE Social, o PRSB, Partido da Rede Socialista Brasileira. O governo travou Marina. Golpe de mestre com torpeza, calçado na ânsia doentia de se eternizar no poder.

Ou Aécio Neves, Eduardo Campos, Marina, o PPS de Roberto Freire, o DEM, partes do PMDB, do PSD de Kassab e de partidos da base governista que não rezam pela cartilha do Planalto e seus marqueteiros conversam entre si e traçam uma estratégia de ocupação eficiente da mídia de massa que tem ibope ou Dilma vai ficar mais 4 anos, os mensaleiros não vão ser presos, os novos ministros do Supremo vão julgar o mensalão de novo, absolver José Dirceu e outros do crime de formação de quadrilha, e depois Lula volta nos braços do povo, fica mais 8 anos, nomeia José Dirceu, José Genoíno e Palocci ministros, Dilma vai ser embaixadora nos Estados Undos ou na ONU, e o Brasil republicano e democrata acaba. Ou vira uma ditadura sindicalista pela via eleitoral em rede com o bolivarianismo castrista comandado do alto pelo "espírito" de Hugo Chávez (Maduro que o diga...) sem derramamento de sangue. A Revolução silenciosa da tomada e manutenção do poder teorizada por Gramsci.
Tirem a vaca da sala.

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