quarta-feira, 30 de outubro de 2013

INCENDIÁRIOS DE LATAS DE LIXO

Postado por Berto Filho
POLÍTICA

Autor : José Anibal, economista e ex-presidente do PSDB

“Quebrar vidraças, incendiar latas de lixo e destruir lanchonetes tornaram-se atos políticos de forte apelo. Com seus smartphones com transmissão de dados em alta velocidade, nossos niilistas vão às ruas virar e queimar carros para, em seguida, postar suas fotos radicais no Facebook. Se conseguirem a atenção da mídia, que fingem odiar, aí o ato vira uma apoteose.

 O curioso é que eles reivindicam a violência como um posicionamento político legítimo e representativo. O discurso tem nuances robin-hoodianas: o poder público, fontes de todos os males, vira alvo da desforra como forma de restituir a paz e a justiça social aos oprimidos. Não é preciso ser um cientista político para perceber que eles não representam nem restituem nada a ninguém.

 Sob a máscara do radicalismo libertário, nossos camisas negras prestam um desserviço aos desfavorecidos. Autoritários e truculentos, trabalham para entupir os canais de diálogo, reivindicação e protesto legítimos e assegurados. Ao afugentar quem realmente exige mudança dos governos, ajudam a despolitizar e desmobilizar as pessoas. No fundo, são uns reacionários.

 O problema é que o delírio arruaceiro tem ultrapassado os limites da desordem. Eles protestam cometendo crimes. A mistificação da violência enquanto instrumento regenerador da política é uma das lembranças mais nefastas do século 20. Somente um idiota, alienado e temerário, pode se orgulhar de uma postura dessas.

Ao contrário dos milhares que saíram às ruas em junho exigindo uma democracia mais republicana, esses caras não querem transformar coisa alguma. Eles se alimentam dessas fantasias íntimas de protagonismo e poder, como se vivessem numa noite dos cristais particular. Ideias aproveitáveis eles não têm nenhuma. São bons mesmo em partir vidraças.”


“Ao afugentar quem realmente exige mudança dos governos, ajudam a despolitizar e desmobilizar as pessoas.”

Extraí o trecho acima do artigo do José Anibal (publicado no blog do Noblat) porque sintetiza o pensamento e radiografa o fenômeno que dá azo a interpretações não muito ortodoxas. Por exemplo : o governo federal é o maior beneficiário da desmobilização das massas. Os políticos com “p” minúsculo também, incluídos o Congresso e parlamentos em geral. Porque são os alvos naturais e exclusivos de um vasto setor da opinião pública que não se sente representado pelos atuais partidos, vê, impotente, o custo de vida subindo pelas paredes, compra cada vez menos e se endivida cada vez mais, nem se considera abastecido, pela mídia, de informações e opiniões que revelem as verdadeiras intenções por trás das decisões do poder.

Certamente os manifestantes ainda estão perplexos com a decisão do governo de importar um grande contingente de médicos cubanos. Por que cubanos ? Se os Black Blocs e anarquistas "misteriosos" não tivessem feito estragos "idiotas", gerando medo de ir às ruas, quem pode garantir que os manifestantes de junho não teriam voltado suas baterias contra esse desembarque cubano nas periferias e no sertão brasileiro ? Depois de um mês por aqui, esses doutores importados por atacado em uma operação que estava planejada há mais de 1 ano e foi deflagrada de surpresa para não permitir obstáculos nem de mídia nem jurídicos ou dos médicos brasileiros na execução militar da estratégia, continuam um enigma à espera de decifração. O que é que eles vieram fazer aqui? Só tirar a pressão e receitar um Melhoral, como qualquer farmacêutico ? O que se sabe é que o “Mais Médicos” é a bandeira do ministro Alexandre Padilha para se eleger governador de São Paulo e que o pagamento dos salários dos cubanos vai direto para o regime de Fidel Castro. Em 3 anos, uma bela bagatela de alguns milhões de dólares para melhorar a balança comercial de Havana e reforçar o aparelhamento do PT nos grotões. Aos poucos, o Brasil vai sendo cubanizado, pelas bordas.

O julgamento dos mensaleiros pós mudanças no STF, apesar do “ultimato” das ruas contra a impunidade dos corruptos e a corrupção, virou ficção que volta e meia submerge em águas profundas e demora a reaparecer. A Justiça não foi feita. O resgate do senador boliviano pelo diplomata brasileiro, Eduardo Saboia, saiu de foco. O que será que está acntecendo com ele ? Por que o noticiário se cala a respeito ? E o assassinato do prefeito de Santo André ?

Quanto maior o silêncio da rua, mais veloz anda o carro do poder guiado pela atual pilota do PT, com a colaboração do arrojado co-piloto Lula, doido para ocupar o cockpit de Dilma. O governo governa e faz campanha, mas finge que não faz. A sociedade parece anestesiada, hipnotizada, inerme. Quem põe medo e tira a vontade do manifestante incero ? Tem alguém por trás disso.

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