sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SAMBA DO CARNAVALESCO DOIDO

Postado por Berto Filho
Vou dar o meu pitaco. Minha praia é MPB de qualidade internacional, jazz, blues e música clássica. É a idade...Não fui criado no samba, não sou nenhum bamba mas também gosto de samba bom e não sou doente do pé. 

Vejo o Carnaval de Cabo Frio de uma forma heterodoxa. Imagino, no auge da minha ignorância carnavalesca, um Carnaval diferenciado com duas manifestações de proa.

Uma, interna, carnaval de interior, aquele carnaval gostoso e inocente, sem sacanagem, com alegria, serpentina e confete, infelizmente sem o lança-perfume dos velhos tempos em que era permitido nas ruas e salões. Blocos de familiares fantasiados como nos carnavais de rua do Rio de antigamente, em bairros como Tijuca e Grajaú...

O povo e os blocos na rua cantando velhas marchinhas de todos os tempos e também novas marchinhas vencedoras de concursos populares - o primeiro poderia ser organizado ainda este ano, há tempo - como esse feito pelo Fantástico todo ano, no Bola Preta. Compositores locais podem fazer coisas tão boas quanto e ganhar dinheiro de direitos autorais, de venda de CDs, etc..

E mais : concursos de fantasias com premiação atraente, sei lá, ponham a cabeça para pensar; Neurônios foram feitos para isso.

A outra manifestação do carnavalismo ou carnavalência de Cabo Frio seria criar a Escola de Samba de Cabo Frio com a fusão inteligente e desapegada das escolas hoje existentes, um verdadeiro mutirão, com um samba enredo vencedor que focalizaria todo ano aspectos da história da fundação da cidade, seus valores, belezas naturais, etc. 

Guiados por tutores e professores, alunos de escolas públicas seriam convocados a dar contribuições através de pesquisas da História de Cabo Frio, desenhos de fantasias, poesias e outras colaborações que poderiam ser aproveitadas na produção do desfile da Escola de Samba.

Essa Escola nova seria o melhor do Carnaval de Cabo Frio para ser mostrado na grande vitrine do Carnaval transmitido para o mundo inteiro pela Globo, que é o Carnaval do Rio.
Difícil ? Impossível ? Coisa de visionário ? Sonho de uma noite de verão ? Ouras cidades do interior também seriam tentadas a ir por esse caminho ?
O carnaval carioca seria estadualizado ?

É uma ideia meio revolucionária, meio doida, Mas vai que pega e aí a insanidade se transforma numa epopéia ulíssica. Ponham muita saliva, papel e sola de sapato nessa conta. Primeiro tem que montar uma Escola de Samba com uns 4.000 figurantes e seguir o modelo que deu certo no carnaval carioca. Contratação de um carnavalesco de nome, ensaios pagos para turistas (o ano todo), importação de mestres de bateria, mestres-salas e porta-bandeiras de escolas do Rio, passistas, puxadores de samba, etc.

As cidades que toparem desfilar suas escolas de samba no Rio teriam que ir em bloco ao comando do carnaval carioca, à Globo e ao prefeito do Rio para tentar emplacar a novidade no Regulamento, apresentando um plano bem formulado que seja uma solução – para crescimento do Carnaval como espetáculo -, viável de executar. Que terá que driblar todas as impossibilidades e obstáculos, como, por exemplo, a logística, os ensaios longe do “Maracanã” do samba, como e onde arregimentar 4.000 figurantes e garantir que estarão na concentração no dia do desfile...

Não é fácil mesmo. A ideia não é deste blogueiro, Ouvi ou li a respeito, chamou a minha atenção.
Para isso, a prefeitura de Cabo Frio, como líder do “consórcio” de escolas do interior, teria que negociar com o comando dos desfiles do Rio como seria possível a participação de escolas de samba de cidades do interior na festa máxima do Carnaval carioca. Além da exaustiva burocracia, tem que pensar na logística : vale a pena construir em Cabo Frio os carros alegóricos e transportá-los até o Sambódromo do Rio ou é melhor e menos complicado – e mais barato - terceirizar a construção e montagem no barracão do samba na área portuária com um equipe local? 

A Escola de Samba de Cabo Frio receberia uma subvenção razoável da Prefeitura, faturaria com a venda de ingressos para os ensaios e shows demonstrativos, e também poderia contar com o dinheiro da venda de cotas de patrocínio do projeto, que seriam adquiridas pelas empresas locais ou marcas regionais, estaduais e nacionais com interesse no mercado regional.

Essas empresas exporiam suas marcas e materiais promocionais para as plateias ao vivo e para milhões de telespectadores. Muita areia pro caminhão delas ? Tem que pensar. Se o Club Med, por exemplo, topa a parada, é gol de placa. .Ele precisa de alta visibilidade e de credibilidade junto à sociedade de Cabo Frio, depois de tantos atrasos e adiamentos.
Esse samba do carnavalesco doido não está nascendo aqui mas pode contar com a minha letra e palavra.

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