Para abrir este post, copio
e colo o link para “Perfídia" com Nat Kink Cole.
Parodiando o cinema : "Qualquer semelhança com
pessoas vivas é deliberada."
Há uma sequência de fatos interconectáveis
que vem convergindo em favor do PT, do governo federal (que é esperto e sabe
aproveitar as bobeadas da oposição acomodada) e da candidatura de Dilma Rousseff para a
reeleição, a maioria não propriamente coincidências do imponderável mas com as
digitais dos condestáveis do poder.
Vamos aos fatos.
Fato 1
Esse vem lá de trás : a
importação de médicos estrangeiros e, principalmente, cubanos. Os não cubanos
fazem mera figuração no sentido ideológico. Assim como a Venezuela,
a Bolivia e o antiamericanismo, Cuba é peça essencial do xadrez da política
externa do governo Dilma. A importação de doutores de Havana é uma forma
engenhosa de emprestar alguns milhões de dólares a fundo perdido para o regime
de Fidel Castro, numa operação triangulada pela Organização Panamericana de Saúde,
que entregará os dólares do pagamento dos médicos ao caixa do irmão de Fidel. Em
segundo plano, mas, para o público em geral, em primeiro plano, se trata de
cuidar da saúde dos mais necessitados através de médicos humanizados com
experiência em medicina familiar e comunitária.
Fato 2
O ministro da Saúde
Alexandre Padilha nada de braçada no neon do "Mais Médicos" e zarpa para disputar
o Palácio dos Bandeirantes empurrado pelo ciclone Lula.
Com as denúncias de malfeitos pretéritos de governos do PSDB em concorrências de trens e metrô, a cadeira de governador de São Paulo parece estar mais perto do PT do que nunca nesses últimos 12 anos. O povão não acredita em mensalão e diviniza Lula e Dilma.
Com as denúncias de malfeitos pretéritos de governos do PSDB em concorrências de trens e metrô, a cadeira de governador de São Paulo parece estar mais perto do PT do que nunca nesses últimos 12 anos. O povão não acredita em mensalão e diviniza Lula e Dilma.
Fato 3
O governo federal distribui
bondades no sacolão do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, mais crédito para
casa própria, Vale Cultura, Mais Médicos, etc e inunda a mídia com vasta propaganda que,
pedra dura em mente mole, tanto rala que um dia (a mente) engole. Mas o “preção”
no supermercado e os juros mais altos do mundo conspiram contra o bem estar
geral e o controle da inflação.
Fato 4
O ministro Celso de Mello dá
o voto de Minerva e o Supremo aceita os embargos infringentes. Os réus do
Mensalão continuam soltos, vão passar o Natal em casa e a sensação de
impunidade campeia. Novos ministros no Supremo vão mudar o rumo do mensalão. Estão batendo a minha carteira e não tem polícia
por perto.
Fato 5
O Ministério Público
Eleitoral desqualifica o registro do REDE de Marina Silva e a empurra contra o
paredão do TSE. Vamos ver se o paredão
cede, sob o peso pesado de Pedro Simon, Miro Teixeira e outros políticos com P
maiúsculo. Amanhã a gente fica sabendo.
Fato 6
Lula prega o fim da
vitaliciedade dos mandatos dos ministros dos tribunais, mirando no STF. Um Supremo de juízes rotativos fica mais
vulnerável a manipulações pelo andar de cima, por quem nomeia. E se quem nomeia
permanecer, pior.
Fato 7
Lula elogia a “companheira” Marina Silva, dando a impressão de que ela
ainda está do lado dele. Há sinceridade nisso ? Será peninha dela porque o TSE
pode barrar o Rede ?
Fatos 9 e 10
O FATOR SERRA
Surpreendendo os que achavam
líquida, pacífica e certa a candidatura de Aécio, Serra atropela na reta final
e cruza o disco de chegada de sua própria opção eleitoral mantendo-se no PSDB
(pelo menos até hoje, 02 de outubro), reabre a luta interna com Aécio pela
candidatura a presidente e surpreende de novo ao elogiar a indignação de Dilma contra a espionagem made in USA.
Dois fatos ocorridos fora do território
do governo que só favorecem Dilma.
Se Serra saísse pelo PPS de
Roberto Freire ajudaria muito mais a oposição do que jogando granadas de efeito
moral no quintal do PSDB. E elogiar
Dilma pode ser um ato de elegância democrática mas em tempos de escaramuças
pré-eleitorais é dinamite pura para armazenar no paiol do PT.
MARINA E O PLANO B
Por que esperar pelo último
minuto, pelo último suspiro do feto se falta ar nos seus pequenos pulmões ? Por que Marina não reserva lugar em outro
partido doutrinariamente compatível para não perder o bonde das eleições
presidenciais ? Ou seremos todos agradavelmente
surpreendidos pela decisão do TSE de
aprovar o REDE ?
A voz das ruas pode não
estar sendo muito clara e talvez não esteja sendo ouvida com a devida
atenção. Mas a leitura labial das massas
silenciosas traduz que a candidatura de Marina é uma “necessidade inadiável” para
as eleições de 2014, tão inadiável como a moralização das eleições, a reforma política,
o voto secreto, o fim da corrupção, a prisão dos mensaleiros ou políticas
públicas eficientes de educação e saúde.
Inadiável porque essa mulher, Marina
morena, fisicamente frágil, é dona de uma força muscular de 20 milhões de votos
obtidos em 2010 e (agora) de 16% das intenções de voto para a presidência, se os números das
mais recentes pesquisas estiverem corretos.
Inadiável porque, sem ela na
competição, fica praticamente um passeio a campanha de Dilma para mais um mandato.
Ganha provavelmente no primeiro turno, a menos que ocorra um terremoto,
imprevisível no futuro imediato. Aécio e Campos aparentemente não tem punch para acuar Dilma e o PT no canto
do ringue ou estão acumulando munição para soltar no fragor da campanha.
Quanto ao Plano B, Marina
tem poucas alternativas de partidos com
uma certa proximidade doutrinária, com história e acervo moral inquestionável.
O PPS é uma delas.
O DIA SEGUINTE
Considerando o cenário de
hoje, no dia 5 de outubro de 2014 pode ser que a fatura esteja liquidada para
Dilma. Vitória no 1º turno.
O comportamento das ruas
durante a Copa, o desempenho da seleção brasileira e as formas mais explosivas
de conexão entre futebol e eleições podem influir na decisão do eleitor na “cabine
indevassável”.
Mas se entrar areia e houver
2º turno, o 26 de outubro poderá ser um racha de rua entre (provavelmente)
Dilma e o(a) oponente que obtiver o maior número de votos no 1º turno, depois de Dilma.
Qualquer cenário em que
Dilma não apareça é falso.
Com Dilma no trono por mais
4 anos, o Brasil dará novos passos na direção do socialismo radical ou do
bolivarianismo continental. Apesar das aparências de democracia, há a percepção
difusa de implementação de uma ditadura de esquerda, com censura à imprensa, patrulhamento dos cidadãos através da Receita Federal e outros meios de invasão
de privacidade e controle social. Nessa visão talvez alarmista,
seremos todos nós os espionados e não pelo governo americano mas pelo próprio governo
brasileiro.
Com outro ocupante nesse
trono que signifique alternância de poder, o cenário será outro.
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