quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

BOICOTE : O ROLEZÃO DA CLASSE MÉDIA

Postado por Berto Filho

Existem duas formas de medir a inflação mas só uma é oficial.  A outra é considerada pelo governo uma fantasia de mau gosto. Então, existe a chamada inflação oficial, medida por índices que 
juram que a inflação não passa de 6% ao ano. Huummm, não reflete a realidade.
Mas ajuda a vender a ilusão de inflação controlada com baldes de diazepan. Isso é bom e faz bem para a campanha eleitoral. Imagine Dilma se reelegendo com uma inflação tresloucada... não vai, né ?

E existe a inflação real, aquela que a gente sofre na carne quando paga na marra, ao ter que comprar produtos a preços superfaturados quando, na mesma cidade ou no mesmo bairro, não existe outra opção ou porque o comércio aderiu a uma prática de oligopólio.. Todo mundo cobra o mesmo preço ALTO como fazem os postos de gasolina aqui em Cabo Frio.

Então, a inflação da velha classe média, a dos pais e avós que sustentam filhos e netos apenas com suas surradas e irreajustáveis aposentadorias, não existe nas estatísticas oficiais. Simples assim. Fantasia de mau gosto (para o governo).

E tome preço e tarifa desembestados na gôndola do supermercado, no balcão da farmácia, na mão de obra do pedreiro, do eletricista, do bombeiro, do jardineiro, na academia de ginástica, na oficina mecânica, nas lojas de autopeças e informática, no preço dos cartuchos para impressoras, nas lojas de consertos de bombas, nas contas das concessionárias de serviços públicos... Não adianta, isso não entra no cálculo da inflação como deveria.
A inflação de uma família é diferente da inflação de uma outra família morando ambas na mesma rua quando há diferenças de poder aquisitivo e de valores de contas a pagar (dívidas bancárias, carnês de financiamentos de compras a crédito, apoios financeiros para filhos e netos, plano de saúde, despesas imprevistas com saúde, com o carro...).


Quem não tem como pagar evita até ver preços em cardápios de certos restaurantes para não passar pela frustração de não poder consumir as maravilhas prometidas pelos odores que fluem das panelas para os seus narizes. 
É tortura gastronômica para a velha classe média que anda com o orçamento mais apertado que passageiro de trem da Supervia na hora do rush.

Então, existe uma segunda forma de medir a inflação que é considerar os preços absurdos praticados por muitos estabelecimentos, suavizados aqui e ali, e apenas em determinados momentos, por "promoções e descontos". 

No Rio e em São Paulo, por enquanto, vai se alastrando feito fogo na mata um movimento de boicote ao comércio que superfatura com uma ganância que não se justifica. Então, está decretada a luta de classes. Gente que pode, ganha muito, gasta onde bem entende e paga o preço que custa, sem reclamar. E gente que nao pode pagar ou não  concorda com a volúpia de empresários famé
licos, boicota.

Os criadores do site BoicotaSP enviaram um comunicado, na terça-feira, 28, respondendo às críticas do chef francês Olivier Anquier, publicadas em um artigo no jornal Folha de São Paulo, na última segunda-feira, 27. O BoicotaSP é um
movimento que surgiu na internet para atender reclamações contra estabelecimentos que, segundo os consumidores, cobram um valor abusivo por produtos e serviços - o que, segundo Anquier, configura um ato de "neoterrorismo eletrônico covarde e destruidor".

Anquier criticou o site argumentando que os preços são estabelecidos levando em conta uma série de fatores, que vão desde os serviços de segurança e manobristas, até custos com cozinha, estoque, contadores e fornecedores, sem falar na alta carga tributária que os estabelecimentos têm que pagar. Em seu texto, ele também reclama da agressividade do BoicotaSP, e diz que os donos de bares e restaurantes são "guerreiros da economia de serviços do Brasil".

Em resposta às críticas, o BoicotaSP questiona o significado do termo "neoterrorismo", usado por Anquier. "Chamar exercício democrático de covardia e neoterrorismo nos faz lembrar uma visão de mundo e de país da qual não gostamos de nos lembrar", diz a nota. A equipe do site também reafirma que a plataforma foi feita para estimular o diálogo entre consumidores e estabelecimentos - no entanto, em vez do acordo, os donos de bares e restaurantes preferem fazer críticas, com "muitas justificativas retóricas e pouquíssima conversa de igual para igual".


O boicote é o rolezão da classe média (a velha). Porque a nova, a emergente, vai muito bem de saúde e emprego. Tem o governo por trás dando assistência ampla e irrestrita (Bolsa Familia, Minhas Casa Minhas Dívidas, portarias da prefeitura, etc).

Cabo Frio precisa entrar nessa onda.

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