quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O AVESSO DO RÓTULO NESTLÉ

Postado por Berto Filho

Recebi uma denúncia gravíssima contra a Nestlé e não tem jeito. Publico por ser de bom senso e porque não li nada na mídia a esse respeito. Quando uma denúncia séria feita por gente de bem circula na internet mas nada é publicado na imprensa, é porque tem alguma coisa errada.
Tire as suas conclusões.
 
"Na Hungria havia uma fábrica de chocolates, que vendia para o mercado interno e exportava para os países vizinhos e todo o Leste Europeu. A Nestlé comprou a fábrica, botou todos os funcionários no olho da rua, demoliu as instalações e saiu do país.
A Nestlé não quer concorrência. Se houver...
Nestlé mata Água Mineral São Lourenço (As
águas turvas da Nestlé)


Há alguns anos a Nestlé vem utilizando os poços de água mineral de São Lourenço para fabricar a água marca PureLife. Diversas organizações da cidade vêm combatendo a prática, por muitas razões. As águas minerais, de
propriedades medicinais e baixo custo, eram um eficiente e barato tratamento médico para diversas doenças, mas o consumo delas foi desestimulado a partir dos anos 50, pela maciça campanha dos laboratórios farmacêuticos para vender suas fórmulas químicas através dos médicos. Mas o poder dessas águas permanece. Médicos da região, por exemplo, curam a anemia das crianças de baixa renda apenas com água ferruginosa.

Para fabricar a PureLife, a Nestlé, sem estudos sérios de riscos à saúde, desmineraliza a água e acrescenta sais
minerais de sua patente. A desmineralização de água
é proibida pela Constituição. Cientistas europeus
afirmam que nesse processo a Nestlé desestabiliza a água e acrescenta sais minerais para fechar a reação. Em outras palavras, a PureLife é uma água química. A Nestlé está faturando em cima de um bem comum, a água, além de o estar esgotando, por não obedecer às normas de restrição de impacto ambiental, expondo a saúde da população a riscos desconhecidos. O ritmo de bombeamento da Nestlé está acima do permitido.

Troca de dutos na presença de fiscais é rotina. O
terreno do Parque das Águas de São Lourenço está
afundando devido ao comprometimento dos lençóis
subterrâneos. A extração em níveis além do aceitável está comprometendo os poços minerais, cujas águas têm um lento processo de formação. Dois poços já secaram. Toda a região do sul de Minas está sendo afetada, inclusive estâncias minerais de outras localidades. Durante anos a Nestlé vinha operando, sem licença estadual. E finalmente obteve essa licença no início de 2004.

Um dos brasileiros atuantes no movimento de defesa das águas de São Lourenço, Franklin Frederick, após anos de tentativas frustradas junto ao governo e à imprensa para combater o problema, conseguiu apoio, na Suíça, para interpelar a empresa criminosa. A Igreja Reformista, a Igreja Católica, Grupos Socialistas e a ONG verde ATTAC uniram esforços contra a Nestlé, que já havia tentado a mesma prática na Suíça. Em janeiro deste ano, graças ao apoio desses grupos, Franklin conseguiu interpelar pessoalmente, e em público, o presidente mundial do Grupo Nestlé. Este, irritado, respondeu que mandaria fechar imediatamente a fábrica da Nestlé em São Lourenço. No dia seguinte, no entanto, o governo de Minas (PSDB), baixou portaria regulamentando a atividade da Nestlé. Ao invés de aplicar multas, deu-lhe uma autorização, mesmo ferindo a legislação federal.

Sem aproveitar o apoio internacional para o caso, apoiou uma corporação privada de histórico duvidoso. Se a grande
imprensa brasileira, misteriosa e sistematicamente vem ignorando o caso, o mesmo não ocorre na Europa, onde o assunto foi publicado em jornais de vários países, além de duas matérias de meia hora na televisão. Em uma dessas matérias, o vereador Cássio Mendes, do PT de São Lourenço, envolvido na batalha contra a criminosa Nestlé, reclama que sofreu pressões do Governo Federal (PT), para calar a boca. Teria sido avisado de que o pessoal da Nestlé apóia o Programa Fome Zero e não está gostando do barulho em São Lourenço.

Diga-se também que a relação espúria da Nestlé com o Fome Zero é outro caso sinistro. A empresa, como estratégia de marketing, incentiva os consumidores a comprar seus produtos, alegando que reverte lucros para o Fome Zero. E qual é a real participação da Nestlé no programa? A
contratação de agentes e, parece, também fornecendo o
treinamento. Sim, é a mesma famosa Nestlé, que tem sido
há décadas alvo internacional de denúncias de propaganda mentirosa, enganando mães pobres e educadores, para substituir leite materno por produtos Nestlé, em um dos maiores crimes contra a humanidade. A vendedora de leites e papinhas "substitutos" estaria envolvida com o treinamento dos agentes brasileiros do Fome Zero, recolhendo informações e gerando lucros e publicidade nas duas pontas do programa: compradores desejosos de colaborar e famintos carentes de comida e informação.

Mais preocupante: o Governo Federal anuncia que irá alterar a legislação, permitindo a desmineralização "parcial" das águas. O que é isso? Como será regulamentado? Se a Nestlé vinha bombeando água além do permitido e a
fiscalização nada fez, como irão fiscalizar agora a tal
desmineralização "parcial"? Além do que, "parcial" ou
"integral", a desmineralização é combatida por
cientistas e pesquisadores de todo o mundo.

E por que alterar a legislação em um item que apenas interessa à Nestlé? O que nós, cidadãos, ganhamos com isso? É simples. Sabemos que outras empresas, como a
Coca-Cola, estão no mesmo caminho da Nestlé, adquirindo
terrenos em importantes áreas de fontes de água. É para
essas empresas que o governo governa? Uma vergonha!!!" 

Mais informações sobre o caso Nestlé em
www.circuitodasaguas.org

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