segunda-feira, 14 de abril de 2014

CAMPOS PÕE MARINA NA GAIOLA DE VICE

Post de Berto Filho

Deu no Globo :
Campos anuncia Marina como vice na disputa presidencial
 
Pré-candidato espera que votos da ex-senadora em 2010 sejam transferidos para ele. Formalização vai ocorrer somente na convenção do partido

É, Marina pode ter sido colocada hoje na gaiola de vice de Eduardo Campos para (o PSB) criar o fato consumado. O pernambucano sonha em arrebatar para ele as intenções de voto que abonam Marina nas pesquisas de forma constante. Na minha opinião, esses quase 20 milhões de eleitores marineiros (de 2010), que não é pouco, se Marina não for cabeça de chapa, tendem a se dividir entre Aécio, o próprio Campos (dependendo da capacidade dele de seduzir parte do rebanho) , talvez uma parcela vote em um ou outro candidato "nanico" e tem os que vão preferir anular o voto ou votar em branco.

Transferir voto de Marina como Eduardo pretende vai exigir muita saliva, sola de sapato e capacidade de persuasão.

Marina segue em movimento de alta, Dilma vem caindo, Campos está parado e Aécio vai "conversando" com o eleitor por atacado mas ainda não achou o ponto ideal. Há muito chão pela frente. Aécio precisa centrar mais a voz, não parecer estar nervoso, afoito, ansioso. Falar um pouco mais devagar e com firmeza. Ele deveria prestar mais atenção nos discursos do seu avô, Tancredo Neves. Era muito olho no olho, pé no chão.

Sua reserva de mercado de votos dos mineiros o deixa tranquilo até ser dada a partida mas só com os mineiros ele não chega lá. E não é certo que a maioria dos paulistas vai aderir ao café-com-leite por gravidade. Os colégios eleitorais de São Paulo e Minas podem elegar o(a) futuro(a) presidente e vale a pena semear nesse terreno fértil, úbere, mas não pode se descuidar do nordeste e daqueles 72% de brasileiros que querem mudança sem Dilma, estão distribuídos nos vários estados e 
incluem os manifestantes puros de junho de 2013 que querem moralidade na política.

O pastor Everaldo sai das sombras e vai às compras, é lançado candidato a presidente da República pelo PSC, já está na frente do senador Randolfe Rodrigues (PSOL), fala contra o governo (nomento, isso deve atrair intenção de voto de setores da sociedade mais esclarecida) e tenta mostrar aos 22% da população de evangélicos brasileiros que pode confiar no seu taco profético. Se ele balançar esse coreto, seus eleitores evangélicos e os indecisos que se renderam ao seu fascínio podem levar a eleição para o 2o turno. Isso interessa a todos os adversários da até agora imbatível Dilma.

Quem for capaz de levar ao 2o turno será abençoado por cada um dos candidatos das oposições, que julgam poder derrotar Dilma ou Lula na reta final todos juntos. Todos juntos ?  Hummm, não sei não. Vai depender de quem chegar ao segundo turno e dos compromissos que terá assumido com apoios arrebanhados ao longo da campanha.
Volto ao assunto no final.

A desejada mudança sem Dilma é motivada pela fadiga do material e pela sucessão de más notícias no quintal do PT. Alternância no poder faz bem à democracia e´à saúde social.

Risonho e franco na foto (Google), o pastor Everaldo Pereira não é carta fora do baralho

Everaldo, agora chamado de pastor por conveniência eleitoral, vem da Assembleia de Deus de Madureira, reduto do pastor Manoel Ferreira. Do ponto de vista ideológico, está mais à direita e tem o apoio de eleitores que pensam como Jair Bolsonaro. Contra o kit gay, união entre homossexuais, aborto e outras questões polêmicas.

Mas vamos voltar eo evento do PSB de Campos.


Olha o passaruinho... O PSB confirma candidatura de Eduardo Campos e Marina Silva em evento no Hotel Nacional, em Brasília(Reprodução/Instagram) ... Olha, não sei não... Marina tem mais punch eleitoral para pilotar a chapa.  .

O texto a seguir é das jornalistas Laryssa Borges e Marcela Mattos, da sucursal do Globo em Brasília.

O PSB anunciou hoje, 2a.feira, 14, o nome da ex-senadora Marina Silva como candidata a vice-presidente de Eduardo Campos. O anúncio, embora previsto desde que a ex-senadora se filiou ao PSB em outubro de 2013, é interpretado pelos socialistas como a largada para que ela transfira de vez o capital político para o ex-governador de Pernambuco.

Estacionado nas pesquisas de intenção de votos com 9% dos eleitores, conforme pesquisas Datafolha, Campos espera que parte dos quase 20 milhões de votos que Marina obteve nas eleições de 2010 sejam transferidos para ele e o permitam desbancar o tucano Aécio Neves e disputar o segundo turno contra Dilma Rousseff. A aliança oficial entre Campos e Marina será homologada em junho, na Convenção Nacional do PSB.

O ex-governador de Pernambuco, que deixou o governo local para disputar a corrida pelo Palácio do Planalto, reuniu aliados e personalidades em Brasília para a confirmação de Marina no posto de vice-presidente.

Embora ainda haja reuniões para debater as linhas gerais da campanha eleitoral de Campos, a chapa Eduardo-Marina lançou nesta segunda-feira princípios gerais de campanha eleitoral para discutir, entre outros pontos, propostas para ampliar a participação da sociedade em debates, defender a transparência da gestão pública e avançar nas conquistas econômicas e sociais obtidas nos últimos 20 anos. O ato de anúncio da chapa de pré-candidatura contou com presença de políticos e personalidades como Luiza Erundina, o escritor Ariano Suassuna, a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon e o ex-jogador e deputado Romário. Na solenidade, houve apresentações do pianista Arthur Moreira Lima e do poeta Antonio Marinho.

Com um capital político de 19,6 milhões de votos em 2010 (19,3% dos votos válidos), Marina aparece em todas as simulações de intenção de voto como a mais bem colocada na tentativa de reeleição da presidente Dilma. Embora não seja uma adversária direta da petista, sua presença na corrida presidencial é considerada crucial pela oposição para forçar a disputa de um segundo turno. A ex-senadora é apontada como uma das principais representantes de uma autointitulada “nova política” e tem proximidade com o eleitorado evangélico, cada vez mais importante nas eleições.
O papel de Marina nas eleições deste ano começou a ser redesenhado em outubro de 2013, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou registro partidário à Rede Sustentabilidade porque a agremiação não conseguiu cumprir o requisito básico de recolher o mínimo de 492.000 assinaturas certificadas em cartórios eleitorais.

Alinhamento – Desde que Marina se filiou ao PSB, socialistas e militantes da Rede têm trocado farpas sobre a construção de palanques regionais. A falta de alinhamento total entre os “marineiros” e o PSB esbarra, segundo os socialistas, na resistência de Marina em formar alianças partidárias. Em São Paulo, por exemplo, o PSB insiste em lançar o nome do deputado Márcio França ao governo, enquanto a Rede tem outros candidatos, como o deputado Walter Feldman.


Volto eu : nem tudo são flores, há espinhos. Brigar pelo segundo turno é dever de todos (os candidatos da oposição).
Depois, quem for (para o segundo turno) tentará atrair os concorrentes da mesma ala e, sobretudo, os eleitores deles. Aí surgirão as oportunidades de composição para que o terceiro e o quarto colocados, pelo menos, tenham representação proporcional no ministério do(a) vencedor(a), na suposição de que um candidato da oposição vai bater o candidato do PT no 2o turno.
No fundo, é uma luta coletiva, visando a um mesmo fim, mas até terminar a contagem de votos no 1o turno, é cada um por si. E tome cotovelada e canelada por baixo da mesa nos programas do TSE ...
 

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