Post de Berto Filho
Recebi o texto de um amigo discreto. Não sei se ele é o autor, pode até não ser, mas façamos de conta que é.
Ele excursiona pelos meandros, canions e corredeiras que se interpõem entre a direção do Banco Santander e o PT, desde que a já demitida funcionaria do Banco endereçou a pouco mais de 40.000 correntistas um breve comentário sobre a relação umbilical entre o resultado das pesquisas eleitorais para a presidência da República e a piora da situação econômica, em consequência da condução equivocada e polêmica da política econômica pelo governo central e sua equipe.
Daqui para a frente é com o meu amigo oculto.
"A revanche com ares de ira marciana de Lula da Silva e Dilma Rousseff contra o Banco Santander representa o risco de se transformar em um dos maiores tiros pela culatra já dados pelos petistas desesperados com o risco concreto de perderem a reeleição.
O banco espanhol, controlado pelos britânicos, tem a memória financeira daquilo que investidores apostam ser um dos mais graves problemas na Petrobras: as aplicações de mais de US$ 7 bilhões no fundo BB Millenium 6, que viraram pó, e podem se transformar em alvo de uma ação judicial na corte de Nova York. O pânico toma conta do PTitanic, na beira do abismo rumo às profundezas abissais.
Investidores apostam que a alta direção mundial do Santander sabe absolutamente de tudo que aconteceu na Petrobras, nas gestões Lula e Dilma. Fábio Barbosa, ex-presidente do banco no Brasil e hoje dirigente do Grupo Abril, foi membro do Conselho de Administração da Petrobras, na estranha qualidade de “representante dos acionistas minoritários”. O Santander foi o gestor do fundo Vênus – uma aplicação que também foi alvo de investigação da Comissão de Valores Mobiliários, mas acabou arquivada, como tantas outras queixas de investidores contra a falta de transparência em negócios da Petrobras.
Se a briga entre o governo e o Santander não for estancada, pode sobrar para a turma da Petrobras – segundo avaliação de vários investidores da companhia. A tendência é que vigore a tática de colocar panos quentes no conflito gerado pelo relatório que relacionava a melhora das intenções de voto em Dilma com o risco de “piora” econômica do Brasil. O sinal de paz foi dado pelo presidente mundial do Santander. Emilio Botín confirmou ontem que demitiu a responsável pelo estudo. Não citou o nome da prejudicada, em comunicado lacônico e complicado de entender: “A pessoa foi demitida porque o banco, advertido, disse que tinha que ser demitida antes”.
Mais focado ontem no encontro mundial de reitores, que vai alavancar o super empreendimento educacional do Santander, e menos preocupado com as ameaças do governo Dilma contra o banco, Emilio Botín até chegou a fazer uma média com o ex-Presidente Lula, que vociferou broncas contra o banco: “O presidente Lula é muito amigo meu, e para ele só tenho elogios”. O “amigo”Lula tinha reclamado que: “Não tem nenhum lugar do mundo em que o Santander esteja ganhando mais dinheiro do que no Brasil. Aqui ele ganha mais do que em Nova York, mais do que em Londres, do que em Pequim, Paris, Madri, Barcelona”.
O governo não deve atrapalhar o Santander em sua estratégia de ganhar dinheiro no Brasil. Caso queira dar uma de marciano contra o banco espanhol, detalhes incômodos sobre o fundo venusiano e o BB Millenuim 6 podem emergir do esgoto das profundezas abissais da impunidade."
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