Contribuição de Sylvio do Amaral Rocha, que fui buscar no site do jornalista Augusto Nunes, no portal da - quVeja.
IMAGENS EM MOVIMENTO : O COMEÇO
SYLVIO DO AMARAL ROCHA
Quanto mais se caminha em direção ao passado para tentar aprisionar da história do cinema o seu nascimento, mais se é levado a tempos remotos. Em Pré-cinemas & pós-cinemas, o professor Arlindo Machado escreveu: “Qualquer marco cronológico que possa eleger como inaugural será sempre arbitrário, pois o desejo e a procura do cinema são tão velhos quanto a civilização de que somos filhos”.
Com esta frase Machado explica que o cinema sempre existiu, que a vontade do homem de contar histórias com imagens sempre esteve presente e que limitar o nascimento dessa arte, desse desejo, à criação de um aparato tecnológico é simplificá-lo. Mas, como as datas são importantes para a história oficial, convencionou-se usar 1895 como o ano da sua criação. Foi quando aconteceu, no Grand Café de Paris, a primeira exibição comercial do cinema tal qual o conhecemos hoje.
Os irmãos Lumière exibiram cerca de 10 filmes curtos que mostravam como funcionava o cinematógrafo (máquina capaz de filmar e projetar) e como o mundo era observado através dele. Foi como se todas as intenções e invenções até aquele momento se fundissem num só equipamento. Obviamente neste começo não se vislumbrava a capacidade que ele atingiria, muito menos que se tornaria um dos grandes responsáveis por expandir os sentidos humanos e criar costumes e modismos durante gerações.
Nos filmes, bastante rudimentares, as pessoas paravam para olhar a câmera do mesmo modo que fazem hoje. Na saída de um barco, o último passageiro, um fotógrafo, acena como se estivesse cumprimentando um companheiro de profissão, sem imaginar que seu gesto seria imortalizado em movimento – como os demais, certamente deve ter suposto que estava sendo fotografado.
Para demonstrar as qualidades técnicas do aparato, a imagem da queda de um muro foi exibida de trás para frente, criando uma atmosfera lúdica. Ao fazer o filme correr do fim para o início e exibir o muro que acabara de cair sendo magicamente reconstruído, os irmãos Lumière também inauguraram o mundo fantástico no cinema. Com uma simples manipulação do tempo, aconteceu algo invisível a olho nu.
Foram maravilhas como estas que encantaram e deixaram a plateia estupefata. No caso mais notório de convulsão diante da tela – a exibição de L’arrivée d’un train en gare de La Ciotat (Chegada do trem à estação de La Ciotat) – os espectadores saíram correndo com medo que o trem invadisse a sala (Link no final do post).
Assista a estes filmes e transporte-se para 1895. Imagine estar ao lado de alguém que se encanta com o simples fato das folhas se mexerem ao fundo em Le Repàs Du Bébé (A alimentação do bebe). Este é o começo de uma bela e mágica história. George Méliès será tema do próximo post
SYLVIO DO AMARAL ROCHA
Quanto mais se caminha em direção ao passado para tentar aprisionar da história do cinema o seu nascimento, mais se é levado a tempos remotos. Em Pré-cinemas & pós-cinemas, o professor Arlindo Machado escreveu: “Qualquer marco cronológico que possa eleger como inaugural será sempre arbitrário, pois o desejo e a procura do cinema são tão velhos quanto a civilização de que somos filhos”.
Com esta frase Machado explica que o cinema sempre existiu, que a vontade do homem de contar histórias com imagens sempre esteve presente e que limitar o nascimento dessa arte, desse desejo, à criação de um aparato tecnológico é simplificá-lo. Mas, como as datas são importantes para a história oficial, convencionou-se usar 1895 como o ano da sua criação. Foi quando aconteceu, no Grand Café de Paris, a primeira exibição comercial do cinema tal qual o conhecemos hoje.
Os irmãos Lumière exibiram cerca de 10 filmes curtos que mostravam como funcionava o cinematógrafo (máquina capaz de filmar e projetar) e como o mundo era observado através dele. Foi como se todas as intenções e invenções até aquele momento se fundissem num só equipamento. Obviamente neste começo não se vislumbrava a capacidade que ele atingiria, muito menos que se tornaria um dos grandes responsáveis por expandir os sentidos humanos e criar costumes e modismos durante gerações.
Nos filmes, bastante rudimentares, as pessoas paravam para olhar a câmera do mesmo modo que fazem hoje. Na saída de um barco, o último passageiro, um fotógrafo, acena como se estivesse cumprimentando um companheiro de profissão, sem imaginar que seu gesto seria imortalizado em movimento – como os demais, certamente deve ter suposto que estava sendo fotografado.
Para demonstrar as qualidades técnicas do aparato, a imagem da queda de um muro foi exibida de trás para frente, criando uma atmosfera lúdica. Ao fazer o filme correr do fim para o início e exibir o muro que acabara de cair sendo magicamente reconstruído, os irmãos Lumière também inauguraram o mundo fantástico no cinema. Com uma simples manipulação do tempo, aconteceu algo invisível a olho nu.
Foram maravilhas como estas que encantaram e deixaram a plateia estupefata. No caso mais notório de convulsão diante da tela – a exibição de L’arrivée d’un train en gare de La Ciotat (Chegada do trem à estação de La Ciotat) – os espectadores saíram correndo com medo que o trem invadisse a sala (Link no final do post).
Assista a estes filmes e transporte-se para 1895. Imagine estar ao lado de alguém que se encanta com o simples fato das folhas se mexerem ao fundo em Le Repàs Du Bébé (A alimentação do bebe). Este é o começo de uma bela e mágica história. George Méliès será tema do próximo post
(Berto remexendo no baú do Google se acha tudo. Aqui nesse link o primeiro filme da história da humanidade.)
https://www.youtube.com/watch?v=RP7OMTA4gOE
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