sexta-feira, 14 de março de 2014

ENSAIOS ANTI COPA

Postado por Berto Filho




Foto : site
www.copadomundo.uol.com.br

O terceiro protesto anti-Copa em São Paulo na noite de ontem (5a.feira, 13) em torno da avenida Paulista sinaliza estar em andamento a temporada de ensaios desse tipo de manifestação política. Ensaio observado pelas lunetas de manifestantes de outras cidades (as outras 11 sedes da Copa). A coisa é didática. Mais ou menos como a construção de um novo manual para se manifestar sem ser preso e sem ser necessário destruir patrimônio público e privado. Manual do vândalo bem comportado ...

Imagino que cada ato nesse começo de tempoarada seja um teste de resistência (com relação à polícia) para aprimorar a organização, se possível dentro das regras da lei e da ordem, e tentar chegar ao limite quando o time entrar em campo para valer. Mera suposição.

Como registra o Globo, em matéria de Sergio Roxo e Thiago Herdy, o ensaio geral incluiu no roteiro (ou foi improviso ?) a depredação de pelo menos duas agências bancárias.
Uma bomba foi lançada na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Segundo a Polícia Militar (PM), manifestantes atiraram coquetel molotov em direção à tropa. Ainda de acordo com a PM, cinco pessoas foram detidas e levadas para uma delegacia. Na Paulista, o Conjunto Nacional e a estação do Metrô Trianon-Masp foram fechadas. Lojas de comércio da região baixaram as portas.

A manifestação chegou a reunir 2,1 mil pessoas, de acordo com a PM, e terminou por volta das 23h na Praça da Sé com cerca de 50 pessoas. Andando pelo meio dos carros, na contramão da via, sentido Paraíso, o grupo chegou a jogar um sinalizador que foi parar sobre o capô de um carro. A motorista, assustada, desceu do veículo. A PM chegou a posicionar a tropa para disparar balas de borracha e conter os manifestantes, mas não o fez em razão do grande número de carros na via.

Os manifestantes estiveram concentrados até o início da noite no Largo da Batata, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Depois, seguiram em caminhada pelas avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças até chegar à Avenida Paulista. Aproximadamente 1,7 mil PMs acompanham o protesto; boa parte não tem identificação na farda.

Entre os manifestantes, ao menos dez estavam mascarados, como os black blocs. Havia também no ato bandeiras de partidos de esquerda e faixas de protesto de movimentos sociais.
{ Uma geléia geral : autoria coletiva sem comando definido. ]

Advogados ativistas que acompanharam a manifestação decidiram questionar o comando da PM sobre o fato de os policiais militares não terem seus nomes nos uniformes. Julio César Fernandes Neves, ouvidor das polícias Civil e Militar, também questionou a falta de identificação.
- Perguntei ao comandante da operação sobre o assunto, ele disse que tiveram uma dificuldade em colocar os nomes, o que não pode. Na segunda-feira, vamos falar com o secretário (de Segurança Pública, Fernando Grella).

Mais cedo, antes do ato, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou pedido de liminar impetrado na véspera por um grupo de advogados ativistas que pretendia limitar a ação da PM na manifestação. A Corte paulista também deu uma liminar favorável aos manifestantes e permitiu o uso de máscaras no protesto.

Em papel amarelado e propositalmente desgastado, "com o intuito de remeter o Juiz a uma época distante de um Estado Democrático de Direito", os advogados ativistas pediam na liminar negada pela Justiça o fim das ações da chamada ‘tropa do braço’, formada por PMs que usam golpes de artes marciais contra manifestantes e jornalistas; da chamada “panela de Hamburgo”, uma tática que prevê um cordão de isolamento para a rendição de manifestantes; da “prisão para averiguação” e da restrição de liberdade a jornalistas e advogados; além do fim de ações preventivas contra manifestantes.

Para o desembargador Roberto Mortari, do Órgão Especial do TJ-SP, “a atuação policial preventiva, com vistas à manutenção da ordem pública, é legítima, e não pode ser afastada, sem prejuízo de rigorosa apuração e punição de eventuais abusos, se acaso constatados”. Diz também o magistrado que “não se vislumbra, de pronto, violação ao direito constitucional de reunião”. “A tanto não se equipara a adoção, pelas autoridades públicas competentes, de medidas destinadas a assegurar que determinada reunião seja pacífica, ordeira e não cause transtornos para a coletividade”, complementa.

Em sua página no Facebook, os advogados ativistas dizem lamentar "profundamente que o Judiciário tenha chancelado as práticas antidemocráticas e inconstitucionais que vem sendo amplificadas desde junho de 2013" e acrescentam que "esta não só é uma derrota dos advogados ativistas. É mais um capítulo obscuro diante da nossa construção democrática".

Pego de novo : foi anunciada há algum tempo e divulguei neste blog uma caminhada para o dia 22. No centro da temática o pedido de impeachment de Dilma. Acho que é guerrilha de desgaste para fustigar a lider das pesquisas e seus cabos eleitorais. Os extremos (radicais de esquerda e direita) poderão se encontrar na mesma rua. Vai dar o que ? Primeiro, vamos ver se essa caminhada vai mesmo acontecer. No momento, a divulgação dela saiu do meu radar.


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