quinta-feira, 27 de março de 2014

JOSÉ SERRA EM 1964 : EXORTAÇÃO À LUTA

Postado por Berto Filho

Fui no Ancelmo (Ancelmo Gois, O Globo) hoje e peguei essa raridade sobre o José Serra.
Vamos ouvir ? Está no fim do primeiro parágrafo do texto do Ancelmo. Clicar em "site".

O discurso de Serra era bem diferente do que seria hoje se ele fosse candidato a presidente. O tempo e as circunstâncias mudam os homens. Hoje está do lado que quer evitar a comunização cubana e a reeleição de Dilma, que, com mais 4 anos no poder, poderia (com o empurrão do PT e a cobertura de Lula) criar as condições camponesas (com o MST à frente) e urbanas para tentar fazer as reformas de base preconizadas por João Goulart. Ainda não foi esquecida a proposta do PT de permitir invasões de propriedades privadas sem que o dono tenha o direito de recorrer à Justiça. Os invasores passariam a ser os donos e fim de papo.

Serra convoca brasileiros a resistirem ao golpe de 64

Em 1º de abril de 1964, o então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), José Serra, usou como trincheira o microfone da Rádio Nacional para enviar sua mensagem de resistência ao golpe civil-militar. Em transmissão ao vivo, Serra convocou os brasileiros a resistirem. Ouça neste site.



Cinquenta anos depois, Serra fala ao nosso blog sobre esse documento histórico:

- Achei um tanto estranha minha voz, mais fina. As fitas velhas e a digitalização devem ter aumentado a rotação...rs. Mas o sotaque da Moóca e do sul é verdadeiro. Devo tê-lo atenuado nos 14 anos de exterior. "By the way", veja como eu defendia o Cardeal de SP. De resto, é de arrepiar se ouvir meio século depois. Eu já tinha visto imagens, mas a voz impressiona mais. Dá uma vontade infinita de explicar tudo para aquele jovem que eu conheço, mas para quem sou um desconhecido.

Como os brasileiros não atenderam ao apelo de Serra a única saída dele foi a saída pela esquerda. Refugiou-se em embaixadas de países estrangeiros e depois mergulhou no exílio que durou 14 anos. De volta ao Brasil, com a anistia política, atuou no PMDB e mais tarde, pelo PSDB, como se sabe, perdeu duas vezes a disputa para a presidência da República. Mais isso é outra história.



Foto : Google 
A massa humana do comício de 13 de março evolui pela Presidente Vargas


O Wikipedia ensina que o Comício da Central, ou Comício das Reformas, foi realizado no dia 13 de março de 1964 na cidade do
Rio de Janeiro, na Praça da República, situada em frente à Estação da Central do Brasil. Cerca de 150 mil pessoas ali se reuniram sob a proteção de tropas do I Exército, unidades da Marinha e Polícia, para ouvir a palavra do Presidente da República, João Goulart, e do governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola. As bandeiras vermelhas que pediam a legalização do Partido Comunista Brasileiro e as faixas que exigiam a reforma agrária foram vistas pela televisão, causando arrepios nos meios conservadores.

Na ocasião, Jango assinou dois decretos, com toda a
Soberania que a Constituição de 1946 lhe possibilitava. O primeiro deles era simbólico e consistia na desapropriação das refinarias de petróleo que ainda não estavam nas mãos da Petrobras. O segundo - chamado decreto da SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária) - declarava sujeitas a desapropriação propriedades subutilizadas, especificando a localização e a dimensão das que estariam sujeitas à medida. O presidente revelou também que estavam em preparo a reforma urbana - um espantalho para a classe média temerosa de perder seus imóveis para os inquilinos - e propostas a serem encaminhadas ao Congresso, que previam mudanças nos impostos e concessão de voto aos analfabetos e aos quadros inferiores das Forças Armadas.

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