sábado, 22 de março de 2014

GUANTÁNAMO E CUBA, A CRIMEIA LATINA

Postado por Berto Filho


Foto do Google : presos em Guantánamo

Faz alguns dias o presidente do Uruguai, Jose Mujica, inovador em tantas coisas, como a liberdade de produzir e comercializar maconha (em seu país) "para fins medicinais", aceitou o pedido do governo dos Estados Unidos para receber, na condição de refugiados, 5 presos políticos que estão detidos na base militar dos EUA na baía de Guantánamo desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Ficariam lá 2 anos e depois, o futuro a Deus (e aos políticos de bom senso) pertence.


É que o governo Obama quer desativar o emblemático presídio na ilha de Cuba por razões humanitárias e, provavelmente, também por razões de segurança. O governo americano admite ficar com os mais perigosos (para a segurança americna) que seriam levados para presídios americanos seguros. E os demais o governo americano negocia com países dispostos e seguir o exemplo do Uruguai.

O presidente Mujica, de 78 anos de idade e ex-guerrilheiro, concordou mas somente depois do nihil obstat do presidente cubano, Raúl Castro, e de enviar delegados para visitar o centro de detenção.

A prisão em Guantánamo tem sido alvo de críticas de grupos defensores dos direitos humanos. Alguns de seus prisioneiros estão na base há uma década ou mais, sem acusação formal ou julgamento. Inaugurado pelo presidente George W. Bush em 2002 para manter suspeitos de terrorismo capturados no exterior, Guantánamo se tornou um símbolo dos excessos da sua "guerra contra o terror".

"Eles estão vindo como refugiados e haverá um lugar para eles no Uruguai se quiserem trazer suas famílias", disse Mujica, que passou 14 anos na prisão antes e durante a ditadura de 1973-1985 no Uruguai. Ele tem experiência no ramo.

RUSSIA DE NOVO EM CUBA ?



Um missil apontado para o coração dos EUA em 1962

No xadrez da Guerra Fria, que parece estar sendo requentada pela Rússia, Cuba é uma espécie de Crimeia latina para contrabalançar a intromissão americana (e europeia) na Ucrânia, que perdeu a Crimeia para a Rússia. A Cuba dos irmãos Castro poderia receber de volta os "mísseis" russos do tempo de Kennedy e Kruschev ou alguma ajuda econômica, política e militar consistente, crescente, que aumente o seu poder de barganha contra o bloqueio norte-americano, de forma a repercutir o aumento do poderio na esfera diplomática para onde deveriam convergir as soluções de todos os conflitos mundiais.

Pode ser que Putin esteja querendo apenas assustar os Estados Unidos e desestimular Obama (na questão da Ucrânia-Crimeia) com essa história - que não é das carochinhas - de reescalar Cuba como sua ponte preferencial pára a América Latina. Aí vai ser a glória do socialismo global : o eixo Cuba-Venezuela-Brasil poderia ser uma extensão natural da mencionada ponte russa.

Estou vendo fantasmas ? Pode ser. E pode não ser. 


 
Foto Google : manifestação em Kiev

Um detalhe interessante da ocupação, anexação ou "integração" da Crimeia pela Russia.
Os soldados russos desembarcaram silenciosamente em Kiev e arredores usando uniformes de soldados e policiais uicranianos, repetindo (sem o cavalo mas com muita astúcia) a invasão de Troia. Foi evitado derramamento de sangue mas a Ucrânia ficou manca. Suas bases militares na Crimeia foram tomadas pelos russos. Resta ao Ocidente amparar a economia da Ucrânia e duelar diplomaticamente com Moscou para que não corte o gás que abastece a Europa.

As sanções econômicas de americanos e europeus contra cidadãos russos que moram nos EUA e Europa e dos russos contra cidadãos americanos e europeus que vivem na Rússia, não tem eficácia, não fazem voltar atrás, talvez por serem o primeiro botão pacífico a apertar antes de serem apertados outros botões bem mais sensíveis e perigosos.

O gasoduto que transporte o gás russo atravessa a Ucrânia e daí é distribuído para o Velho Continente.   A espada de Dâmocles está nas mãos do Kremlin pendendo sobre o pescoço europeu. Que poder em jogo !





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