Postado por Berto Filho
Por que os aumentos de preços das passagens de ônibus na grande maioria das cidades brasileiras são decretados pelos prefeitos sem consulta à população ou sem dar ao contribuinte uma justificativa séria, bem explicada ? Querem manifestações e mais black blocs ? Parece provocação.
Será tão difícil e penoso assim tentar convencer o passageiro de que o aumento de alguns centavos no preço se justifica plenamente antes de decretar uma tarifa nova ?
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que é um cidadão do bem, precisa investir um pouco mais na sua imagem como político, porque a de administrador já está consolidada. Ele está virando o centro do Rio, a área portuária e a zona oeste de cabeça para baixo. Só daqui há alguns anos vão lhe dar o devido crédito pela mellhoria que decorrer dessas obras, o legado olímpico e/ou o da Copa. Os transtornos seriam inevitáveis. Pelo que sei, a população está colaborando, angustiada com os atravancamentos e engarrafamentos resultantes dessa intervenção profunda, apesar de estar sendo prejudicada na mobilidade do seu dia-a-dia.
Mas vamos aos ônibus.
O prefeito do Rio lançou em junho de 2013, no intervalo das manifestações, um portal da Mobilidade, esfinge povoada de enigmas que o cidadão do povo não consegue decifrar.
Este é o link para o anúncio de Eduardo Paes:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/06/prefeito-do-rio-apresenta-pacto-pela-transparencia-nos-transportes.html
No Rio, o TCM (Tribunal de Contas do Município) argumentou que o preço de R$ 2,75 poderia ser mantido ao longo de 2014 porque analisou as planilhas e concuiu que as concessionárias não teriam prejuízo se a tarifa tivesse sido mantida. Não adiantou. O prefeito poderia ter aceito o argumento e marcado pontos com a população.
Dizem os profissionais que acompaham o assunto mais de perto que, sem dados de qualidade, órgãos de fiscalização como o Tribunal de Contas do Município (TCM) e o Ministério Público ficam sem munição suficiente para passar um pente-fino nos consórcios e, se constatadas irregularidades, entrar com uma ação na Justiça.
E tem, na contramão, nesse Brasil todo, de mais de 5.500 municípios, as suspeitas, difusas, de que as concorrências para definir que companhias vão operar estas ou aquelas linhas são fraudáveis e de que os vencedores devolvem, por baixo do pano (a quem de direito) uma parte da receita apurada pelas catracas e guichês até mesmo antes da posse de um novo prefeito cuja campanha foi apoiada por eles. Lenda de internet ou é mesmo uma prática antiga de levantar dinheiro para a campanha que ainda continua ?
E tem aquelas cidades onde só tem uma empresa explorando o serviço. O monopólio é muito difícil de ser mantido se a empresa não realizar projetos sociais em cooperação com os serviços sociais da prefeitura. Mas projetos sociais sinceros, transparentes, auditáveis, realmente tansformadores de comportamento e formação de cidadania.
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