sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A CAIXA PRETA DOS PREÇOS DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS

Postado por Berto Filho


Por que os aumentos de preços das passagens de ônibus na grande maioria das cidades brasileiras são decretados pelos prefeitos sem consulta à população ou sem dar ao contribuinte uma justificativa séria, bem explicada ? Querem manifestações e mais black blocs ? Parece provocação.
Será tão difícil e penoso assim tentar convencer o passageiro de que o aumento de alguns centavos no preço se justifica plenamente antes de decretar uma tarifa nova ?

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que é um cidadão do bem, precisa investir um pouco mais na sua imagem como político, porque a de administrador já está consolidada. Ele está virando o centro do Rio, a área portuária e a zona oeste de cabeça para baixo. Só daqui há alguns anos vão lhe dar o devido crédito pela mellhoria que decorrer dessas obras, o legado olímpico e/ou o da Copa. Os transtornos seriam inevitáveis. Pelo que sei, a população está colaborando, angustiada com os atravancamentos e engarrafamentos resultantes dessa intervenção profunda, apesar de estar sendo prejudicada na mobilidade do seu dia-a-dia.
Mas vamos aos ônibus.

O prefeito do Rio lançou em junho de 2013, no intervalo das manifestações, um portal da Mobilidade, esfinge povoada de enigmas que o cidadão do povo não consegue decifrar.
Este é o link para o anúncio de Eduardo Paes:

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/06/prefeito-do-rio-apresenta-pacto-pela-transparencia-nos-transportes.html

No Rio, o TCM (Tribunal de Contas do Município) argumentou que o preço de R$ 2,75 poderia ser mantido ao longo de 2014 porque analisou as planilhas e concuiu que as concessionárias não teriam prejuízo se a tarifa tivesse sido mantida. Não adiantou. O prefeito poderia ter aceito o argumento e marcado pontos com a população.

Dizem os profissionais que acompaham o assunto mais de perto que, sem dados de qualidade, órgãos de fiscalização como o Tribunal de Contas do Município (TCM) e o Ministério Público ficam sem munição suficiente para passar um pente-fino nos consórcios e, se constatadas irregularidades, entrar com uma ação na Justiça.

E tem, na contramão, nesse Brasil todo, de mais de 5.500 municípios, as suspeitas, difusas, de que as concorrências para definir que companhias vão operar estas ou aquelas linhas são fraudáveis e de que os vencedores devolvem, por baixo do pano (a quem de direito) uma parte da receita apurada pelas catracas e guichês até mesmo antes da posse de um novo prefeito cuja campanha foi apoiada por eles. Lenda de internet ou é mesmo uma prática antiga de levantar dinheiro para a campanha que ainda continua ?

E tem aquelas cidades onde só tem uma empresa explorando o serviço. O monopólio é muito difícil de ser mantido se a empresa não realizar projetos sociais em cooperação com os serviços sociais da prefeitura. Mas projetos sociais sinceros, transparentes, auditáveis, realmente tansformadores de comportamento e formação de cidadania.


 

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