domingo, 1 de junho de 2014

CIDINHA CAMPOS CRITICA REGINA CASÉ E A TV GLOBO

Post de Berto Filho




Numa certa fase de minha carreira, trabalhei na mesma "casa" de Cidinha Campos - hoje deputada estadual pelo PDT -, a TV Record de São Paulo. Nessa éoca, 1965-66, Cidinha estava casada com Manoel Carlos, hoje um dos mais conceituados autores de novelas da Globo.

Mas a brava guerreura Cidinha, ao abraçar a carreira política, não abandonou a pista do jornalismo.

Ela deu uma marretada na Globo e na Regina Casé que reproduzo neste blog por ser notícia e pelo valor do caráter de Cidinha.

Pois bem.
Cidinha, colunista do jornal "O Dia", publicou em sua coluna e nas redes sociais um artigo com críticas duras à titular do programa "Esquenta", a apresentadora Regina Casé, e à abordagem que a Globo fez do caso da morte do dançarino "DG". O episódio já está meio que ultrapassado diante da enxurrada de notícias policiais negativas que a mídia faz desembarcar todos os dias nos telejornais. 

A palavra está com ela.

Uma hora e meia de irresponsabilidade: foi o que se viu no programa da Regina Casé na tarde do último domingo. A polícia ainda não disse o que aconteceu no Pavão-Pavãozinho, mas a vítima, o dançarino DG, já foi canonizada como um misto de Rudolf Nureyev e São Francisco de Assis.
 

Eu lamento a morte desse rapaz, assim como lamento a morte de Edilson dos Santos, o jovem com deficiência mental morto na mesma operação, e todos os PMs assassinados por bandidos nas UPPs e fora delas.

Para esses, não se dedicou um programa de TV nem se produziu uma torrente de lágrimas em cadeia nacional.

DG era lindo, alegre, pontual, como disse Regina Casé. Mas o que fazia ele pulando de um prédio para o outro em plena madrugada? A polícia afirma que ele estava com o bandido maior da área, o tal de Pitbull, foragido da cadeia, que naquela noite promovia um churrasco na comunidade, quando o tiroteio começou.
 

É fato que o dançarino gostava de companhias pouco recomendáveis. No seu Facebook, postou que era “amigo eterno do Cachorrão” (traficante morto na mesma comunidade em janeiro) e chegou a dizer que os moradores iriam descer o morro “cheios de ódio na veia e bico na mão” para vingar a morte do facínora.

No mesmo domingo do programa, um grupo fez uma manifestação na Avenida Atlântica, mãe da vítima à frente tocando um bumbo, gritando “Fora, UPP!”. Certamente, preferem que os traficantes continuem donos das favelas. Uma repórter do jornal O DIA foi agredida na manifestação. Agora virou moda. Não faz muito tempo, jornalistas e qualquer serviço do estado só subiam a favela com autorização do tráfico. Quem tem saudades desta época?
Nunca houve no Brasil um programa de combate ao domínio do tráfico tão determinado e corajoso quanto a UPP.

É mentira que a ocupação social não esteja acontecendo. Pode não ser na velocidade que desejamos, mas acontece na velocidade possível. Só quem não mora no Alemão pode ignorar o teleférico, o cinema, as creches, escolas, biblioteca, centro de computação. O mesmo vale para a Rocinha, para o Santa Marta, Chapéu Mangueira e tantas outras comunidades.

A esquerda caviar, que ganha dinheiro mostrando a cultura da favela, mas gosta de passar férias em Angra e Paris, não vai reconhecer nunca o trabalho do governo, a menos que ganhe cachê para isso. As UPPs são a nossa chance de retomar o Rio para os fluminenses.
 

Alimentar o discurso contra elas equivale a voltar para um passado que uma emissora com a responsabilidade da TV Globo não tem o direito de esquecer.

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