
Quem viu, viu. Quem não viu, pode ver agora. Um pequeno trecho da entrevista do excelente jornalista Tino Marcos ao Faustão no último domingo em que ele testemunha a torcida da Dilma pela seleção quando estava presa, em 1970. O relato é baseado no que Dilma teria dito aos jornalistas esportivos que ela convidara para um bate papo, que o Tino reverberou. Porque ele fez questão de dizer isso no Domingão ? Seria uma declaração de intenção de voto na Dilma ? Passou com louvor...
Apesar do hino dos 90 milhões em ação, criado pelo grande compositor e jinglista Miguel Gustavo, ser a expressão sonora, no campo esportivo, da repressão militar que havia naquele tempo, Dilma e companheiros de cela teriam superado a dor da prisão, as dores das torturas ... e festejado cada gol do Brasil como se fora o triunfo de sua guerrilha.
http://www.dailymotion.com/video/x1yy70u_tino-marcos-um-grande-momento-do-jornalismo-de-carater_sport
Atores e jornalistas famosos da TV têm manifestado, aqui e ali, suas preferências ideológicas e/ou eleitorais para a presidência da República, que é a eleição central. Casos de Paulo Beti e José de Abreu, petistas de carteirinha e cabos eleitorais das campanhas do PT. Wagner Moura, Fabio Assunção e Reynaldo Gianecchini são personas non gratas à revista VEJA por suas opções políticas.
Não é de bom tom associar automaticamente atores que ancoram campanhas publicitárias de estatais e empresas do governo federal a eventuais preferências eleitorais, no caso, por óbvio, a preferência automática recairia, nas eleições, nos candidatos do PT. As agências que trabalham para o governo federal pagam bem para usar a imagem e a voz de artistas consagrados nos comerciais de TV de seus clientes.
É normal a capitalização da boa imagem de um(a) ator(atriz) para ajudar a "vender" ao mesmo público que assiste às novelas as qualidades e atributos - os pontos de venda - das empresas publicizadas. Isso nada tem a ver com preferências eleitorais. Entretanto, quando o artista assume publicamente uma identidade político-ideológica e um protagonismo na cena politica, coincidente com a "ideologia" do anunciante ou do sistema dominante no seu estado ou no país, aí é diferente. Aí, sim, pode-se afirmar que é sopa no mel, que há uma reação química capaz de atrair o pensamento político de quem vê televisão.
Mas, convenhamos, é difícil, no sentimento e no imaginário popular, dissociar as imagens do Gianecchini, que anuncia Banco do Brasil, Regina Casé, que já pontuou no "Minha Casa, Minha Vida" e no "Minha Vida Melhor", da Caixa, Camila Pitanga - garota-propaganda da Caixa -, Rolando Boldrin - que defende programas do Ministério da Agricultura (financiados pela Caixa), Zezé Mota, que pilota comerciais do Vale-Cultura, e outros de renome similar, de terem vendido suas almas, bem além de terem cedido suas imagens e vozes, por preços compensadores, a agências de propaganda que trabalham para o governo. O regime é capitalista. Se não fosse, provavelmente os âncoras teriam que ser voluntários ou receberiam, no máximo, um cachê simbólico por sua cooperação ideológica.
Incluo nesse balaio a querida Fátima Bermardes, que abdicou da bancada do JN para se tornar garota-propaganda da Seara, depois, é claro, de montar e conduzir o seu próprio programa, alcançando boa aceitação e livrando-se das amarras do jornalismo, que impedem apresentadores de assinar, com voz ou imagem, qualquer campanha publicitária. A SEARA pertence ao grupo JBS que controla o Friboi, que tem recebido inestimável apoio financeiro do BNDES. Nem por isso se pode afirmar que a Fátima aderiu ao governo federal. Aliás, dizem que ela faturou muito bem nessa trabalho de estreia de sua marca abonando outras marcas. Para mim, pelo que conheço do seu caráter, é puro profissionalismo.
Justamente por vivermos em um regime teoricamente democrático com garantia (ainda, graças a Deus) de liberdade de expressão, enquanto não desembarca o tantas vezes ensaiado e ansiado (pelo governo e PT) controle social e econômico da mídia, a intolerância e o desrespeito à opinião adversa não são bons conselheiros para ninguém, muito menos para artistas que trabalham em novelas, às vezes na mesma novela, e não fica bem um ator de uma certa tendência tentar fazer a cabeça do outro, de tendência oposta, de uma forma hostil. O endereço do campo de batalha é a urna e, antes dela, são os programas do horário eleitoral, os debates na TV, comícios (ainda tem isso ?) e os encontros dos candidatos com os artistas em locais adequados.
O fato é que os artistas estão mais divididos do que nunca em relação às eleições mais importantes do país nos últims 30 anos, e já se nota acirramento acima do tom aceitável.
Do outro lado da barricada, assumidamente anti-PT, destacam-se o ator Carlos Vereza, o baterista do Paralamas do Sucesso João Barone e outros ícones da mídia não alinhados com o que consideram haver uma ditadura petista velada e patrulhadora imperando no meio artístico.
Os esqueletos devidamente adesivados vão saindo do armário.

Recentemente o senador Aécio Neves recebeu atores e convidados na casa de Luciano Huck, no Rio, para uma conversa. É saudável abrir as janelas dos pensamentos divergentes e repudiar o pensamento único, que não admite contestação. Dias depois, soube-se que o ator Tiago Lacerda, sempre muito discreto em relação às suas posições ideológicas, rebateu indiretamente uma publicação de Paulo Betti, notório petista, que havia marcado o nome de alguns colegas de profissão que estiveram presentes nesse jantar.
Thiago Lacerda desabafou com vontade:
"Um colega de profissão fez uma lista de nomes de colegas de profissão q uese reuniram na casa de colegas de profissão para “apoiar” um determinado candidato de oposição. Me soou bastante irônico.
Haja visto q o tal dono da página é declaradamente situação. E também pelo tom usado.
Me senti bastante ofendido!
Aliás, como me sinto nos tempos de hoje!!
Esses soldados da situação… Patrulheiros Vermelhos… Gente xiita, completamente cega e com um discurso enraizado na segunda metade do século passado, onde só existe companheiro e Inimigo, onde só existe o mundo contra nós, onde só existe certo e errado, verdade absoluta e mentira… sem nenhuma vergonha de mascarar o óbvio, cujo principal objetivo é propagandear a mesmice canalha que assalta o Pais, ( Quadrilha Sim!!!! ) ao invés de colocar o dedo na própria ferida e alinhar o discurso feito há mais de 25 anos na oposição e lutar contra a safadeza histórica de Brasília de forma limpa e corajosa!!!
( E aqui faço uma ressalva pois parte disso é fruto de uma luta asfixiante contra a manipulação da mídia criminosa que insiste em não ser isenta! Mídia manipuladora que muitas vezes mascara fatos de acordo com seus interesses escusos e transforma o povo em massa de manobra!!! )
Caro Colega,
Tem algum problema em se fazer escolhas? Quando se fizer uma reunião de apoio ao Eduardo e a Dilma vai ter listinha irônica?
Meu candidato não é o referido “apoiado” ( ainda… Sei lá!… ) Não Importa!!!
O que me constrange é a impossibilidade de escolhas democráticas sem que isso soe irônico!!!
O referido colega, pela idade que tem e experiência e Inteligência, deveria louvar a capacidade e a necessidade de se pensar diferente, incentivando não a se pensar da mesma forma fazendo escolhas iguais às suas próprias e sim na capacidade maravilhosa que cada indivíduo tem de fazer escolhas conscientes e politizadas de seus candidatos!!!!
Não me interessa dizer em quem eu votarei!!!!
Me interessa dizer que cada um precisa ser capaz de fazer suas próprias escolhas!!!!! E que se tiver oportunidade de um encontro com quem quer q seja para elucidar suas dúvidas ou confirmar certezas, que seja feito e nesse momento as pessoas não terão minha crítica e sim minha admiração e meu respeito!!!
Fica a dica caro Colega…"
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