segunda-feira, 9 de junho de 2014

GUERRA ELEITORAL E IDEOLÓGICA ENTRE ARTISTAS GLOBAIS

Post de Berto Filho




Quem viu, viu. Quem não viu, pode ver agora. Um pequeno trecho da entrevista do excelente jornalista Tino Marcos ao Faustão no último domingo em que ele testemunha a torcida da Dilma pela seleção quando estava presa, em 1970. O relato é baseado no que Dilma teria dito aos jornalistas esportivos que ela convidara para um bate papo, que o Tino reverberou. Porque ele fez questão de dizer isso no Domingão ? Seria uma declaração de intenção de voto na Dilma ? Passou com louvor...

Apesar do hino dos 90 milhões em ação, criado pelo grande compositor e jinglista Miguel Gustavo, ser a expressão sonora, no campo esportivo, da repressão militar que havia naquele tempo, Dilma e companheiros de cela teriam superado a dor da prisão, as dores das torturas ... e festejado cada gol do Brasil como se fora o triunfo de sua guerrilha.

http://www.dailymotion.com/video/x1yy70u_tino-marcos-um-grande-momento-do-jornalismo-de-carater_sport

Atores e jornalistas famosos da TV têm manifestado, aqui e ali, suas preferências ideológicas e/ou eleitorais para a presidência da República, que é a eleição central. Casos de Paulo Beti e José de Abreu, petistas de carteirinha e cabos eleitorais das campanhas do PT. Wagner Moura, Fabio Assunção e Reynaldo Gianecchini são personas non gratas à revista VEJA por suas opções políticas.

Não é de bom tom associar automaticamente atores que ancoram campanhas publicitárias de estatais e empresas do governo federal a eventuais preferências eleitorais, no caso, por óbvio, a preferência automática recairia, nas eleições, nos candidatos do PT. As agências que trabalham para o governo federal pagam bem para usar a imagem e a voz de artistas consagrados nos comerciais de TV de seus clientes.

É normal a capitalização da boa imagem de um(a) ator(atriz) para ajudar a "vender" ao mesmo público que assiste às novelas as qualidades e atributos - os pontos de venda - das empresas publicizadas. Isso nada tem a ver com preferências eleitorais. Entretanto, quando o artista assume publicamente uma identidade político-ideológica e um protagonismo na cena politica, coincidente com a "ideologia" do anunciante ou do sistema dominante no seu estado ou no país, aí é diferente. Aí, sim, pode-se afirmar que é sopa no mel, que há uma reação química capaz de atrair o pensamento político de quem vê televisão.

Mas, convenhamos, é difícil, no sentimento e no imaginário popular, dissociar as imagens do Gianecchini, que anuncia Banco do Brasil, Regina Casé, que já pontuou no "Minha Casa, Minha Vida" e no "Minha Vida Melhor", da Caixa, Camila Pitanga - garota-propaganda da Caixa -, Rolando Boldrin - que defende programas do Ministério da Agricultura (financiados pela Caixa), Zezé Mota, que pilota comerciais do Vale-Cultura, e outros de renome similar, de terem vendido suas almas, bem além de terem cedido suas imagens e vozes, por preços compensadores, a agências de propaganda que trabalham para o governo. O regime é capitalista. Se não fosse, provavelmente os âncoras teriam que ser voluntários ou receberiam, no máximo, um cachê simbólico por sua cooperação ideológica.

Incluo nesse balaio a querida Fátima Bermardes, que abdicou da bancada do JN para se tornar garota-propaganda da Seara, depois, é claro, de montar e conduzir o seu próprio programa, alcançando boa aceitação e livrando-se das amarras do jornalismo, que impedem apresentadores de assinar, com voz ou imagem, qualquer campanha publicitária. A SEARA pertence ao grupo JBS que controla o Friboi, que tem recebido inestimável apoio financeiro do BNDES. Nem por isso se pode afirmar que a Fátima aderiu ao governo federal. Aliás, dizem que ela faturou muito bem nessa trabalho de estreia de sua marca abonando outras marcas. Para mim, pelo que conheço do seu caráter, é puro profissionalismo.

Justamente por vivermos em um regime teoricamente democrático com garantia (ainda, graças a Deus) de liberdade de expressão, enquanto não desembarca o tantas vezes ensaiado e ansiado (pelo governo e PT) controle social e econômico da mídia, a intolerância e o desrespeito à opinião adversa não são bons conselheiros para ninguém, muito menos para artistas que trabalham em novelas, às vezes na mesma novela, e não fica bem um ator de uma certa tendência tentar fazer a cabeça do outro, de tendência oposta, de uma forma hostil. O endereço do campo de batalha é a urna e, antes dela, são os programas do horário eleitoral, os debates na TV, comícios (ainda tem isso ?) e os encontros dos candidatos com os artistas em locais adequados.

O fato é que os artistas estão mais divididos do que nunca em relação às eleições mais importantes do país nos últims 30 anos, e já se nota acirramento acima do tom aceitável.

Do outro lado da barricada, assumidamente anti-PT, destacam-se o ator Carlos Vereza, o baterista do Paralamas do Sucesso João Barone e outros ícones da mídia não alinhados com o que consideram haver uma ditadura petista velada e patrulhadora imperando no meio artístico.

Os esqueletos devidamente adesivados vão saindo do armário. 




Recentemente o senador Aécio Neves recebeu atores e convidados na casa de Luciano Huck, no Rio, para uma conversa. É saudável abrir as janelas dos pensamentos divergentes e repudiar o pensamento único, que não admite contestação. Dias depois, soube-se que o ator Tiago Lacerda, sempre muito discreto em relação às suas posições ideológicas, rebateu indiretamente uma publicação de Paulo Betti, notório petista, que havia marcado o nome de alguns colegas de profissão que estiveram presentes nesse jantar.
Thiago Lacerda desabafou com vontade:

"Um colega de profissão fez uma lista de nomes de colegas de profissão q uese reuniram na casa de colegas de profissão para “apoiar” um determinado candidato de oposição. Me soou bastante irônico.
Haja visto q o tal dono da página é declaradamente situação. E também pelo tom usado.
Me senti bastante ofendido!
Aliás, como me sinto nos tempos de hoje!!

Esses soldados da situação… Patrulheiros Vermelhos… Gente xiita, completamente cega e com um discurso enraizado na segunda metade do século passado, onde só existe companheiro e Inimigo, onde só existe o mundo contra nós, onde só existe certo e errado, verdade absoluta e mentira… sem nenhuma vergonha de mascarar o óbvio, cujo principal objetivo é propagandear a mesmice canalha que assalta o Pais, ( Quadrilha Sim!!!! ) ao invés de colocar o dedo na própria ferida e alinhar o discurso feito há mais de 25 anos na oposição e lutar contra a safadeza histórica de Brasília de forma limpa e corajosa!!!

( E aqui faço uma ressalva pois parte disso é fruto de uma luta asfixiante contra a manipulação da mídia criminosa que insiste em não ser isenta! Mídia manipuladora que muitas vezes mascara fatos de acordo com seus interesses escusos e transforma o povo em massa de manobra!!! )

Caro Colega,
Tem algum problema em se fazer escolhas? Quando se fizer uma reunião de apoio ao Eduardo e a Dilma vai ter listinha irônica?

Meu  candidato não é o referido “apoiado” ( ainda… Sei lá!… ) Não Importa!!!
O que me constrange é a impossibilidade de escolhas democráticas sem que isso soe irônico!!!

O referido colega, pela idade que tem e experiência e Inteligência, deveria louvar a capacidade e a necessidade de se pensar diferente, incentivando não a se pensar da mesma forma fazendo escolhas iguais às suas próprias e sim na capacidade maravilhosa que cada indivíduo tem de fazer escolhas conscientes e politizadas de seus candidatos!!!!

Não me interessa dizer em quem eu votarei!!!!

Me interessa dizer que cada um precisa ser capaz de fazer suas próprias escolhas!!!!! E que se tiver oportunidade de um encontro com quem quer q seja para elucidar suas dúvidas ou confirmar certezas, que seja feito e nesse momento as pessoas não terão minha crítica e sim minha admiração e meu respeito!!!

Fica a dica caro Colega…"



Nenhum comentário:

Postar um comentário