terça-feira, 8 de abril de 2014

ARQUIVOS VIVOS APAVORAM O ANDAR DE CIMA

Post de Berto Filho


Paulo Roberto Costa Foto : Google

Já publiquei que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, é um arquivo vivo cheio de explosivos. Um homem-bomba.



André Vargas (PT/PR)            Alberto Youssef

Também é um arquivo vivo de alto "valor" o doleiro Alberto Youssef, implicado em várias transações contaminadas de corrupção começando pelo caso do Banestado e continuando agora na Operação Lava Jato, da PF, e no affaire Petrobras-Pasadena e outras refinarias, e, ao mesmo tempo, como se tivesse os dons da ubiquidade e onisciência, está presente também na tramoia com o deputado do PT e vice-presidente da Câmara, André Vargas que, muito além do jatinho, envolvia relações sinuosas para ambos desviarem dinheiro público para os seus patrimônios pessoais em operações de empresas do doleiro com ministérios e compradores potenciais de suas mercadorias no governo federal. O espaçoso André era um propcurador de oportunidades de negócios para o doleiro e para ele mesmo. As conversas gravadas foram exibidas nos telejornais. Não há mais o que fazer senão a cassação do mandato de André. Lula hoje foi taxativo : "Vargas não pode deixar o PT pagar o pato". É, não pode mas vai ser difícil para o eleitor, até o do PT, engolir esse pato com pena e tudo.

A matéria abaixo, na revista ÉPOCA, dá uma ideia sobre a capacidade do arquivo PRC de fazer estragos em vários escalões da Petrobras, do governo e das empresas brasileiras e estrangeiras que aderiram. José Dirceu e Lula seriam os principais mentores de PRC, mas isso precisa ser comprovado de uma forma consistente. Como a cada dia surgem novas revelações, quem sabe essas conexões não ficarão mais claras ? Por exemplo, no depoimento do sr. Cerveró, que sabe tudo sobre Pasadena ?

Segue a matéria.


Desde que a Polícia Federal prendeu Paulo Roberto Costa, o ex-executivo mais poderoso da Petrobras, há duas semanas, Brasília não dorme. Dezenas de grandes empresários, entre eles diretores das maiores empreiteiras do país e das gigantes mundiais do comércio de combustíveis, todas com negócios na Petrobras, também não.

Paulo Roberto Costa era diretor de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012. Era bancado no cargo por um consórcio entre PT, PMDB e PP, com o aval direto do ex-presidente Lula, que o chamava de “Paulinho”. Paulo Roberto Costa detém muitos dos segredos da República – aqueles que nascem da união entre o interesse de empresários em ganhar dinheiro público e do interesse de políticos em cedê-lo, mediante aquela taxa conhecida vulgarmente como propina. E se Paulo Roberto fosse descuidado e guardasse provas desses segredos? E se, uma vez descobertas pela PF, elas viessem a público? Pois Paulo Roberto guardou. Tentava destruí-las quando a Polícia Federal chegou à sua casa, há duas semanas. Mas não conseguiu se livrar de todas a tempo.

ÉPOCA obteve cópia, com exclusividade, dos principais documentos desse lote. Foram apreendidos nos endereços de Paulo Roberto no Rio de Janeiro, onde ele mora. Esses documentos – e outros que faziam parte da denúncia que levou Paulo Roberto à cadeia e ainda não tinham vindo a público – parecem confirmar os piores temores de Brasília.

Paulo Roberto e o doleiro Alberto Youssef, também preso pela PF e parceiro dele, acusado de toda sorte de crime financeiro na Operação Lava Jato, eram meticulosos. Guardavam registros pormenorizados de suas operações financeiras, sem sequer recorrer a códigos. Era tudo em português claro, embora gramaticalmente sofrível.

Anotavam os nomes de lobistas e empresários, quase sempre os associavam a negócios e a valores em dólares, euros e reais. Os registros continham até explicações técnicas e financeiras das operações. Os valores milionários mencionados nos documentos, suspeita a PF – uma suspeita confirmada por três envolvidos ouvidos por ÉPOCA –, referem-se a propinas pagas pelas empresas, nacionais e estrangeiras, que detinham contratos com a área da Petrobras comandada por Paulo Roberto. Os papéis já analisados pela PF (há muitos outros que ainda serão periciados) sugerem que as maiores empreiteiras do país e as principais vendedoras de combustível do planeta pagavam comissão para fazer negócio com a Petrobras.

Para compreender o esquema, cuja vastidão apenas começa a ser desvendada pela PF, é necessário entender a função desempenhada por cada um dos principais integrantes dele. Como diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto fechava, entre outros, contratos de construção e reforma de refinarias (do interesse das empreiteiras brasileiras) e de importação de combustível (do interesse das multinacionais que vendem derivados de petróleo).

Paulo Roberto assinava os contratos, mas devia, em muitos momentos, fidelidade aos três partidos que o bancavam no cargo (PT, PP e PMDB). Paulo Roberto garantia a Petrobras; lobistas como Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e Jorge Luz, ligado ao PT e ao PMDB, cujos nomes aparecem nos papéis apreendidos, garantiam as oportunidades de negócio com as grandes fornecedoras da Petrobras – e, suspeita a PF, garantiam também possíveis repasses aos políticos desses partidos.

Para a PF, a Youssef cabia cuidar do dinheiro. Segundo envolvidos, essa tarefa também cabia a Humberto Sampaio de Mesquita, conhecido como Beto, genro de Paulo Roberto. Ele o ajudava nos negócios e é sócio de uma empresa que tem contrato de R$ 2,5 milhões com a Petrobras. Eram uma espécie de banco do esquema, ao providenciar empresas de fachada para receber as propinas no Brasil e nos paraísos fiscais, ao gerenciar as contas secretas e a contabilidade e ao pagar no Brasil, quando necessário, a quem de direito.

Nove fornecedores da Petrobras depositaram R$ 34,7 milhões na conta de uma empresa de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef, segundo laudo da Polícia Federal obtido pela Folha. A confissão de que a empresa não tem atividade de fato foi feita por um empregado do doleiro, Waldomiro de Oliveira, em nome de quem a MO Consultoria está registrada na Junta Comercial de São Paulo. A Folha teve acesso ao depoimento do funcionário, que decidiu colaborar com a PF na tentativa de receber uma pena menor.

A polícia suspeita que a MO Consultoria servia para repassar propina para funcionários públicos e políticos. Outro laudo aponta que passaram por essa empresa um total de R$ 90 milhões entre 2009 e 2013. Segundo relatório da PF, há "fortes indícios da utilização das contas da empresa para trânsito de valores ilícitos". A consultoria foi descoberta pela PF durante a investigação da Operação Lava Jato, que apura lavagem de dinheiro com uso simulado de importação e exportação.

Os contratos da suposta consultoria eram uma forma de as empresas darem uma aparência legal a subornos, segundo suspeita da PF. Há notas fiscais das consultorias, mas não há provas de que o serviço foi prestado, de acordo com a polícia. Grandes grupos que pagaram à MO atuam nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, suspeita de ter sido superfaturada.

Os maiores pagamentos à consultoria foram feitos por duas empresas do grupo Sanko, fornecedor de tubos para empresas contratadas pela Petrobras: R$ 26 milhões. As vendas diretas da Sanko para a Petrobras subiram mais de 7.000% entre 2011 e 2013, segundo a empresa: de R$ 38,7 mil para R$ 2,77 milhões. Os maiores negócios da Sanko, porém, não são feitos diretamente com a Petrobras, mas com fornecedores da estatal. A Sanko diz que faturou R$ 120 milhões em 2013.

Também estão na lista de pagadores da consultoria outras empresas que foram contratadas para a obra da refinaria em Pernambuco, como o consócio Rnest, formado por Engevix e EIT (R$ 3,2 milhões), Jaraguá Equipamentos (R$ 1,9 milhão), Galvão Engenharia (R$ 1,53 milhão) e OAS, tanto a construtora quanto a holding (R$ 1,18 milhão na soma).



Volto eu. A corrupção tem uma criatividade espantosa especialmente quando se trata de fazer evaporar em um certo momento, e rematerializar, lavadinho, mais adiante, o dinheiro que deve sair do país na moita para os bolsos e cofres dos propinautas. O crime organizado é um camaleão. Quando a gente pensa que ja está todo mundo preso, bingo ! Ele reaperece com novas roupagem, novos esquemas, bancos e paraises fiscais.
Maluf ainda está solto, protegido pela imunidade de deputado. E o Pizzolato ?  Esse país....

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