Não éramos amigos pessoais. Estive com ele algumas vezes na Globo e uma vez no Santos Dumont onde tomamos um café.
Estou triste com a partida do Luciano do Valle. A ficha ainda não caiu. Não sofreu. Foi rápido. Era um homem bom. Foi um profissional excepcional, o maior narrador esportivo que o Brasil conheceu. Podem fazer fila, senhores narradores que vão descrever os jogos da Copa para suas emissoras e públicos este ano. Fila para homenagear o ídolo, dar o seu último adeus. Aprendam com ele a gritar gol, aquele grito que saía do fundo do peito feito um foguete, o ar armazenado nos pulmões e no diafragma, e ficava segundos intermináveis até expirar o grito, sem Luciano respirar. E fila, sem demérito algum, para tentar se aproximar da qualidade do seu estilo.
Vai, Luciano, narrar na rádio do céu as partidas dos craques que já se foram.
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