Viajemos na companhia do piano e da voz da bela brasileira Eliane Elias, amante do jazz e da bossa nova. Sensacional.
Comecemos por "Tangerine".
https://www.youtube.com/watch?v=YdapOGbEtYw
A autoria do texto que segue sobre essa diva é do amigo Gerdal José de Paula.
Era para se chamar Joseli, porque vinda à luz num dia de São José - 19 de março -, mas, vendo as "mãos de pianista" do bebê, sua mãe, pianista clássica amadora, sentiu que estava diante de uma artista que deveria ter nome composto, com letras iniciais combinadas, como Greta Garbo e Marilyn Monroe. Assim, surgiu, na certidão de nascimento, a paulistana Eliane Elias (fotos abaixo), hoje uma pianista e cantora - para alguns especialistas, como Luiz Orlando Carneiro, mais pianista, de técnica acendrada, que cantora - internacionalmente apreciada, embora quase desconhecida de público mais amplo, não segmentado, em seu país. Ao lado da vitrola, uma ainda pequenina Eliane, "apresentada" ao piano aos sete anos, ouvia, sem parar, Wynton Kelly, Bill Evans, Art Tatum e Bud Powell, entre outros gigantes do jazz, nos discos do gênero que faziam parte da coleção que a mãe, aficionada, mantinha em casa.
De tanto ouvi-los, aprendeu a tirar melodias e tocá-las, estudando, já adolescente, com Amílton Godoy no CLAM (Centro Livre de Aprendizado Musical), para quem, anos depois, comporia e gravaria "Choro" no CD "Illusions". Aquele um período em que, apesar da minoridade, ela, já "gente grande" ao teclado, cedia ao apelo de Sampa "by night" e enveredava pela madrugada tocando em bares e clubes. Mostrando serviço no Opus 2004, conheceu um boquiaberto Toquinho, que estava na plateia e, admirado com a atuação da moça, muito bonita, convidou-a para acompanhá-lo, também a Vinicius de Moraes, em temporada de shows por países da América do Sul, comemorativa dos dez anos de parceria da dupla, o que foi feito - uma oportunidade artística que a então colegial fez bem em não desperdiçar..
Em 1981, com 21 anos de idade, Eliane Elias, por força de sua formação musical, resolveu tentar a sorte fora do país e sua fixação, há tantos anos, nos Estados Unidos decorreu, em parte, do incentivo que recebeu do baixista Eddie Gómez, que conheceu em Paris e a quem mostrou uma fita demo que levava consigo. Ouvindo-a, Eddie - que tocou com Bill Evans, como o atual marido dela, Marc Johnson também o fizera - recomendou-lhe um voo para a Big Apple, onde ela, dois anos depois, já integrava a banda Steps Ahead - do finado saxofonista Michael Brecker (irmão do trompetista Randy Brecker, ex-marido dela e pai de Amanda Brecker, cantora e compositora, filha deles).
Lecionando, de 1995 a 1998, na Manhattan School of Music, Eliane, na sua extensa discografia, é particularmente saudada pelo seu "Plays Jobim", de 1990, passando a cantar, de modo suave e sensual, por incentivo da EMI, sua gravadora de então, em outro CD feito em intenção de Tom, o "Sings Jobim", de 1998. Também o "Solos and Duets", dividido com Herbie Hancock, é outro exemplo de "highlight" da fruição jazzística, merecedor, como outros dela já lançados, de ampla acolhida e elogio na imprensa, além de indicação para o Grammy.
Em seu mais recente CD, "I Thought About You", Eliane - como, também há pouco, o fez outra brasileira nos EUA, a cantora Luciana Souza - presta tributo a Chet Baker, revisitando 14 "musts" entre os registros deixados pelo trompetista. Um CD de "cool jazz" com o toque de classe da nossa bossa.
Pós-escrito: a) no último "link" abaixo, Eliane Elias no vídeo-release do seu "I Thought About You";
b) nos "links" anteriores, Eliane Elias, dedos e voz: 1) "Tangerine", de Johnny Mercer e Victor Schertzinger; 2) "Fotografia", de Antonio Carlos Jobim; 3) "Baubles, Bangles and Beads", de Alexander Borodin, Robert Wright e George Forrest; 4) "Choro", de Eliane Elias;; 5) "They Can`t Take That Away from Me", de George e Ira Gershwin; 6) "Chovendo na Roseira", de Antonio Carlos Jobim - antes chamada "Children`s Games", sem a letra posta pelo compositor, conhecida, sobretudo, na voz de Elis Regina; 7) "Apareceu", de Eliane Elias; 8) "Samba Triste", de Baden Powell e Billy Blanco. .
https://www.youtube.com/watch?v=YdapOGbEtYw ("Tangerine")
https://www.youtube.com/watch?v=BSpVPzFjHO4 ("Fotografia")
https://www.youtube.com/watch?v=MTc-WJM8ERE ("Baubles, Bangles and Beads")
https://www.youtube.com/watch?v=yXNNKecpdCI ("Choro")
https://www.youtube.com/watch?v=m_QYY5Z8Hj0 ("They Can`t Take That Away from Me")
https://www.youtube.com/watch?v=N6AcKayjs8k (Apareceu")
https://www.youtube.com/watch?v=kLuN7mdI3pg ("Chovendo na Roseira")
https://www.youtube.com/watch?v=-pv-b7pxUmM ("Samba Triste")
https://www.youtube.com/watch?v=CJeKND-rRFQ (vídeo-release do CD-tributo a Chet Baker)
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