sábado, 26 de abril de 2014

E DEUS CRIOU BRIGITTE

Post de Berto Filho

Dando um pulo ao arquivo da VEJA de 23 de abril, no território do Augusto Nunes, encontrei este artigo escrito a bem mais de 4 mãos. Tudo o que lembra Brigitte Bardot mexe comigo. É que, em tempos idos, namorei uma mulher que, aos 19 anos, era sósia melhorada da gata francesa e até ganhou esse "apelido" (Brigitte) de alguns amigos.
Foi paixão fulminante. Tornou-se a mãe de meus 3 filhos.

 
Especial VEJA: Brigitte Bardot – E Búzios criou essa mulher


Brigitte em Búzios

Brigitte Bardot estava arrumando as malas em 31 de março de 1964. Encerrava um dos períodos mais tranquilos de sua trajetória infernal de celebridade assediada e atormentada, vivido na pouco conhecida vila de pescadores chamada Armação de Búzios. Acabava ali também o chamado verão dos inocentes, quando os biquínis já estavam incorporados às areias do Rio e adjacências, as primeiras pranchas de fibra de vidro apareciam no Arpoador e, sob o sol de até 35,8 graus, três mulheres ocupavam a imaginação dos brasileiros: a jovem e comentada primeira-dama Maria Thereza Goulart; a angelical miss Universo Ieda Maria Vargas; e a escandalosamente sensual BB.

Trazida por um namorado com ligações com o Brasil, o playboy Bob Zagury, ela havia desembarcado de um DC-8 da Panair no Galeão, em 7 de janeiro, usando um casaco de gola de pele e com a aura de deusa do sexo que a acompanhava desde E Deus Criou a Mulher. Feito oito anos antes, o filme ainda era comentado em voz baixa quando havia crianças na sala: Brigitte aparecia nua.

Quando ocorreu o golpe, os pais da atriz chegaram a procurar informações na Embaixada do Brasil em Paris. BB continuou embriagada pelo espumejante “mar de champanhe azul” que encontrou aqui: sem entender exatamente o que acontecia, em 4 de abril festejou com amigos no Rio, na boate Top Club, a vitória do novo regime. “Adorei a revolução no Brasil. Não houve morte nem tiros”, foi a declaração colocada no inesquecível biquinho, quando voltou a Paris.

Colaboradores: André Petry, Augusto Nunes, Carlos Graieb, Diogo Schelp, Duda Teixeira, Eurípedes Alcântara, Fábio Altman, Giuliano Guandalini, Jerônimo Teixeira, Juliana Linhares, Leslie Lestão, Otávio Cabral, Pedro Dias, Rinaldo Gama, Thaís Oyama e Vilma Gryzinski.


Volto eu : é, Brigitte nunca se engajou em política e afinal ela não tinha vindo aqui para participar de uma revolução.  Não viu nada, porque não a informaram do que estava para acontecer (em 31 de março), seus amigos ofereciam apenas diversão ( o Bob é quem sabe como foi) e devem tê-la levado para onde ela não pudesse ver nem ouvir nada e pode até ser que tenha dito a frase que colocaram em sua boquinha sensual. Anos mais tarde, ela se transformou numa uma guerreira atuante na luta ambiental e pela preservação de espécies de animais em extinção. Uma causa, aliás, muito atual. O que ficou de Brigitte é a marca da beleza e da sensualidade. É o que interessa nela.   

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