domingo, 6 de abril de 2014

LIÇÕES DA PESQUISA DATAFOLHA

Post de Berto Filho


Foto : Google

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5) pelo site do jornal "Folha de S.Paulo" indica que a presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu 6 pontos em relação à pesquisa Datafolha anterior (de fevereiro) mas teria 38% das intenções de voto e venceria no primeiro turno caso a eleição fosse hoje e ela tivesse como adversários o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e mais oito candidatos de partidos menores. Nesse cenário, Aécio teria 16% das intenções de voto, e Campos, 10%. Somados, os oito candidatos de partidos menores alcançariam 6%. Votos em branco ou nulos foram a opção de 20%. Os outros 9% responderam que não saberiam em quem votar.

Com Marina em lugar de Eduardo Campos, a pesquisa dá a entender que poderia haver segundo turno. Os arraiais do Rede e do PSB estão em polvorosa. Cada pesquisa que sai é uma certeza que vem. A certeza de que Marina consegue mais votos que o titular da chapa. Essa pedra já vem sendo cantada aqui neste blog há muito tempo.

A soma dos votos nulos e em branco e dos indecisos chegaria a quase 30%, um número elástico. Aqui mora o tesouro dos votos que decidem uma eleição. É mais fácil tirar uma indecisão do que virar a cabeça do eleitor que já definiu seu voto, para votar em outro candidato.

E persiste a vontade do eleitor de mudança sem Dilma : na faixa dos 72% ! Mas quem seria o favorito para fazer a mudança ? Quem conseguir personificar o novo ? Ou aquele(a) que demonstrar ser o(a) mais competente para assumir a pilotagem do boeing sem encarnar necessariamente "o novo" ?

De PT para PT não haverá transição. Se Lula entrar no lugar de Dilma, o que é perfeitamente possível, e ganhar a eleição, estará salva a pátria do PT. Lula certamente vai corrigir a rota e os erros de Dilma que deve estar anotando. Mas não afastará o Brasil do destino sonhado do socialismo cubano. Então, com Dilma ou Lula, nada mudará para melhorno campo ideológico.

De PT para outro partido - seja o PSDB ou PSB, os mais próximos da ponta - a transição poderá ser tumultuada se o PT não tiver a grandeza que teve FHC quando, em 2002, entregou o poder ao operário.

Seria bom apurar o que significa para o PT a perda do poder nacional, um pesadelo macabro. Mesmo descontando o aparelhamento da máquina, que será muito difícil desmontar para um governo de oposição. Ir para a oposição de novo não é uma estreia. O PT sabe fazer isso como nenhum outro partido. Não sabemos se o PT, aceitando a derrota ou não, se contentará em fazer mera oposição ou se fará tudo para não deixar o(a) novo(a) presidente governar, agitando o campo e as cidades com os movimentos sociais, como foi desde Itamar (ou antes) ao fim dos 8 anos de FHC.

Mas não se deve esquecer que o poder nacional a partir de 2015 não estará na mão apenas do(a) futuro(a) presidente. O Congresso renovado e o Judiciário com tendência progressista não vão querer perder o bonde da História : procurarão demonstrar que os poderes continuam a ser independentes entre si. O Judiciário precisará demonstrar que merece a confiança da sociedade, parcialmente perdida no julgamento do mensalão. É uma corrida para a moralidade e a ética.

Parcialmente renovado - talvez um terço, pelo menos - com uma nova composição de cidadãos desejavelmente mais éticos e críticos, o Congresso poderá recuperar o seu poder de dividir a governança do país com o Executivo. Por exemplo, impedindo que o governo faça novos empréstimos secretos a países alinhados com a ideologia dominante no Planalto. O atual Congresso comeu mosca e abdicou do seu direito constitucional de examinar e aprovar ou rejeitar tais operações enigmáticas ou suspeitas.

Agora, é tarde, e não se fala mais em impaeachment de Dilma por causa disso.

Um Congresso melhor vai depender de quantos serão os deputados e senadores eleitos pela esquerda. O PT quer ser amanhã o que o PMDB é hoje : a maior bancada. Seja para apoiar tudo o que o futuro governo (do PT) quiser fazer, seja para derrubar e obstruir tudo o que um governo de oposição queira fazer. Tudo faz crer que a oposição a um governo do PSDB ou PSB será bem maior e mais incisiva que a oposição atual em relação ao governo Dilma.

Para compliar mais ainda a vida da atual oposição, revela Lauro Jardim em sua coluna Radar, da VEJA, "se Dilma conseguir a coligação que imagina (PT, PMDB, PTB, PSD, PDT, PCdoB, PR, Pros, PRB, PP e PMN) terá 15 minutos e 25 segundos dos 25 minutos diários de propaganda no rádio e TV, de acordo com uma simulação da consultoria Arko. Aécio teria 4 minutos e Eduardo Campos 1 minuto e 23 segundos entre 18 de agosto e 02 de outubro. Os miúdos teriam entre 20 e 46 segundos cada um."

Nessa simulação, dá 15 (PT) a 4 (Aécio) e 15 (PT) a 1( Eduardo Campos).

No tempo de radio e TV, o PT ganha de goleada. 

Alguma coisa tá errada nessa partilha. Tem que rever a regra. Mas só a partir de 2015 numa eventual reforma política.
Este ano o menor, para ganhar, terá que ser o melhor, o mais eficiente nas redes sociais, onde o jogo pode ser ganho pela competência.já que o tempo de rádio e TV é pequeno.
E o maior em tempo terá que administrar muito bem essa vantagem competitiva. A disputa nas redes sociais e via e-mail já começou faz tempo. 
As manifestações de rua também vão dar o ar de sua graça.
Será a eleição mais importante e a mais disputada de todos os tempos. Prepare o seu coração.

 











 

Nenhum comentário:

Postar um comentário