sexta-feira, 18 de abril de 2014

ÓDIO À CLASSE MÉDIA

Post de Berto Filho

Há um vídeo meio velhinho e com prazo de validade vencido circulando na internet que, se você não viu, talvez devesse ver. Aí, alguém me envioui por e-mail. Quando vi, quase tive um troço.


Esse poço de ódio contra a classe média que o video destila - essa mesma a que eu pertenço e imagino que você também, meu leitor - é a filósofa petista Marilena Chaui, professora de filosofia e historiadora de filosofia brasileira na USP. Seus alunos de classe média tradicional devem passar um perrengue para aguentar as aulas. Ela nega a existência de uma nova classe média, essa, de mais de 30 milhões de brasileiros, que emergiu das profundezas da pobreza graças ao assistencialismo do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Minha Casa Melhor, crédito abundante, algum pão e muito circo, este, representado, em sua maior parte, pelo Carnaval, shows de funk e por sua Excelência, o futebol.

Para ela, essa classe nova não é média e sim uma nova classe trabalhadora, a classe que chegou ao paraíso passando por cima dos ombros da classe média que ela diz ser reacionária e, ao mesmo tempo, nazista, fascista e terrorista (?!). Não sou Winston Churchill, Hitler, Mussolini ou Osama Bin Laden, mas me senti atingido. Ela pôs todos no mesmo saco.

Na internet, tem alguns sites onde ela expõe seu sentimento de "amor" por nosotros e o justifica. Está claro, por essa "aula", que ela sabe insuflar a luta de classes e promover a guerra civil. Se lhe derem um microfone, sai de baixo porque vem bala.
Tome algum remédio contra taquicardia antes de ver esse video.

Porquê o Lula bate palmas?
Será só por educação ou porque também odeia a classe média ?
Você decide !


 
https://www.facebook.com/photo.php?v=10200774100314120

Outra coisa : só existe uma classe média ou são várias ?
Aposentados que só vivem de aposentadoria que construiram algum patrimônio quando estavam empregados são da classe média ainda ou desceram para a classe pobre porque não têm plano de saúde e só são atendidos no SUS ?

O jornalista Augusto Nunes, colunista da VEJA, publicou em seu blog em 29/12/2013 o seguinte descritivo do exorcismo praticado ao vivo pela filósofa na comemoração dos 10 anos do governo do PT:

“Eu odeio a classe média”, rosnou Marilena Chauí já no início da discurseira que esquentou o debate sobre os 10 anos de governo lulopetista. Quem leva a sério o palavrório da companheirada deve ter imaginado que a confissão seria recebida com urros de indignação pela plateia, que incluía o Grande Mestre e os principais sacerdotes da seita. Se Lula anexou a pobreza à classe média, se Dilma Rousseff jura de meia em meia hora que sonha com um país habitado exclusivamente por gente da classe média, tamanha heresia não ficaria impune, certo? Errado, corrigiram os aplausos entusiasmados dos ouvintes.

O amém sonoro animou a oradora a detalhar os motivos do ódio: “A classe média é o atraso de vida”, desandou a professora de filosofia da USP. “A classe média é estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista”. Não é pouca coisa. Mas não era tudo. “A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista, uma abominação ética, porque ela é violenta, e ela é uma abominação cognitiva, porque ela é ignorante”, foi em frente a musa do PT.

Quem não se deixa engambelar pelos alquimistas do Planalto, que inventaram a classe média de 500 reais por mês, sabe que os pobres e miseráveis não sobem de categoria social por decreto. Quem não cai em tapeações baratas soube desde sempre que a classe média abrange os que vivem com mais conforto que os desvalidos mas nem imaginam como é vida de rico. É o caso dos professores universitários.

O palavrório eternizado pelo vídeo, portanto, convida o Brasil que pensa a escolher entre pelo menos quatro opções: 1) Marilena saiu da classe média porque ficou pobre; 2) Marilena caiu fora da classe média porque está bilionária; 3) Marilena continua na classe média e resolveu confessar que se odeia; 4) Marilena endoidou faz tempo, tanto assim que vive repetindo que “quando Lula fala o mundo se ilumina”.

Sempre que a bobagem é recitada pela figura que a plaqueta na mesa qualifica de “filósofa”, a coluna trata de corrigi-la: quando o chefe agarra um microfone, o que ocorre é algo muito mais impressionante. Os plurais saem em desabalada carreira, a gramática se refugia na embaixada portuguesa, a regência verbal se esconde no sótão de um casarão abandonado, o raciocínio lógico providencia um copo de estricnina (sem gelo) e os dicionários se apavoram com a iminência de outra selvagem sessão de tortura.

E o que acontece quando Marilena fala? Vocês é que sabem.


 

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