sábado, 19 de abril de 2014

O CASO CELSO DANIEL CONTINUA SEM SOLUÇÃO

Post de Berto Filho

Faz algum tempo, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) questionou o ministro Gilberto Carvalho, Chefe da Secretaria Geral da Presidencia da República, sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, um caso ainda sem solução. Notem o nervosismo do ministro, descarregando a adrenalina numa pobre caneta esferográfica. E se diz vítima num processo em que poderia figurar como cúmplice se a denúncia da deputada nesse video for levada adiante.


Assistir ao video (no link abaixo) é de grande interesse para qualquer brasileiro e, especialmente, para quem ainda acredita que o prefeito de Santo André morreu de morte natural.  Depois de ver e ouvir o link, leia o comentário do jornalista Augusto Nunes postado na VEJA.

 
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/video-historico-no-congresso-a-deputada-mara-gabrilli-interpela-gilberto-carvalho-sobre-a-morte-de-celso-daniel-e-acusa-o-homem-do-carro-preto-de-coletar-dinheiro-extorquido-de-empresarios-de-sa/

 
Celso Daniel Foto : Google

Augusto Nunes

“Faz muitos anos que eu queria olhar nos olhos do senhor e fazer essas perguntas”, disse a deputada Mara Gabrilli em meio à interpelação que interrompeu a procissão de platitudes que o ministro Gilberto Carvalho desfiava, durante a sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Por mais de seis minutos, a parlamentar do PSDB paulista acuou o secretário-geral da Presidência com a evocação de perturbadoras agravantes que envolvem o assassinato do prefeito Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002. Tentando controlar a emoção que em alguns momentos embargou a voz sempre suave, a deputada que um acidente de carro imobilizou na carreira de rodas abriu a ofensiva com a história do pai, dono de uma empresa de ônibus.

Vítima do esquema corrupto montado na prefeitura de Santo André para extorquir empresários do setor, e irrigar com boladas de bom tamanho as campanhas eleitorais do PT, ele era pressionado todos os meses “por uma gangue” ─ liderada, segundo Mara, por Klinger de Souza (subsecretário de Celso Daniel), Ronan Pinto (hoje proprietário do Diário do Grande ABC) e Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, denunciado pelo Ministério Público como mandante do crime. ”O senhor sempre foi conhecido como o homem do carro preto”, disse a deputada ao ministro. “Era a pessoa que realmente pegava essa coleta de dinheiro extorquido de empresários e levava para o capo, como era conhecido o José Dirceu. Isso eu não li. Isso eu vivenciei”.

Depois de invocar os testemunhos dos irmãos de Celso Daniel e o depoimento de Romeu Tuma Junior, ex-secretário nacional de Justiça, publicado no livro “Assassinato de Reputações”, a deputada seguiu alternando acusações e cobranças. Quis saber se Carvalho também acha que os fins justificam os meios e estranhou o descaso do ministro pelo esclarecimento de um episódio que comoveu e continua intrigando o país inteiro. “Por que o senhor não ajuda a apressar o julgamento do Sombra?”, perguntou, identificando pelo apelido o réu Sérgio Gomes da Silva, processado como mandante do assassinato. “O senhor não se incomoda com isso?”

Desconcertado, Carvalho reprisou o palavrório que recita há mais de dez anos. Alegou que “foi a Polícia Civil de São Paulo comandada pelo PSDB” que reduziu a crime comum uma execução encomendada. Como fez há três meses, prometeu acionar judicialmente Romeu Tuma Junior. E jurou que ninguém sofreu tanto quanto ele com a morte do “amigo e mestre” Celso Daniel. Caprichando na pose de quem acabou de chegar ao velório, declamou mais de uma vez o mantra predileto: “Isso dói”.

Certamente doeu mais a surra verbal que levou de Mara Gabrilli.

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