quinta-feira, 3 de abril de 2014

UMA BOA RADIOGRAFIA DOS NÚMEROS DA SUCESSÃO PRESIDENCIAL

Postaso por Berto Filho

Em alguns sites ainda se lê que Dilma, apesar de tantos e pesados pesares divulgados todos os dias, venceria as eleições se fossem realizadas na data pretérita do anúncio dos resultados das pesquisas recentes. O cenário narrado pelos números em transição está mudando a cada pesquisa, e contra a candidatura de Dilma. Como há uma outra pesquisa em andamento, do Datafolha, sendo feita esta semana (vai ser divulgada no sábado pela Folha de SP) em cima da ressonância das aparições de Eduardo Campos na mídia (com Marina naquele "diálogo" montado e nas inserções de 30 segundos), é possível que a radiografia revelada no texto abaixo, do cientista pólítico Murilo de Aragão, fique bem próxima do flagrante da pesquisa do Datafolha.





O artigo de Murilo, que encontrei no blog do Noblat, clareia o matagal dos números da pesquisa CNI/Ibope. Prevê segundo turno e justifica porque. Confira.

Dilma com pouco espaço para cometer erros, por Murillo de Aragão


Na semana passada foi divulgada pesquisa CNI/Ibope que mostrou queda importante na popularidade da presidente Dilma Rousseff. Segundo a sondagem, de novembro do ano passado a março de 2014, a avaliação “ótimo/bom” do governo caiu 7 pontos percentuais (de 43% para 36%), enquanto a rejeição (“ruim/péssimo”) subiu 7 pontos (de 20% para 27%).

Esses dados são negativos para a presidente, pois mostram que uma parcela significativa dos entrevistados que aprovava a gestão Dilma passou agora a desaprovar seu governo. A avaliação “regular” ficou estável nesse mesmo período, quando oscilou positivamente de 35% para 36%.

Dilma está numa situação semelhante à de seus antecessores. Ressalte-se que quando FHC foi reeleito em 1998 e Lula em 2006, nessa mesma época do ano, ambos tinham avaliações similares à da presidente Dilma hoje.



Porém, mesmo com situação semelhante à de seus antecessores que conseguiram um novo mandato e mesmo liderando as pesquisas de intenção de voto, o espaço para que a presidente Dilma Rousseff cometa erros durante a campanha está diminuindo cada vez mais.

De um lado, o Planalto coleciona algumas notícias negativas. Em especial, as denúncias envolvendo a Petrobras e o risco de criação de uma CPI para investigar a empresa. Além disso, houve o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Esses dois fatos, embora não atinjam neste momento o eleitorado de Dilma, podem viabilizar o discurso da oposição de que ela não é uma boa gestora.

De outro lado, há fatores que o governo não controla mas que podem interferir nas eleições. Um deles é a possibilidade concreta de novas manifestações de rua durante a Copa do Mundo.

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto organiza uma série de manifestações em maio nas cidades-sede e perto dos estádios onde haverá jogos. Outro risco é o de racionamento de energia elétrica. Abril é um mês crucial para o governo em termos de chuva.

A combinação de dados importantes, como o fato de que 64% do eleitorado quer mudanças com outro presidente que não seja Dilma, de que ela é desaprovada em todas as nove áreas avaliadas pelo Ibope e de que a recuperação de sua popularidade foi interrompida, é um cenário que mostra uma disputa realmente acirrada, com definição em dois turnos. Isso significa que até mesmo um detalhe poderá definir o rumo das eleições. Em que pede favorita, os erros do governo favorecem ao imponderável.

Volto eu : a manobra do governo com o apoio do presidente do Senado visando esvaziar a CPI da Petrobras, vai dar certo. Ele empurrou a decisão para a CCJ da Câmata, de maioria governsista. Esfriou tudo.

A jogada esperta do PT e aliados para melar a CPI da oposição deve estar sendo observada pelos manifestantes da safra de junho de 2013 que provavelmente voltarão às ruas em breve com o reforço da nova safra, não porque quero mas porque é a tendência natural das insatisfações represadas na sociedade com exemplos "nobres" como (o mais recente) o performatizado pelo deputado André Vargas, vice-presidente da Câmara Federal (um cargo que confere poder), o tal que andou no jatinho do doleiro Alberto Youssef investigado na operação Lava Jato, da Policia Federal. Se os manifestantes já estivessem nas ruas a CPI da Petrobras possivelmente emplacaria por causa da pressão popular sobre o Congresso. Dá pra perceber isso, não dá ?

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