O empresário Rubens Ometto, o maior produtor de açúcar e álcool do mundo, ex-aliado de Lula - e graças a Lula - embarcou no sonho do etanol. E não gostou de como as coisas (des)andaram no setor sucroalcooleiro.
A coisa foi tão mal no seu ramo que resolveu diversificar e comprou a Comgas.
Ao receber numa cerimônia em NY o título de “Homem do Ano”, da Câmara Americana do Comércio, desmentiu enfaticamente todos os “feitos” relativos ao setor sucroalcooleiro, atribuídos pelo ex-presidente Lula ao seu governo, durante o programa do PT na TV, exibido neste quinta-feira (15) à noite.
O ex-presidente quis faturar em cima de um sucesso que não houve, o etanol.
O setor sucroalcooleiro vive a maior crise de sua história, iniciada no governo Lula. Só nas últimas cinco safras, 44 usinas fecharam, 25 em São Paulo e há 33 usinas em recuperação judicial . O endividamento é altíssimo: em 20% das usinas, 30% da receita estão comprometidos com serviço da dívida (juros e amortizações). Mais de 80 mil pessoas foram demitidas. Fica difícil, senão impossível, dissociar Lula desse fracasso.
Ometto, que se aliou a Lula lá atrás acreditando em seus compromissos com o setor, no início do seu governo (2002), não poupou críticas às decisões (ou à falta delas) que levaram o setor a enfrentar a mais séria crise de sua história.
As críticas de Ometto foram feitas diante de uma platéia de empresários brasileiros e norte-americanos, que pareciam surpreendidos pelo tom áspero das críticas, em razão das ótimas relações que já teve com Lula e próceres do PT.
Desapontado com os rumos do seu setor, resolveu diversificar e, pela primeira na história de suas empresas, direcionou todos os investimentos para áreas que nada têm a ver com açúcar ou álcool. Em maio, por exemplo, pagou .R$ 3,4 bilhões pela Comgás, maior distribuidora de gás natural do país. É o maior aquisição de sua vida.
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