Post de Berto Filho
Da última safra do Jornal da ImprenÇa de Moacir Japiassu - clique aqui : :http://antesqueeumeesqueca.weebly.com/jornal-da-imprenccedila.html
esta pérrola sobre o recente surto de reescrever textos de obras da literatura brasileira, adjetivados de complicados pelos "reescritores", para facilitar a compreensão dos que não querem usar seus relaxados neurônios para decifrar os enigmas do texto o original. Janistraquis é o nome do personagem alter ego do Moacir.
Escritora reescreve Machado de Assis. E janistraquis cai de cama com febre alta.
Professora aposentada em São Paulo, a considerada Janice Carmela de Freitas envia de sua "casa-biblioteca" no bairro de Perdizes a matéria da Folha intitulada Escritora muda obra de Machado de Assis para facilitar a leitura, a qual começa assim:
"Entendo por que os jovens não gostam de Machado de Assis", diz a escritora Patrícia Secco. "Os livros dele têm cinco ou seis palavras que não entendem por frase. As construções são muito longas. Eu simplifico isso."
Ela simplifica mesmo: Patrícia lançará em junho uma versão de "O Alienista", obra de Machado lançada em 1882, em que as frases estão mais diretas e palavras são trocadas por sinônimos mais comuns (um "sagacidade" virou "esperteza", por exemplo".)
A mudança não fere o estilo do escritor mais celebrado do Brasil, diz Patrícia. "A ideia não é mudar o que ele disse, só tornar mais fácil."
Janistraquis leu e desabafou, antes de cair de cama com febre de 41 graus:
"Mesmo no Brasil, que é o país de todos os absurdos, isso é o supra-sumo do desrespeito. Como alguém que ainda não está internado num hospício pode 'reescrever' Machado de Assis? Para 'facilitar a leitura'? Ora bolas, uma obra literária não é somente a história, o enredo, a trama, mas, evidentemente, a forma, esta que é a criação maior do escritor!!!"
Eu, que num de meus romances tive verso de Camões “reescrito” por abilolado revisor, adoraria que a escritora reescrevesse também Guimarães Rosa, pois quase ninguém das redes sociais sabe o que é um Grande Sertão, e, muito menos, “quem são” as tais Veredas.
Leia aqui a íntegra da matéria da Folha enviada pela professora.
Volto eu : reescrever obras literárias gera direitos autorais ?
A obra "popular" vai vender mais ? Imagina se o MEC oficializa esse monstrengo e o enfia goela abaixo dos estudantes. O reescritor deveria repassar os direitos à família do autor do texto original. O autor da cópia simplificada ficaria com zerinho de direito e levaria umas palmadonas no traseiro para não repetir o delito intelectual de alterar obras de autores consagrados.
Essa senhora que facilitou "O Alienista" teria coragem de trocar uma cor num original de Van Gogh ? Ou de mudar um compasso todo do "Trenzinho Caipira" de Villa-Lobos ?
Sim ? Então, interna logo e tira de circulação.
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