quinta-feira, 1 de maio de 2014

OPOSIÇÃO ACUSA DILMA DE FAZER CAMPANHA ELEITORAL COM DINHEIRO PÚBLICO

Post de Berto Filho

Acho que não vai adiantar a oposição questionar que a fala de Dilma é campanha eleitoral antecipada. O TSE se fecha como um caramujo e deixa passsar, ainda mais tratando-se da presidente da República. É o mal da reeleição. Fernando Henrique deve ter sido acusado pelo PT de transformar atos de governo e discursos presidenciais em campanha eleitoral antecipada, nos meses finais de 2002. Talvez suas falas tenham sido menos ostensivamente eleitorais que os atos e falas de Dilma ontem, principalmente os 10% de aumento para os beneficiários do Bolsa Família, mas o mal é o mesmo. A reeleição vai acabar caindo. Um só mandato de 5 ou 6 anos e pronto, vai para casa.




O fato : a presidente Dilma é acusada pela oposição de ter usado o espaço gratuito em cadeia nacional de rádio e televisão para, em vez de fazer um pronunciamento institucional sobre o 1o de maio, promover a sua candidatura em queda. A oposição assegurou que questionará a fala da presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O feriado com a sexta-feira enforcada vai esfriar os ânimos e estimular os cientistas políticios a refletir sobre se o que a presidente disse e fez vai recuperar intenções de votos à deriva. 

O vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou ao jornal O Estado de São Paulo que o departamento jurídico do partido “certamente” acionará o TSE. “A primeira conclusão é que é necessário acabar com o processo de reeleição no Brasil porque o abuso é desmedido. O que ela fez foi campanha eleitoral antecipada e com dinheiro público. É um ritmo de discurso eleitoral com discurso mentiroso. Quando ela aborda a questão da corrupção, ela fala o contrário do que o seu governo faz: em vez de combater a corrupção, coloca a sujeira embaixo do tapete.”

Ainda segundo O Estado, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), também defendeu a medida. “Vou propor à Executiva do partido que entremos com uma representação na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) porque o que ela fez foi um palanque eleitoral com recurso público. O PT privatizou a fala presidencial. O horário gratuito é para ser utilizado para pronunciamento de chefe de Estado e agora está privatizado a favor de um partido. Vamos reestatizar isso. É uma aberração. Estão apelando porque ela está despencando na popularidade e agora promete tudo a 60 dias do começo da campanha.”

Na mesma matéria, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato ao Planalto, afirmou que o pronunciamento de Dilma “representa o desespero de um governo acossado por sucessivas denúncias de corrupção e uma presidente da República fragilizada pelo boicote da sua própria base, protagonizando um dos mais patéticos episódios já vistos na política brasileira”.

Para o candidato tucano, Dilma abdicou “uma vez mais, da necessária compostura que deveria ter ao utilizar um instrumento de Estado, como a cadeia de rádio e televisão, para fazer campanha política e atacar os adversários”.

Na visão de Aécio, “Dilma Rousseff fala de um país que não é o nosso, onde a inflação é obra do acaso e não dos desacertos do seu governo. Da mesma forma, debita a perda de credibilidade da Petrobras à fiscalização e cobranças das oposições e não como resultado da ação daqueles que transformaram a maior empresa brasileira em um balcão de negócios, sob grave suspeição”.

Para ele, o tom do pronunciamento foi “certamente orientado por seu marqueteiro”. “A presidente tenta, como se fosse possível, encarnar o atual sentimento de mudança existente no país. Ela ainda não percebeu, mas perceberá, que a mudança pela qual clamam mais de 70% da população brasileira não inclui a sua permanência no poder”, afirmou o tucano.

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